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Mercado de Carbono: oportunidade para produtores rurais rentabilizarem e empresas compensarem emissões

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O mercado de carbono vem novamente se posicionando como uma avenida promissora de receita e de transição para um agro mais sustentável, e Mato Grosso, com sua escala produtiva e experiência em práticas de conservação, está no centro desse movimento.

Enquanto empresas buscam compensar emissões e cumprir metas climáticas, muitos produtores rurais passam a enxergar nos créditos de carbono uma fonte adicional de renda e um instrumento para acessar novas cadeias de valor.

De forma simples, o mercado de carbono transforma reduções ou remoções de gases de efeito estufa em unidades negociáveis, os créditos de carbono, que podem ser compradas por governos ou empresas para compensar suas emissões. É um mecanismo que aplica lógica de mercado à mitigação climática, com regras e padrões para garantir que cada crédito represente uma tonelada de CO₂ equivalente realmente evitada ou removida.

Como funciona — o papel do MRV e da certificação

Para que uma redução ou remoção vire crédito, é preciso medir, reportar e verificar (MRV) os resultados: sem MRV rigoroso não há mercado. O MRV comprova que a ação ocorreu, quantifica o impacto em tCO₂e e dá transparência ao comprador. Padrões reconhecidos e registries (como os usados por grandes padrões internacionais) fazem a checagem técnica e publicam os créditos emitidos.

Para produtores rurais, o mercado de carbono abre pelo algumas frentes de oportunidade:

  • Remuneração direta na venda de créditos de carbono originados através de práticas que removem carbono (reflorestamento, recuperação produtiva de áreas degradadas), reduzem emissões (melhoria no manejo, uso de insumos com menor pegada de carbono) ou que evitam emissões (evitar desmatamento e reduzir as queimadas).
  • Benefícios indiretos através de programas de REDD+ jurisdicionais, onde a redução do desmatamento e da degradação florestal de uma região (normalmente de escala estadual) gera receita financeira, utilizada em projetos de desenvolvimento da região (brigadas de incêndios, assistência técnica para produtores).
  • Acesso a finanças e seguros com melhores preços, quando o produtor comprova desempenho socioambiental e se conecta a financiadores e seguradoras dispostos a fornecer linhas de crédito mais atrativas, em especial pela redução de risco da operação agropecuária.
  • Prêmio no produto, ao apoiar empresas compradoras a cumprir suas metas de neutralidade (insetting), melhorar a rastreabilidade da cadeia e demonstrar compromissos com a sustentabilidade.

Casos e programas que interessam a Mato Grosso

O Estado já possui algumas iniciativas que geram receitas financeiras por resultados climáticos, como o Programa REM (REDD Early Movers) Mato Grosso, onde a conservação de florestas, através da comprovada redução do desmatamento e da degradação florestal é remunerada através de um acordo com países europeus.

Entrevista — Charton Locks, COO da Produzindo Certo

Conversamos com Charton Locks, COO da Produzindo Certo, para trazer uma explicação prática e direta sobre o mercado de carbono e a realidade dos produtores.

LIVRE – Como você explica, de forma simples, o que é o mercado de carbono e por que ele é importante para o setor agropecuário?

​​O mercado de carbono é um mecanismo que valoriza financeiramente práticas que reduzem emissões ou removem gases de efeito estufa. Na prática, quem consegue reduzir ou remover carbono da atmosfera, por exemplo, recuperando pastagens degradadas, preservando áreas de vegetação nativa (excedentes ao exigido por lei) ou adotando técnicas agrícolas mais eficientes, pode transformar esse resultado em créditos de carbono. Esses créditos podem ser comprados por empresas que precisam compensar suas emissões.

Para o setor agropecuário, esse mercado poderá ser importante por dois motivos principais: primeiro, ao reconhecer e remunerar os produtores rurais pela conservação ambiental, além das exigências legais, e na adoção de novas práticas sustentáveis; segundo, porque abre novas oportunidades de mercado, conectando o campo às demandas globais de sustentabilidade.”

LIVRE – O quanto os produtores estão preparados, na prática, para aderir a esse mercado?

“Na Produzindo Certo, a nossa experiência mostra que, quando os produtores recebem apoio técnico e informações claras sobre as oportunidades, eles se engajam rapidamente. Existe uma grande disposição para participar, mas é fundamental simplificar os processos e criar mecanismos que deem confiança e segurança tanto para o produtor quanto para o comprador dos créditos.

Uma ressalva importante é que a regra de adicionalidade, central nesse mercado, acaba punindo produtores que já apresentam boa performance ambiental, com baixas emissões ou altos estoques de carbono no solo, pois muitas vezes eles não têm espaço para gerar remoções e reduções adicionais e, consequentemente, ficam de fora das oportunidades de créditos, apesar de serem parte da solução”.

Mato Grosso no mapa do carbono

Mato Grosso reúne escala produtiva, experiência em programas de pagamento por resultados (como REM) e um parque de tecnologias e serviços ambientais que podem acelerar a entrada de produtores no mercado de carbono. O desafio é transformar a disposição e o potencial em fluxo real de projetos de qualidade: isso passa por simplificar acesso ao MRV, lidar com a questão da adicionalidade de forma justa e fortalecer canais de comercialização que paguem um preço condizente com a integridade dos créditos.

