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Polinização pode aumentar PIB do agro paulista em mais de R$ 4 bilhões, aponta estudo

Um estudo que integra o projeto Biota Síntese quantifica o impacto econômico da polinização na agricultura de São Paulo e mostra que a conservação da vegetação pode elevar o Produto Interno Bruto (PIB) do agro do estado em mais de R$ 4 bi.
Para o estudo, foram utilizadas utilizaram imagens de satélite e análise pixel a pixel para mapear áreas agrícolas e fragmentos de vegetação nativa, identificando oportunidades de ampliar a polinização.
Segundo especialista ambiental da Semil e vice-diretor do Biota Síntese, Rafael Chaves, foram avaliadas áreas agrícolas com demanda por polinização e áreas de vegetação nativa, que oferecem polinizadores, com o objetivo de entender o fluxo desses insetos na região.
O estudo permitiu verificar como a restauração ecológica ao redor das lavouras poderia aumentar esse fluxo, sem a necessidade de expandir a área plantada.
“Se a vegetação é restaurada, naturalmente, os polinizadores, como as abelhas, se deslocarão até a paisagem. Quanto mais diversidade de vegetação, maior será o fluxo e a diversidade desses insetos”, conta o especialista.
Crescimento do PIB paulista
De acordo com a pesquisa apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a restauração de vegetação nativa em áreas agrícolas poderia acrescentar até R$ 4,2 bilhões por ano ao PIB paulista.
A presença de matas, cerrados e campos no entorno dos cultivos aumenta a abundância e a diversidade de polinizadores, especialmente abelhas, elevando não só a quantidade, mas também o tamanho e a qualidade de frutos e grãos.
Homogeneização das paisagens
O estudo também aponta desafios associados à homogeneização das paisagens agrícolas, sobretudo em regiões críticas; porém, esses limites podem ser mitigados com a restauração de ecossistemas e a adoção de práticas amigáveis aos polinizadores, ampliando a polinização e os serviços ecossistêmicos.
“Em lavouras de soja, laranja e café, os ganhos seriam de R$1,4 bilhão, R$1 bilhão e R$ 660 milhões anuais, respectivamente. Outros cultivos permanentes (como goiaba, abacate e manga) poderiam somar mais R$280 milhões, enquanto temporários (como tomate, amendoim e feijão) responderiam por um acréscimo de R$820 milhões”, afirma Chaves.
Para o doutor em Ecologia, Eduardo Moreira, outro desafio é definir quais são as áreas que combinam o maior retorno com o menor custo de oportunidade, o que fará com que os produtores rurais entendam o valor da conservação e da polinização.
“É preciso definir dentre as diversas possibilidades, quais são os melhores métodos em cada situação e em cada área. Mas primeiro é necessário que quem está no campo tenha consciência do problema, da falta de diversidade de vegetação e de polinizadores, para que possamos verificar o que pode ser feito e como ajudá-lo”, relata.
Mapa detalhado
A publicação vencedora do prêmio apresenta mapas detalhados do estado de São Paulo, acompanhados de indicadores sobre o potencial de provisão de ganhos com a conservação de vegetação nativa e a dependência da polinização por cultura.
Além disso, oferece recomendações valiosas para gestores públicos e agricultores, com o objetivo de alinhar produção e conservação. A obra orienta a implementação de políticas e ações locais baseadas em evidências, promovendo uma gestão mais eficiente e sustentável do território.
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Feijões da Amazônia têm até 27% de proteína e podem ganhar selo de origem

