Sustentabilidade
Trichoderma: Compatibilidade com químicos no tratamento de sementes é determinante para o uso desse bioinsumo – MAIS SOJA

Os fungos do gênero Trichoderma fazem parte do grupo dos principais bioinsumos utilizados na agricultura moderna. Em culturas anuais como a soja, esses bioagentes são frequentemente empregados no tratamento de sementes, contribuindo para um melhor estabelecimento de plântulas no campo e sanidade inicial da lavoura.
De acordo com Monte; Bettiol; Hermosa (2019), além de atuar no biocontrole de fitopatógenos, o Trichoderma é conhecido por promover o crescimento da parte aérea das plantas, por favorecer o desenvolvimento de raízes e incrementar e absorção de água e nutrientes através do estímulo a maior produção de pelos adsorventes das raízes. Corroborando os benefícios do uso do Trichoderma na cultura da soja, pesquisas desenvolvidas por Wurzius et al. (2024) demonstram que o Trichoderma contribuiu para o aumento do comprimento radicular e da parte aérea das planta, além de proporcionar o aumento do número de raízes secundárias em comparação a testemunha (não tratada).
No entanto, considerando que a adição desses microrganismos ao tratamento de sementes é uma das principais formas de utilização do Trichoderma na cultura da soja, é fundamental atentar para a compatibilidade dos produtos químicos utilizados no tratamento de sementes, especialmente se tratando de fungicidas, uma vez que o Trichoderma é considerado um fungo.
Compatibilidade de ingredientes ativos com Trichoderma
Com o advento dos bioinsumos e a crescente utilização desses microrganismos em culturas comerciais, diversos estudos vêm sendo desenvolvimento ao longo dos anos para identificar as limitações do uso dos bioinsumos e a aptidão deles tanto via pulverização quanto via tratamento de sementes, principalmente com relação a compatibilidade entre bioprodutos e produtos químicos.
Mesmo com uma limitada quantidade de informações relacionadas a incompatibilidade do Trichoderma a produtos químicos no tratamento de sementes em soja, alguns estudos concentram esse dados, servindo como base para o posicionamento de fungicidas no tratamento de sementes com Trichoderma. Vale destacar que a incompatibilidade pode variar tanto com relação ao fungicida quando a espécie de Trichoderma utilizado no tratamento de semente.
Tabela 1. Estudos encontrados de compatibilidade/incompatibilidade de Trichoderma spp. com ingredientes ativos de fungicidas.
Resultados mais atualizados são apresentados por Branco et al. (2025). Ao avaliar a compatibilidade do fungo Trichoderma harzianum isolado IBLF 006, com fungicidas utilizados no tratamento de sementes de soja, os autores observaram que determinados fungicidas atuam de forma antagonista ao desenvolvimento do Trichoderma, podendo prejudicar e/ou inibir o desenvolvimento do fungo e consequentemente os benefícios dele à cultura.
De acordo com Branco et al. (2025), dos produtos avaliados no tratamento de sementes no presente estudo (Maxim Advanced®; Maxim XL®; Apron RFC®; Stan-dak TOP®; Spectro® , Certeza N® e Ecotrich WP®), o fungicida Maxim Advanced® foi classificado como o mais prejudicial ao agente de controle biológico Trichoderma, uma vez que mesmo sem estar em contato direto com fungo inibiu em 73,45% seu crescimento.
Figura 1. Crescimento micelial de Trichoderma harzianum isolado IBLF 006 em placas incubadas com sementes de soja tratadas com fungicidas aos 7 dias de incubação.

Produtos como Maxim XL®; Apron RFC®, também demonstram redução do crescimento micelial do Trichoderma, indicando uma redução do desenvolvimento do fungo, entretanto, em níveis menos expressivos em comparação ao observado com o uso do Maxim Advanced® (tabela 2).
Tabela 2. Porcentagem de inibição do crescimento micelial de Trichoderma em placas incubadas por sete dias com sementes de soja tratadas com fungicidas.

Fonte: Branco et al. (2025)
Vale enfatizar que além do princípio ativo do fungicida, a incompatibilidade com Trichoderma varia de acordo com a espécie do fungo. Contudo, independentemente da espécie de Trichoderma utilizado como bioinsumo, quando essa adição ocorre no tratamento de sementes, deve-se avaliar a compatibilidade dos produtos químicos utilizados nesse processo, uma vez que a utilização de fungicidas no tratamento de sementes da soja é indispensável para o bom estabelecimento da cultura no campo, tendo em vista a grande quantidade de patógenos que podem acometer a cultura em sua fase inicial.