Quando isso ocorre, o mercado de carbono deixa de ser apenas uma ferramenta de compensação e vira um motor de transição para um setor agropecuário mais resiliente e remunerador.

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Agência de Transportes veta consórcio de construir rodovia ente MT e Goiás após empresa ser alvo da PF

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Caio Barcellos/Poder 360 – A ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) inabilitou na 2ª feira (13) o Consórcio Rota Agro Brasil, vencedor do leilão realizado em 14 de agosto para a concessão da BR-060/364/GO/MT, trecho que liga Rio Verde (GO) a Rondonópolis (MT).

A decisão indica que os fundos de investimento do consórcio, administrados pela Reag e Planner Corretora, têm pendências na Justiça do Trabalho e que o seguro garantia apresentado não cumpria as condições exigidas no edital, deixando o governo desprotegido caso o contrato não fosse executado.

O grupo é liderado pela construtora Azevedo e Travassos, que havia oferecido deságio de 19,7% sobre a tarifa básica de pedágio e venceu o certame em disputa de viva-voz contra a Way Concessões S.A. Com a decisão, o 2º colocado, Way Concessões, foi convocado para apresentar a documentação de qualificação no prazo de 8 dias corridos.

A Azevedo e Travassos já venceu outras concessões federais e, no passado, teve contratos de obras rodoviárias rescindidos por concessionárias que alegaram descumprimento contratual. Fundos ligados à Reag, também integrante do consórcio, foram alvo em agosto da operação Carbono Oculto, que apura lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital).

ROTA AGRO

O trecho concedido é considerado um dos principais corredores logísticos do país, responsável por escoar a produção agrícola e industrial de Goiás e Mato Grosso para os portos do Sudeste. O projeto estima R$ 7,3 bilhões em investimentos e a duplicação de 45 km de pista, além da implantação de 151 km de terceiras faixas.

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Agro Mato Grosso

Casal deixa vida urbana e transforma chácara em modelo de produção agroecológica com apoio da Seaf e Empaer

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Ex-servidores públicos Gebrair Pinheiro e Márcia Krindgies investiram no sonho de viver da terra

O casal Gebrair Pinheiro e Márcia Krindgies deixou a vida de servidores públicos em Lucas do Rio Verde para investir no sonho de viver da terra. Há três anos, eles adquiriram o Sítio Nossa Senhora das Graças, em Tapurah, e transformaram a antiga área de vegetação nativa em um modelo de produção agroecológica, com destaque para o cultivo de abacaxi. A propriedade é uma das 28 beneficiadas com kits de irrigação entregues pela Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) e conta com assistência técnica da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer).

Instalados em uma propriedade de 4 hectares, sendo 2,4 hectares destinados ao cultivo, o casal se dedica à produção de alimentos orgânicos como abacaxi, mandioca e batata-doce. O carro-chefe é o abacaxi, que já alcançou a impressionante marca de 18 mil pés plantados.

O início foi despretensioso. “Tínhamos um dinheiro guardado e pensamos em comprar uma chácara apenas para lazer. Mas meu esposo ganhou 300 mudas de abacaxi e decidiu plantar. Aos poucos, fomos gostando e tomando gosto pela produção”, contou a Dona Márcia.

Gebrair relembra com orgulho os primeiros passos: “Aqui era tudo mato. Da primeira vez colhi, replantei e fui aumentando. Hoje temos uma produção consolidada”, destacou.

Segundo o técnico da Empaer de Itanhagá, Alfredo Neto, que atende o casal em Tapurah, a história da família é um caso de sucesso. “Eles seguem as orientações, fazemos as análises de solo e, sob nossa orientação, eles utilizam caldas agroecológicas e têm uma participação ativa. É um exemplo de como o apoio técnico e o trabalho familiar caminham juntos para o desenvolvimento rural sustentável”, ressaltou.

Os kits de irrigação entregues pela Seaf foram instalados com apoio da prefeitura, garantindo segurança hídrica e manutenção da produção durante o período de estiagem.

“Esse kit de irrigação nos ajuda muito. Produzir sem água é quase impossível. Agradecemos ao Governo do Estado e à Seaf por esse apoio. Nosso desejo é que mais famílias sejam beneficiadas”, agradeceu o casal.

Hoje, o Sítio Nossa Senhora das Graças gera uma renda média de R$ 4 mil líquidos por mês, exclusivamente da produção agrícola. Além disso, o casal participa do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), ampliando o acesso a mercados institucionais e garantindo a comercialização de seus produtos e também do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

“Eu era motorista e já falei para minha esposa, o resto da nossa vida será aqui”, afirmou Gebrair. “Eu encontrei na agricultura familiar a realização dos meus sonhos”, completou dona Márcia.

O secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Meio ambiente, Marozan Ferreira Barbosa, destaca a atuação articulada entre governo estadual entre associações e cooperativas.  “Temos uma cadeia produtiva muito bem organizada em Tapurah. Desde apicultura até o cultivo de frutas, os projetos têm sido atendidos com o apoio da Seaf. É gratificante ver resultados como o do casal Gebrair e Márcia, que são exemplo de que a agricultura familiar é sinônimo de desenvolvimento e sustentabilidade”, ratificou o secretário.

