Aprosoja MT
Aprosoja MT inicia 4ª temporada da série “América, Clima e Mercado” nos Estados Unidos

A 4ª temporada da série “América, Clima e Mercado”, da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), começou na segunda-feira (11.08). Em Nevada, no estado de Iowa, a equipe técnica acompanhada pelo diretor administrativo da entidade, Diego Bertuol visitou a Longview Group, propriedade de 5 mil hectares comandada pelo CEO Scott Henry e seu irmão. A safra de 25/26 na região apresenta perdas e margens de produtividade reduzidas.
De acordo com Scott, o mês de julho registrou a maior precipitação da história na região, o que trouxe consequências diretas à produtividade. A soja deve ter redução entre 15% e 20% devido à incidência de doenças como mofo branco, ferrugem e nematoide cisto, enquanto o milho apresenta quebra estimada de 5%. Apesar do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América (USDA) projetar safra recorde, a expectativa local é de números menores.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que a produtividade média da soja no Brasil, na safra 24/25, foi de 59,3 sacas por hectare. Nos Estados Unidos, o USDA projeta para a safra 25/26 uma média de 58,5 sacas por hectare. Ao comparar os principais estados produtores de cada país, observa-se que Mato Grosso, líder nacional, registrou média de 66,1 sacas por hectare em uma área total de 12,7 milhões de hectares. Já Iowa, maior produtor norte-americano, estima 70 sacas por hectare em uma área de 3,8 milhões de hectares.
“A safra de soja do ano passado foi recorde. Neste ano, a expectativa é de uma produção de 15% a 20% abaixo desse resultado, o que contrasta com as projeções feitas há dois meses, quando se esperava números mais altos. Este ano foi marcado por desafios na região, com alta umidade e excesso de chuvas na região central de Iowa, o que aumentou a incidência de doenças e pragas. Na soja, houve impacto significativo na produtividade, com ocorrência de morte súbita, mofo branco, pulgões, ferrugem e outras pragas. No milho, o desempenho foi melhor diante das condições climáticas, mas ainda houve registro de perdas em áreas de cultivo contínuo, além de infestação por caruru e outras plantas invasoras de difícil controle”, disse Scott.
A Longview Group mantém integração entre agricultura e pecuária, além de atuar na produção de sementes e grãos. A estrutura societária é dividida entre os pais e os irmãos. De acordo com Scott, para herdar participação na propriedade, é necessário ter experiência prévia fora da fazenda e, ao retornar, trabalhar diretamente na produção.
A logística da empresa inclui o envio de grãos para fábricas de etanol localizadas próximas à propriedade e o abastecimento de plantas de processamento de alimentos, como a Hellmann’s e a cidade de Des Moines. A proximidade com a ferrovia permite ampliar o alcance dos embarques.
O dia ainda foi marcado pelo monitoramento das lavouras de milho na região do extremo norte de Iowa. De acordo com o diretor administrativo da Aprosoja MT, Diego Bertuol, a observação dessas áreas é fundamental para compreender as diferenças de manejo e desempenho dentro do próprio estado.
“No extremo norte de Iowa, foi encontrada uma lavoura de milho em estágio mais avançado, cultivada em um solo com melhor drenagem, diferente das áreas visitadas pela manhã. O grande diferencial do estado é a qualidade do solo, rico em matéria orgânica e bem estruturado, o que oferece segurança para que os produtores realizem investimentos, especialmente em nitrogênio. Nessa lavoura, a sanidade foliar é mantida com apenas uma aplicação de fungicida e duas de inseticida, resultando em produtividades acima de 200 sacas por hectare”, destacou Bertuol.
A série segue agora percorrendo os principais estados produtores dos Estados Unidos, com o objetivo de monitorar as lavouras e apresentar, de forma técnica e detalhada, a realidade da produção de grãos norte-americana. A próxima parada será em Fargo, no estado de Dakota do Norte. A programação continua até o dia 21 de agosto, com vídeos diários publicados nas redes sociais da Aprosoja MT.
Agro Mato Grosso
Com apoio da Aprosoja MT, 6º Encontro Mulheres do Agro reúne mais de 400 participantes em Lucas do Rio Verde

Evento organizado pelo Comitê Mulher Agro Detalhes celebrou o protagonismo feminino no campo e contou com palestra da jornalista Kellen Severo
Nesta sexta-feira (10.10), a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) participou do 6º Encontro de Mulheres do Agro, realizado em Lucas do Rio Verde. O evento, promovido pelo Comitê Mulher Agro Detalhes, do Sindicato Rural, reuniu mais de 400 mulheres ligadas ao agronegócio.
