Agro Mato Grosso
Fórum da Aprosoja MT reúne produtores e especialistas para discutir crédito e endividamento no campo

Diante do cenário financeiro desafiador vivido pelo agronegócio, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) realizou nesta segunda-feira (15.09), em Cuiabá, o Fórum de Crédito e Endividamento Rural – Causas, efeitos e alternativas para superar a crise no campo. A iniciativa reuniu mais de 400 participantes, entre produtores rurais, autoridades, especialistas e profissionais do setor, para debater o impacto do endividamento rural e as dificuldades de acesso ao crédito, que têm comprometido a sustentabilidade econômica da atividade agrícola.
A programação contou com palestras que abordaram desde as causas para aumento do endividamento até estratégias para renegociação de dívidas e gestão de riscos. Conforme o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber, o fórum acontece em um momento crucial. “O nosso país passa por uma situação delicada, principalmente o nosso setor. Nós vivemos uma alta inflação, principalmente para adquirir insumos e o decréscimo do preço das commodities, somados também a catástrofes climáticas como houve no estado do Rio Grande do Sul e também a que tivemos o ano passado aqui no nosso estado. Diante de todo esse cenário, esse fórum busca trazer soluções para o produtor e também para fornecedores e credores”, afirma.
Além da instabilidade climática, o custo de produção disparou nos últimos anos, com a alta no preço da matéria-prima, fertilizantes, fretes e maquinários, fortemente impactados pelo câmbio e por tensões no mercado internacional. Ao mesmo tempo, os preços das principais commodities agrícolas caíram significativamente, criando um descompasso entre custo e receita. Esse cenário pressionou a rentabilidade do produtor e elevou os índices de inadimplência no setor.
Segundo o vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta, o evento promovido pela entidade é fundamental para entender como contornar as dificuldades causadas por esse desequilíbrio. “A produção agrícola é a base da nossa economia. Nós tivemos um período muito bom no período anterior à pandemia e durante a pandemia toda e no pós-pandemia, o mercado das commodities caiu muito os preços, os agricultores vinham embalados num nível de investimento e esse descompasso gera uma dificuldade. Essa é uma iniciativa importante da Aprosoja MT, porque essas discussões precisam ser feitas de maneira organizada”, aponta.
Durante a programação, o advogado e especialista em direito agro financeiro, Dr. Lutero de Paiva Pereira, abordou os aspectos legais e práticos do alongamento de dívidas, e destacou a importância da iniciativa. “É muito importante um fórum dessa grandeza e dessa natureza, com essa organização, congregar as pessoas que estão vivendo o drama do endividamento e outros que poderão trazer soluções para o endividamento. O endividamento rural no agronegócio tem muito a ver com uma política agrícola mal elaborada pelo Governo e na relação do produtor rural com agentes do mercado, em que os contratos têm grandes vícios jurídicos, grandes ilegalidades e são essas ilegalidades repetidas ao longo de muitos anos é que gerou o endividamento de ontem, o de hoje e, se não for solucionado, o de amanhã”, ressalta.
Produtores que participaram do Fórum também destacaram a importância da discussão para encontrar saídas concretas. O delegado coordenador do núcleo de Tapurah, Regis Porazzi, enfatizou a importância do crédito para que os produtores consigam continuar exercendo a atividade agrícola. “Nós não estamos pedindo perdão de dívidas, nós estamos impossibilitados de pagar as nossas contas porque a nossa produtividade ficou muito próxima do nosso custo de produção. Tivemos catástrofes produtivas, tivemos frustrações no milho, acumulamos uma conta considerável e o crédito é o nosso oxigênio para continuar sustentando esse país, para manter esse PIB que o Brasil tem e essa segurança alimentar que o planeta tanto espera de nós”, explica.
O desembargador Mário Kono, presidente do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), defendeu que a mediação é uma via mais eficaz e menos onerosa para produtores e instituições. “Hoje a economia, a produção rural não pode mais esperar um sistema de justiça em que se demoram tantos anos para se dar uma solução e, ao final, nem sempre atinge os ideais necessários. Mas através da composição envolvendo todas as partes, serão encontradas as soluções no sistema ganha-ganha, seja produtor, seja trading ou as instituições financeiras. A credibilidade que a Aprosoja MT tem com os produtores rurais mostra sua própria importância, sabemos que muitos produtores rurais não acompanham como é o sistema de justiça, o sistema econômico, mas com essa responsabilidade técnica da entidade em atender esses produtores, vai ser um grande caminho para se atingir essa finalidade”, salienta.
Além dos debates técnicos, o fórum também cumpriu o papel de aproximar produtores das instituições financeiras e do Poder Judiciário, com o objetivo de construir alternativas para o endividamento crescente no setor. Para o presidente da Central Sicredi Centro Norte e vice-presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado de Mato Grosso (OCB/MT), João Carlos Spenthof, as dificuldades enfrentadas pelos produtores são sentidas em toda a cadeia produtiva. “O problema atinge toda a cadeia, nós também, do lado das instituições financeiras, das cooperativas, estamos sentindo o baque desse endividamento que gera inadimplência, que gera provisão para perdas. Estamos juntos na busca de soluções, e parcerias para que a gente possa sair ali na frente melhor dessa crise, mitigando seus impactos. É necessário sentar à mesa com empatia, cada lado procurando entender o outro lado, para que a gente olhe também mecanismos, outras alternativas”, diz.
Devido a combinação de custos elevados, queda nos preços das commodities, eventos climáticos, dentre outros, o produtor rural se vê diante de uma equação financeira inconsistente. Por meio do Fórum de Crédito e Endividamento, a Aprosoja MT reafirma seu compromisso em continuar buscando caminhos para que o produtor consiga produzir com dignidade, segurança jurídica e viabilidade econômica.
Agro Mato Grosso
Como os pulgões vencem as defesas naturais das plantas I MT

