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Cautela domina início do plantio da soja em MT por clima e custos elevados

O plantio da soja em Mato Grosso já começou. Contudo, apenas em área com irrigação. A cautela, segundo produtores e entidades, decorre do clima ainda incerto e dos custos elevados. A espera da umidade ideal nas áreas de sequeiro visa minimizar os riscos de replantio, o que pode elevar ainda mais o custo de produção.
“Tem praticamente 45% da lavoura irrigada. Estamos nos aproximando de 600, 700 hectares”, diz o produtor Nathan Belusso sobre o plantio na propriedade da família em Nova Ubiratã. De acordo com ele, 2,5 mil hectares serão destinados à soja.
A perspectiva é encerrar na próxima semana os trabalhos nos 1,2 mil hectares com irrigação e “aguardar a chuva” para iniciar os trabalhos na área de sequeiro.
A decisão por esperar um “volume de chuva considerável para garantir a boa emergência das plantas” também tem outros motivos. Na propriedade, conta Nathan, a produção na safra 2025/26 será “100% convencional”.
“É algo diferente do que a gente vinha fazendo nos últimos anos. O nosso preço de custo está girando mais ou menos próximo de 60 sacas, então, logicamente buscamos 20%, 30% a mais do custo para trazer mais viabilidade e consequentemente mais longevidade nos investimentos na propriedade”, diz ao programa Patrulheiro Agro desta semana.
Para Nathan, a safra 2025/26 é uma das mais desafiadoras, com um cenário semelhante ao do ciclo 2004/2005, “onde o custo alto da lavoura traz certa insegurança para a viabilidade econômica, o juro alto também encarece a moeda, encarece o empréstimo, o investimento do produtor”.
“A irrigação é uma ferramenta que ajuda a consolidar, a garantir a produção em uma possível falta de chuva, mas mesmo assim estamos entrando em um ano, em uma safra com um custo extremamente elevado e isso, lógico, traz um risco extra ao produtor e a viabilidade do campo”.
Conforme o produtor de Nova Ubiratã, com a irrigação busca-se “antecipar” a janela de plantio e, consequentemente, antecipar a colheita da soja, o plantio e a colheita do milho e escalonar mais o plantio do feijão na terceira safra. “Por isso, a gente precisa fazer todo o planejamento no início da soja pensando já em agosto, setembro do ano que vem na terceira safra em se tratando de irrigado”.
Umidade suficiente para uma germinação segura
Em Sorriso, a previsão para a safra 2025/26 é cultivar 580 mil hectares com soja. Mas, por enquanto, pontua o presidente do Sindicato Rural, Diogo Damiani, apenas as lavouras irrigadas estão recebendo as sementes, cuja perspectiva é de 45 mil hectares nesta temporada. No sequeiro, frisa ele, o plantio deve começar apenas quando houver umidade suficiente para garantir uma germinação segura.
Em 2024, comenta Diogo, a semeadura da soja em Sorriso teve início a partir de 15 de outubro, devido à falta de chuva. A expectativa é que neste ano inicie mais cedo.
“A semeadura ainda está um pouco desacelerada por conta do excesso de calor. O produtor iniciou, mas ainda não tivemos um plantio pleno nas áreas irrigadas e a área de sequeiro ainda não iniciamos, pois não recebemos nenhuma chuva. Estamos aguardando as previsões para que se confirmem a partir da segunda quinzena de setembro”.
Para o município, a perspectiva é colher em torno de 58 sacas de soja por hectare, de acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). “O custo está com margem reduzida. Precisamos de uma cultura de segunda, até de terceira safra, para conseguir rodar os negócios. Então se essa janela da soja, essa chuva vier mais cedo e conseguirmos implementar a cultura da soja um pouco mais cedo do que o ano passado, também já influencia na janela de milho positivamente para o produtor conseguir fazer giro das duras safras”, salienta Diogo.

Ano em que não se pode errar
Para o presidente do Sindicato Rural de Vera e Feliz Natal, Rafael Bilibio, “esse ano não dá para errar”. Ao Canal Rural Mato Grosso ele comenta que os produtores na região aguardam as chuvas para colocar as máquinas em campo. Juntos os dois municípios devem cultivar nesta temporada aproximadamente 340 mil hectares de soja.
“O custo de produção e o endividamento que tem está bem alto na nossa região. Levando em conta que a área que a gente replanta, praticamente você perde o lucro da área, que o custo de replantio é basicamente o lucro que você teria na lavoura, então se precisar replantar uma área é quase certeza que ela vai te dar prejuízo. Então todo mundo vai ter um pouquinho de cautela agora no começo para evitar tomar esse prejuízo, porque vai comprometer o caixa do ano que vem se isso acontecer”.
Conforme o Imea, a previsão em Mato Grosso é semear mais de 13 milhões de hectares com soja na safra 2025/26. A área cultivada, neste primeiro momento, apresenta alta de 1,67% em relação ao ciclo 2024/25, contudo, a produtividade deve cair quase 9%, ficando em uma média de 60 sacas por hectare. O que contribui para a projeção inicial de produção de aproximadamente 47,18 milhões de toneladas, 7,29% a menos que a temporada passada.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, orienta aos produtores do estado a estarem sempre “de olho nas previsões climáticas, principalmente buscando o máximo de fontes confiáveis do clima, para justamente fazer uma média dessas informações, ter uma semente de qualidade e fazer um bom tratamento de sementes para minimizar os riscos da perda do plantio”.
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Congresso de Agronomia: produtividade com sustentabilidade

