Sustentabilidade
Tecnologia, clima e geopolítica: fatores que influenciam as estimativas da produção agrícola – MAIS SOJA

Por: Haroldo Elias Tavares, Analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa
A agricultura possui fatores biológicos, tecnológicos e climáticos decisivos para a produção agrícola. São aspectos que tornam muitas vezes a projeção da safra imprevisível. Mais recentemente, a geopolítica tem influído no mercado e na perspectiva futura de plantio.
As estimativas buscam a previsibilidade da produção, permitindo que governos e empresas ajustem estratégias para mitigar riscos e impulsionar o crescimento do setor. Um exemplo, desde 2021, foi a instabilidade causada pela pandemia de Covid-19 e pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, que impactaram a oferta global de grãos, o preço dos alimentos e reforçaram a necessidade de previsões mais assertivas.
Importância das estimativas para o agronegócio
A estimativa de produção consiste na projeção de safra com base em dados como área plantada, produtividade esperada, condições climáticas e tecnologia empregada, que se refletem no volume de produção de determinada região ou estado. Essa ferramenta é fundamental para orientar investimentos em infraestrutura, armazenagem, crédito e logística, além de influenciar diretamente os preços das commodities.
Conhecer o potencial produtivo de cada região é fundamental para planejar a expansão de armazéns, a instalação de unidades de beneficiamento de grãos e o direcionamento das ações de venda de insumos e equipamentos agrícolas. No setor agropecuário, projeções e análises de produção são ferramentas estratégicas que orientam decisões e ajudam a minimizar incertezas.
Essas análises influenciam desde o planejamento dos produtores até as dinâmicas do mercado global de alimentos, garantindo maior previsibilidade e segurança para toda a cadeia produtiva. Além disso, devem ser a base para a programação e implantação de políticas públicas.
Informação e geopolítica: fatores que moldam o mercado global
As oscilações na oferta impactam estoques e preços, tanto no mercado interno quanto no internacional. Em um mundo globalizado, eventos climáticos extremos ou mudanças inesperadas na produção de grandes produtores podem afetar a segurança alimentar e os custos para consumidores em diferentes regiões. Mais recentemente, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que desenvolve pesquisas, levantamentos e publica relatórios mensais das estimativas de safra e estoques, em função do shutdown, teve que interromper parcialmente o fornecimento de dados.
Sem as estimativas atualizadas, o mercado não tem suporte das alterações da safra, nem acesso à produção dos principais países e aos dados mundiais. Estas previsões fundamentam projeções e prognósticos que vão além da mera expectativa, e no futuro, podem gerar análises mais complexas e novos cenários. Fatores como as mudanças climáticas, as políticas públicas, as tendências de mercado e as inovações tecnológicas são determinantes para antecipar desafios e identificar oportunidades no longo prazo.
O avanço tecnológico tem revolucionado a capacidade de estimar a produção agropecuária. Ferramentas como sensoriamento remoto, inteligência artificial e big data permitem monitorar as lavouras em tempo real, integrando dados climáticos, de solo e de mercado. Essas inovações aumentam a precisão das previsões e contribuem para a sustentabilidade, otimizando o uso de insumos e reduzindo desperdícios.
Em suma, investir em métodos mais precisos e tecnologias inovadoras é essencial para enfrentarmos os desafios globais e garantirmos o crescimento contínuo da agropecuária.
Fonte: Epagri

Autor:Haroldo Elias Tavares – Epagri/Cepa
Site: Epagri
Sustentabilidade
Clima seco no Matopiba reduz estimativa de produção de soja no Brasil

