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Agricultura espacial: o que o agro pode aprender com Marte

Agricultura fora da Terra já é realidade — e pode transformar o campo
Parece ficção científica, mas é pura ciência aplicada: já é possível plantar alimentos fora da Terra, em ambientes como a Estação Espacial Internacional e, futuramente, em bases na Lua e em Marte. Mais do que preparar a alimentação de astronautas, os avanços da agricultura espacial estão abrindo caminhos para tornar o agronegócio na Terra mais eficiente, sustentável e resiliente.
O que é agricultura espacial?
A agricultura espacial é um ramo da astrobiologia que pesquisa como cultivar alimentos fora da Terra — seja em naves espaciais, na órbita terrestre, na Lua ou em Marte. Essa área busca desenvolver sistemas agrícolas eficientes, autossuficientes e adaptáveis a condições extremas, com foco na segurança alimentar de futuras missões espaciais.
Por que plantar no espaço?
Levar comida para Marte, por exemplo, é logísticamente inviável. Uma missão até o planeta vermelho pode durar mais de dois anos, e depender do reabastecimento por foguetes representa um risco alto. Produzir alimentos localmente garante segurança alimentar, melhora a saúde mental dos astronautas e reduz custos operacionais.
Além disso, alimentos frescos preservam melhor os nutrientes, como antioxidantes, essenciais para proteger o corpo da radiação cósmica em ambientes extremos.
O que isso tem a ver com o agro brasileiro?
Muita coisa. Segundo Rebeca Gonçalves — bióloga, astrobióloga e referência global em agricultura espacial, os sistemas desenvolvidos para Marte têm aplicações diretas no campo brasileiro:
- Otimização de recursos (água, energia, solo)
- Recuperação de áreas degradadas
- Técnicas de plantio mais sustentáveis
- Eficiência em ambientes hostis ou de baixa fertilidade
“O solo marciano é praticamente pedra moída, sem nutrientes biodisponíveis. As soluções que funcionam ali podem transformar regiões áridas ou degradadas do nosso planeta”, explica Rebeca.
O experimento que pode revolucionar o campo
Rebeca liderou um estudo inédito publicado em 2023, em que aplicou a técnica da policultura — o cultivo simultâneo de diferentes espécies — em um simulador de solo marciano. Foram plantados tomates, ervilhas e cenouras. O resultado? Os tomates cultivados com as outras espécies produziram o dobro de frutos comparado aos cultivados isoladamente.
Essa técnica milenar, utilizada por civilizações como os maias, vem sendo resgatada com embasamento científico, e pode ser aplicada com sucesso em sistemas de integração como lavoura-pecuária-floresta (ILPF).

Benefícios da agricultura espacial aplicados ao agro
1. Sistemas agrícolas mais eficientes
Menor consumo de água e energia, maior produtividade por metro quadrado e otimização do uso do solo.
2. Recuperação de áreas improdutivas
As técnicas de adaptação de solos pobres (como o regolito marciano) ajudam a recuperar terras degradadas na Terra.
3. Espécies mais nutritivas e resistentes
Estudos focam em desenvolver variedades com mais nutrientes e maior resiliência a pragas e mudanças climáticas.
4. Sustentabilidade como premissa
Bases fora da Terra precisam ser autossuficientes. O mesmo princípio pode (e deve) ser aplicado na agricultura terrestre.
E o futuro?
O setor espacial já impulsionou tecnologias como GPS, sensores, painéis solares e filtros de água todos usados hoje no agronegócio. A agricultura espacial é o próximo passo dessa evolução, oferecendo soluções práticas para os desafios climáticos, energéticos e nutricionais do século 21.
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Cinco falhas que mais param as colheitadeiras e como evitá-las