A engenharia agrônoma e toda a cadeira produtiva do agro brasileiro volta o foco para Maceió, Alagoas, a partir deste dia 14 de outubro, para difundir conhecimento, inovação e experiências que pretendem moldar o futuro da agronomia no Brasil. Em sua trigésima quarta edição, o Congresso Brasileiro de Agronomia – CBA 2025 – tem como tema Produtividade com Sustentabilidade.
Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), através da Sociedade dos Engenheiros Agrônomos de Alagoas (Seagra) realiza o evento com 6 salas temáticas simultâneas, mais de 65 palestras e painéis, mais de 300 trabalhos científicos apresentados, 130 palestrantes especialistas entre eles, Roberto Rodrigues, ex-ministro da agricultura e embaixador da FAO para o cooperativismo, falando sobre o tema: O Engenheiro Agrônomo do Futuro, e Aldo Rebelo, ex-ministro, que falará sobre “A Importância do Engenheiro Agrônomo para a Segurança Alimentar”.
Entre os temas também figuram os debates, trabalhos e exposições do evento a nanotecnologia e robótica para agricultura sustentável, startups e inovação no campo, agronomia como protagonista da transição energética, políticas públicas, e muito mais.
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Aprosoja-MT pede revisão na MP que renegocia dívidas rurais

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) cobrou do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a revisão dos critérios de acesso ao crédito rural previstos na Medida Provisória nº 1.314/2025, que renegocia dívidas rurais.
A entidade enviou ofício à pasta defendendo que os bancos possam avaliar individualmente os pedidos de produtores, com base em comprovação técnica de perdas, sem restrições territoriais impostas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Critérios territoriais e impacto no campo
Publicada em setembro, a MP 1.314/2025 criou linhas de crédito com juros subsidiados entre 2% e 6% ao ano para produtores que tiveram perdas em duas ou mais safras entre 2020 e 2025 por causa de eventos climáticos extremos. As regras do CMN, no entanto, limitam o acesso aos produtores localizados em municípios listados pelo Ministério da Agricultura, de acordo com percentuais médios de perdas apurados pelo IBGE.
Para a Aprosoja-MT, o critério desconsidera casos de perdas comprovadas fora desses recortes estatísticos. A entidade afirma que a medida acaba excluindo agricultores que enfrentaram seca, excesso de chuva e queda nos preços da soja e do milho, comprometendo a viabilidade econômica das propriedades.
“Produtores com laudos técnicos e comprovação de prejuízos deveriam ter o mesmo direito ao crédito equalizado. O objetivo é garantir fôlego financeiro para continuar produzindo”, afirmou Diego Bertuol, diretor administrativo da Aprosoja-MT.
Endividamento e burocracia
Dados do Banco Central mostram que cerca de 15% da carteira de crédito rural de Mato Grosso, o equivalente a R$ 14 bilhões, está em atraso ou renegociação. Segundo a Aprosoja, o cenário reforça a necessidade de juros acessíveis e prazos adequados, conforme previsto na MP.
Bertuol também destacou a burocracia e as exigências excessivas como entraves ao crédito rural. “A demora nos processos, a falta de recursos e as altas garantias exigidas impedem o acesso às linhas emergenciais. Em muitos casos, bastaria o alongamento das dívidas com carência e prazos adequados para evitar a falência de produtores”, afirmou.
Pedido de revisão
A entidade solicita que o Mapa reavalie as normas complementares e autorize expressamente as instituições financeiras a realizarem a análise individualizada dos pedidos de crédito, conforme a comprovação técnica das perdas. Para a Aprosoja-MT, o foco da MP deve permanecer em atender produtores em situação de vulnerabilidade, independentemente da localização geográfica.
Caso os critérios não sejam revistos, produtores afetados por secas, chuvas intensas e incêndios podem ser obrigados a renegociar suas dívidas em linhas de mercado, com juros superiores a 16% ao ano, o que, segundo a entidade, aumentaria o risco de insolvência no campo.
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Agricultura regenerativa cresce no Cerrado e melhora resultados nas lavouras

O Cerrado brasileiro passa a ganhar protagonismo na agricultura regenerativa. O projeto Regenera Cerrado, iniciativa do Fórum do Futuro em parceria com universidades e empresas, concluiu a primeira fase em setembro, abrangendo mais de 8 mil hectares de fazendas no sudoeste de Goiás.
Durante essa etapa, foram validadas práticas que diminuíram o uso de insumos químicos, como fertilizantes (-20%), fungicidas (-30%) e inseticidas (-50%), ao mesmo tempo em que aumentaram o uso de bioinsumos e técnicas de controle biológico, mantendo a produtividade das culturas de soja e milho.
O projeto também monitorou serviços ecossistêmicos, como a preservação de polinizadores, mostrando aumento de produtividade próximo a áreas de mata nativa, e melhorias na estruturação do solo e na mitigação de gases de efeito estufa.
Agora, a segunda fase do Regenera Cerrado, iniciada em outubro, ampliará o estudo para cinco pilares: saúde do solo e da água, práticas agrícolas regenerativas, conservação da biodiversidade, produção de alimentos seguros e sustentáveis e fortalecimento do mercado regenerativo.
O objetivo é coletar dados integrados sobre solo, biodiversidade, polinização, carbono, fitossanidade e qualidade dos grãos, consolidando evidências para ampliar a adoção de práticas regenerativas em todo o país.
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