Sustentabilidade
Percevejos em soja: posicionamento de inseticidas e momento de aplicação aumentam eficácia do controle – MAIS SOJA

É consenso que os percevejos são pragas que causam danos expressivos na cultura da soja. Os danos variam de acordo com a espécie, densidade populacional da praga e período em que acometem a soja. Durante o período vegetativo da cultura, os danos causados pelos percevejos não são considerados significativos, entretanto, durante a fase reprodutiva da cultura, os percevejos podem causar danos quantitativos e qualitativos, reduzindo não só a produtividade da lavoura, como também a qualidade das sementes produzidas.
Figura 1. Sementes de soja com danos causados por picada de percevejo: à esquerda, sementes secas com danos típicos mostrando manchas de Nematospora coryli; à direita, sementes com danos de percevejo coloridas pelo sal de tetrazólio.
A fase mais sensível da soja ao ataque dos percevejos vai de R4 (vagem completamente desenvolvida) a R6 (Grão cheio ou completo em um dos quatro nós superiores na haste principal). Esse período é portanto considerado crítico para o controle dos percevejos, e devem ser levando em consideração para o posicionamento de práticas de manejo.
Figura 2. Período crítico da ocorrência de percevejos em soja.
Das estratégias de manejo disponíveis para o controle dos percevejos em soja, o controle químico com inseticidas é o método mais utilizado em escala comercial. O nível de ação para o controle químico dos percevejos em soja varia em função da finalidade do cultivo.
Para lavouras destinadas a produção de grãos, recomendações que o controle químico seja realizado quando observados 2 percevejos/m, já para lavouras destinadas a produção de sementes, o nível de ação é de 1 percevejo/m durante o período da formação de vagens ao enchimento de grãos (Roggia et al., 2020).
Dentre as principais espécies de interesse econômico, destacam-se percevejo-marrom (Euschistus heros), o percevejo-verde (Nezara viridula) e o percevejo-verde-pequeno (Piezodorus guildinii). Ainda que vários inseticidas apresentem registro e possam ser utilizados para o controle dos percevejos em soja, posicionar inseticidas de maior performance e eficiência no controle dos percevejos é crucial para a eficácia no controle.
Conforme observado por Moreira et al. (2024), populações do percevejo-marrom apresentaram alta mortalidade e variação geográfica e interespecífica relativamente baixa na suscetibilidade às doses de campo de acefato, etiprole, bifentrina, acetamiprido + bifentrina e imidacloprido + bifentrina.
Figura 3. Variação geográfica na suscetibilidade de populações de Euschistus heros de diferentes regiões do Rio Grande do Sul à dose de campo de inseticidas selecionados em bioensaios dip-test. Barras (± desvio padrão) com letras diferentes diferem significativamente.

Além de definir os ativos de maior performance no controle dos percevejos, estratégias como o ajuste do horário de pulverização podem contribuir para o aumento da eficácia no controle dessas pragas. Conforme destacado pelo IRAC-BR, independentemente do produto utilizado, melhores resultados de controle do percevejo-marrom tem sido observados quando as aplicações dos inseticidas são realizadas durante o início da manhã (sem estresse).
Figura 4. Controle de Euschistus heros ( % de eficácia). Aplicações em diferentes horários. São Martinho/PR.

Contudo, vale destacar que apesar da recomendação de aplicar inseticidas pela manhã para o controle de percevejos em soja, o fator decisivo é a condição ambiental, evitando aplicações sob estresse. Ainda assim, a manhã tem se mostrado o período mais eficiente e indicado para esse manejo.
Veja mais: Veja como melhorar a pulverização de inseticidas para controle da cigarrinha-do-milho
Referências:
IRAC. MANEJO DA RESISTÊNICA DO PERCEVEJO-MARROM A INSETICIDAS. Comitê de Ação à Resistência a Inseticidas Brasil. Disponível em: < https://www.irac-br.org/_files/ugd/6c1e70_23289b96aa09446f8e8a4091352aecaf.pdf >, acesso em: 30/09/2025.
MOREIRA, R. P. et al. GEOGRAPHIC AND INTERSPECIFIC VARIATION IN SUSCEPTIBILITY OF Euschistus heros AND Diceraeus furcatus (Hemiptera: Pentatomidae) TO SELECTED INSECTICIDES IN SOUTHERN BRAZIL. Crop Protection, 2024. Disponível em: < https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S026121942400053X >, acesso em: 30/09/2025.
ROGGIA, S. et al. MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS. Embrapa, Sistemas de Produção, n. 17, Tecnologias de Produção de Soja, 2020. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1123928/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 30/09/2025.
Sustentabilidade
Anec eleva projeção de exportações de soja brasileira em outubro