Pesquisa revela estratégias moleculares e comportamentais para neutralizar compostos tóxicos produzidos por culturas agrícolas
Estudo detalhou como os pulgões superam os compostos tóxicos defensivos produzidos por plantas. Esses compostos, chamados metabólitos secundários (PSMs), deveriam funcionar como uma barreira natural contra pragas. Mas os pulgões desenvolvem mecanismos de resistência que reduzem a eficácia das substâncias.
Pesquisadores da Universidade de Yangzhou, na China, apresentaram revisão sobre os mecanismos fisiológicos, bioquímicos e comportamentais que permitem aos pulgões sobreviver, se multiplicar e continuar a transmitir vírus mesmo sob pressão de defesas vegetais complexas.
Enzimas contra venenos
As plantas produzem compostos químicos como terpenoides, fenóis e alcaloides que atuam como inseticidas naturais. Em resposta, os pulgões ativam enzimas de desintoxicação, como as citocromo P450, transferases de glutationa (GSTs) e UDP-glicosiltransferases (UGTs), capazes de neutralizar os efeitos tóxicos desses compostos.
O processo ocorre em três fases.
Primeiro, as toxinas sofrem transformações químicas para se tornarem mais solúveis.
Em seguida, essas substâncias são ligadas a outras moléculas que facilitam sua eliminação.
Por fim, o organismo excreta os resíduos por transportadores de membrana celular, como os ABC transporters.

A pesquisa destaca que as enzimas antioxidantes também ajudam os pulgões a suportar o estresse oxidativo causado pelos metabólitos das plantas. Essa combinação bioquímica contribui para a sobrevivência e reprodução dos insetos, mesmo em ambientes hostis.
Bactérias aliadas
Os pulgões também contam com bactérias simbióticas que potencializam suas defesas. Algumas dessas bactérias, como Hamiltonella defensa e Regiella insecticola, interferem nas defesas hormonais das plantas, reduzindo a produção de compostos tóxicos ou neutralizando a resposta do sistema vegetal.
Em experimentos, pulgões com determinadas bactérias simbióticas demonstraram maior sobrevivência em cultivares naturalmente tóxicos. Em casos mais extremos, essas bactérias são capazes de metabolizar inseticidas sintéticos e compostos naturais presentes em folhas e caules.
Efeito viral
Além das enzimas e das bactérias, os pulgões também se beneficiam da ação de vírus que transmitem às plantas.
Muitos desses vírus enfraquecem as defesas vegetais ao suprimir vias hormonais importantes, como as de ácido jasmônico e ácido salicílico.
O resultado é duplo: plantas menos resistentes e maior atratividade para novos pulgões. Em testes com plantas infectadas por vírus como o Turnip mosaic virus ou o Potato leafroll virus, os insetos apresentaram aumento na fecundidade e maior tempo de permanência sobre a planta.
Comportamento estratégico
O comportamento dos pulgões também contribui para o sucesso da infestação. Eles evitam tecidos vegetais ricos em compostos tóxicos e preferem variedades com menor teor de PSMs. Essa seleção ocorre durante a alimentação, quando os insetos sondam os tecidos com seus estiletes e recuam diante de sinais químicos indesejáveis.

