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Proibição de herbicida no RS gera embate entre produtores de frutas e de soja

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Decisão judicial no Rio Grande do Sul determinou a proibição imediata do uso do herbicida hormonal 2,4-D até o fim de 2025 em toda a região da Campanha Gaúcha e em outras áreas do estado.

A ação, que se arrastava há cinco anos, foi movida por um grupo de produtores de frutas que alega prejuízos ao serem impactados com a deriva do defensivo. Conforme estudos, o produto se dispersa em um raio de até 30km de onde foi aplicado.

Os maiores impactos são sentidos em vinhedos, com danos na brotação e abortamento de flores que, consequentemente, geram cachos ralos e colheitas menores.

A decisão da Vara de Meio Ambiente cobra que o governo do estado comprove a existência de um sistema eficiente de monitoramento e fiscalização do uso do defensivo, garantindo que a aplicação não prejudique culturas sensíveis, como frutas, olivas e nozes.

Além disso, determina aplicação de multas, a criação de um fundo de compensação e do programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Caso o governo não cumpra essas medidas em um prazo de 120 dias, receberá multa diária de R$ 10 mil.

A presidente da Associação Vinhos Finos da Campanha, Rosana Wagner, ressalta que, nos últimos anos, os produtores de uva têm sentido um declínio constante na produção na Campanha Gaúcha.

“Ninguém mais está investindo porque como investir se não vou ter produção? […] E também a morte dos parreirais porque há um acúmulo de herbicida na planta. Entendemos que é uma situação que não atinge só a Campanha. O direito de produzir livremente é difuso e é isso que nós alegamos. Temos o direito de produzir sem sermos atingidos por outras culturas.”

Por meio de nota, a Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul destacou que avalia a decisão e as medidas a serem adotadas para não prejudicar o calendário agrícola em andamento. Destaca, também, que trabalha com instrução de aplicadores, fiscalização em áreas mais críticas e orientações para aplicação segura.

Controle de plantas daninhas

O herbicida 2,4-D é usado no pré-plantio para controle de plantas daninhas de folhas largas em culturas como soja, milho e arroz.

Representantes de produtores de grãos manifestam preocupação com a proibição diante da proximidade da semeadura da safra 25/26. O presidente da Cotrisul, Gilberto da Fontoura, por exemplo, ressaltou que uma tecnologia alternativa e eficaz ao 2,4-D pode gerar alto custo aos produtores, uma vez que daninhas são resistentes a diversos defensivos.

“Por outro lado, temos muitos produtores que adquiriram sementes de soja com a tecnologia Enlist, que é um investimento caro e que tem como princípio a utilização, em um segundo momento, deste herbicida, que é o 2,4-D”, detalha.

Redução de prejuízos do herbicida

A Assembleia Legislativa do estado discute o assunto na Subcomissão dos Herbicidas Hormonais e aprovou um relatório com medidas para reduzir os prejuízos. Entre as iniciativas, destacam-se:

  • Criação de zonas de exclusão com raios de restrição próximos às culturas sensíveis;
  • Estabelecimento de um vazio sanitário;
  • Criação de um fundo estadual de indenização por deriva
  • Fortalecimento da fiscalização e da estrutura de monitoramento
  • Responsabilização técnica do uso desses defensivos
  • Sugestão de transformar instruções normativas em lei estadual

O deputado estadual e vice-presidente da Comissão de Herbicidas Hormonais, Adão Pretto Filho, diz que a utilização dos hormonais, da forma como é feita, tem prejudicado a biodiversidade do estado e produtores vizinhos que produzem de outra maneira.

“[Isso] acaba tornando nosso estado quase que com produção única, uma monocultura. A gente sabe a importância que tem a soja na economia gaúcha e brasileira, o arroz da mesma forma, mas temos que respeitar agricultores que queiram ter outra produção.”

Já Rosana, da Associação Vinhos Finos da Campanha, diz ter esperança que o governo do Rio Grande do Sul não vai recorrer da decisão de proibir o uso do 2,4-D. “É de conhecimento de todos, inclusive dos técnicos da Secretaria da Agricultura, do Meio Ambiente também, que é uma decisão acertada.”

“Vamos ter complicações na implantação e no desenvolvimento dessa safra 25/26, mas a realidade é que temos que procurar alternativas de convivência, de coexistência, entre todas as culturas”, pondera Fontoura, da Cotrisul.

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Congresso de Agronomia: produtividade com sustentabilidade

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A engenharia agrônoma e toda a cadeira produtiva do agro brasileiro volta o foco para Maceió, Alagoas, a partir deste dia 14 de outubro, para difundir conhecimento, inovação e experiências que pretendem moldar o futuro da agronomia no Brasil. Em sua trigésima quarta edição, o Congresso Brasileiro de Agronomia – CBA 2025 – tem como tema Produtividade com Sustentabilidade.

Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), através da Sociedade dos Engenheiros Agrônomos de Alagoas (Seagra) realiza o evento com 6 salas temáticas simultâneas, mais de 65 palestras e painéis, mais de 300 trabalhos científicos apresentados, 130 palestrantes especialistas entre eles, Roberto Rodrigues, ex-ministro da agricultura e embaixador da FAO para o cooperativismo, falando sobre o tema: O Engenheiro Agrônomo do Futuro, e Aldo Rebelo, ex-ministro, que falará sobre “A Importância do Engenheiro Agrônomo para a Segurança Alimentar”.

Entre os temas também figuram os debates, trabalhos e exposições do evento a nanotecnologia e robótica para agricultura sustentável, startups e inovação no campo, agronomia como protagonista da transição energética, políticas públicas, e muito mais.  

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Aprosoja-MT pede revisão na MP que renegocia dívidas rurais

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A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) cobrou do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a revisão dos critérios de acesso ao crédito rural previstos na Medida Provisória nº 1.314/2025, que renegocia dívidas rurais.

A entidade enviou ofício à pasta defendendo que os bancos possam avaliar individualmente os pedidos de produtores, com base em comprovação técnica de perdas, sem restrições territoriais impostas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Critérios territoriais e impacto no campo

Publicada em setembro, a MP 1.314/2025 criou linhas de crédito com juros subsidiados entre 2% e 6% ao ano para produtores que tiveram perdas em duas ou mais safras entre 2020 e 2025 por causa de eventos climáticos extremos. As regras do CMN, no entanto, limitam o acesso aos produtores localizados em municípios listados pelo Ministério da Agricultura, de acordo com percentuais médios de perdas apurados pelo IBGE.

Para a Aprosoja-MT, o critério desconsidera casos de perdas comprovadas fora desses recortes estatísticos. A entidade afirma que a medida acaba excluindo agricultores que enfrentaram seca, excesso de chuva e queda nos preços da soja e do milho, comprometendo a viabilidade econômica das propriedades.

“Produtores com laudos técnicos e comprovação de prejuízos deveriam ter o mesmo direito ao crédito equalizado. O objetivo é garantir fôlego financeiro para continuar produzindo”, afirmou Diego Bertuol, diretor administrativo da Aprosoja-MT.

Endividamento e burocracia

Dados do Banco Central mostram que cerca de 15% da carteira de crédito rural de Mato Grosso, o equivalente a R$ 14 bilhões, está em atraso ou renegociação. Segundo a Aprosoja, o cenário reforça a necessidade de juros acessíveis e prazos adequados, conforme previsto na MP.

Bertuol também destacou a burocracia e as exigências excessivas como entraves ao crédito rural. “A demora nos processos, a falta de recursos e as altas garantias exigidas impedem o acesso às linhas emergenciais. Em muitos casos, bastaria o alongamento das dívidas com carência e prazos adequados para evitar a falência de produtores”, afirmou.

Pedido de revisão

A entidade solicita que o Mapa reavalie as normas complementares e autorize expressamente as instituições financeiras a realizarem a análise individualizada dos pedidos de crédito, conforme a comprovação técnica das perdas. Para a Aprosoja-MT, o foco da MP deve permanecer em atender produtores em situação de vulnerabilidade, independentemente da localização geográfica.

Caso os critérios não sejam revistos, produtores afetados por secas, chuvas intensas e incêndios podem ser obrigados a renegociar suas dívidas em linhas de mercado, com juros superiores a 16% ao ano, o que, segundo a entidade, aumentaria o risco de insolvência no campo.

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Agricultura regenerativa cresce no Cerrado e melhora resultados nas lavouras

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O Cerrado brasileiro passa a ganhar protagonismo na agricultura regenerativa. O projeto Regenera Cerrado, iniciativa do Fórum do Futuro em parceria com universidades e empresas, concluiu a primeira fase em setembro, abrangendo mais de 8 mil hectares de fazendas no sudoeste de Goiás.

Durante essa etapa, foram validadas práticas que diminuíram o uso de insumos químicos, como fertilizantes (-20%), fungicidas (-30%) e inseticidas (-50%), ao mesmo tempo em que aumentaram o uso de bioinsumos e técnicas de controle biológico, mantendo a produtividade das culturas de soja e milho.

O projeto também monitorou serviços ecossistêmicos, como a preservação de polinizadores, mostrando aumento de produtividade próximo a áreas de mata nativa, e melhorias na estruturação do solo e na mitigação de gases de efeito estufa.

Agora, a segunda fase do Regenera Cerrado, iniciada em outubro, ampliará o estudo para cinco pilares: saúde do solo e da água, práticas agrícolas regenerativas, conservação da biodiversidade, produção de alimentos seguros e sustentáveis e fortalecimento do mercado regenerativo.

O objetivo é coletar dados integrados sobre solo, biodiversidade, polinização, carbono, fitossanidade e qualidade dos grãos, consolidando evidências para ampliar a adoção de práticas regenerativas em todo o país.

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