A produção brasileira de soja na temporada 2025/26 deve atingir 178,76 milhões de toneladas, representando um crescimento de 4% em relação à safra anterior, que somou 171,84 milhões de toneladas, segundo estimativa da consultoria Safras & Mercado. Em setembro, a previsão era ligeiramente maior, de 180,92 milhões de toneladas.
- Veja em primeira mão tudo sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no Google News!
O levantamento aponta um aumento de 1,4% na área plantada, que passará de 47,64 milhões para 48,31 milhões de hectares. A produtividade média nacional deve subir de 3.625 quilos por hectare para 3.719 quilos por hectare.
O ajuste nas estimativas concentra-se principalmente no Centro-Norte do país, na região do Matopiba, devido a chuvas irregulares, atraso no plantio e perspectiva de menor potencial produtivo. “Em conjunto com fatores como replantio, isso não significa uma safra perdida, apenas um potencial menor em algumas regiões desses estados”, afirmou o analista Rafael Silveira.
No estado de Tocantins, a produtividade esperada caiu de 3.800 kg/ha para 3.660 kg/ha, ou seja, de 63,3 para 61 sacas por hectare, com produção estimada em 5,7 milhões de toneladas. Reduções também foram registradas no Maranhão, Bahia e outros estados do Norte.
Além disso, no Paraná, um dos maiores produtores do país, geadas e tornados afetaram algumas áreas, levando a ajustes na produção, que deve chegar a 21,7 milhões de toneladas. Apesar de superar a safra anterior, o número ainda fica abaixo do potencial inicialmente previsto.
“De maneira geral, espera-se uma safra recorde em 2026, com boa produtividade e produção estimada em torno de 178,7 milhões de toneladas, mantendo um volume robusto, mesmo com o ajuste”, completou Silveira.
Oferta e demanda
As exportações brasileiras de soja devem totalizar 109 milhões de toneladas em 2026, aumento de 2% sobre 2025. O esmagamento está projetado em 59,5 milhões de toneladas, enquanto em 2025 foi de 58,5 milhões. Não há previsão de importações em 2026, ao passo que em 2025 foram previstas 800 mil toneladas.
A oferta total de soja no país deve subir 6%, chegando a 184,29 milhões de toneladas, enquanto a demanda projetada é de 171,4 milhões, crescimento de 2%. Com isso, os estoques finais podem atingir 12,89 milhões de toneladas, um aumento de 133% em relação à temporada anterior.
“Se as exportações brasileiras não alcançarem volumes recordes ou ligeiramente acima de 2025, os estoques podem ficar extremamente elevados, considerando a possibilidade de maior atuação da China na safra americana”, destacou Silveira.
O post Clima seco no Matopiba reduz estimativa de produção de soja no Brasil apareceu primeiro em Canal Rural.
Sustentabilidade
Entidades comemoram retirada de tarifas pelos EUA e esperam novos avanços nas negociações – MAIS SOJA

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou comunicado sobre a remoção das tarifas ao Brasil pelos Estados Unidos. A entidade destacou o avanço na renovação da agenda bilateral, lembrou de seu papel nas negociações e mostrou sua expectativa em relação à evolução dos termos para a entradas de bens da indústria.
Confira o texto na íntegra:
“A decisão do governo americano de remover a tarifa de 40% a 238 produtos agrícolas brasileiros é avanço concreto na renovação da agenda bilateral e condiz com papel do Brasil como grande parceiro comercial dos Estados Unidos, avalia o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban.
Vemos com grande otimismo a ampliação das exceções e acreditamos que a medida restaura parte do papel que o Brasil sempre teve como um dos grandes fornecedores do mercado americano, afirmou Alban. Ele lembrou que o setor privado tem atuado de forma consistente para contribuir com o avanço nas negociações envolvendo o tarifaço. Em setembro, a CNI liderou missão a Washington com 130 empresários brasileiros.
Entre os produtos beneficiados pela atualização da lista de produtos isentos à sobretaxa de 40% aplicada ao Brasil desde agosto estão a carne bovina, café e cacau, insumos comuns da cesta de consumo da população americana. A nova medida volta a tornar os nossos produtos competitivos, uma vez que a remoção das tarifas recíprocas, de 10%, na última semana, havia deixado nossos produtores em condições menos vantajosas, complementou o presidente da CNI.
Para Alban, este é um resultado animador para novas etapas da negociação com o governo americano e a expectativa agora é avançar nos termos sobre bens industriais. A complementariedade das economias é real e agora precisamos evoluir nos termos para a entradas de bens da indústria, para a qual os EUA são nosso principal mercado, como para o setor de máquinas e equipamentos, por exemplo, relembra.
Desde o início da aplicação das tarifas por parte dos Estados Unidos, a CNI tem mobilizado o setor e contrapartes americanas para abrir caminhos de diálogo que facilitassem a interlocução entre as autoridades dos dois países.”
Amcham ressalta que 55% dos produtos exportados seguem sob tarifaço
O presidente da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), Abrão Neto, disse que a medida anunciada pelo governo americano beneficia 10% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, um pouco mais de US$ 4 bilhões por ano. Ele considera a medida ‘muito positiva’ por conta da relevância dos produtos beneficiados, como o café, mas ressaltou que 55% dos produtos exportados seguem sob o tarifaço, mostrando expectativa de novos avanços nas negociações.
“Olhando o conjunto, o panorama atual das exportações brasileiras, temos 45% isentos de sobretaxas, esse número incrementou consideravelmente por conta da decisão de ontem e, por consequência, 55% que têm, ainda, algum tipo de sobretaxa de até 50% e segue na expectativa de melhora das condições de acesso ao mercado americano”, disse ele, em entrevista à Globonews, na manhã desta sexta-feira.
O presidente da Amcham disse mais de US$ 20 bilhões em exportações do Brasil ainda seguem com tarifas.
“Para os demais produtos, o caminho é a continuidade das negociações entre os dois governos”, disse o presidente da Amcham.
Ele lembrou que sobretudo produtos industriais brasileiros seguem sujeitos às sobretaxas, como máquinas e equipamentos, móveis, produtos derivados de madeira, além de medidas específicas para os setores de aço e alumínio, agroindústria, pescados, entre outros. “Todos os setores têm uma necessidade e interesse no mercado americano e em buscar melhores condições para acessar esse mercado”, disse, sem mencionar prioridades para essas negociações.
O presidente da Amcham disse que a entidade e o setor empresarial brasileiro têm buscado contribuir com as negociações entre os dois governos e que espera que esse ímpeto seja mantido.
Ele avalia que podem entrar nas negociações temas importantes para o EUA como minerais críticos e terras raras, o tratamento dado pelo Brasil às empresas de tecnologia, tempo de aprovação de patentes e acesso a alguns mercados específicos.
Fonte: Cynara Escobar – Safras News
Sustentabilidade
Consumidores ampliam interesse de compra e preços do milho seguem firmes no Brasil – MAIS SOJA