Um estudo inédito realizado no Vale do Juruá, no Acre, revelou que os feijões-caupi costela-de-vaca e manteiguinha branco possuem teores de proteína de até 27%, bem acima da média mundial e dos 20% registrados em variedades de outras regiões do Brasil. A descoberta integra a tese de doutorado “Qualidade nutricional e armazenamento de feijões do Juruá no Acre”, desenvolvida pela professora do Instituto Federal do Acre (Ifac), Guiomar Almeida Sousa, sob orientação do pesquisador da Embrapa Acre, Amauri Siviero.
As análises foram realizadas no laboratório de Bromatologia da Embrapa Acre e mostraram que as duas variedades com maior índice proteico são cultivadas por agricultores familiares que ainda utilizam sistemas agrícolas tradicionais. A maioria das plantações ocorre nas praias dos rios da região durante o período seco.
Riqueza nutricional e benefícios à saúde
Além do alto teor de proteína, o estudo também mediu a presença de antocianinas, substâncias antioxidantes naturais que ajudam a combater o envelhecimento celular e a prevenir doenças como câncer, Alzheimer e problemas cardíacos.
Os feijões preto de arranque e preto de praia apresentaram índices dessas substências que variam de 420 a 962 microgramas por grama, valores superiores aos encontrados em variedades brancas e coloridas.
Segundo a professora Guiomar Sousa, as diferenças na composição nutricional entre as espécies estão ligadas à diversidade de ambientes e manejos da agricultura local. “Essas variedades possuem pouco ou nenhum estudo, o que mostra que ainda temos muito a aprender sobre elas”, afirma.
Conservação e potencial econômico
Outro resultado importante da pesquisa é a boa conservação dos grãos, que mantiveram seus valores nutricionais após 12 meses de armazenamento.
Para o pesquisador Amauri Siviero, esse desempenho reflete o manejo cuidadoso das sementes por agricultores familiares, indígenas e quilombolas. “Essas sementes foram adaptadas ao longo dos anos às condições locais e ao manejo das populações tradicionais”, afirma.
Durante três anos, foram analisadas 14 variedades de feijões cultivadas nos rios Juruá, Breu, Tejo e Amônia, em Marechal Thaumaturgo, município que concentra a maior diversidade de feijões do Acre. O levantamento resultou em um mapa da distribuição das variedades crioulas do estado, confirmando a relevância da região para a conservação da agrobiodiversidade.
Segundo Siviero, o Vale do Juruá pode ser considerado um dos principais centros de conservação on farm de feijões do mundo. “Enquanto o feijão-comum é cultivado em terra firme, o feijão-caupi cresce em várzeas e pequenos roçados, em áreas de até um hectare”, detalha.

Caminho para a valorização
O reconhecimento do valor nutricional e genético dos feijões do Juruá abre espaço para novos mercados e políticas públicas.
Em setembro, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) lançou o Selo Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil, que poderá ser solicitado por associações e cooperativas locais.
Para o professor Eduardo Pacca, da Universidade Federal do Acre (Ufac), as variedades da região têm potencial para obter Indicação Geográfica (IG) e certificação orgânica, como já ocorre com a farinha de mandioca do Acre.
Patrimônio agrícola e cultural
Os feijões do Juruá integram também o projeto “Registro dos Sistemas Agrícolas Tradicionais do Alto Juruá (RSAT Alto Juruá)”, coordenado pela Embrapa e parceiros como a Ufac e o Ifac.
A iniciativa tem documentado o conhecimento ancestral das comunidades ribeirinhas e suas estratégias sustentáveis de cultivo. Em agosto de 2025, a equipe percorreu 190 quilômetros pelo rio Juruá, registrando práticas agrícolas em sete municípios do Acre e do Amazonas.
De acordo com Siviero, “os feijões do Vale do Juruá se perpetuam como herança entre gerações e como práticas de conservação da agrobiodiversidade”. Ele destaca que essas tradições envolvem também cultivos de mandioca, milho, banana e tubérculos, além de festas culturais como a farinhada e o festival do feijão e milho.
Sustentabilidade e reconhecimento internacional
A pesquisadora Elisa Wandelli, da Embrapa Amazônia Ocidental, reforça que a agricultura dos ribeirinhos do Juruá é exemplo de sustentabilidade. “Vimos uma população sábia, que mostra que é possível produzir alimentos e cuidar da natureza ao mesmo tempo”, afirma.
Essas práticas estarão em destaque na COP30, em Belém (PA), onde os sistemas agrícolas tradicionais serão apresentados na AgriZone, espaço da Embrapa dedicado à inovação e inclusão.
“Nossa presença na COP 30 reforça a importância de proteger esses sistemas e valorizar as comunidades que preservam a biodiversidade do Brasil”, conclui Siviero.
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MP denuncia empresário por 120 golpes e fraude de mais de R$ 20 milhões