Certas linhagens ou haplótipos de pulgões mostram preferência por cultivares específicas. Essa seleção reflete não apenas adaptação fisiológica, mas também uma capacidade comportamental refinada para escapar de defesas vegetais mais eficazes.
Sequestro químico
Em algumas espécies, os pulgões acumulam compostos tóxicos das plantas sem sofrer efeitos adversos. O sequestro de metabólitos secundários, como glucosinolatos e alcaloides, pode inclusive servir como mecanismo de defesa contra predadores.
O pulgão Brevicoryne brassicae, por exemplo, armazena compostos de mostarda em seu corpo e libera substâncias tóxicas quando atacado.
Esse comportamento transforma o inseto em uma espécie de “bomba química ambulante”.
Em outras espécies, como Acyrthosiphon pisum, o sequestro de compostos como L-DOPA mostrou efeitos antioxidantes e até reparação tecidual.
Outras informações em doi.org/10.1093/hr/uhaf267
Agro Mato Grosso
Sistema CNA/Senar lança cartilha para tirar dúvidas sobre segurança e saúde no trabalho rural

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) lançaram uma cartilha com respostas às perguntas frequentes (FAQ) dos produtores e trabalhadores rurais sobre os principais pontos da Norma Regulamentadora (NR) nº 31.
A norma traz as regras sobre segurança e saúde no trabalho da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura.
O documento elaborado pela CNA está disponível no portal Senar Play, com informações que explicam o que são as NR’s, para que servem, e responde dúvidas mais complexas sobre obrigações do empregador e do trabalhador rural.
A cartilha traz ainda detalhes sobre o Programa de Gerenciamento de Riscos no Trabalho Rural, o Serviço Especializado em Segurança no Trabalho Rural e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio do Trabalho Rural (Cipatr), além de esmiuçar o uso correto do Equipamento de Proteção Individual (EPI) e as condições sanitárias e de conforto no trabalho rural.
É necessário fazer o cadastro no portal Senar Play para acessar a cartilha. Além do FAQ, o portal traz cursos de curta e média duração e outros materiais sobre a temática. Saiba mais em senarplay.org.br .
Agro Mato Grosso
Com apoio da Aprosoja MT, 6º Encontro Mulheres do Agro reúne mais de 400 participantes em Lucas do Rio Verde

Evento organizado pelo Comitê Mulher Agro Detalhes celebrou o protagonismo feminino no campo e contou com palestra da jornalista Kellen Severo
Nesta sexta-feira (10.10), a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) participou do 6º Encontro de Mulheres do Agro, realizado em Lucas do Rio Verde. O evento, promovido pelo Comitê Mulher Agro Detalhes, do Sindicato Rural, reuniu mais de 400 mulheres ligadas ao agronegócio.
Durante o evento, a delegada coordenadora do núcleo da Aprosoja MT de Lucas do Rio Verde, Taisa Botton, destacou o papel estratégico que a mulher ocupa dentro e fora da porteira. Além disso, enfatizou o incentivo que a entidade faz por essa participação, não apenas na formação de lideranças entre produtoras rurais, mas também dentro do seu próprio quadro de colaboradores, que hoje é composto majoritariamente por mulheres. “A Aprosoja MT é uma importante patrocinadora, não apenas desse evento, sobretudo dentro do agronegócio em que a mulher está atuando não apenas nas decisões, mas em todo o setor e estratégias, dentro da gestão e efetivamente no campo. Para nós é extremamente importante estar em eventos como esse, que valorizam e expõem a nossa força dentro do campo e fora dele”, afirma Taisa.
O destaque da programação foi a palestra da jornalista e especialista em agronegócio Kellen Severo, com o tema “Mulheres no Agro: Ousadia para Crescer”, que exaltou a relevância da participação feminina e o crescimento do setor. “Vir para Mato Grosso é sempre um grande privilégio, porque a cada nova visita eu vejo as transformações acontecendo. Já na chegada, um aeroporto completamente renovado, duplicações de rodovias, investimentos enormes em etanol de milho. É o agro futuro, o agro pujante acontecendo que a gente vê na prática. Não há nada melhor do que o exemplo e a realidade para mostrar essa revolução que o setor traz e por onde ele passa, e Mato Grosso é um exemplo disso. A medida que esse setor cresce, crescem também os desafios, por isso a importância de associações como a Aprosoja MT e de eventos como esse, com 400 mulheres juntas para aprender, evoluir e trocar. Estou muito honrada por estar aqui”, ressalta Kellen.
A produtora rural e presidente do Comitê Mulher Agro Detalhes, Denise Hasse, também destacou a importância do apoio da entidade para o fortalecimento da rede de mulheres do agro. “É um prazer receber aqui a Aprosoja MT, ter mais um ano a entidade sendo a nossa patrocinadora, acreditando na nossa missão, no nosso propósito de trazer o protagonismo, a força da mulher dentro do seu negócio. E esse evento faz parte de toda essa nossa missão, fortalecer a mulher, fazer ela se conectar, aprender, se divertir, e também levar para o seu negócio informações sobre economia, agronegócio e o futuro que vem por aí”, aponta.
O apoio e participação da Aprosoja Mato Grosso no 6º Encontro Mulheres do Agro reforça o compromisso da associação com a valorização da mulher no campo, promovendo debates, formações e conexões que contribuem para um agro mais forte, inovador e representativo.
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