Como alternativa para contornar o efeito da incompatibilidade dos fungicidas com o Trichoderma, dependendo da finalidade do uso desse bioinsumo, pode-se realizar aplicações foliares de Trichoderma em soja. Normalmente essas pulverizações são posicionadas com o intuito de melhorar o manejo fitossanitário da cultura.
Conforme observado por Meyer et al. (2020), pulverizações foliares com formulações de biofungicidas contendo Trichoderma durante o período vegetativo da soja, reduzem a germinação carpogênica de escleródios em até 41%, demonstrando uma importante contribuição para o manejo do mofo-branco na cultura. Sobretudo, ainda que exija maior cautela quanto ao posicionamento especialmente no tratamento de sementes, o Trichoderma como bioinsumos tem demonstram ser uma importante ferramenta de manejo, contribuindo não só para o melhor desenvolvimento vegetal da soja, como para o aumento da sanidade da cultura.
Veja mais: Bioagentes no controle do mofo-branco
Referências:
BRANCO, J. S. et al. COMPATIBILIDADE DE Trichoderma COM FUNGICIDAS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE SEMENTES DE SOJA. Revista Observatorio de La Economia Latinoamericana, Curitiba, 2025. Disponível em: < https://ojs.observatoriolatinoamericano.com/ojs/index.php/olel/article/view/8643/5469 >, acesso em: 26/09/2025.
DALACOSTA, N. L.; FURLAN, S. H.; MAZARO, S. M. COMPATIBILDIADE DE PRODUTOS À BASE DE TRICHODERMA COM FUNGICIDAS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE SEMENTES. TRICHODERMA: USO NA AGRICULTURA. Cap. 12, 2019. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1117296/trichoderma-uso-na-agricultura >, acesso em: 26/09/2025.
MEYER, M. C. et al. EXPERIMENTOS COOPERATIVOS DE CONTROLE BIOLÓGICO DE Sclerotinia sclerotiorum NA CULTURA DA SOJA: RESULTADOS SUMARIZADOS DA SAFRA 2019/2020. Embrapa, Circular Técnica, n. 163, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/216581/1/CIRCULAR-TECNICA-163-online.pdf >, acesso em: 26/09/2025.
MONTE, E.; BETTIOL, W.; HERMOSA, R. TRICHODERMA E SEUS MECANISMOS DE AÇÃO PARA O CONTROLE DE DOENÇAS DE PLANTAS. Embrapa, Trichoderma: Uso na agricultura, cap. 4, 2019. Disponível em: < https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1117296 >, acesso em: 26/09/2025.
WURZIUS, F. et al. USO DE Trichoderma spp. E BIOATIVADOR NA PROMOÇÃO DE CRESCIMENTO VEGETATIVO NA CULTURA DA SOJA. Acta Biológica Catarinense, 2024. Disponível em: < https://periodicos.univille.br/ABC/article/view/2352/1892 >, acesso em: 26/09/2025.
Sustentabilidade
Robô usa luz para diagnóstico precoce de doença em algodão e soja – MAIS SOJA

Um sistema robótico autônomo, que opera à noite, batizado de LumiBot, é capaz de gerar dados que permitem a construção de modelos para fazer o diagnóstico precoce de nematoides em plantas de algodão e soja antes mesmo do aparecimento dos sintomas. Desenvolvido pela Embrapa Instrumentação (SP) em parceria com a Cooperativa Mista de Desenvolvimento do Agronegócio (Comdeagro), de Mato Grosso, o LumiBot emite luz ultravioleta-visível sobre as plantas e analisa a fluorescência capturada nas imagens das folhas, com câmeras científicas.
A cotonicultura e a sojicultura têm enorme relevância econômica para o País, com previsão de recorde de safra no período 2025/26, com 4,09 milhões de toneladas de pluma e 177,67 milhões de toneladas de grãos de soja, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No entanto, as duas culturas enfrentam a ameaça do parasita microscópico de 0,3 a 3 milímetros de comprimento.
Taxas de acerto acima de 80%
O robô é um protótipo, mas já registra resultados promissores no diagnóstico de infecção por nematoides em experimentos realizados em casa de vegetação, com cerca de sete mil imagens coletadas em três anos de pesquisa.