O mercado brasileiro de milho registrou preços de estáveis a mais altos na semana. De acordo com a Safras Consultoria, os produtores seguem avançando na fixação de oferta, mas de maneira discreta, tentando cotações mais fortes. Já os consumidores estão buscando lotes de forma mais intensa, como em São Paulo, para atender as necessidades mais urgentes de demanda. Em outras regiões, porém, a procura se mostra mais calma nesse momento.
Analistas de Safras & Mercado sinalizam que o mercado segue atento as seguintes variáveis: movimento dos futuros do milho, volatilidade cambial e paridade de exportação.
No mercado interno, as atenções também se voltam para a evolução do clima e das lavouras no país. No cenário externo, as novas vendas semanais dos Estados Unidos é um fator a ser observado no curto prazo. Ainda nos EUA, dados de emprego e de indicadores econômicos também são esperados, o que podem trazer maior volatilidade para o dólar.
Preços internos
O valor médio da saca de milho no Brasil foi cotado a R$ 65,27 no dia 19 de novembro, alta de 0,82% frente aos R$ 64,74 registrados na semana passada. No mercado disponível ao produtor, o preço do milho em Cascavel, Paraná, foi cotado a R$ 62,00, estável frente ao final da última semana.
Em Campinas/CIF, a cotação ficou em R$ 71,00, avanço de 1,43% frente aos R$ 70,00 praticados na última semana. Na região da Mogiana paulista, a saca do cereal subiu 2,99%, de R$ 67,00 para R$ 69,00.
Em Rondonópolis, Mato Grosso, a saca foi cotada a R$ 62,00, inalterada ante a semana passada. Em Erechim, Rio Grande do Sul, o preço ficou em R$ 71,00, sem mudanças frente à semana anterior.
Em Uberlândia, Minas Gerais, o preço na venda para a saca subiu 1,65%, de R$ 64,00 para R$ 65,00 ao longo da semana. Já em Rio Verde, Goiás, a saca foi cotada em R$ 60,00, sem mudanças frente ao valor praticado na última semana.
Exportações
As exportações de milho do Brasil apresentaram receita de US$ 585,968 milhões em novembro até o momento (10 dias úteis), com média diária de US$ 58,596 milhões. A quantidade total de milho exportada pelo país ficou em 2,676 milhões de toneladas, com média de 267,624 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 219,00.
Em relação a novembro de 2024, houve alta de 13,4% no valor médio diário da exportação, ganho de 7,6% na quantidade média diária exportada e valorização de 5,4% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Fonte: Arno Baasch / Safras News
Sustentabilidade23 horas agoConsumidores ampliam interesse de compra e preços do milho seguem firmes no Brasil – MAIS SOJA
Sustentabilidade22 horas agoEntidades comemoram retirada de tarifas pelos EUA e esperam novos avanços nas negociações – MAIS SOJA
Business23 horas agoConfira como a alta do dólar impactou os preços da soja
Business5 horas agoEstratégia simples reduz custos e otimiza adubação em solos de alta fertilidade no Cerrado
Agro Mato Grosso22 horas agoTrabalhador é internado em estado grave após ficar com perna presa em silo de grãos em MT
Agro Mato Grosso8 horas agoGoverno de Mato Grosso aciona STF contra decreto ilegal de Lula I MT
Business9 horas agoPlantio de arroz avança no Sul e chuvas devem manter ritmo no Centro-Norte
Featured22 horas agoVÍDEO: onça-pintada é flagrada correndo na estrada e quase é atropelada em MT













