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‘Quem não se moderniza fica para trás’, diz sojicultor de MS que aposta em inteligência artificial no campo

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Imagine poder definir, com precisão, qual variedade de soja plantar em cada talhão a partir de dados processados por inteligência artificial. Na experiência do Grupo José Pessoa, modernizar-se não significa substituir o ser humano, já que a tecnologia não elimina o conhecimento agronômico, mas amplia esse conhecimento e o torna ainda mais estratégico.

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É nesse caminho que José Bisneto, Diretor Presidente do Grupo José Pessoa, deu um passo decisivo na agricultura de precisão em Sidrolândia (MS). Com o apoio da IA Gemini, do Google, o grupo consegue identificar a variedade ideal de soja para cada área da fazenda, considerando solo, clima e produtividade histórica. A ferramenta funciona como complemento ao trabalho dos agrônomos, tornando as decisões mais rápidas, precisas e eficientes.

Da história da família à inovação no campo

José Bisneto cresceu em uma família ligada à agricultura e à indústria açucareira. Seu bisavô construiu uma usina de açúcar em Pernambuco nos anos 1930 e 1940, que, ao longo do tempo, passou por crises e vendas até ficar nas mãos do avô de José.

O pai e avô do sojicultor trabalharam arduamente para manter a produção, enfrentando os desafios do setor açucareiro. Esse histórico de dedicação e inovação moldou a visão de José, que soube unir tradição e novas tecnologias para aumentar produtividade e eficiência, até chegar às lavouras de soja.

Como surgiu a ideia de utilizar a IA

O interesse em aplicar inteligência artificial no plantio surgiu após Bisneto participar de um curso de IA durante o qual teve a ideia de convidar José Ivair Rodrigues, consultor de transformação digital que já havia trabalhado no grupo. A ideia era simples, porém ambiciosa: usar tecnologia para aprimorar a escolha da variedade ideal em cada talhão da fazenda.

“As terras do grupo são divididas em talhões, grandes áreas analisadas em quadrados menores de três hectares. Antes da IA, tentávamos tomar decisões manualmente, baseadas em produtividade histórica, tipo de solo e época de plantio. É impossível processar tudo isso só na cabeça. A IA nos entrega uma recomendação prática e precisa”, explica Bisneto.

Detalhes que fazem a diferença

O Google Gemini foi alimentado com um amplo banco de dados do grupo, incluindo produtividade passada, características do solo e histórico de plantio. A partir dessas informações, a IA indica o período ideal de plantio e a varied advertising mais adequada para cada talhão. O primeiro ano de uso mostrou ganhos significativos, comprovando a eficiência do sistema.

José destaca que a agricultura de precisão permite tratar cada área de três hectares de forma diferente, desde a aplicação de fertilizantes até a escolha das sementes, aumentando a produtividade e reduzindo desperdícios. “Quanto mais dados você tiver, maior será a precisão e a probabilidade de sucesso do sistema”, afirma.

IA como complemento, não substituição

A tecnologia não substitui o trabalho humano, mas potencializa a atuação dos agrônomos, que validam todas as recomendações. “Ela facilita o trabalho, mas não substitui o conhecimento do agrônomo. Alguns colaboradores precisaram se atualizar para lidar com a ferramenta, mas, depois que ela foi integrada, o trabalho ficou muito mais rápido e preciso”, reforça.

O maior desafio foi conquistar a confiança da equipe. “O mais difícil foi fazer com que todos acreditassem que a IA não substituiria ninguém, mas sim ajudaria a tomar decisões melhores”, lembra.

Expansão e próximos passos

O sucesso do uso da IA na soja abre caminho para sua aplicação em outros cultivos, como a cana-de-açúcar, e para uma transformação digital mais ampla dentro do grupo.
“Nosso objetivo é incorporar novas tecnologias que aumentem precisão e produtividade, aprendendo e ajustando ano a ano”, destaca Bisneto.

Conselho aos produtores

Para o empresário, a mensagem é clara: modernizar-se deixou de ser uma opção. “Não perca tempo. Quem não se moderniza fica para trás. A IA ajuda a reduzir riscos, mas precisa ser ensinada, ajustada e sempre utilizada em conjunto com o conhecimento humano”, conclui.