Em uma jornada de sete horas, é possível colher cerca de 29 toneladas de soja. Assim, caso a máquina esteja parada, o prejuízo diário pode chegar a quase R$ 450 mil, conforme estimativas da indústria.
Contudo, o impacto não se limita ao rendimento da produção, mas inclui também perdas com caminhões parados e operadores ociosos, sem contar o risco de perda de qualidade dos grãos, que devem ser colhidos no ponto ideal.
Portanto, entender quais são os principais pontos de atenção na colheitadeira antes do início da operação e como preveni-los é essencial para garantir o desempenho das máquinas no campo. Pensando nisso, o coordenador de pós-venda Massey Ferguson Edison Souza listou as cinco falhas mais recorrentes que causam paradas durante a safra:
- Rompimento de correias: esse tipo de falha pode ser mais grave do que parece. Em determinados modelos, algumas correias quando se rompem podem levar ao rompimento das demais que estão próximas, comprometendo todo o sistema.
- Falhas no sistema de corte: componentes como caixa de navalha, dedos do molinete e facas da navalha estão entre os que mais sofrem desgaste, especialmente, se não passarem por revisão adequada.
- Rolamentos danificados: as falhas relacionadas aos rolamentos são as que podem demorar mais tempo para corrigir, pois muitas vezes em função destas falhas, ocorre a quebra de engrenagens, carcaças ou outros componentes do sistema envolvido.
- Problemas nos redutores finais: vazamentos e falhas em rolamentos nos redutores finais afetam diretamente a tração e movimentação da máquina, sendo difíceis de corrigir durante a operação em campo.
- Defeitos nos sistemas hidráulico e elétrico: bombas hidráulicas e sensores de rotação e plataforma também são vulneráveis quando não recebem a manutenção preventiva necessária, afetando o desempenho da colheitadeira.
Souza lembra que para prevenir as falhas, é fundamental realizar a manutenção preventiva. “Muitos produtores deixam para fazer manutenção apenas quando a máquina quebra. É a chamada manutenção corretiva, que ocorre no pior momento possível, no meio da lavoura. O ideal é agir com antecedência, na entressafra, com base no histórico da máquina”, recomenda.
Segundo ele, a revisão preventiva, além de reduzir o risco de paradas inesperadas, diminui custo e permite um planejamento técnico mais eficiente. “Ao corrigir de forma preventiva apenas os componentes desgastados, evita-se a quebra de outras peças do mesmo sistema, o que gera economia na manutenção, além de permitir um melhor planejamento e execução por parte da concessionária”, detalha.
De acordo com o especialista da Massey, outro fator que merece atenção é o diesel, já que o combustível contaminado é um dos principais causadores de problemas durante a colheita.
“Quando não tratado, o diesel pode gerar problemas no sistema de injeção, começando com a saturação do filtro e perda de potência do motor. Em casos mais graves, atinge bombas injetoras e bicos injetores. O custo para realizar o tratamento é muito baixo se comparado ao risco que representa”, alerta.
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‘Morango do amor’ viraliza nas redes e impulsiona lucro de confeiteiros e produtores