As exportações brasileiras de soja em grão devem alcançar 7,305 milhões de toneladas em outubro, segundo levantamento semanal da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
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Segundo informações divulgadas pela Safras & Mercado, no mesmo período do ano passado, o volume embarcado foi de 4,435 milhões de toneladas, enquanto em setembro deste ano as exportações somaram 6,973 milhões de toneladas.
Na semana encerrada em 11 de outubro, o Brasil embarcou 1,538 milhão de toneladas, e a previsão para o período de 12 a 18 de outubro é de 2,153 milhões de toneladas.
Farelo de soja
Para o farelo de soja, a expectativa de exportação em outubro é de 2,056 milhões de toneladas, abaixo dos 2,455 milhões de toneladas registrados no mesmo mês de 2024. Em setembro, os embarques somaram 1,962 milhão de toneladas.
Na última semana, as exportações de farelo foram de 266,768 mil toneladas, com previsão de 672,337 mil toneladas para a semana atual.
Sustentabilidade
Milho impulsiona exportações de Mato Grosso do Sul em setembro – MAIS SOJA

As exportações de milho de Mato Grosso do Sul registraram um salto expressivo em setembro de 2025, com aumento de 1.851% no volume exportado em relação ao mesmo mês do ano anterior. O Estado embarcou 371,7 mil toneladas, gerando uma receita de US$ 74 milhões de dólares, valor 1.934% superior ao de setembro de 2024, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), compilados pela Aprosoja/MS.
Para o analista de Economia da Aprosoja/MS, Mateus Fernandes, os fatores mercadológicos têm feito o volume de exportação aumentar. “O preço do grão no mercado internacional está melhor que os preços internos e nesse momento as empresas processadoras instaladas no estado já fizeram seus estoques do grão, o que torna o mercado externo uma opção mais vantajosa”.
O principal destino do milho sul-mato-grossense foi o Irã (32%), seguido por Iraque (16%), Bangladesh (10%), Arábia Saudita (10%) e Vietnã (10%). Apesar do bom desempenho anual, em relação a agosto de 2025 houve retração de 16%, o equivalente a 71,7 mil toneladas a menos.
Já as exportações de soja do Estado recuaram 34% na comparação anual, totalizando 189,9 mil toneladas e US$ 80,1 milhões em faturamento. Na comparação com agosto, a queda foi ainda mais acentuada, de 45%. A China segue como principal destino, respondendo por 96% das exportações de soja sul-mato-grossense, seguida de Tailândia e Argentina, com 2% cada.
“A soja apresentou uma comercialização mais acelerada, comparando com as duas safras anteriores,o que explica de certa forma uma desaceleração no volume exportado. Outro fator importante foram os preços melhores que nas safras anteriores que contribuíram para que o grão fosse vendido com mais rapidez. Além disso, com a safra recorde de milho, a capacidade de armazenamento fica comprometida, fazendo com que os produtores vendam mais rapidamente a soja para poder ganhar espaço de armazenagem”.
No cenário nacional, o Brasil exportou em setembro 7,3 milhões de toneladas de soja, crescimento de 20% frente a setembro de 2024, e 7,5 milhões de toneladas de milho, alta de 18%. A China manteve-se como principal compradora de soja brasileira, responsável por 92% do volume total exportado.
O Boletim de Exportação é elaborado pela Aprosoja/MS, com base em dados oficiais da SECEX, e pode ser conferido clicando aqui.
Fonte: Crislaine Oliveira – Aprosoja MS
Autor:Crislaine Oliveira/Aprosoja MS
Site: Aprosoja MS
Sustentabilidade
Melhoramento Genético de grãos transforma ciência em produtividade para o milho no Brasil – MAIS SOJA

