Business
Abiarroz lança campanha para valorizar o arroz brasileiro

A Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) lançou nesta segunda-feira (27) a campanha “Arroz Combina”. O objetivo é estimular o consumo do cereal, destacar a qualidade nacional e combater informações equivocadas nas redes sociais. A iniciativa inclui site dedicado, parcerias com influenciadores e ações voltadas ao ambiente digital.
Renato Franzner, presidente da Abiarroz, afirma que a campanha visa reforçar a conexão cultural e afetiva da população com o arroz. “Queremos valorizar o grão e a cadeia produtiva, por meio de ações educativas e engajamento nas redes sociais”, explica.
Papel do arroz na alimentação e na economia
O arroz é considerado um alimento essencial para a segurança alimentar do país, presente em todas as regiões e em diferentes momentos da rotina dos brasileiros. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o consumo médio anual do cereal no Brasil chega a 10,5 milhões de toneladas.
Além de integrar receitas tradicionais, o produto sustenta milhares de produtores rurais. O Brasil se destaca como o maior produtor de arroz fora do continente asiático e mantém padrão de qualidade reconhecido internacionalmente, exportando para mais de 100 países.
Versatilidade e campanha de um ano
O slogan “Arroz Combina” enfatiza a versatilidade do grão, seu papel nas refeições diárias e na promoção de uma alimentação equilibrada. A iniciativa também ressalta a importância do arroz na agricultura nacional e seu valor para quem busca energia para atividades físicas.
A campanha tem duração prevista de um ano e é financiada pelo Fundarroz — Fundo de Promoção, Pesquisa, Inovação e Incentivo ao Consumo de Arroz. Lançado no final do ano passado, o fundo apoia ações de promoção do produto brasileiro e recebe patrocínio de diferentes atores do setor orizícola.
Business
Tabelamento de fretes pode causar distorções, alerta Conab

O mercado de fretes agrícolas enfrenta um período de adaptação ao tabelamento de preços da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que entrou em vigor no início de outubro com progressivas medidas de controle e informatização. Transportadores temem distorções competitivas que possam prejudicar caminhões menores e esvaziar rotas menos rentáveis.
Além disso, a robusta safra de verão 2025/26 e o fluxo intenso de exportações devem manter a demanda aquecida nos próximos meses, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Impactos do tabelamento da ANTT
De acordo com o Boletim Logístico de outubro, o mercado tem apresentado “uma certa lateralidade, sem tendência clara de alta ou de queda, registrando movimentos nas duas direções, majoritariamente em caráter moderado”. O ponto de destaque é justamente o tabelamento da ANTT.
“De acordo com representantes do setor, por mais que sejam medidas demandadas e bastante esperadas pelos agentes de mercado, podem eventualmente ocorrer alguns efeitos adversos”, informou a Conab. Entre os problemas apontados estão “a menor competitividade de caminhões menores, com sete eixos ou menos, comparativamente aos caminhões de nove eixos, além de distorções de preços entre rotas”, diz o boletim.
A preocupação é que o tabelamento “poderia esvaziar a oferta de transporte em rotas não tão atrativas e viáveis, ao mesmo tempo em que poderia criar maiores incentivos para certas rotas de maior viabilidade”.
A estatal avaliou que “esse quadro geraria distorções de mercado, além da percepção dos players atuantes, de que isso poderia acarretar ineficiências no mercado como um todo”. “Neste contexto, entende-se que o tabelamento, além de criar incentivos artificiais de mercado e provocar algumas distorções, tende a prejudicar mais caminhões menores, com menor quantidade de eixos”, concluiu a Conab sobre o tema.
Cenário desfavorável, mas com ressalvas
Apesar das ressalvas, a companhia destacou que o setor não deve registrar paralisações. “Mesmo com o descontentamento de parcela dos transportadores, o setor como um todo entende que não haverá manifestações ou paralisações, uma vez que o tabelamento sempre foi uma demanda do setor, ainda que se atribuam algumas deficiências ao seu funcionamento prático”, disse.
O ambiente favorável para o escoamento contribui para a aceitação das novas regras. “É importante também destacar que há muito produto a ser escoado em Mato Grosso, como decorrência das safras recordes de soja e de milho, havendo demanda firme tanto do mercado interno quanto do mercado externo”, afirmou a Conab.
A demanda externa tem sido “impulsionada pelas desavenças comerciais entre Estados Unidos e China, com redirecionamento da demanda chinesa pelo produto brasileiro e mato-grossense”. Segundo a estatal, “os transportadores entendem que este momento é bastante favorável para fazer a frota girar ao mesmo tempo em que é dada vazão à enorme produção colhida em 2025”.
Projeções para a safra 2025/26
A primeira estimativa da safra 2025/26, divulgada pela Conab em outubro, projeta produção total de 354,7 milhões de toneladas de grãos, volume 0,8% superior ao obtido em 2024/25. A área a ser semeada deve crescer 3,3% em relação ao ciclo anterior, chegando a 84,4 milhões de hectares.
Para o milho, a expectativa é de 138,6 milhões de toneladas somadas às três safras do grão. “Apenas na primeira safra do cereal a Companhia prevê um incremento na área semeada em torno de 6,1%, com estimativa de colher 25,6 milhões de toneladas, indicando crescimento de 2,8% se comparada à safra passada”, informou o boletim.
Business
os desafios do CAR Digital 2.0 em MT