Durante o evento, a delegada coordenadora do núcleo da Aprosoja MT de Lucas do Rio Verde, Taisa Botton, destacou o papel estratégico que a mulher ocupa dentro e fora da porteira. Além disso, enfatizou o incentivo que a entidade faz por essa participação, não apenas na formação de lideranças entre produtoras rurais, mas também dentro do seu próprio quadro de colaboradores, que hoje é composto majoritariamente por mulheres. “A Aprosoja MT é uma importante patrocinadora, não apenas desse evento, sobretudo dentro do agronegócio em que a mulher está atuando não apenas nas decisões, mas em todo o setor e estratégias, dentro da gestão e efetivamente no campo. Para nós é extremamente importante estar em eventos como esse, que valorizam e expõem a nossa força dentro do campo e fora dele”, afirma Taisa.
O destaque da programação foi a palestra da jornalista e especialista em agronegócio Kellen Severo, com o tema “Mulheres no Agro: Ousadia para Crescer”, que exaltou a relevância da participação feminina e o crescimento do setor. “Vir para Mato Grosso é sempre um grande privilégio, porque a cada nova visita eu vejo as transformações acontecendo. Já na chegada, um aeroporto completamente renovado, duplicações de rodovias, investimentos enormes em etanol de milho. É o agro futuro, o agro pujante acontecendo que a gente vê na prática. Não há nada melhor do que o exemplo e a realidade para mostrar essa revolução que o setor traz e por onde ele passa, e Mato Grosso é um exemplo disso. A medida que esse setor cresce, crescem também os desafios, por isso a importância de associações como a Aprosoja MT e de eventos como esse, com 400 mulheres juntas para aprender, evoluir e trocar. Estou muito honrada por estar aqui”, ressalta Kellen.
A produtora rural e presidente do Comitê Mulher Agro Detalhes, Denise Hasse, também destacou a importância do apoio da entidade para o fortalecimento da rede de mulheres do agro. “É um prazer receber aqui a Aprosoja MT, ter mais um ano a entidade sendo a nossa patrocinadora, acreditando na nossa missão, no nosso propósito de trazer o protagonismo, a força da mulher dentro do seu negócio. E esse evento faz parte de toda essa nossa missão, fortalecer a mulher, fazer ela se conectar, aprender, se divertir, e também levar para o seu negócio informações sobre economia, agronegócio e o futuro que vem por aí”, aponta.
O apoio e participação da Aprosoja Mato Grosso no 6º Encontro Mulheres do Agro reforça o compromisso da associação com a valorização da mulher no campo, promovendo debates, formações e conexões que contribuem para um agro mais forte, inovador e representativo.
Agro Mato Grosso
Entre a terra e o coração, a trajetória de Mário Antunes Basílio é repleta de fé, sacrifício e amor à família

O produtor deixou Santa Catarina aos 25 anos para enfrentar o desconhecido e hoje celebra com orgulho a continuidade do legado no campo ao lado dos filhos e netos
No começo, Mário conciliava a rotina na fazenda com a atuação na empresa de construção civil da família de Eliane. A rotina era exaustiva e o tempo em família, escasso. Sua ausência foi sentida em casa, como um calendário que se marcava em silêncio. “Sei que minha esposa sofreu bem mais. Eu viajava muito para atender as obras e na época fazia mais de 100 mil quilômetros por ano. Em uma semana eu fiscalizava com o avião e na outra semana ia por terra providenciar os materiais que precisava, então era muito corrido e teve um fato que marcou muito. Um dia cheguei em casa e vi o calendário com vários dias marcados com ‘x’, perguntei para a Eliane o que era aquilo e ela me respondeu: ‘são os domingos que você não ficou em casa’”, lembra Mário.
A fase de adaptação não foi fácil, principalmente para sua esposa Eliane e não foi apenas pelo clima. Nascida e criada próxima da família, ela precisou enfrentar a dor da distância e da solidão em uma terra ainda por desbravar. “Foi um desafio muito grande, nunca havia saído de perto da minha mãe. Eu morava praticamente no mesmo lote da minha sogra, que também foi uma mãe para mim, e aqui éramos só nós dois e a pequena”, conta a produtora.
Eliane esteve ao lado de Mário desde o início, ajudando na gestão financeira e pessoal da fazenda, além de cuidar dos filhos em meio a todas as adversidades. Em uma ocasião, recebeu uma lição do pai que carrega até hoje. “Teve um dia que o Mário chegou em casa, ele e meu pai, e o monza que nós tínhamos na época estava carregado. Eu estava com a pequenininha e a hora que ele entrou no portão eu disse ‘vamos embora, eu aqui não fico mais um dia’, então meu pai olhou para mim e disse: ‘Minha filha, quem volta de ré é caranguejo’. Foi então que olhei para o meu pai e lembrei toda a dificuldade que eles passaram na vida e aquelas palavras firmaram meu pé aqui”, salienta.
Em 1995, o casal deixou a construção civil para se dedicar integralmente à fazenda. Hoje, trabalham com integração lavoura-pecuária, produzindo soja, milho, arroz, gergelim e criando gado. Os três filhos, Fabrícia, Mário Júnior e André, seguem o caminho dos pais e também estão à frente da gestão da propriedade, trazendo inovação e consolidando o legado familiar.