O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou na última sexta-feira (10) Celso Antônio Fruet, um empresário de 72 anos do ramo de cereais, que aplicou golpes contra pelo menos 120 produtores rurais e lucrou ilicitamente R$ 20,3 milhões no município de Campo Bonito, no oeste do estrado.
O golpista era proprietário de uma empresa cerealista. Mesmo após vender o seu negócio para uma cooperativa da região, continuou negociando grãos com diversos agricultores, adquirindo e recebendo mercadorias sem realizar os pagamentos.
Segundo a promotora de Justiça Ana Carolina Lacerda Schneider, a venda de sua empresa gerou lucro de mais de R$ 40 milhões. O MP está em processo de verificação sobre a destinação do dinheiro.
De acordo com investigação, o denunciado possuía o negócio há cerca de 30 anos na região e atuava armazenando sacas de soja e trigo de agricultores nos silos de sua propriedade.
Consequências para vítimas e golpista
As vítimas receberam a notificação da fraude no dia 21 de julho deste ano quando, ao se deslocaram até o estabelecimento comercial de Fruet, descobriram o local vendido e as atividades encerradas.
Conforme denúncia, a Promotoria de Justiça acredita que ele se aproveitava da relação de confiança que criou com diversos produtores rurais para aplicar os golpes.
Além disso, as investigações também apontaram que ele teria praticado crimes semelhantes em anos anteriores nos municípios paranaenses de Capanema e Catanduvas, sendo que esses crimes já prescreveram.
Ao todo, Celso Antônio Fruet foi denunciado por 124 ocorrências do crime de estelionato, sendo que em 38 desses casos as vítimas eram idosos. Além da condenação às penas previstas em lei, o MP também requer o pagamento de valor mínimo a título de reparação aos danos causados às vítimas.
O suspeito tem um mandado de prisão em aberto e é considerado foragido pela polícia.
*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo
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Chuva sem trégua? Frente fria segue no Brasil e muda o tempo nos próximos dias

Nesta semana, a frente fria que atua sobre o Brasil avança e espalha chuva por áreas de São Paulo, Minas Gerais e Centro-Oeste, ajudando a repor a umidade do solo e a impulsionar o ritmo da semeadura da safra 2025/26.
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Sul do país
No Sul do país, a previsão indica o retorno das precipitações ao Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná a partir de sexta-feira (17) e sábado (18), com a chegada de uma nova frente fria. Essa chuva é essencial para manter o solo úmido e garantir boas condições para o plantio.
Calorão no Matopiba
Enquanto isso, o Matopiba segue sob atenção pela falta de chuva. A boa notícia é que, entre os dias 19 e 23 de outubro, as precipitações devem finalmente avançar para o centro-sul da Bahia e parte do Tocantins, com volumes de até 50 milímetros e aliviando o calor e o tempo seco.
Chuvas previstas
No mesmo período, as chuvas permanecem constantes em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, com acumulados próximos de 50 mm, praticamente encerrando o déficit hídrico em várias áreas produtoras.
Previsão para Sorriso (MT)
Em municípios estratégicos, como Sorriso (MT), os próximos 30 dias devem registrar temperaturas entre 30 °C e 33 °C, acompanhadas de chuvas frequentes. A atenção do produtor deve se voltar especialmente ao período de 19 a 22 de outubro, quando os volumes podem variar de 30 mm a 60 mm e comprometer os trabalhos de campo. No geral, a umidade será bastante favorável entre os dias 17 e 19 e novamente entre 23 e 28 de outubro.
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