Criado em 2012 pelo Código Florestal, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) se tornou uma peça-chave na regularização ambiental das propriedades rurais. Ele reúne informações cruciais, como a identificação do proprietário, a delimitação geográfica do imóvel e a definição de áreas ambientais, incluindo APPs e Reserva Legal. No entanto, desde sua criação, o CAR tem sido alvo de debates e questionamentos, e segue longe de ser um consenso.
O sistema é reconhecido como complexo por produtores e órgãos ambientais. O vice-presidente da Aprosoja Mato Grosso, Luiz Pedro Bier, destaca os desafios. Ele reconhece o esforço do governo do estado e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) na busca por soluções, como o CAR Digital e o CAR Digital 2.0, mas admite que “elas são ideais? Com certeza não”.
Bier aponta que a principal preocupação da entidade é a “insegurança jurídica que a Associação julga que o CAR tem” e a “morosidade na confecção do CAR, a fila é imensa”.
Automação em Busca da Celeridade
No dia 4 de junho deste ano, entrou em operação em Mato Grosso uma nova versão do CAR. A principal novidade do CAR Digital 2.0 é a análise automatizada das informações dos mais de 160 mil cadastros do estado.
A secretária de estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, explica que a automação visa dar escala à análise ambiental. O maior objetivo é entregar ao produtor rural a regularização ambiental pronta, mas a ferramenta também identifica os problemas que precisam ser resolvidos.
“A automação da análise, que é o que nós introduzimos por meio do CAR Digital 2.0, ela visa de fato dar escala à análise ambiental dos cadastros inseridos no estado”, afirma a secretária em entrevista ao programa MT Sustentável.
Ela detalha que a automação aplica a análise ambiental em todo o território e segrega aqueles cadastros com informações suficientes, validando-os em conformidade com o código florestal, daqueles que têm problemas. Nesses casos, a ferramenta identifica “sobreposição entre imóveis rurais e imóveis inseridos sobre áreas protegidas, terras indígenas, unidades de conservação, que são cadastros que necessariamente vão ter que ser validados de forma manual”.

