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Agro Mato Grosso

Veja a história inspiradora de Nelson no cultivo do milho

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No interior de Pernambuco, em Goiana, a trajetória de Nelson Coelho virou símbolo de transformação. Hoje conhecido como o “rei do milho verde”, ele relembra com orgulho o caminho percorrido até aqui. Por muitos anos, dividiu o trabalho entre a usina e a roça. Durante seis meses, era operador de máquinas em uma usina de cana-de-açúcar; nos outros seis, voltava à lavoura para plantar o que chamava de “lavoura de subsistência”.

“Plantava macaxeira, batata, milho verde. Mas não tinha tecnologia, não sabia como produzir. Achava que sabia, mas não sabia”, recorda o produtor ao Especial Mais Milho, que integra o projeto Mais Milho do Canal Rural Mato Grosso.

Foi ao procurar ajuda para gradear a terra que ouviu falar sobre um projeto que prometia incentivar a produção de milho na região. A princípio, achou que fosse conversa. “Na hora, pensei: conversa fiada. Mas fui assim mesmo”, conta rindo, pois achava que eram coisas que existiam apenas em regiões como o centro-oeste e sudeste.

No encontro, conheceu um agrônomo do projeto do Prospera — uma iniciativa que une a Corteva Agriscience, a Massey Ferguson e a Abramilho. O projeto leva assistência técnica, capacitação e acompanhamento direto aos pequenos produtores do Nordeste, oferecendo condições para que possam plantar milho com mais produtividade e renda.

Do plantio na enxada à plantadeira

Antes do Prospera, o plantio era feito manualmente, com a enxada. Nelson relata à reportagem do Canal Rural Mato Grosso que abria os buracos com distância de um metro, colocava quatro grãos e cobria a terra. Tudo, segundo ele, misturado entre as linhas da roça: milho, macaxeira, feijão e até inhame.

“Fazia uma salada bem bonita de tudo. Mas nenhum dava bom. Para a gente dava, porque era o que tínhamos na época. Só que não tinha como lucrar”, relembra. As sementes de milho vinham de espigas guardadas de um ano para o outro, sem adubação nem controle. “O que nascesse, estava bom”.

Mesmo desconfiado, ele aceitou participar da proposta de plantio do Prospera. A chegada da plantadeira foi um divisor de águas. Nelson admite que, no começo, ele e os colegas duvidaram que daria certo. Mas a surpresa veio rápido: o milho nasceu parelho, sem falhas e com vigor. “Não falhou uma touceira. Eu disse: ‘Mas rapaz, um negócio aqui… negócio aqui é outro’”, lembra, ainda impressionado com o resultado.

Crescimento e investimentos

A partir dali, a mudança foi nítida. O que antes era uma roça pequena, de três hectares, cresceu rapidamente. No primeiro plantio com o apoio do Prospera, Nelson chegou à colher 85 sacas por hectare, resultado direto das orientações técnicas e do novo modo de plantar. “Antes colhia 10, 12, no máximo 15 sacas”, conta. Com o tempo, aprimorou o manejo e hoje alcança até 100 sacas por hectare, consolidando a produção e ampliando a área cultivada — que saltou para 60 hectares e deve chegar a 100 hectares.

O aumento na renda permitiu investir em máquinas próprias. O trator foi adquirido por meio de financiamento via Pronaf. Os demais equipamentos, como grade e plantadeira, bem como os insumos para o plantio, com recursos próprios. “O primeiro plantio começou a se pagar e, com o lucro, fui aumentando”, resume.

De trabalhador rural a referência a história inspiradora de Nelson no milho Foto Israel Baumann Canal Rural Mato Grosso1
Foto: Israel Baumann/Canal Rural Mato Grosso

Colheita de resultados e nova economia local

A nova rotina também impulsionou o comércio local. Parte do milho é vendido verde, abastecendo vendedores de espigas em feiras e praias da região. “Aqui na nossa região é um comércio que ninguém supre, é um comércio muito grande de milho verde. A gente acaba vendendo quase tudo verde para o pessoal que assa e cozinha para o pessoal [que está nas praias], e todo mundo ganha”, explica.

Nelson salienta que segue em contato com os técnicos do Prospera, tirando dúvidas e trocando experiências sobre o manejo. Aprendeu a medir espaçamento, regular a plantadeira e calcular a densidade de plantio. “Hoje sei quanto vai cair por hectare. A gente aprendeu a fazer certo”, afirma.

E a transformação ultrapassou os limites da sua propriedade. O produtor agora incentiva vizinhos e amigos e compartilha o que aprendeu.

Sonhos e legado

Satisfeito com o próprio progresso, o produtor pernambucano revela que deseja ver mais gente prosperando. “O meu patamar de vida está bom. Eu não tenho o que reclamar. Estou trabalhando, lucrando bem, produzindo bem. O meu sonho é que entre mais gente no negócio, para que a gente supra a necessidade do comércio”.

