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Cecafé e Emater-MG firmam parceria para estimular cafeicultura

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) anunciou na quarta-feira (1°) uma nova parceria estratégica com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) no âmbito do Programa Construindo Solos Saudáveis.
A colaboração tem como objetivo promover práticas regenerativas na cafeicultura brasileira, destacando, o protagonismo da cooperação na cadeia do café para garantir sustentabilidade, prosperidade e resiliência ambiental.
Benefícios da cafeicultura regenerativa
Segundo a diretora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Cecafé, Silvia Pizzol, a parceria terá foco na implantação de Unidades Demonstrativas (UDs) em propriedades do Sul de Minas e do Cerrado Mineiro.
“Nessas unidades, serão avaliados os benefícios da utilização de culturas de cobertura na entrelinha do café, contribuindo para melhoria da saúde do solo, aumento da produtividade e maior resiliência às mudanças climáticas”, afirma.
A utilização de culturas de cobertura na entrelinha do café foi uma das práticas analisadas na agenda de carbono do Cecafé, por meio do estudo Balanço de Carbono na Cafeicultura de Minas Gerais, conduzido pela Imaflora e Esalq/USP.
Como resultado, Silvia também destacou que esse trabalho demonstrou um balanço negativo de carbono, uma evidência concreta do potencial da cafeicultura regenerativa na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
Transição sustentável
A colaboração entre Cecafé e Emater-MG viabilizará que essas ações da agenda de carbono mudem esfera teórica para a prática no campo, usando a expertise da estatal e o apoio dos exportadores de café para ampliar o conhecimento entre os produtores.
Para possibilitar essa transição à prática, as ações da parceria incluem:
- dias de campo, com foco em manejo sustentável;
- assistência técnica especializada para produtores;
- análises de solo e avaliação de biomassa;
- mobilização de cafeicultores com apoio dos exportadores associados ao Cecafé;
- elaboração de relatórios técnicos com base nas avaliações das UDs.
O coordenador técnico de Cafeicultura da Emater-MG, Bernardino Cangussú Guimarães, anota que essa colaboração responde, principalmente, aos anseios do mercado consumidor por produtos ambientalmente responsáveis.
“Ao unir conhecimento técnico, engajamento dos produtores e apoio institucional, a parceria representa um passo concreto rumo à cafeicultura regenerativa, que valoriza o solo como base para uma produção mais equilibrada e duradoura”, celebra.
Por meio dessa iniciativa, o Cecafé e a Emater-MG celebram, neste Dia Internacional do Café, não apenas a bebida que une culturas e pessoas, mas, também, os esforços conjuntos que tornam possível uma cadeia produtiva mais justa, resiliente e sustentável.
*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo
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Feijões da Amazônia têm até 27% de proteína e podem ganhar selo de origem

Um estudo inédito realizado no Vale do Juruá, no Acre, revelou que os feijões-caupi costela-de-vaca e manteiguinha branco possuem teores de proteína de até 27%, bem acima da média mundial e dos 20% registrados em variedades de outras regiões do Brasil. A descoberta integra a tese de doutorado “Qualidade nutricional e armazenamento de feijões do Juruá no Acre”, desenvolvida pela professora do Instituto Federal do Acre (Ifac), Guiomar Almeida Sousa, sob orientação do pesquisador da Embrapa Acre, Amauri Siviero.
As análises foram realizadas no laboratório de Bromatologia da Embrapa Acre e mostraram que as duas variedades com maior índice proteico são cultivadas por agricultores familiares que ainda utilizam sistemas agrícolas tradicionais. A maioria das plantações ocorre nas praias dos rios da região durante o período seco.
Riqueza nutricional e benefícios à saúde
Além do alto teor de proteína, o estudo também mediu a presença de antocianinas, substâncias antioxidantes naturais que ajudam a combater o envelhecimento celular e a prevenir doenças como câncer, Alzheimer e problemas cardíacos.
Os feijões preto de arranque e preto de praia apresentaram índices dessas substências que variam de 420 a 962 microgramas por grama, valores superiores aos encontrados em variedades brancas e coloridas.
Segundo a professora Guiomar Sousa, as diferenças na composição nutricional entre as espécies estão ligadas à diversidade de ambientes e manejos da agricultura local. “Essas variedades possuem pouco ou nenhum estudo, o que mostra que ainda temos muito a aprender sobre elas”, afirma.
Conservação e potencial econômico
Outro resultado importante da pesquisa é a boa conservação dos grãos, que mantiveram seus valores nutricionais após 12 meses de armazenamento.
Para o pesquisador Amauri Siviero, esse desempenho reflete o manejo cuidadoso das sementes por agricultores familiares, indígenas e quilombolas. “Essas sementes foram adaptadas ao longo dos anos às condições locais e ao manejo das populações tradicionais”, afirma.
Durante três anos, foram analisadas 14 variedades de feijões cultivadas nos rios Juruá, Breu, Tejo e Amônia, em Marechal Thaumaturgo, município que concentra a maior diversidade de feijões do Acre. O levantamento resultou em um mapa da distribuição das variedades crioulas do estado, confirmando a relevância da região para a conservação da agrobiodiversidade.
Segundo Siviero, o Vale do Juruá pode ser considerado um dos principais centros de conservação on farm de feijões do mundo. “Enquanto o feijão-comum é cultivado em terra firme, o feijão-caupi cresce em várzeas e pequenos roçados, em áreas de até um hectare”, detalha.

