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Agro Mato Grosso

Tarifaço de Trump: produtores de MT deixam EUA fora da rota de exportação da carne bovina e buscam novos países

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A produção da carne bovina mato-grossense que seria exportada aos Estados Unidos deverá ser redirecionada para outros países após o presidente Donald Trump assinar o decreto que eleva a tarifa sobre produtos brasileiros para 50%, nesta quarta-feira (30). De acordo com o Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), a estratégia é manter a produção e ampliar parcerias comerciais com a Coreia do Sul, Vietnã e Japão (entenda mais abaixo).

Atualmente, Mato Grosso exporta cerca de 12% de carne bovina aos Estados Unidos. O país norte-americano fica atrás apenas da China, principal comprador internacional, que concentra mais de 40% das aquisições.

No primeiro semestre deste ano, os Estados Unidos foram o segundo maior destino da carne bovina brasileira, com 13,69% do volume total exportado. Em relação a Mato Grosso, 7,20% das exportações de carne tiveram como destino o mercado americano, o que corresponde a quase 37 mil toneladas e cerca de 119 milhões de dólares em faturamento.

Novas negociações

À imprensa vice-presidente do Sindifrigo, Luiz Antonio Freitas Martins, informou que as indústrias frigoríficas de Mato Grosso, em articulação com o Governo Federal e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), estão em negociação com novos mercados internacionais.

“Essas são alternativas que a gente vai correr atrás para compensar esse volume que vamos perder com os Estados Unidos. Basicamente, com um tarifaço de 50%, inviabiliza totalmente a operação”, explicou.

De acordo com o vice-presidente, Vietnã, Coreia do Sul e Japão ainda não importam carne bovina do Brasil. Isso ocorria porque o país não era reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação, o que impedia as exportações para esses mercados.

No entanto, essa barreira foi superada há dois meses, com o Brasil sendo reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação. Com isso, o setor vê a possibilidade de avançar nas negociações e abrir esses mercados, considerados estratégicos e importantes para o país.

Conforme a Sindifrigo, as exportações de carne bovina para os EUA não devem gerar prejuízos imediatos ao setor em Mato Grosso, pois o anúncio da tarifa foi feito com antecedência, o que permitiu às indústrias ajustarem a produção e embarcarem os produtos dentro do prazo.

A produção destinada especificamente ao mercado norte-americano, que possui características diferentes, foi interrompida há cerca de 10 dias, antes do fim do prazo, evitando excedentes nos frigoríficos.

“Vamos buscar novos mercados, aumentando a participação e share em um mercado para compensar esse volume que a gente perdeu. Então, o primeiro momento é esse impacto, mas eu acredito que no médio curto e médio prazo a gente consiga reverter e recuperar esse volume em outros mercados”, ressaltou.

Movimentação no mercado interno

 

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa, apesar de o Brasil exportar para diversos países, não há outro mercado capaz de absorver, sozinho, as 400 mil toneladas previstas para os EUA. Parte da produção será redirecionada para o mercado interno ou outros destinos, mas com dificuldades logísticas e preços menos vantajosos.

“Brasil exporta para diversos países, mas nessa quantidade, cerca de 400 mil toneladas que nós íamos exportar esse ano e o produto específico que nós estávamos pensando em exportar, não existe nenhum mercado que absorva tudo isso. Então, uma parte ficará no mercado interno, outra enviamos para outros destinos mas com dificuldades de preço e logística, que era um mercado tão atrativo como era os Estados Unidos”, pontuou.

Aumento no preço da carne bovina — Foto: Mary Winchester/Unsplash

Aumento no preço da carne bovina — Foto: Mary Winchester/Unsplash

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Nível de rio em MT fica abaixo do esperado e bate recorde histórico com 1,13 metro de profundidade

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O nível do Rio Vermelho, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, bateu um recorde histórico e está 1,87 metro abaixo do esperado para essa época do ano, segundo uma medição feita pela Defesa Civil, nessa quinta-feira (31), quando o rio bateu 1,13 metro de profundidade. Segundo a análise, o esperado era 3 metros.

Em outubro do ano passado, quando o nível também estava abaixo do esperado, a profundidade da água era de 1,20 metro.

De acordo com um relatório técnico elaborado pela Superintendência de Averbação e Cartografia, da Secretaria Municipal de Habitação e Urbanismo de Rondonópolis, desde 2023, o Rio Vermelho tem batido recorde por apresentar níveis cada vez mais baixos, especialmente durante a época de estiagem, entre junho e setembro.

No levantamento, consta que a recuperação do nível do rio, nesta época do ano, é lenta devido ao ritmo na retomada das chuvas. Além disso, o levantamento aponta que o volume da água que escoa no curso do rio tem reduzido nos últimos anos.

Segundo o superintendente municipal de averbação e cartografia, Ricardo Amorim, a sustentabilidade e comunidades locais estão sendo impactadas diretamente com o nível baixo da água, já que o Rio Vermelho é responsável por abastecer aproximadamente 50% do município.

Conforme o relatório, entre as causas da escassez está:

  • 🚣🏻‍♀️redução da vazão, quando o volume de água do rio diminui;
  • ☀️período de estiagem prolongada;
  • 🚿uso intensivo para irrigação agrícola;
  • ⛲exploração inadequada de aquíferos;
  • 🌳falta de proteção adequada das áreas de nascentes e matas ciliares;
  • 🌪️impactos das mudanças climáticas.

Além disso, a pesquisa reforça que, com a redução do nível do rio, é importante que ações urgentes sejam adotadas pelos órgãos municipais, estaduais e federais, assim como a colaboração da população, para que os índices de segurança hídrica, ambiental e econômica mudem e se tornem positivos.