A febre do “morango do amor” nas redes sociais tem gerado um impacto positivo direto nos lucros de confeiteiros e produtores de morango em Atibaia, no interior de São Paulo. Conhecida como Capital Nacional do Morango, a cidade produz cerca de 3 mil toneladas da fruta por ano.
Vídeos com receitas, trends e memes com o doce inspirado na maçã do amor, estrelados por anônimos e celebridades como Fábio Porchat, já acumulam milhões de visualizações. O sucesso tem impulsionado a procura pela sobremesa em feiras, confeitarias e eventos gastronômicos.
A confeiteira Izabella Maciel sentiu o impacto direto do “hit”. Só nas últimas duas semanas, a procura pelo doce aumentou significativamente na loja que mantém em sociedade com a mãe.
“Imaginei que fosse só por causa das festas juninas, algo passageiro. Mas quando vi que as pessoas vinham especificamente atrás do morango do amor e não compravam outra coisa, entendi que era hora de aumentar a produção”.
Com mais de 13 anos de experiência em confeitaria, Izabella precisou fazer ajustes rápidos para atender a demanda. “Começamos a produção há cerca de seis dias, e nossa meta é chegar a mil unidades vendidas até o fim da semana. Tivemos que suspender outros produtos para dar conta da demanda crescente.”
Vendido por R$ 16 a unidade, o doce não é novidade no cardápio da loja: “Já havíamos feito para a Festa das Flores e Morangos de 2022, mas na época não teve a mesma aceitação. Agora, com o boom nas redes, virou nosso carro-chefe.”
O sucesso do morango do amor também beneficiou produtores locais da fruta. Um deles é Rafael Augusto Maziero, neto de um dos fundadores da tradicional Festa do Morango de Atibaia. Ele representa a terceira geração da família na agricultura e já prepara o filho para dar continuidade ao negócio.
Segundo Rafael, a procura por morangos aumentou 30% nas últimas semanas, e o preço também subiu. “O quilo que costumava custar entre R$ 30 e R$ 35, agora chega a ser vendido por até R$ 50”, relata.
O agricultor de 42 anos, que começou na lavoura aos 15, comemora o timing da tendência.
“Essa moda veio em uma época ótima. Julho e agosto são meses fortes de colheita. Em anos anteriores, o excesso de oferta derrubava os preços. Desta vez, a alta procura manteve o preço estável e até elevou os lucros.”
Para atender a nova demanda, os produtores estão sendo mais criteriosos na seleção dos frutos.“O pessoal quer morangos grandes e bem bonitos para fazer o doce. Isso exige mais cuidado na colheita, mas também nos estimula a investir em novas variedades, tecnologia e inovação.”
Tendência passageira ou oportunidade duradoura?
Izabella acredita que o hype do morango do amor deve durar pelo menos mais um mês.
“Tem gente que nem gosta da fruta, mas compra só para postar nas redes e se sentir parte da tendência. Mas, além disso, o doce é realmente delicioso”, diz ela.
Já Rafael torce para que a onda dure ainda mais. “Se essa moda continuar, melhor pra nós. O ‘faz-me-rir’ só cresce no bolso do produtor”, brinca, referindo-se ao aumento dos lucros.
Agro Mato Grosso
Mato Grosso inaugura gasoduto de 39 km para abastecer o Distrito Industrial em Cuiabá | MT

Com a nova estrutura, o gás chega canalizado às empresas, o que elimina os custos com compressão e descompressão exigidos no transporte rodoviário, atualmente feito por caminhões
Um trecho de 39 quilômetros de gasoduto foi inaugurado nesta sexta-feira (25) para abastecer diretamente as indústrias localizadas no Distrito Industrial de Cuiabá. Segundo o governo de Mato Grosso, o investimento de R$ 40 milhões foi viabilizado por meio de uma parceria com a Bolívia, que será responsável pelo fornecimento do gás natural.
Com a nova estrutura, o gás chega canalizado às empresas, o que elimina os custos com compressão e descompressão exigidos no transporte rodoviário, atualmente feito por caminhões. A mudança representa uma redução significativa nos custos operacionais para o setor produtivo.
Três empresas já estão conectadas à nova rede, a Sanear, a Greca Asfaltos e a Milan Móveis. De acordo com o presidente da MT Gás, Aécio Rodrigues, sete contratos já foram assinados e outros 30 estão em fase de adesão. A capacidade do gasoduto permite atender até 260 indústrias, com distribuição diária de até 186 mil metros cúbicos de gás natural.
Além da vantagem econômica, o governo avalia que o uso do gás natural contribui para a redução de impactos ambientais ao substituir combustíveis mais poluentes, como o óleo diesel. Isso também facilita o acesso das empresas a linhas de crédito sustentáveis e certificações ESG (ambiental, social e de governança).
O contrato firmado com a Bolívia prevê uma cláusula de compensação, garantindo o equilíbrio econômico-financeiro do projeto em caso de consumo abaixo do volume contratado. A expectativa é que, em uma segunda etapa, o fornecimento de gás canalizado seja expandido para postos de combustíveis, o que deve reduzir o preço do Gás Natural Veicular (GNV) e beneficiar diretamente os consumidores.
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