Caminho para a valorização
O reconhecimento do valor nutricional e genético dos feijões do Juruá abre espaço para novos mercados e políticas públicas.
Em setembro, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) lançou o Selo Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil, que poderá ser solicitado por associações e cooperativas locais.
Para o professor Eduardo Pacca, da Universidade Federal do Acre (Ufac), as variedades da região têm potencial para obter Indicação Geográfica (IG) e certificação orgânica, como já ocorre com a farinha de mandioca do Acre.
Patrimônio agrícola e cultural
Os feijões do Juruá integram também o projeto “Registro dos Sistemas Agrícolas Tradicionais do Alto Juruá (RSAT Alto Juruá)”, coordenado pela Embrapa e parceiros como a Ufac e o Ifac.
A iniciativa tem documentado o conhecimento ancestral das comunidades ribeirinhas e suas estratégias sustentáveis de cultivo. Em agosto de 2025, a equipe percorreu 190 quilômetros pelo rio Juruá, registrando práticas agrícolas em sete municípios do Acre e do Amazonas.
De acordo com Siviero, “os feijões do Vale do Juruá se perpetuam como herança entre gerações e como práticas de conservação da agrobiodiversidade”. Ele destaca que essas tradições envolvem também cultivos de mandioca, milho, banana e tubérculos, além de festas culturais como a farinhada e o festival do feijão e milho.
Sustentabilidade e reconhecimento internacional
A pesquisadora Elisa Wandelli, da Embrapa Amazônia Ocidental, reforça que a agricultura dos ribeirinhos do Juruá é exemplo de sustentabilidade. “Vimos uma população sábia, que mostra que é possível produzir alimentos e cuidar da natureza ao mesmo tempo”, afirma.
Essas práticas estarão em destaque na COP30, em Belém (PA), onde os sistemas agrícolas tradicionais serão apresentados na AgriZone, espaço da Embrapa dedicado à inovação e inclusão.
“Nossa presença na COP 30 reforça a importância de proteger esses sistemas e valorizar as comunidades que preservam a biodiversidade do Brasil”, conclui Siviero.
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MP denuncia empresário por 120 golpes e fraude de mais de R$ 20 milhões

O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou na última sexta-feira (10) Celso Antônio Fruet, um empresário de 72 anos do ramo de cereais, que aplicou golpes contra pelo menos 120 produtores rurais e lucrou ilicitamente R$ 20,3 milhões no município de Campo Bonito, no oeste do estrado.
O golpista era proprietário de uma empresa cerealista. Mesmo após vender o seu negócio para uma cooperativa da região, continuou negociando grãos com diversos agricultores, adquirindo e recebendo mercadorias sem realizar os pagamentos.
Segundo a promotora de Justiça Ana Carolina Lacerda Schneider, a venda de sua empresa gerou lucro de mais de R$ 40 milhões. O MP está em processo de verificação sobre a destinação do dinheiro.
De acordo com investigação, o denunciado possuía o negócio há cerca de 30 anos na região e atuava armazenando sacas de soja e trigo de agricultores nos silos de sua propriedade.
Consequências para vítimas e golpista
As vítimas receberam a notificação da fraude no dia 21 de julho deste ano quando, ao se deslocaram até o estabelecimento comercial de Fruet, descobriram o local vendido e as atividades encerradas.
Conforme denúncia, a Promotoria de Justiça acredita que ele se aproveitava da relação de confiança que criou com diversos produtores rurais para aplicar os golpes.
Além disso, as investigações também apontaram que ele teria praticado crimes semelhantes em anos anteriores nos municípios paranaenses de Capanema e Catanduvas, sendo que esses crimes já prescreveram.
Ao todo, Celso Antônio Fruet foi denunciado por 124 ocorrências do crime de estelionato, sendo que em 38 desses casos as vítimas eram idosos. Além da condenação às penas previstas em lei, o MP também requer o pagamento de valor mínimo a título de reparação aos danos causados às vítimas.
O suspeito tem um mandado de prisão em aberto e é considerado foragido pela polícia.
*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo
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Chuva sem trégua? Frente fria segue no Brasil e muda o tempo nos próximos dias

Nesta semana, a frente fria que atua sobre o Brasil avança e espalha chuva por áreas de São Paulo, Minas Gerais e Centro-Oeste, ajudando a repor a umidade do solo e a impulsionar o ritmo da semeadura da safra 2025/26.
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Sul do país
No Sul do país, a previsão indica o retorno das precipitações ao Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná a partir de sexta-feira (17) e sábado (18), com a chegada de uma nova frente fria. Essa chuva é essencial para manter o solo úmido e garantir boas condições para o plantio.
Calorão no Matopiba
Enquanto isso, o Matopiba segue sob atenção pela falta de chuva. A boa notícia é que, entre os dias 19 e 23 de outubro, as precipitações devem finalmente avançar para o centro-sul da Bahia e parte do Tocantins, com volumes de até 50 milímetros e aliviando o calor e o tempo seco.
Chuvas previstas
No mesmo período, as chuvas permanecem constantes em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, com acumulados próximos de 50 mm, praticamente encerrando o déficit hídrico em várias áreas produtoras.
Previsão para Sorriso (MT)
Em municípios estratégicos, como Sorriso (MT), os próximos 30 dias devem registrar temperaturas entre 30 °C e 33 °C, acompanhadas de chuvas frequentes. A atenção do produtor deve se voltar especialmente ao período de 19 a 22 de outubro, quando os volumes podem variar de 30 mm a 60 mm e comprometer os trabalhos de campo. No geral, a umidade será bastante favorável entre os dias 17 e 19 e novamente entre 23 e 28 de outubro.
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