E é com a simplicidade de quem aprendeu na prática que ele resume a nova fase: “A roça dá. Hoje eu gasto uns 25 centavos para produzir uma espiga e vendo por R$ 1. Aí a pessoa dizer que não ganha dinheiro, ela tem que estar errada. Ela trabalhando ela está obrigada a ganhar dinheiro, porque a rentabilidade é muito boa”.


 

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Sema realiza operação de combate à extração ilegal de minérios e aplica cerca de R$ 300 mil em multas

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Ação da Operação Amazônia identificou danos em áreas de preservação permanente em cinco municípios

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), por meio da Coordenadoria de Fiscalização de Empreendimentos, em parceria com o Batalhão de Operações Especiais (Bope), deflagrou uma operação de combate à extração mineral ilegal nos municípios de Terra Nova do Norte, Peixoto de Azevedo, Novo Mundo, Carlinda e Apiacás. As penalidades aplicadas somam cerca de R$ 300 mil em multas.

Realizada entre os dias 14 e 17 de outubro, a ação integrou uma etapa da Operação Amazônia e foi focada no atendimento a denúncias formalizadas junto à Ouvidoria Setorial da Sema.

As equipes fiscalizaram empreendimentos, tanto os que atuavam sem licença ambiental quanto os licenciados que operavam em desacordo com a legislação vigente.

Ao todo, foram apreendidos e inutilizados 24 equipamentos, sendo 13 motores, 10 bombas d’água e uma bica de aço. Foram aplicados sete termos de embargo, oito autos de infração, quatro termos de apreensão e quatro de inutilização.

Além da ausência de licenciamento ambiental, os fiscais constataram danos graves em Áreas de Preservação Permanente (APP) e intensa degradação dos recursos hídricos nas áreas fiscalizadas. A área embargada ainda está sendo calculada.

A Operação Amazônia, que integra órgãos estaduais e federais, sob a coordenação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), tem como instrumentos o monitoramento em tempo real por satélite de todo o território de Mato Grosso, fiscalização contínua no local onde é identificado o crime ambiental, embargo de áreas, apreensão e remoção de máquinas flagradas em uso para o crime e a responsabilização de infratores.

Denúncia

Crimes ambientais devem ser denunciados à Ouvidoria Setorial da Secretaria de Estado de Meio Ambiente pelo número 3613-7398 e 98153-0255 (por telefone ou WhatsApp), pelo email [email protected], pelo aplicativo MT Cidadão, pelo Fale Cidadão da CGE ou em uma das regionais da Sema.

Quem se deparar com um crime ambiental também pode denunciar à Polícia Militar, pelo 190.

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MT é o estado com maior número de registros de violência no campo, aponta CPT

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Ferrovia mais próxima do produtor pode revolucionar escoamento da soja em MT

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Um projeto de 130 km de ferrovia, em construção pela Rumo, deve aproximar os trilhos das áreas de produção e reduzir em até seis vezes a distância entre a lavoura e os terminais de carga.

Segundo o diretor de terminais da Rumo, João Marcelo Alves da Silva, o objetivo é garantir uma solução porta a porta, conectando diretamente o campo ao Porto de Santos, principal ponto de escoamento da soja brasileira.

“Hoje temos origens que chegam a 600 km de distância de Rondonópolis. Com a nova ferrovia, essa média pode cair para 50 a 100 km”, explicou.

De acordo com o diretor e despachante aduaneiro, Michel Quirino, a mudança deve impactar diretamente a produtividade e os custos logísticos. Atualmente, grande parte da carga ainda depende do transporte rodoviário, que enfrenta gargalos históricos.

“Em 1970, exportávamos um volume muito menor de soja. Hoje, em 2025, temos as mesmas estradas para um fluxo infinitamente maior”, disse.

No Porto de Santos, onde a carga chega para ser embarcada, a operação exige precisão. A Ferrovia Interna do Porto de Santos (FIPS) é responsável por encaminhar os trens aos terminais.

Em entrevista à TV Centro América, o diretor de operações da FIPS, Edson Citelli, informou que uma composição modelo chega com 135 vagões e traz cerca de 11 mil toneladas de soja. Mas para carregar um navio com 70 mil toneladas, são necessários de seis a sete trens.

Ainda segundo Citelli, o número de vagões movimentados por hora passou de 90 para 108, por causa das melhorias nos processos.

“Ganhar produtividade sem construir novos terminais é possível, mas para os próximos cinco anos, será necessário ampliar a estrutura para acompanhar o crescimento da produção”, afirmou.

Em 2024, o Porto de Santos escoou 28 milhões de toneladas de soja, sendo quase 25 milhões provenientes de Mato Grosso e a China foi o principal destino da safra.

Segundo os especialistas, a expectativa é que, com a nova ferrovia, o percentual de distribuição ferroviária aumente, reduzindo a dependência do transporte rodoviário e garantindo mais agilidade e competitividade ao agronegócio mato-grossense.

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