“Conseguimos gerar dados e modelos com taxas de acerto acima de 80%, além de diferenciar as doenças do estresse hídrico”, conta a pesquisadora Débora Milori, coordenadora do estudo e do Laboratório Nacional de Agrofotônica (Lanaf).
A próxima etapa do estudo será o desenvolvimento de um equipamento para operação em campo, como, por exemplo, adaptar o aparato óptico em um veículo agrícola do tipo pulverizador gafanhoto ou veículo rover.
Apresentação do robô durante o Siagro
O LumiBot será apresentado no Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária (Siagro), que será realizado de 14 a 16 de outubro, no Laboratório de Referência Nacional em Agricultura de Precisão (Lanapre), localizado no Campo Experimental em Automação Agropecuária, da Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP).
Menos químicos na lavoura
De acordo com a pesquisadora, o método convencional de controle de nematoides baseia-se na aplicação de nenematicidas aplicados no solo ou nas sementes, antes do plantio. Esses produtos agem reduzindo a população de nematoides próximos às raízes. Entretanto, essa aplicação tem custo elevado, pode causar impacto ambiental e a eficácia é variável dependendo das condições do solo. Outras estratégias de controle são através do controle biológico, rotação de culturas e o desenvolvimento de cultivares resistentes.
“Uma alternativa mais eficiente e econômica seria o monitoramento da área plantada, com a aplicação de estratégias de controle apenas nas regiões efetivamente infestadas. No entanto, ainda não existem equipamentos comerciais capazes de detectar precocemente a presença da doença nas plantas. Nesse contexto, o uso de técnicas fotônicas surge como uma solução promissora”, declara a coordenadora do estudo.
Para o consultor Comdeagro, Sérgio Dutra, o diagnóstico precoce de doenças é fundamental para que os agricultores possam agir rapidamente e de forma localizada. “Com isso, evita-se o uso excessivo de defensivos químicos e a redução do impacto ambiental, um avanço importante para a agricultura de precisão no Brasil. É possível ainda melhorar a qualidade da fibra e garantir maior rentabilidade para o produtor”, garante o especialista.
Como funciona a tecnologia para detecção de doenças
O LumiBot leva embarcado a técnica fotônica de Imagem de Fluorescência Induzida por LED (diodo emissor de luz). A LIFI, na sigla em inglês, é uma técnica não destrutiva que permite uma aquisição rápida de dados de processos fisiológicos da planta por meio de uma imagem. “A imagem obtida resulta da excitação das folhas com luz ultravioleta-visível, que induz compostos moleculares, como a clorofila e alguns metabólitos secundários, a emitirem luz por meio do processo de fluorescência”, explica Milori.
robô coleta os dados, que são processados por algoritmos treinados para reconhecer padrões em imagens, a partir dos quais são construídos modelos associados a doenças específicas.
A captura das imagens, realizada em apenas sete segundos e de forma simultânea à iluminação, ocorre em ambiente escuro para evitar a atividade fotossintética da planta e eliminar interferências de outras fontes de luz no sinal de fluorescência registrado pelas câmeras.
O robô se desloca por meio de trilhos presos no piso entre as fileiras dos pés de algodão, avaliando as folhas com um feixe de luz de alta intensidade. De acordo com Débora Milori, a técnica indica diferentes tipos de estresse bióticos (fungos, bactérias e vírus) ou abióticos, como deficiências nutricionais e falta de água, por exemplo.
“As imagens captadas pela câmera em cada posição da amostra são gravadas em um dispositivo externo (SSD) portátil, onde ficam armazenadas e disponíveis para análise. Cada amostra recebe uma identificação única, explica o pós-doutorando Tiago Santiago.
Ele é responsável pela análise de dados, das imagens e pelo treinamento de modelos de aprendizado de máquina. A equipe é composta por estudantes de diferentes áreas do conhecimento e por atuações distintas dentro do projeto.
Vinícius Rufino é graduando em engenharia física e atua na instrumentação e análise de dados, Julieth Onofre, doutora em Física, cuida da área da instrumentação óptica, Gabriel Lupetti, graduando em biotecnologia e responsável pelo acompanhamento do desenvolvimento dos nematoides, a inoculação e processamento das espécies vegetais, Kaique Pereira, biólogo responsável pela manutenção das plantas, a inoculação e contagem de nematoides.
