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‘Brasil seguirá como referência agroalimentar nas Américas’, afirma diretor-geral do IICA

Prestes a concluir sua gestão à frente do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), o diretor-geral Manuel Otero compartilha suas perspectivas sobre o Brasil. Para ele, o país seguirá como uma potência agroalimentar e referência em agricultura sustentável.
“O Brasil talvez seja o ator mais importante no universo agro das Américas”, afirma. A declaração ao Canal Rural antecede a Conferência de Ministros da Agricultura das Américas, que ocorre em Brasília, de 3 a 5 de novembro. De acordo com o diretor-geral do IICA, a oportunidade é única, já que a reunião deve reunir cerca de 25 ministros e vice-ministros de Agricultura, algo que não acontece em outros encontros deste tipo.
Além disso, Otero também adiantou que um acordo com a Embrapa deve ser assinado em breve. “Possivelmente, teremos um escritório da Embrapa na sede central do IICA. Essas duas instituições, com respeito e colaboração, ampliam a dimensão hemisférica da tecnologia agrícola”.
Foco na construção de pontes
A reunião ministerial de novembro tem o objetivo de criar uma nova narrativa para o agro das Américas. No entanto, Otero alerta para desafios e contradições que cercam a atividade.
“A região lidera as exportações mundiais de alimentos, mas a agricultura latino-americana ainda carrega a imagem de simples fornecedora de commodities, ligada à destruição ambiental e sem diferenciação”, diz. Para o diretor-geral do IICA, o setor precisa ser autocrítico, mas também deve se orgulhar do que construiu até aqui.
A solução, porém, está na construção de pontes entre o setor produtivo e o consumidor final. “É isso que vamos discutir na reunião, através de duas sessões para debater o escopo da nova narrativa e gerar ideias sobre a nova geração de políticas públicas que ainda faltam”, ressalta.
Otero destaca ainda que os ministros de agricultura devem saber onde colocar o foco da narrativa do agro. Segundo ele, a estratégia comunicacional tem que ser mais agressiva e as novas gerações devem ser envolvidas no processo.
Cooperação para uma agricultura mais sustentável
Se por um lado o Brasil figura como um dos grandes exportadores de alimentos, outros países da região dependem fortemente da importação para garantir a segurança alimentar interna. Conforme dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), em 12 países do Caribe as importações de alimentos representam mais de 20% do total exportado.
O IICA desempenha papel central nesse processo, em parceria com a Embrapa, referência internacional em pesquisa agropecuária. “A instituição é amplamente reconhecida e admirada no continente. Todos buscam firmar acordos com ela, e o IICA atua como ponte entre a Embrapa e as demandas tecnológicas dos países”, afirma Otero.
COP30 e o futuro das Américas
Em relação à COP30, conferência do clima das Nações Unidas, a avaliação é de otimismo. Para o diretor-geral do IICA, o evento será uma oportunidade para mostrar que a agricultura das Américas está em transformação, e que o Brasil deve ter papel de destaque nesse processo.
“Não é apenas retórica. O plantio direto em todo o Mercosul, sistemas agroflorestais, melhoramento genético animal e melhorias em pastagens são avanços concretos. Queremos mostrar que a agricultura está se transformando e que o Brasil terá papel relevante na defesa da agricultura sustentável”, pontua.
Otero também adiantou alguns temas que devem orientar o futuro do IICA após o fim de sua gestão. “As prioridades podem variar entre os países, mas devem incluir a agricultura digital, sustentável e resiliente, com foco nas pessoas, além de atenção às questões comerciais, sanitárias e aos sistemas produtivos”, conclui.
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Produtores de áreas úmidas terão mais segurança ao produzir com nova lei

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei Complementar nº 43/2025 que atualiza e aprimora as regras sobre o uso e a proteção das áreas úmidas no estado. O texto, que altera a Lei Complementar nº 38/1995, busca garantir mais segurança jurídica aos produtores rurais e fortalecer a gestão ambiental com base em critérios técnicos e científicos.