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Estratégia simples reduz custos e otimiza adubação em solos de alta fertilidade no Cerrado

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Uma estratégia prática e de baixo custo pode transformar o manejo de fertilizantes em áreas agrícolas com solo de alta fertilidade no Cerrado. Pesquisadores validaram, ao longo de três safras, a eficiência da adubação de restituição associada ao balanço de nutrientes, método que repõe apenas aquilo que é efetivamente exportado pelas colheitas. O estudo, desenvolvido pela Embrapa Milho e Sorgo, foi conduzido em Unaí (MG), em áreas de produção consolidada e com fertilidade construída.

Com o avanço tecnológico, máquinas agrícolas já permitem ajustar, em tempo real, a quantidade de fertilizantes distribuída no talhão. Esse processo facilita a adoção de manejos mais precisos, como a adubação de restituição, prática que devolve ao solo somente os nutrientes removidos pelos grãos colhidos, evitando excessos.

Os resultados confirmaram que os solos estudados acumularam, ao longo de anos de cultivo, um estoque significativo de nutrientes. Dessa forma, a manutenção da produtividade não exige, necessariamente, os aportes tradicionais aplicados por segurança em muitas fazendas. De acordo com os pesquisadores, é possível ajustar as adubações, prevenir déficits ou sobras e aumentar a eficiência energética do sistema produtivo, além de contribuir para a redução da pegada de carbono.

Por que repensar a adubação?

Culturas como soja, milho, algodão, feijão, trigo e sorgo demandam grandes quantidades de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). O custo associado a esses nutrientes é um dos principais fatores de risco econômico na agricultura brasileira. Mesmo assim, muitos produtores seguem aplicando fertilizantes em doses antigas, mesmo quando o solo já apresenta níveis elevados de P e K — muitas vezes acima dos níveis críticos.

Pesquisas anteriores indicam que áreas consolidadas do Cerrado, principalmente sob plantio direto, acumularam quantidades consideráveis de nutrientes, superando a fertilidade original dos solos da região. O novo estudo reforça essa constatação e oferece caminhos concretos para otimizar o manejo.

O estudo

A pesquisa, liderada pelo cientista Álvaro Vilela de Resende, da Embrapa Milho e Sorgo, com participação de especialistas da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e apoio da Fazenda Decisão, avaliou três estratégias nutricionais em parcelas de grande escala:

• Adubação de restituição — reposição exata de N, P e K exportados pelas colheitas
• Manejo padrão da fazenda — modelo tradicional adotado há anos na propriedade
• Controle sem adubação NPK

As avaliações foram realizadas em sistemas soja–milho (ou sorgo), com e sem consórcio com braquiária, ao longo de três ciclos de safra e segunda safra. Os resultados mostraram que a adubação de restituição mantém a produtividade e promove uso mais racional de insumos, reforçando a importância da análise criteriosa do solo antes da definição das doses.

Impacto científico e ambiental

O estudo completo foi publicado na revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB), em edição especial para a COP 30, como parte da Jornada pelo Clima da Embrapa e das comemorações dos 60 anos do periódico. As recomendações apresentadas contribuem para práticas agrícolas mais sustentáveis, conservação de recursos naturais e maior eficiência produtiva, sem comprometer o desempenho das lavouras.

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Abelha-canudo aumenta em 35% a produtividade do açaí em região que reúne 120 espécies nativas

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O Pará concentra cerca de 50% da biodiversidade de abelhas nativas sem ferrão, das 240 espécies registradas no Brasil, 220 estão na Amazônia, e 120 delas no próprio estado. Entre essas espécies, a abelha-canudo se destaca como protagonista de uma revolução socio-bioprodutiva na região.

Em 2017, começou a ser publicada uma série de estudos sobre a produção de mel, própolis e a polinização do açaizeiro pelas abelhas-canudo. Nos últimos sete anos, os estudos publicados pelo pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Daniel Santiago e outros pesquisadores evidenciaram que a introdução de colônias de abelhas-canudo nos açaizais eleva a produtividade em cerca de 35%.

“Antes, a abelha-canudo era desvalorizada porque produzia pouco mel, entre 100 e 500 ml/ano. A partir dessa publicação, o serviço de polinização da abelha passou a ser um insumo. Como é a adubação, a irrigação, o conhecimento das práticas de espaçamento”, conta o Santiago.