CAR 2.0 na Prática: Divergência de Hidrografia
A mudança trouxe agilidade ao processo, mas tem gerado dúvidas. A Fazenda Estrela do Sul, em General Carneiro, no sudeste de Mato Grosso, é uma propriedade voltada à pecuária de cria e recria e tem um relevo bastante ondulado.
Proprietário do local, o pecuarista Giuseppe Cozzolino busca sempre realizar a limpeza de pasto, procedimento que exige autorização da Secretaria de Meio Ambiente. Ele explica o rigor no manejo: a fazenda sempre entra em contato com um técnico para definir e liberar as áreas.
“A gente tem esse cuidado de passar certinho em cima da linha, porque se você passa fora e fizer uma área que não é permitida, existem algumas punições legais”, diz ao programa do Canal Rural Mato Grosso.
Para liberar esse tipo de limpeza, a fazenda deve cumprir requisitos da Declaração de Limpeza Diária (DLA). A secretária adjunta de gestão ambiental de Mato Grosso, Luciane Bertinatto, explica que a DLA é um sistema ligado à base de uso consolidado ou validada no CAR.
Ela alerta que, no caso da pecuária, se o proprietário ficar sem limpar a propriedade por cinco anos, perde o direito à DLA e terá que fazer um PEF (Projeto de Exploração Florestal). “Por isso é importante os proprietários se atentarem para essa situação, de emitir uma DLA a cada dois anos, três anos, fazer a limpeza da sua área”.
A pecuarista Maria Ester Tiziane Fava, a Téia, proprietária da fazenda junto com o marido Giuseppe, conta que a regularização ambiental na propriedade é levada a sério. Ela mantém uma pasta organizada com todos os documentos.
“Eu gosto da coisa certa, séria, eu acho que eu sou brincalhona, mas eu sou uma brincalhona séria”, define. “Eu acho que já que a lei existe, tem que ser cumprida. Então eu sou bem assim. Então eu sempre procurei fazer o máximo do correto possível. Até para não ser pega de surpresa, é o que eu até comentei com você, eu tenho pavor de multa”, pontua.
A produtora já tem o CAR validado na Estrela do Sul, mas admite que o processo foi complexo. “Uma novela”, resume. O maior problema foram as divergências. “Apresentou algumas hidrografias inexistentes”, relata. Segundo os registros do CAR, a fazenda tinha 121 hidrografias, mas na prática o número real era 34.

A questão dos canais efêmeros
A situação da Estrela do Sul, onde os mapas constatam um curso d’água que na prática não existe, levanta o debate sobre as inconsistências entre o que se observa no campo e os registros digitais.
A secretária adjunta Luciane Bertinatto explica que os registros são feitos por pessoas que trabalham com imagens de satélite. “Muitas vezes essas imagens não reportam exatamente o que tem no imóvel”, explica. No entanto, ela esclarece que a informação do banco de dados não é soberana, mas sim “bases de referência”.
“Quem conhece a propriedade é o produtor rural e o responsável técnico”, reforça. Nesses casos, o produtor ou responsável deve fazer um laudo, seguindo um termo de referência, e apresentá-lo à Sema, que confrontará as informações.
A secretária Mauren Lazzaretti ressalta a evolução da legislação, citando os canais efêmeros. “Os mapas que nós temos referenciais antigos, anteriores ao código florestal, consideravam canais efêmeros como cursos d’água e geravam área de preservação permanente. Pode haver uma divergência, uma eventual hidrografia validada pelo órgão pode ser defendida como um canal efêmero”.
Luciane Bertinatto aponta que o problema da divergência de hidrografia é mais comum em áreas de pecuária, onde a vegetação e a declividade do solo podem confundir nas imagens.
Nos 34 pontos de hidrografia da Fazenda Estrela do Sul, três precisavam de recomposição da mata ciliar. Téia conta à reportagem do Canal Rural Mato Grosso que já havia uma cerca na nascente, mas foi refeita para se adequar ao CAR. “Com o advento do nosso CAR, nós aprendemos que deveria estar a 50 metros, então a cerca foi refeita”, explica a pecuarista, que pretende plantar mudas nativas em breve para ajudar a natureza. No total, a fazenda deverá recuperar sete hectares de mata ciliar.

