Agro Mato Grosso
Focos de calor estão em 71% em apenas 31 cidades de MT

Mais de 71% dos focos de calor registrados em Mato Grosso no primeiro semestre de 2025 estão concentrados em apenas 31 municípios, o que representa 21,8% do total de cidades do estado. Os dados fazem parte de um boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), por meio do Programa Vigiar, e reforçam o alerta sobre os impactos das queimadas na qualidade do ar e na saúde da população.
Esses municípios foram classificados como “críticos” para os riscos de focos nesse ano. A classificação considera cinco faixas de risco — mínimo, baixo, médio, alto e crítico — e tem como base o volume de queimadas registradas entre janeiro e junho, que chegou a 3.538 focos de calor em todo o Estado. O boletim alerta que os meses de agosto e setembro historicamente concentram o maior número de focos de calor em Mato Grosso.
Por isso, mesmo os municípios que ainda não estão em nível crítico, podem ver o cenário agravar-se rapidamente caso não sejam adotadas medidas preventivas imediatas. Embora o número total de focos deste primeiro semestre represente uma redução de 59,7% em relação ao mesmo período de 2024, quando houve 8.798 registros, a concentração das queimadas em determinadas regiões mantém a situação em nível crítico.
Somente os 31 municípios classificados como de ocorrência crítica somaram 2.530 focos. Apesar da diminuição nas estatísticas gerais, o desafio de combater as queimadas em Mato Grosso continua urgente, demonstrando que uma pequena parcela de municípios é responsável pela maior parte do problema. Especialista em saúde ambiental, Ricardo Batista reforça que a resposta aos riscos provocados pelas queimadas não deve esperar os meses mais críticos do ano.
Com o aumento progressivo dos focos de calor, especialmente nos municípios das regiões Norte e Centro-Sul de Mato Grosso, o momento é agora para antecipar ações preventivas. “O cenário indica que os próximos meses podem ser ainda mais desafiadores. Por isso, é fundamental mobilizar as comunidades, intensificar campanhas educativas e fortalecer a vigilância ambiental e sanitária para minimizar os impactos na saúde da população”.
Agro Mato Grosso
Nível de rio em MT fica abaixo do esperado e bate recorde histórico com 1,13 metro de profundidade

Segundo a análise, o esperado era 3 metros de profundidade para esta época do ano.
O nível do Rio Vermelho, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, bateu um recorde histórico e está 1,87 metro abaixo do esperado para essa época do ano, segundo uma medição feita pela Defesa Civil, nessa quinta-feira (31), quando o rio bateu 1,13 metro de profundidade. Segundo a análise, o esperado era 3 metros.
Em outubro do ano passado, quando o nível também estava abaixo do esperado, a profundidade da água era de 1,20 metro.
De acordo com um relatório técnico elaborado pela Superintendência de Averbação e Cartografia, da Secretaria Municipal de Habitação e Urbanismo de Rondonópolis, desde 2023, o Rio Vermelho tem batido recorde por apresentar níveis cada vez mais baixos, especialmente durante a época de estiagem, entre junho e setembro.
No levantamento, consta que a recuperação do nível do rio, nesta época do ano, é lenta devido ao ritmo na retomada das chuvas. Além disso, o levantamento aponta que o volume da água que escoa no curso do rio tem reduzido nos últimos anos.
Segundo o superintendente municipal de averbação e cartografia, Ricardo Amorim, a sustentabilidade e comunidades locais estão sendo impactadas diretamente com o nível baixo da água, já que o Rio Vermelho é responsável por abastecer aproximadamente 50% do município.
Conforme o relatório, entre as causas da escassez está:
- 🚣🏻♀️redução da vazão, quando o volume de água do rio diminui;
- ☀️período de estiagem prolongada;
- 🚿uso intensivo para irrigação agrícola;
- ⛲exploração inadequada de aquíferos;
- 🌳falta de proteção adequada das áreas de nascentes e matas ciliares;
- 🌪️impactos das mudanças climáticas.
Além disso, a pesquisa reforça que, com a redução do nível do rio, é importante que ações urgentes sejam adotadas pelos órgãos municipais, estaduais e federais, assim como a colaboração da população, para que os índices de segurança hídrica, ambiental e econômica mudem e se tornem positivos.
Com isso, o superintendente Ricardo informou que a Prefeitura de Rondonópolis está planejando a adoção de medidas sustentáveis. O relatório recomenda reflorestamento e recuperação das Áreas de Preservação Permanente (APPs) nas margens do rio. Além de projetos que contribuam para a proteção das nascentes e áreas de recarga da bacia hidrográfica.
Entre outras medidas recomendadas estão a implantação de planos de contingência para estiagens e cheias, campanhas públicas para conscientização e economia no uso doméstico e industrial, incentivo a tecnologias de reuso e eficiência hídrica na agricultura e ainda pesquisa e implantação de fontes alternativas para reduzir a dependência do Rio Vermelho.
Agro Mato Grosso
Conheça a história de Ademir Fisher, o produtor que nasceu para cultivar em MT