De acordo com o projeto, a proteção, conservação e o uso sustentável das áreas úmidas passarão a ser regulamentados pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema). O órgão será responsável por definir as normas para o licenciamento ambiental de atividades potencialmente poluidoras, supressão de vegetação e obras de drenagem, observando sempre a legislação federal vigente.
O novo texto também inclui o Artigo 65-A, que especifica quais regiões do estado serão consideradas de uso restrito:
- O Pantanal Mato-grossense, dentro dos limites da planície alagável da Bacia do Alto Paraguai;
- A Planície Alagável do Guaporé, formada pelo rio Guaporé e seus afluentes;
- A Planície Alagável do Araguaia, formada pelo rio Araguaia e seus afluentes.
Essas áreas passam a ser reconhecidas como zonas de uso restrito apenas quando forem comprovadamente afetadas por inundações ou apresentarem características típicas de áreas úmidas, como solos hidromórficos, identificados por sua saturação constante de água. Assim, ficam excluídas da restrição as terras localizadas nessas planícies, mas que não sofrem influência direta do pulso das cheias.
Além disso, o projeto deixa claro que as vedações não se aplicam a áreas urbanas ou de expansão urbana, reconhecendo que essas regiões possuem funções e dinâmicas distintas das áreas rurais.
Estudo minucioso embasou a proposta aprovada
Segundo a justificativa do texto, a proposta foi elaborada com base em um estudo técnico conduzido pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em convênio com a ALMT e com participação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT). A pesquisa indicou a necessidade de ajustar a legislação à realidade geográfica e ecológica dos vales do Araguaia e do Guaporé, evitando classificações genéricas que poderiam restringir atividades produtivas em áreas sem características de alagamento.
Na prática, a aprovação da proposta deve trazer mais clareza e segurança jurídica para os produtores rurais que atuam nas planícies do Araguaia e do Guaporé. Eles poderão solicitar licenças e planejar o uso produtivo das terras com base em critérios técnicos, respeitando as normas ambientais e promovendo o desenvolvimento sustentável.
O deputado estadual Valmir Moretto, coautor do projeto, explica que a nova legislação corrige distorções e reconhece as particularidades dessas regiões.
“Com essa aprovação, o produtor poderá saber exatamente o que é área úmida e o que é área seca, podendo utilizar sua propriedade de forma adequada e sustentável. Essa diferenciação dá tranquilidade para obter crédito, licenças e investir com segurança, sem prejuízo ao meio ambiente. (…) Os estudos comprovaram que as áreas dos vales do Araguaia e do Guaporé não têm as mesmas características do Pantanal, nem em fauna, flora ou tipo de solo. Ou seja, são ecossistemas distintos”, explica em entrevista ao Canal Rural MT.
Com a nova lei, Mato Grosso avança na harmonização entre produção e preservação ambiental, fortalecendo o papel da ciência e da técnica na definição de políticas públicas e consolidando o compromisso do estado com o desenvolvimento sustentável. O texto aprovado segue agora para sanção do governador Mauro Mendes.
Setor produtivo acompanha andamento do ZSEE-MT
A nova determinação foi debatida nesta semana durante a reunião do Fórum Agro MT, realizada no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato). O evento reuniu autoridades e representantes de entidades ligadas ao setor produtivo para debater diversos temas que impactam o setor. Entre as pautas, o destaque foi para a revisão do Zoneamento Socioeconômico Ecológico de Mato Grosso (ZSEE-MT).
O professor da UFMT, Emílio Azevedo, destaca a importância de basear o zoneamento em levantamentos científicos e precisos.
“O zoneamento é importante porque ele integra a potencialidade dos recursos naturais com a condição socioeconômica das regiões. Para isso, é essencial que os levantamentos sejam feitos com precisão e validados em campo, garantindo que as definições reflitam a realidade local.”