Vigilância Contra o Fogo
A pecuarista comemora a regularização do cadastro, mas revela uma preocupação na seca: o fogo. “Eu estou em frente à área indígena. Então, nós temos a maior preocupação aqui com o fogo”, diz Téia. A proximidade com a área de mata e as penalidades por incêndios causam grande insegurança. “A gente fica pisando em ovos”, lamenta.
O pecuarista Giuseppe Cozzolino detalha o esquema de prevenção existente no local. O tanque fica sempre cheio, a equipe é treinada e os abafadores estão à vista, conforme ele. “Aconteceu qualquer coisa, o pessoal já é instruído para correr. Só que não aqui. No vizinho. A gente combate no vizinho. E eu tenho contato com todos os vizinhos, acontece qualquer coisa eu ligo para todo mundo, chamo para vir junto”.
A vigilância, frisa ele, é total. “Vigilância 24 horas por dia. Inclusive quando eu não estou na fazenda a gente tem câmera, eu sempre acesso a câmera, dou uma olhada que você consegue ver se tem fumaça ou não, né? É direto. Isso aí não dá para você aliviar, você tem que estar em cima”, enfatiza.
A Fazenda Estrela do Sul mostra que a regularização ambiental é uma ferramenta de gestão, organizando informações e dando mais segurança ao trabalho no campo.
A secretária Mauren Lazzaretti ressalta a importância do cadastro para todo o setor: “Toda a área rural que exerça uma atividade rural. Ela precisa ter o cadastro ambiental rural, as áreas de preservação permanente e reserva legal definidas, independente do tamanho de um sítio de dois, três hectares a um grande imóvel”.
A automação, conclui Mauren, concentra o esforço nos pontos de divergência. “O que reduz o tempo de análise, torna mais célere a validação e a conclusão daquele cadastro ambiental rural, que é o objetivo de todos, é o objetivo do produtor rural, é o objetivo do órgão ambiental e é também dos órgãos de controle”.
+Confira mais notícias do programa MT Sustentável – Especial CAR Digital 2.0
Clique aqui, entre em nosso canal no WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba notícias em tempo real.
Business
Consultoria revisa estimativa para produção brasileira de algodão

A consultoria StoneX estima que o Brasil deve produzir 3,73 milhões de toneladas de algodão na safra 2025/26. O cenário é de oferta elevada e demanda doméstica firme, sustentado por custos menores de insumos e maior competitividade das indústrias têxteis nacionais.
A projeção foi atualizada em outubro e traz revisão positiva para a área plantada no país. Mesmo com a leve redução em Mato Grosso, principal estado produtor, o desempenho nacional tende a se manter elevado.
Mato Grosso reduz área; Bahia deve manter o plantio
Segundo o levantamento, Mato Grosso deve diminuir a área cultivada em cerca de 90 mil hectares, queda próxima de 6% em relação ao ciclo anterior. Já na Bahia, a expectativa é de estabilidade, com manutenção da área semelhante à da última temporada.
Apesar do ajuste regional, a consultoria aponta consumo interno em recuperação, impulsionado pelo custo mais baixo das matérias-primas e pela melhora na competitividade da indústria nacional.
“A combinação entre preços menores e um ambiente mais favorável à indústria deve manter as fiações ativas no mercado interno”, explica Raphael Bulascoschi, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
Revisão positiva para a safra 2024/25
A StoneX também revisou para cima os números da safra anterior. A produção de 2024/25, já colhida, foi ajustada para 4,15 milhões de toneladas, alta de 150 mil toneladas frente à estimativa divulgada em setembro.
De acordo com Bulascoschi, o aumento reflete rendimentos acima do esperado em estados como Bahia e Mato Grosso, além de correções em regiões de menor peso na produção nacional.
A consultoria manteve a projeção de 3 milhões de toneladas em exportações tanto para 2024/25 quanto para 2025/26, indicando continuidade do ritmo firme de embarques no curto prazo.
Business7 horas agoAvanço sob pressão: chuva irregular ameaça soja e janela do milho em Mato Grosso
Business7 horas agoCáceres inaugura ZPE e encerra espera de mais de 30 anos por polo de exportação
Agro Mato Grosso3 horas agoConheça a jornada da soja do campo de Mato Grosso até o Porto de Santos
Sustentabilidade7 horas agoPlantio de soja se estende e irregularidade das chuvas preocupa produtores em todo o Mato Grosso – MAIS SOJA
Business24 horas agoBSCA destaca diálogo entre Brasil e EUA sobre tarifas do café especial
Sustentabilidade5 horas agoMercado interno de soja deve iniciar semana em ritmo lento com dólar e Chicago contrários – MAIS SOJA
Sustentabilidade1 hora agoPlantio da safra de verão 2025/26 de milho no Centro-Sul do Brasil atinge 61,8%, indica Safras – MAIS SOJA
Business4 horas agoMais de 40 municípios de Mato Grosso são beneficiados com entrega máquinas do Promaq















