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CAT Sorriso celebra 23 anos com incentivo à sustentabilidade e práticas conservacionistas no agro

Instituição sem fins lucrativos transforma o campo com inovação, educação ambiental e certificações globais
No dia 9 de julho, a Associação Clube Amigos da Terra – CAT Sorriso comemora 23 anos de atuação com um histórico sólido e inspirador de contribuições para o desenvolvimento sustentável do agronegócio. Atuando principalmente nos municípios do médio-norte e norte de Mato Grosso, a instituição privada e sem fins lucrativos foi criada por produtores rurais que buscam o desenvolvimento tecnológico da produção rural, em harmonia com o meio ambiente.
“O CAT Sorriso é um parceiro do campo que impulsiona o agro sustentável através da assistência técnica especializada, da educação rural e do apoio direto ao produtor”, comenta a coordenadora do CAT, Cristina Delicato, que foi uma das fundadoras da associação e está à frente da instituição desde 2017. “Com presença ativa nas propriedades e compromisso com a produção responsável, o CAT atua promovendo práticas que aliam produtividade, conservação ambiental e valorização das pessoas”, afirma.
O Clube Amigos da Terra é um articulador regional para a difusão das boas práticas agrícolas. Além dos produtores de Sorriso, atende também produtores rurais de outros 14 municípios do estado. Atualmente, 54 propriedades rurais estão certificadas ou em processo de certificação da produção de soja pela Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS, na sigla em inglês). No total, são quase 290 mil hectares que participam da certificação internacional, por meio do incentivo e das atividades desenvolvidas pelas equipes do CAT.
Para obter o selo de certificação, a propriedade rural deve atender a 108 indicadores que comprovam o cumprimento da legislação, boas práticas agrícolas e empresariais, condições de trabalho responsáveis, relações com a comunidade e responsabilidade ambiental. A exigência é gradativa e atinge o número total de indicadores a partir do terceiro ano da certificação. O grupo Morena Agro, de Campo Novo do Parecis, é uma das propriedades rurais que têm a certificação de soja responsável pelo CAT. A produtora rural e diretora administrativa Dulce Ciochetta elogia a atuação do Clube: “É um trabalho muito sério. Essa assessoria que a gente tem do CAT é um diferencial muito grande para a nossa propriedade.”
Em 2024, os produtores rurais do CAT Sorriso responderam por 9,06% da soja certificada pelo padrão RTRS no mundo. “O trabalho do CAT Sorriso, desenvolvido em Mato Grosso, é fundamental para a expansão da certificação da soja RTRS nas propriedades. Deixando a propriedade pronta para receber a auditoria externa final, que é feita por organismos de certificação internacionais”, avalia o consultor externo da RTRS no Brasil, Cid Sanches.
Fortalecimento da agricultura familiar
Outra frente de atuação do CAT Sorriso é o fortalecimento da agricultura familiar, com ações voltadas à capacitação de produtores, assistência técnica especializada e orientação para acesso ao crédito rural. Ao longo de mais de duas décadas de trabalho, já foram atendidas 270 propriedades rurais, com foco na implantação de sistemas produtivos sustentáveis. Uma das instituições atendidas é a Associação de Pequenos Produtores Rurais do Rio Celeste (Aprocel), formada por agricultores do assentamento Jonas Pinheiro, com áreas em Sorriso e Vera. “O trabalho de consultoria, realizado pelo CAT, nos auxilia com a documentação, na parte de organização, de acesso aos créditos. Nós queremos produzir com qualidade e sustentabilidade e esse direcionamento é fundamental para isso”, argumenta o presidente da Aprocel, Lindomar Ferraz.
Dos 15 produtores rurais da região, que já conquistaram o Selo de Identificação de Origem da Agricultura Familiar, oito são do Assentamento Jonas Pinheiro. Desenvolvido pelo CAT, o selo vem acompanhado de um QR Code, que permite ao consumidor fazer a rastreabilidade do produto. Com a maior visibilidade do que sai do campo, os produtos com selo chegam com diferenciais ao mercado.
Os serviços realizados pelo CAT também atendem aos membros da Cooperativa dos Produtores de Hortifrutigranjeiro de Sorriso (Cooperriso). Os cooperados produzem diversas variedades de hortaliças, verduras e frutas, que abastecem supermercados, feiras e escolas públicas de cinco municípios da região. “Sem essa parceria com o CAT, a gente não conseguiria chegar ao patamar de produção e comercialização que temos hoje”, reconhece o presidente da Cooperriso, Ivaldino Hahn.
Conheça programas e projetos do CAT: da educação ambiental à preservação de nascentes
O Agro na Escola é um programa de educação ambiental que faz parte da formação dos alunos da rede municipal de Sorriso. Ao longo dos anos levando informações para estudantes, o CAT contribui com conhecimento para mais de 160 mil crianças, que participaram de atividades educativas voltadas à preservação ambiental. Atualmente, estudantes do 4º e 5º ano fazem visitas técnicas às Vitrines Tecnológicas de Reposição Florestal, recebem cartilhas educativas com conteúdos didáticos e lúdicos sobre meio ambiente, aprendem sobre o uso consciente dos recursos naturais e as boas práticas agrícolas.