Em Lucas do Rio Verde, o produtor transformou sua herança familiar em missão de vida, dedicando-se por décadas à terra que sempre acreditou ser seu destino
A história de Ademir Fisher começa no Rio Grande do Sul, no município de Carazinho. Porém, foi em Mato Grosso, na cidade de Lucas do Rio Verde, que ele e sua esposa, Clair Ivone Rossetto Fischer, encontraram o solo onde fincaram suas raízes e, mesmo com diversos desafios no início, transformaram sonhos em um lar frutífero e acolhedor.
Ademir conta que o gosto pela agricultura é uma herança de seu pai, Carlos Eugênio Fischer, que também era agricultor na cidade de Victor Graeff, no Rio Grande do Sul.
Assim, ser agricultor estava em seu sangue, e mesmo que em determinado momento tenha considerado seguir carreira na área da saúde, a natureza o chamava, e seu sonho persistiu.
“Então eu sou assim, de descendência, de origem da terra, sempre vivi na terra. Minha tendência sempre foi plantar. Era um desejo meu desde criança. Às vezes a preguiça, a ansiedade, me empurravam para um caminho que podia me desvirtuar da agricultura, mas não me desvirtuaram. Porque, nos seis meses depois que voltei do passeio, eu já queria ser agricultor de novo”, conta o produtor.
Ainda no quinto ano da faculdade, Ademir já colocava em prática seus conhecimentos, atuando como técnico agrícola e atendendo à região sudoeste do Paraná. Seu profissionalismo o levou a compartilhar seu saber internacionalmente, palestrando na Argentina e no Paraguai em três idiomas: português, espanhol e alemão.
Ele se casou ao fim da sua formação em Agronomia, começou a sentir que a rotina de viagens o fazia sentir falta da família e decidiu mudar sua vida. Na época, seu sogro, também agricultor, havia se mudado para Mato Grosso e o ajudou nesse período de transição.
“Já estou há mais de 40 anos aqui em Mato Grosso, então já tenho um bom caminho andado. Meu sogro já estava aqui e tinha em mãos a análise do solo. Se colocássemos o que a terra precisava, colheríamos bem, desde que a chuva não faltasse. E assim foi. Decidi vir para cá e essa foi a minha sorte”, relata Ademir.
O início não foi fácil. A distância até mercados e médicos era longa, havia poucos funcionários, e o trabalho exigia muito esforço braçal. Mas Ademir nunca pensou em desistir.
“Para viver da terra e aguentar o que a gente aguenta, de segunda a segunda, se for preciso levantar às 3h30 da manhã, voltar para casa entre 10h e 11h da noite, cansado, dormir e começar tudo de novo, isso tem que estar dentro da pessoa. É nato”, acredita o agricultor.
Ademir e Clair tiveram dois filhos que seguiram caminhos diferentes, mas que lhes dão muito orgulho. A mais velha, Luana Fischer, hoje com 43 anos, é pesquisadora. O mais novo, Ademir Fisher Junior, de 41 anos, seguiu os passos do pai, se tornou engenheiro agrônomo e hoje faz todo o trabalho operacional da fazenda.
A trajetória de Ademir Fisher é marcada por coragem, amor à terra e dedicação à família. Sua história inspira não apenas pela resistência diante das dificuldades, mas pela maneira como escolheu viver com propósito e cultivar esperança em solo novo. Construiu um lar, um legado e uma história que seguirá brotando nos corações de quem ama a vida no campo.
Agro Mato Grosso
Tarifaço atinge 76% dos produtos de exportação de Mato Grosso

Medida eleva imposto para 50% e impacta diretamente produtos como carne bovina, soja e madeira perfilada.
O “Tarifaço” adicional de 40% imposto pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros deve afetar fortemente as exportações industrializadas de Mato Grosso. Com o aumento, o imposto de importação sobre alguns itens chega a 50%, segundo avaliação da Federação das Indústrias do Estado (Fiemt).
Cinco dos seis principais produtos exportados pelo estado ao mercado norte-americano estão na lista da nova taxação: carne bovina, soja, gelatina, sebo (gordura animal) e madeira perfilada. Apenas o ouro ficou de fora. Esses itens representam 98% das exportações mato-grossenses para os EUA.
No total, 41 dos 54 produtos embarcados do estado para os Estados Unidos em 2024 foram atingidos pela nova alíquota, o equivalente a 76%. Em valores, isso significa que US$ 266 milhões dos US$ 415 milhões exportados estão agora sujeitos à tarifa, cerca de 65% do volume comercializado.
A Fiemt destaca que a medida compromete a previsibilidade nas relações internacionais e prejudica a competitividade da indústria regional, que tem investido em qualidade, sustentabilidade e agregação de valor. A entidade segue articulada com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e autoridades brasileiras para buscar alternativas e minimizar os impactos.
As informações constam em análise do Observatório da Indústria do Sistema Fiemt, que utilizou dados do ComexStat e critérios da nomenclatura internacional SH-6, com base na lista divulgada pela Casa Branca no dia 30 de julho.
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