Prova de conceito
O LumiBot tem o suporte da Embrapii Itech-Agro (Integração de Tecnologias Habilitadoras no Agronegócio) da Embrapa Instrumentação, que busca desenvolver o protótipo do equipamento para minimizar custos e alavancar a cadeia produtiva da soja e do algodão. A Embrapii é uma organização social que conecta empresas e instituições de pesquisa para desenvolver inovações, como o LumiBot.
O projeto envolveu o desenvolvimento de uma prova de conceito para diagnóstico precoce de doenças com técnicas fotônicas em sistemas produtivos de algodão, em parceria com a Comdeagro.
O projeto físico e de automação foi desenhado em parceria entre a Embrapa Instrumentação e a empresa Equitron Automação, de São Carlos (SP), sob medida para o funcionamento na casa de vegetação.
A fotônica é um ramo da física que estuda aplicações da luz, sua geração, manipulação e detecção. As técnicas são largamente aplicadas em várias áreas por sua sensibilidade, precisão e alto potencial de portabilidade.
Os nematoides
Nematoides são vermes microscópicos abundantes no solo, água doce e salgada e muitas vezes são parasitas de animais, insetos e também de plantas, segundo a Embrapa. Eles atacam as raízes, diminuindo a absorção de água e nutrientes, o que resulta em redução do crescimento da planta e perdas de produtividade.
O experimento para diagnóstico da praga está sendo conduzido com 400 plantas em vasos em casa de vegetação, separadas em quatro grupos de 100 – controle, estresse hídrico, inoculadas com o nematoide Aphelenchoides besseyi, e inoculadas com o nematóide Rotylenchulus reniformis, espécies mais comuns encontradas nas lavouras.
Segundo Kaique Pereira, o nematoide Rotylenchulus reniformis causa o comprometimento das plantas, reduzindo os rendimentos da plantação, sendo frequente em regiões tropicais e subtropicais do país, enquanto a Aphelenchoides besseyi é responsável pelos sintomas de haste verde, retenção foliar e deforma tecidos da planta, comum em ambientes quentes e úmidos, fatores essenciais para seu desenvolvimento.
“Os nematóides são um problema muito sério dentro do cultivo do algodão e resulta em muitas perdas para os agricultores, principalmente para o Estado do Mato Grosso”, diz Sérgio Dutra, consultor da Comdeagro.
O pesquisador do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt), Rafael Galbieri, diz que não se sabe ao certo quanto da produtividade está sendo perdida em função dos nematoides em Mato Grosso.
“O fato é que existem localidades onde há perdas expressivas e outras onde o problema é menor. Há relatos de perdas de 50% a 60% em casos extremos, com média de até 10% a 12% em determinadas regiões. Estima-se uma perda anual superior a 4 bilhões de reais na cultura do algodoeiro em função de problemas relacionados a nematoides. Existem vários exemplos de áreas de produção que se tornaram inviáveis pela infestação desses parasitas”, relata o doutor em agricultura tropical.
Com a soja não é diferente. O prejuízo é de R$ 27,7 bilhões, de acordo com estudo da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), Syngenta e consultoria Agroconsult.
“Geralmente, as perdas mais expressivas associadas aos nematoides são observadas em culturas como soja e algodão. No entanto, já é possível constatar que esses patógenos afetam a produtividade de praticamente todas as culturas agrícolas do País, muitas vezes de forma ainda mais acentuada do que nas grandes culturas”, afirma a presidente da SBN, Andressa Cristina Zamboni Machado.
Segundo ela, o Brasil abriga diversas espécies de nematoides altamente agressivas, disseminadas amplamente por todas as regiões agrícolas e responsáveis por extensas perdas econômicas no agronegócio. “Entretanto, esses organismos nem sempre são corretamente diagnosticados ou manejados, o que agrava ainda mais seus efeitos sobre a produção”, conta.
Fotos: Wilson Aiello
Fonte: Joana Silva – Embrapa Instrumentação
Autor:Joana Silva – Embrapa Instrumentação
Site: Embrapa
Sustentabilidade
Soja está entre os principais produtos exportados do agro paulista em setembro

O agronegócio paulista registrou superávit de US$ 16,81 bilhões entre janeiro e setembro de 2025, resultado de exportações que somaram US$ 21,15 bilhões e importações de US$ 4,34 bilhões.
O setor respondeu por 40,3% do total exportado pelo estado e por 6,6% das importações no período, segundo levantamento da Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento.
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Soja como destaque
Entre os principais grupos exportadores, o complexo soja teve participação de 9,9% nas vendas externas do agro paulista, movimentando US$ 2,10 bilhões, sendo 80,8% referentes à soja em grão e 14% ao farelo.