Com isso, o superintendente Ricardo informou que a Prefeitura de Rondonópolis está planejando a adoção de medidas sustentáveis. O relatório recomenda reflorestamento e recuperação das Áreas de Preservação Permanente (APPs) nas margens do rio. Além de projetos que contribuam para a proteção das nascentes e áreas de recarga da bacia hidrográfica.

Entre outras medidas recomendadas estão a implantação de planos de contingência para estiagens e cheias, campanhas públicas para conscientização e economia no uso doméstico e industrial, incentivo a tecnologias de reuso e eficiência hídrica na agricultura e ainda pesquisa e implantação de fontes alternativas para reduzir a dependência do Rio Vermelho.

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Conheça a história de Ademir Fisher, o produtor que nasceu para cultivar em MT

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Em Lucas do Rio Verde, o produtor transformou sua herança familiar em missão de vida, dedicando-se por décadas à terra que sempre acreditou ser seu destino

A história de Ademir Fisher começa no Rio Grande do Sul, no município de Carazinho. Porém, foi em Mato Grosso, na cidade de Lucas do Rio Verde, que ele e sua esposa, Clair Ivone Rossetto Fischer, encontraram o solo onde fincaram suas raízes e, mesmo com diversos desafios no início, transformaram sonhos em um lar frutífero e acolhedor.

Ademir conta que o gosto pela agricultura é uma herança de seu pai, Carlos Eugênio Fischer, que também era agricultor na cidade de Victor Graeff, no Rio Grande do Sul.

Assim, ser agricultor estava em seu sangue, e mesmo que em determinado momento tenha considerado seguir carreira na área da saúde, a natureza o chamava, e seu sonho persistiu.

“Então eu sou assim, de descendência, de origem da terra, sempre vivi na terra. Minha tendência sempre foi plantar. Era um desejo meu desde criança. Às vezes a preguiça, a ansiedade, me empurravam para um caminho que podia me desvirtuar da agricultura, mas não me desvirtuaram. Porque, nos seis meses depois que voltei do passeio, eu já queria ser agricultor de novo”, conta o produtor.

Ainda no quinto ano da faculdade, Ademir já colocava em prática seus conhecimentos, atuando como técnico agrícola e atendendo à região sudoeste do Paraná. Seu profissionalismo o levou a compartilhar seu saber internacionalmente, palestrando na Argentina e no Paraguai em três idiomas: português, espanhol e alemão.

Ele se casou ao fim da sua formação em Agronomia, começou a sentir que a rotina de viagens o fazia sentir falta da família e decidiu mudar sua vida. Na época, seu sogro, também agricultor, havia se mudado para Mato Grosso e o ajudou nesse período de transição.

“Já estou há mais de 40 anos aqui em Mato Grosso, então já tenho um bom caminho andado. Meu sogro já estava aqui e tinha em mãos a análise do solo. Se colocássemos o que a terra precisava, colheríamos bem, desde que a chuva não faltasse. E assim foi. Decidi vir para cá e essa foi a minha sorte”, relata Ademir.

O início não foi fácil. A distância até mercados e médicos era longa, havia poucos funcionários, e o trabalho exigia muito esforço braçal. Mas Ademir nunca pensou em desistir.

“Para viver da terra e aguentar o que a gente aguenta, de segunda a segunda, se for preciso levantar às 3h30 da manhã, voltar para casa entre 10h e 11h da noite, cansado, dormir e começar tudo de novo, isso tem que estar dentro da pessoa. É nato”, acredita o agricultor.

Ademir e Clair tiveram dois filhos que seguiram caminhos diferentes, mas que lhes dão muito orgulho. A mais velha, Luana Fischer, hoje com 43 anos, é pesquisadora. O mais novo, Ademir Fisher Junior, de 41 anos, seguiu os passos do pai, se tornou engenheiro agrônomo e hoje faz todo o trabalho operacional da fazenda.

A trajetória de Ademir Fisher é marcada por coragem, amor à terra e dedicação à família. Sua história inspira não apenas pela resistência diante das dificuldades, mas pela maneira como escolheu viver com propósito e cultivar esperança em solo novo. Construiu um lar, um legado e uma história que seguirá brotando nos corações de quem ama a vida no campo.

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Tarifaço atinge 76% dos produtos de exportação de Mato Grosso

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Medida eleva imposto para 50% e impacta diretamente produtos como carne bovina, soja e madeira perfilada.

O “Tarifaço” adicional de 40% imposto pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros deve afetar fortemente as exportações industrializadas de Mato Grosso. Com o aumento, o imposto de importação sobre alguns itens chega a 50%, segundo avaliação da Federação das Indústrias do Estado (Fiemt).

Cinco dos seis principais produtos exportados pelo estado ao mercado norte-americano estão na lista da nova taxação: carne bovina, soja, gelatina, sebo (gordura animal) e madeira perfilada. Apenas o ouro ficou de fora. Esses itens representam 98% das exportações mato-grossenses para os EUA.

No total, 41 dos 54 produtos embarcados do estado para os Estados Unidos em 2024 foram atingidos pela nova alíquota, o equivalente a 76%. Em valores, isso significa que US$ 266 milhões dos US$ 415 milhões exportados estão agora sujeitos à tarifa, cerca de 65% do volume comercializado.

A Fiemt destaca que a medida compromete a previsibilidade nas relações internacionais e prejudica a competitividade da indústria regional, que tem investido em qualidade, sustentabilidade e agregação de valor. A entidade segue articulada com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e autoridades brasileiras para buscar alternativas e minimizar os impactos.

As informações constam em análise do Observatório da Indústria do Sistema Fiemt, que utilizou dados do ComexStat e critérios da nomenclatura internacional SH-6, com base na lista divulgada pela Casa Branca no dia 30 de julho.

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