Orientados por equipes do CAT, os alunos também visitam projetos de recuperação de nascentes. Uma delas ocorre na fazenda Santana, onde já foram plantadas quatro mil mudas de árvores nativas. “Tem dois anos que os estudantes fazem esse acompanhamento. Quando eles voltam lá e veem o crescimento das árvores, eles ficam maravilhados porque cresceu muito, eles dizem: ‘olha, está maior do que eu’”, explica com entusiasmo a engenheira agrônoma e técnica de campo do CAT Sorriso, Luciana Pereira.
O projeto “Águas do Lira – Seja Amigo das Nascentes” também se destaca como uma ação transformadora promovida pelo CAT e tem foco na revitalização das nascentes da Bacia do Rio Tenente Lira, curso d’água com mais de 58 km de extensão e que já foi reconhecido como patrimônio histórico, cultural, ecológico e paisagístico de Sorriso, por uma lei municipal (Lei nº 2.179/2013).
Desde o início das atividades do projeto “Águas do Lira”, quatro nascentes já foram revitalizadas e outras quatro estão em processo de recuperação.
Apoios fundamentais para um caminho de sucesso
Durante toda a trajetória de serviços e projetos do CAT Sorriso, muitas empresas e instituições se destacam pelas parcerias realizadas, como o Ministério Público Estadual, Prefeitura Municipal de Sorriso, Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), John Deere Agro Baggio, Fix Incorporadora, entre outros.
O projeto Cultivando Vida Sustentável, co-financiado pela organização IDH e empresa Cargill, é responsável pela certificação de 54 propriedades rurais, valorizando a produção responsável da soja; promove a restauração de áreas degradadas e oferece assistência técnica para pequenos produtores da agricultura familiar.
Agro Mato Grosso
Nível de rio em MT fica abaixo do esperado e bate recorde histórico com 1,13 metro de profundidade

Segundo a análise, o esperado era 3 metros de profundidade para esta época do ano.
O nível do Rio Vermelho, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, bateu um recorde histórico e está 1,87 metro abaixo do esperado para essa época do ano, segundo uma medição feita pela Defesa Civil, nessa quinta-feira (31), quando o rio bateu 1,13 metro de profundidade. Segundo a análise, o esperado era 3 metros.
Em outubro do ano passado, quando o nível também estava abaixo do esperado, a profundidade da água era de 1,20 metro.
De acordo com um relatório técnico elaborado pela Superintendência de Averbação e Cartografia, da Secretaria Municipal de Habitação e Urbanismo de Rondonópolis, desde 2023, o Rio Vermelho tem batido recorde por apresentar níveis cada vez mais baixos, especialmente durante a época de estiagem, entre junho e setembro.
No levantamento, consta que a recuperação do nível do rio, nesta época do ano, é lenta devido ao ritmo na retomada das chuvas. Além disso, o levantamento aponta que o volume da água que escoa no curso do rio tem reduzido nos últimos anos.
Segundo o superintendente municipal de averbação e cartografia, Ricardo Amorim, a sustentabilidade e comunidades locais estão sendo impactadas diretamente com o nível baixo da água, já que o Rio Vermelho é responsável por abastecer aproximadamente 50% do município.
Conforme o relatório, entre as causas da escassez está:
- 🚣🏻♀️redução da vazão, quando o volume de água do rio diminui;
- ☀️período de estiagem prolongada;
- 🚿uso intensivo para irrigação agrícola;
- ⛲exploração inadequada de aquíferos;
- 🌳falta de proteção adequada das áreas de nascentes e matas ciliares;
- 🌪️impactos das mudanças climáticas.
Além disso, a pesquisa reforça que, com a redução do nível do rio, é importante que ações urgentes sejam adotadas pelos órgãos municipais, estaduais e federais, assim como a colaboração da população, para que os índices de segurança hídrica, ambiental e econômica mudem e se tornem positivos.
Com isso, o superintendente Ricardo informou que a Prefeitura de Rondonópolis está planejando a adoção de medidas sustentáveis. O relatório recomenda reflorestamento e recuperação das Áreas de Preservação Permanente (APPs) nas margens do rio. Além de projetos que contribuam para a proteção das nascentes e áreas de recarga da bacia hidrográfica.
Entre outras medidas recomendadas estão a implantação de planos de contingência para estiagens e cheias, campanhas públicas para conscientização e economia no uso doméstico e industrial, incentivo a tecnologias de reuso e eficiência hídrica na agricultura e ainda pesquisa e implantação de fontes alternativas para reduzir a dependência do Rio Vermelho.