Investimentos do Estado na agricultura familiar de Tapurah

Entre 2019 e 2025, o Governo de Mato Grosso, por meio da Seaf, investiu mais de R$ 2,6 milhões em ações voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar em Tapurah. Foram entregues máquinas, veículos, kits de irrigação, tanques resfriadores de leite, barracas de feira, além do fomento de programas como o Proleite e a distribuição de sêmen bovino, que beneficiam diretamente as famílias do campo.

O município conta com 803 propriedades rurais familiares, que representam 53% da área produtiva da agropecuária local, um indicador claro da importância da agricultura familiar para a economia e o abastecimento alimentar da região.

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Sicredi reforça impacto positivo gerado pelas cooperativas nas comunidades

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Primeira instituição financeira cooperativa do Brasil, com mais de 120 anos de história, o Sicredi é um sistema cooperativo que reúne mais de 100 cooperativas singulares, com atuação em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal.

Presente em Mato Grosso desde 1989, atua por meio de nove cooperativas, que mantêm 192 agências, espalhadas por 131 municípios para atendimento presencial aos seus mais de 1 milhão de associados. São mais de 5,2 mil colaboradores.

Além das soluções financeiras disponíveis para pessoas físicas, empresas e produtores rurais, oferecidas conforme a necessidade de cada um, o Sicredi desenvolve programas que têm o objetivo de construir uma sociedade mais cooperativa e justa, impactando e melhorando a vida das pessoas.

O esforço das cooperativas para o desenvolvimento local é tão legítimo que levou a Organização das Nações Unidas (ONU) a declarar 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas, com o tema “Cooperativas constroem um mundo melhor”, um reconhecimento à capacidade dessas instituições de colaborar e agir para um futuro mais sustentável e inclusivo.

Integrante desse movimento, o Sicredi reforça a importância do cooperativismo e o impacto positivo gerado pela sua presença nas comunidades. Para se ter uma ideia, pesquisa conduzida pela Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) mostra que a presença das cooperativas de crédito tem efeitos diretos no avanço econômico e social dos municípios.

Os dados apontam que, nas cidades com presença dessas instituições, há incremento de 10% no PIB per capita, aumento de 15,1% no total de vagas de emprego e de 15,6% no número de estabelecimentos comerciais. Além disso, a arrecadação tributária é diretamente impactada, consequência do desenvolvimento econômico local, da geração de empregos e do fomento aos negócios. Para além dos aspectos econômicos, as cooperativas têm papel crucial na redução da pobreza e na inclusão financeira.

“O movimento reconhece a força e a relevância do cooperativismo para a construção de um futuro mais sustentável e inclusivo. É por isso que a cada ano que passa elas conquistam cada vez mais a atenção e o respeito dos brasileiros. Sua atuação vai além das soluções financeiras, do pilar econômico, inclui também programas sociais e o fomento à sustentabilidade. Isso levou a ONU dedicar, pela segunda vez, um ano especial às cooperativas. Elas são fundamentais para promover justiça social e desenvolvimento local”, declara João Spenthof, presidente da Central Sicredi Centro Norte.

Ao mesmo tempo que promove a expansão física, o Sicredi investe em soluções digitais, fortalecendo o conceito “fisital” — a integração entre canais físicos e digitais. Segue com a abertura de agências e investe fortemente no autosserviço digital, que já concentra mais de 96% das transações realizadas pelos associados e recebe ótimos feedbacks nas lojas de aplicativos. São canais complementares, que buscam atender cada associado no que ele precisa para organizar suas finanças pessoais ou as de seus negócios.

“No Sicredi, a agência não é um centro de custos, e sim um ponto de relacionamento humano, inclusive além do espaço físico, estando presente frequentemente em visitas, feiras e eventos da comunidade. É sobre estar junto, de fato”, acrescenta Spenthof.

Sólido e robusto

A expansão do Sicredi é ancorada no bom desempenho obtido pelas cooperativas. No 1º semestre deste ano, os ativos somaram R$ 51,7 bilhões em Mato Grosso, alta de 5% em relação ao mesmo período de 2024. O volume de depósitos também cresceu 5%, alcançando R$ 22,7 bilhões. A carteira de crédito chegou a R$ 36,4 bilhões, um aumento de 4% sobre o ano anterior, na mesma base comparativa.

“O Sicredi distribui resultados para os associados, investe na economia local e apoia projetos sociais. É um modelo que todos participam. Os associados são donos da cooperativa. E as pessoas precisam conhecer mais esse modelo, que gera benefícios para quem se associa e para toda a sociedade”, finaliza João Spenthof.

No Brasil, o Sicredi atingiu o marco de 3 mil agências, presente fisicamente em mais de 2,1 mil cidades, em todos os estados e no Distrito Federal, com atendimento próximo e consultivo feito pelos seus mais de 47 mil colaboradores aos seus mais de 9 milhões de associados.

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