A equipe técnica da Famato está acompanhando o processo de revisão do ZSEE-MT, que está sendo elaborado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), como a atualização das bases de dados socioeconômicos ambientais, revisão dos critérios de categorização das zonas e subzonas e a elaboração de mapas de recategorização em escala de 1:250.000.
O zoneamento completo de Mato Grosso deve ser finalizado antes das eleições estaduais de 2026, após a realização de audiências públicas.
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Colheita de trigo no RS atinge 10% da área, mostra Emater

O tempo seco e ensolarado favorece a colheita do trigo no Rio Grande do Sul, que atinge 10% dos 1,141 milhão de hectares cultivados, informou a Emater. A cultura encontra-se nas fases de enchimento de grãos (50%) e maturação (40%).
“Os índices de PH dos grãos colhidos permanecem, em sua maioria, acima de 78, indicando boa qualidade industrial”, disse a empresa em nota.
As produtividades variam entre 2.400 e 4.200 kg/ha, de acordo com a região, a tecnologia empregada e a intensidade de ocorrência de doenças. Conforme a Emater, a produtividade está em 3.261 kg/ha, 8,81% superior à estimada no momento do plantio.
Plantio de milho e soja
Já o plantio de milho 2025/26 está “praticamente concluído” nas principais áreas de produção, disse a Emater. “A cultura de milho segue em ritmos distintos de semeadura no Estado e se desenvolve conforme as condições regionais de umidade e temperatura.” Na safra 2025/2026, a área deve alcançar 785.030 hectares, com produtividade estimada de 7.376 kg/ha.
Em relação à soja, a semeadura encontra-se em fase inicial no Estado, limitada a áreas com condições adequadas de umidade.
“O avanço reduzido resulta da combinação entre fatores econômicos e físicos, como a estratégia de produtores de postergar o plantio, minimizando riscos de redução da disponibilidade hídrica em novembro e dezembro; a priorização da colheita dos cereais de inverno; as baixas temperaturas e a diminuição da umidade nos solos, em parte do Estado”, destacou a empresa.
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Plantio de arroz no RS passa da metade e deve encerrar no fim do mês

O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) divulgou o mais recente relatório da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater), apontando que o Rio Grande do Sul já semeou 528.518 hectares de arroz, o que representa 57,44% da área total prevista para a safra 2025/2026.
A Zona Sul segue em destaque como a região mais adiantada do estado, com 92,84% da área de arroz já implantada — o equivalente a 145.342 hectares.
Logo em seguida, vem a região da Campanha, com 78.034 hectares, correspondendo a 57,53% da intenção de plantio.
Na Planície Costeira Interna, os produtores semearam 59,54% da área prevista, somando 83.642 hectares, enquanto a Planície Costeira Externa contabiliza 35.742 hectares, cerca de 37,67% do total projetado.
Fronteira e Centro ainda avançam no ritmo do clima
Na região da Fronteira, uma das principais áreas produtoras de arroz do Estado, o avanço foi significativo nos últimos dias. As boas janelas climáticas permitiram chegar a 157.744 hectares semeados, o que equivale a 58,03% da intenção total.
Já a região Central apresenta o menor índice até o momento, com 28.014 hectares plantados, ou 23,21% da meta de semeadura.
Expectativa é de conclusão até o fim do mês
Segundo o gerente da Dater, Luiz Fernando Siqueira, o momento de semeadura é decisivo para o sucesso da lavoura.
“Sabemos que há uma apreensão muito grande em relação ao setor orizícola. Acompanhar os índices de semeadura nos permite entender melhor o cenário. A expectativa agora é pela chuva do final de semana, que deve favorecer o bom estabelecimento das lavouras”, disse Siqueira.
O técnico destaca ainda que a previsão é de que todas as regiões concluam o plantio até o fim do mês.
Menor área plantada em relação à safra anterior
A nova safra do arroz gaúcho deve apresentar redução de 5,17% na área total cultivada. O número deve cair de 970.216 hectares, registrados na safra 2024/2025, para 920.081 hectares em 2025/2026.
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