Apesar da relevância, o grupo apresentou leve queda de 0,8% em relação ao mesmo período de 2024, reflexo das oscilações de preços e volumes no mercado internacional.
Liderança do setor sucroalcooleiro
O complexo sucroalcooleiro segue como líder da pauta, responsável por 29,9% das exportações do agro paulista, com destaque para o açúcar, que representou 92,1% do total do grupo, e o etanol, com 7,9%.
Carnes
Na sequência aparecem as carnes, que responderam por 14,9% das vendas externas, totalizando US$ 3,15 bilhões, com a carne bovina representando 84,9% desse montante.
Produtos florestais
Os produtos florestais somaram 10,5% das exportações, alcançando US$ 2,21 bilhões, dos quais 54,5% foram de celulose e 36,4% de papel. Já o setor de sucos respondeu por 10,2%, totalizando US$ 2,15 bilhões, sendo 97,7% referentes ao suco de laranja.
Esses cinco grupos juntos representaram 75,4% do total exportado pelo agronegócio paulista. O café aparece em seguida, com 6,4% de participação, equivalente a US$ 1,35 bilhão.
Oscilações nas exportações
As variações em relação ao mesmo período do ano passado mostram crescimento das exportações de café (+43,4%), carnes (+26,3%) e sucos (+4,6%), enquanto o complexo sucroalcooleiro (-33,6%), produtos florestais (-5,6%) e o complexo soja (-0,8%) apresentaram retração.
China, UE e EUA como principais destinos
A China segue como principal destino das exportações paulistas, absorvendo 24,2% do total, com destaque para a compra de soja, carnes, açúcar e produtos florestais. Em seguida aparece a União Europeia, com 14,4% de participação, e os Estados Unidos, com 12,7%.
No caso americano, as exportações totalizaram US$ 2,69 bilhões no acumulado até setembro, um crescimento de 13% frente ao mesmo período de 2024.
Impacto do tarifaço nos EUA
O avanço nas vendas ocorreu até julho, mas o tarifaço de 50% imposto em agosto pelos EUA derrubou as exportações em agosto e setembro, com quedas de 14,2% e 32,7%.
O setor de sucos, fora da taxação, manteve a liderança, enquanto carnes, café e produtos florestais sentiram mais os impactos. Parte dos embarques foi redirecionada para China, México e Argentina, segundo a Apta.
São Paulo no cenário nacional
No cenário nacional, São Paulo segue como destaque do agronegócio, responsável por 16,7% das exportações brasileiras do setor, ocupando a segunda posição no ranking, atrás apenas de Mato Grosso, com 17,4%, e à frente de Minas Gerais, que respondeu por 11,5% das vendas externas.
Sustentabilidade
Chicago fecha em alta no trigo, com dólar fraco e consolidando recuperação técnica – MAIS SOJA

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou a sessão desta terça-feira com preços mais altos. Após atingir os menores patamares de preço desde 2020 no pregão anterior, o mercado consolidou um movimento de recuperação técnica. A correção recebeu suporte da desvalorização do dólar frente a outras moedas correntes, fator que aumenta a competitividade do cereal norte-americano.
As cotações haviam recuado para o nível mais baixo em cinco anos diante da ampla oferta global. A Rússia, principal exportadora mundial de trigo, acelerou seus embarques nos últimos meses após um início de temporada mais lento, enquanto a pressão das colheitas em outras regiões produtoras segue crescente.
Além disso, os investidores também reagiram as inspeções de exportação norte-americana de trigo, que chegaram a 444.138 toneladas na semana encerrada no dia 9 de outubro, conforme relatório semanal divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Na semana anterior, as inspeções de exportação de trigo haviam atingido 548.223 toneladas. Em igual período do ano passado, o total inspecionado fora de 380.134 toneladas. No acumulado do ano-safra, iniciado em 1o de junho, as inspeções somam 10.664.546 toneladas, contra 9.029.415 toneladas no acumulado do ano-safra anterior.
Os contratos com entrega em dezembro fecharam cotados a US$ 5,00 1/4 por bushels, alta de 3,50 centavo de dólar, ou 0,70%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em março de 2026 encerraram a US$ 5,16 3/4 por bushel, avanço de 3,50 centavos por dólar, ou 0,68%, em relação ao fechamento anterior.
Fonte: Ritiele Rodrigues – Safras News
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