Agro Mato Grosso
Conheça a história de Ademir Fisher, o produtor que nasceu para cultivar em MT

Em Lucas do Rio Verde, o produtor transformou sua herança familiar em missão de vida, dedicando-se por décadas à terra que sempre acreditou ser seu destino
A história de Ademir Fisher começa no Rio Grande do Sul, no município de Carazinho. Porém, foi em Mato Grosso, na cidade de Lucas do Rio Verde, que ele e sua esposa, Clair Ivone Rossetto Fischer, encontraram o solo onde fincaram suas raízes e, mesmo com diversos desafios no início, transformaram sonhos em um lar frutífero e acolhedor.
Ademir conta que o gosto pela agricultura é uma herança de seu pai, Carlos Eugênio Fischer, que também era agricultor na cidade de Victor Graeff, no Rio Grande do Sul.
Assim, ser agricultor estava em seu sangue, e mesmo que em determinado momento tenha considerado seguir carreira na área da saúde, a natureza o chamava, e seu sonho persistiu.
“Então eu sou assim, de descendência, de origem da terra, sempre vivi na terra. Minha tendência sempre foi plantar. Era um desejo meu desde criança. Às vezes a preguiça, a ansiedade, me empurravam para um caminho que podia me desvirtuar da agricultura, mas não me desvirtuaram. Porque, nos seis meses depois que voltei do passeio, eu já queria ser agricultor de novo”, conta o produtor.
Ainda no quinto ano da faculdade, Ademir já colocava em prática seus conhecimentos, atuando como técnico agrícola e atendendo à região sudoeste do Paraná. Seu profissionalismo o levou a compartilhar seu saber internacionalmente, palestrando na Argentina e no Paraguai em três idiomas: português, espanhol e alemão.
Ele se casou ao fim da sua formação em Agronomia, começou a sentir que a rotina de viagens o fazia sentir falta da família e decidiu mudar sua vida. Na época, seu sogro, também agricultor, havia se mudado para Mato Grosso e o ajudou nesse período de transição.
“Já estou há mais de 40 anos aqui em Mato Grosso, então já tenho um bom caminho andado. Meu sogro já estava aqui e tinha em mãos a análise do solo. Se colocássemos o que a terra precisava, colheríamos bem, desde que a chuva não faltasse. E assim foi. Decidi vir para cá e essa foi a minha sorte”, relata Ademir.
O início não foi fácil. A distância até mercados e médicos era longa, havia poucos funcionários, e o trabalho exigia muito esforço braçal. Mas Ademir nunca pensou em desistir.
“Para viver da terra e aguentar o que a gente aguenta, de segunda a segunda, se for preciso levantar às 3h30 da manhã, voltar para casa entre 10h e 11h da noite, cansado, dormir e começar tudo de novo, isso tem que estar dentro da pessoa. É nato”, acredita o agricultor.
Ademir e Clair tiveram dois filhos que seguiram caminhos diferentes, mas que lhes dão muito orgulho. A mais velha, Luana Fischer, hoje com 43 anos, é pesquisadora. O mais novo, Ademir Fisher Junior, de 41 anos, seguiu os passos do pai, se tornou engenheiro agrônomo e hoje faz todo o trabalho operacional da fazenda.
A trajetória de Ademir Fisher é marcada por coragem, amor à terra e dedicação à família. Sua história inspira não apenas pela resistência diante das dificuldades, mas pela maneira como escolheu viver com propósito e cultivar esperança em solo novo. Construiu um lar, um legado e uma história que seguirá brotando nos corações de quem ama a vida no campo.
Agro Mato Grosso
Tarifaço atinge 76% dos produtos de exportação de Mato Grosso

Medida eleva imposto para 50% e impacta diretamente produtos como carne bovina, soja e madeira perfilada.
O “Tarifaço” adicional de 40% imposto pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros deve afetar fortemente as exportações industrializadas de Mato Grosso. Com o aumento, o imposto de importação sobre alguns itens chega a 50%, segundo avaliação da Federação das Indústrias do Estado (Fiemt).
Cinco dos seis principais produtos exportados pelo estado ao mercado norte-americano estão na lista da nova taxação: carne bovina, soja, gelatina, sebo (gordura animal) e madeira perfilada. Apenas o ouro ficou de fora. Esses itens representam 98% das exportações mato-grossenses para os EUA.
No total, 41 dos 54 produtos embarcados do estado para os Estados Unidos em 2024 foram atingidos pela nova alíquota, o equivalente a 76%. Em valores, isso significa que US$ 266 milhões dos US$ 415 milhões exportados estão agora sujeitos à tarifa, cerca de 65% do volume comercializado.
A Fiemt destaca que a medida compromete a previsibilidade nas relações internacionais e prejudica a competitividade da indústria regional, que tem investido em qualidade, sustentabilidade e agregação de valor. A entidade segue articulada com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e autoridades brasileiras para buscar alternativas e minimizar os impactos.
As informações constam em análise do Observatório da Indústria do Sistema Fiemt, que utilizou dados do ComexStat e critérios da nomenclatura internacional SH-6, com base na lista divulgada pela Casa Branca no dia 30 de julho.
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