A produção brasileira de grãos deve alcançar a marca histórica de 333,3 milhões de toneladas em 2025, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do IBGE. O crescimento de 13,9% em relação a 2024 é puxado, principalmente, pelo avanço do milho, que se destaca tanto em volume quanto em produtividade, especialmente na segunda safra. O cereal ocupa papel central na produção agrícola nacional e no abastecimento global, com impacto direto sobre a economia e a segurança alimentar. Nesse cenário, o investimento em genética tem se mostrado decisivo para garantir estabilidade, eficiência e produtividade nas lavouras de milho.
Por trás de cada grão colhido existe uma trajetória silenciosa, que conecta ciência de ponta, decisões estratégicas e anos de trabalho contínuo. Até que um novo híbrido de milho chegue às mãos do agricultor, ele percorre um caminho que começa nos laboratórios de pesquisa genética e passa por testes rigorosos, cruzamentos precisos e o uso das mais modernas tecnologias de melhoramento e de avaliação no campo.
“A base de tudo está no DNA da planta e na interação do genótipo com o ambiente. Pesquisadores analisam o genoma do milho em busca de características como produtividade, resistência a doenças, tolerância à seca e ao calor. Com um dos bancos genéticos mais robustos do setor, nós exploramos a diversidade presente em milhares de linhagens para desenvolver híbridos superiores, adaptados às mais diversas condições do campo brasileiro”, explica Cristian Rafael Brzezinski, Global Corn Research Manager da GDM, empresa líder global no melhoramento genético de sementes.
A partir desse material genético, os melhoristas da GDM entram em ação. Cruzam linhagens com características complementares, como por exemplo a tolerância o enfezamento do milho, e melhores componentes de produção como peso de grãos, número de grãos, dentre outros. E acompanham a performance das novas gerações em diferentes solos, climas e regiões do país buscando mais adaptação e estabilidade produtiva. São anos de avaliações conduzidas em uma rede de estações experimentais e campos de ensaio, até que se chegue a um híbrido produtivo, estável, e muito confiável.
Com o avanço da biotecnologia, novas camadas se somam a esse processo. As entidades de melhoramento genético integram eventos transgênicos aprovados, como o gene Bt, que confere tolerância a pragas, sempre seguindo os mais rigorosos padrões de segurança ambiental e alimentar. Essa integração é viabilizada por parcerias estratégicas com instituições e empresas que compartilham o compromisso com a inovação responsável.
Existe também a edição gênica com técnicas como o CRISPR-Cas9. Essa tecnologia permite modificar genes da própria planta com precisão cirúrgica, acelerando o desenvolvimento de híbridos mais tolerantes ainda, as principais doenças, sem necessidade de inserção de DNA externo. Além de oferecer soluções mais rápidas, essa abordagem abre caminhos regulatórios mais flexíveis em diversos mercados, por não ser considerada transgênica.
“Antes de chegar ao mercado, cada novo híbrido desenvolvido pela GDM passa por grande rede de testes em condições de manejo semelhantes ao dos agricultores e ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU), exigidos pelo Ministério da Agricultura, que atestam produtividade, sanidade e estabilidade em todas as regiões edafoclimáticas recomendadas. Somente após essa validação científica e regulatória é que a produção comercial começa garantindo ao agricultor uma semente de alta performance, pronta para entregar resultado”, conta Andre Gradowski de Figueiredo, Development Corn Manager da GDM.
Para o produtor, todo esse processo pode parecer invisível. Mas ele está presente em cada detalhe da lavoura: na previsibilidade da colheita, na resistência da planta às adversidades climáticas, na segurança de investir em uma genética que responde com desempenho.
Ao unir ciência e campo, alta tecnologia e sensibilidade agronômica, o melhoramento genético reforça seu papel como ponte entre a pesquisa de excelência e os desafios reais do agricultor brasileiro. O objetivo é produzir mais com menos, de forma sustentável e eficiente para apoiar alimentar o país, gerar empregos e apoiar a economia nacional.
Sobre a GDM
GDM é um grupo global que pesquisa, desenvolve e comercializa produtos com propriedade intelectual em genética de plantas de cultivos extensivos. A companhia está na vanguarda somando tecnologias e talentos, fomentando a inovação, associatividade e o desenvolvimento de novos negócios que impactam o core e a cadeia de valor agroindustrial. Está presente no Brasil há 20 anos e na Argentina desde 1982. Opera em 15 países com 3.400 colaboradores.
Mais informações: www.gdmseeds.com
Fonte: Assessoria de Imprensa GDM
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