Os pesquisadores identificaram o ganho agronômico na produtividade e, a partir disso, cresceu a demanda pelas abelhas-canudo, sobretudo entre grandes produtores interessados na polinização dirigida. Com o aumento da procura, o preço do enxame subiu de aproximadamente R$ 150 para valores entre R$ 550 e R$ 750.

“A indústria do açaí está alavancando a meliponicultura na Amazônia. Hoje, o produtor que deseja adquirir enxames deve entrar numa fila e só recebe no segundo semestre, quando diminuem as chuvas e o meliponicultor consegue multiplicá-los”, relata Santiago.

Os estudos sobre as abelhas-canudo também revelaram a descoberta de uma própolis de altíssima qualidade, com propriedades cicatrizantes, anti-inflamatórias e até antibióticas, capazes de combater bactérias hospitalares.

“Açaização”

Embora o maior impacto econômico tenha sido para os grandes produtores de açaí, os pequenos também se beneficiam e têm experimentado mudanças no modo de produzir e de se relacionar com o meio ambiente. E com isso, o fenômeno conhecido como “açaização”, que é a pressão comercial para abandono de outras culturas e o desmatamento de plantas nativas para a instalação da monocultura do açaí, começa a ser revertido.

O pesquisador destaca, ainda, que há a possibilidade de incrementar com plantas que geram impacto econômico e também são importantes para as abelhas, como o mucajá, taperebá, pracaxi, além de outras plantas que fazem parte da paisagem como o Ingá que além de gerar frutos, vagens comestíveis, ajudam na incorporação de nutrientes.

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Plantio de arroz avança no Sul e chuvas devem manter ritmo no Centro-Norte

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O plantio de arroz recuperou ritmo no Sul com alguns dias de tempo firme. A melhora das condições permitiu avanço importante na semeadura no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Nos próximos dias, a previsão indica chuva fraca e passageira, o que deve permitir a conclusão dos trabalhos. Já no Centro-Norte, o retorno das precipitações garante boa umidade para emergência das lavouras.

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Sul deve concluir plantio com chuva leve

Segundo Arthur Müller, meteorologista do Canal Rural, o atraso inicial da safra no Sul ficou para trás após uma sequência de dias mais estáveis. “Agora a situação está melhorando, tanto para o Rio Grande do Sul quanto para Santa Catarina”, afirma.

Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que Santa Catarina já superou 95% da semeadura e o Rio Grande do Sul passa de 82%. No Paraná, onde a área é menor, o plantio foi concluído e as condições são consideradas favoráveis.

Para os próximos dias, uma frente fria deve avançar pela região, mas sem volumes altos. “A previsão é de chuva de 10 a 15 milímetros, com baixa chance de tempo severo”, explica Müller. Esse padrão deve se manter por até dez dias, permitindo que os produtores finalizem o plantio no prazo.

Centro-Norte deve manter boa umidade

Em Goiás e Tocantins, porém, o cenário é mais otimista. As chuvas retornaram e devem seguir regulares. “Estamos falando de 30 a 50 milímetros por região nos próximos dias. Em 15 dias, isso chega a 100 milímetros, o que ajuda muito na emergência e na reposição hídrica do solo”, diz Müller.

O meteorologista destaca que o volume também favorece sistemas irrigados, ajudando a recompor reservatórios. A umidade consistente também beneficia áreas de Mato Grosso, onde o plantio segue atrasado após semanas de irregularidade das chuvas. “O produtor de arroz precisa de bastante água. Em muitos casos, ele está esperando acumulados de 100 a 150 milímetros para iniciar a semeadura com segurança”, completa.

Frio persistente ainda preocupa

As temperaturas baixas registradas no Sul seguem como ponto de atenção. Müller explica que o padrão está ligado ao resfriamento das águas do Pacífico, típico de anos com La Niña.

“O frio persistiu em setembro, outubro e continua em novembro. Deve seguir até a primeira quinzena de dezembro”, afirma. Embora não haja previsão de geada tardia, a entrada frequente de massas de ar frio pode limitar o desenvolvimento das lavouras em fase vegetativa.

Segundo ele, o maior risco ocorre quando as mínimas ficam abaixo de 10 °C, situação que tem se repetido com frequência. “Quando as mínimas caem a esse nível, mesmo sem geada, já é um problema para o produtor”, alerta.

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