Mesmo diante de tudo isso, Mário não se vê em outro lugar. “Eu me alegro porque é a primeira profissão. Desde que o Senhor criou o céu e a terra, o agricultor está lá, e não existiria ninguém sem o agricultor que produz alimentos. Quantos domingos que minha família ficou sozinha e eu correndo por aí ao ponto de marcarem a minha ausência? Minha esposa sempre me deu apoio, me acompanhou e se fosse sozinho, eu não teria conseguido. Produzir alimento é um privilégio. Eu sinto orgulho de ser produtor rural, mas de coração mesmo, se tivesse que escolher essa profissão entre tantas outras, eu escolheria essa novamente, com todas as dificuldades, com os acertos, os erros, mas eu escolheria ser produtor de alimentos”, afirma o agricultor.
A história de Mário e Eliane é, acima de tudo, uma lição de perseverança. De quem enfrentou o novo sem garantias, apostou na terra, guiou os filhos no exemplo e colheu muito mais que lavouras bem-sucedidas, mas uma família forte e unida. Hoje, aos 67 anos, Mário Basílio olha para a fazenda e vê mais que produção, vê um pedaço de história plantada com amor, regada com fé e sustentada pela força de uma família que nunca desistiu.
Vitória Kehl Araujo
Agro Mato Grosso
Do comércio à agricultura, para Arlindo Cancian o mais importante foi ter persistência MT

O produtor de Canarana construiu uma vida de trabalho e legado familiar no coração do agro mato-grossense
Arlindo conta que chegou à região sem experiência agrícola. Depois de atuar com comércio, caminhão e revenda de insumos, comprou sua primeira terra em sociedade com o irmão, Luiz Cancian (in memorian), que lhe foi um grande incentivador, até adquirir a área em que está hoje. “Juntamente com a minha família, trabalhava numa madeireira. Quando meu pai faleceu em 1978, eu já tinha vindo uma vez para a Canarana em 1977 e depois que ele se foi, eu e minha esposa acabamos por vir morar aqui. Trabalhamos com papelaria, bazar, eu trabalhei com revenda de adubo e de implementos, e caminhão. Depois, em 1984, eu comprei uma terra com meu irmão, mas algum tempo depois eu comprei a parte dele e troquei a terra por essa área próxima da cidade”, lembra.
Os primeiros anos foram difíceis. Arlindo se dividia entre a lavoura e o trabalho com caminhão para equilibrar as finanças. “Eu comecei o plantio aprendendo como fazer, passamos várias dificuldades, altos e baixos em planos agrícolas e em preço de produto, produtividade e adequação de semente. Na época nós trouxemos sementes de soja até do Rio Grande do Sul. Nunca me esqueço, era tudo muito difícil, plantava 79 hectares e colhia na faixa de 30 a 40 sacas. Porém, os compromissos que a gente fez, eu tinha outras coisas que eu fazia, como o caminhão, e ganhava mais ou menos bem para ajudar a pagar a dívida no banco”, explica.
A dedicação deu frutos. Casado desde 1977, Arlindo se emociona ao falar da esposa, dos filhos Piero e Letícia, e do papel da família em sua trajetória. Hoje, ele e o filho estão juntos na lida do campo. Com um modelo de produção diversificado, eles trabalham com até quatro culturas por ano, como soja, milho, gergelim e a pecuária.
“Graças a Deus, a gente conseguiu evoluir e melhorar, sempre fazendo a coisa certa e com pé no chão. Eu digo para o meu filho que o importante é a gente fazer corretamente. Não adianta, às vezes, querer dar um passo maior e não conseguir atender os compromissos. De lá para cá, as coisas foram mudando e hoje, com a tecnologia, inclusive com tudo que a Aprosoja MT tem feito pelo produtor, temos um conhecimento melhor para poder tocar a lavoura”, salienta.
Entre as lições que aprendeu ao longo da vida, a de honrar os compromissos ele aprendeu com o pai. “Sempre falo que quando for levantar o pé, é importante deixar o rastro limpo. Lembro que em um domingo, perdi o horário de buscar o pai. Quando eu acordei, já eram 8h10 e a missa era às 8h. Eu peguei um fusca amarelo que eu tinha, dirigi cinco quadras e o pai já estava vindo. Quando eu parei o fusca, falei: ‘Pai, eu lhe levo à missa’. Ele olhou para mim e disse assim: ‘Não precisa, agora eu vou a pé’. Essa foi a surra que eu tomei do meu pai, você vê como a gente tinha vergonha na cara. Hoje eu vejo muitos filhos que pegam outros rumos, mas é bom quando um pai tem os filhos que acompanham, os filhos dizendo ‘eu te amo’ e a gente também”, recorda emocionado.
Tudo o que vivenciou ao longo de sua história fez com que atingisse suas conquistas pessoais, mas também, agregasse em entidades locais e do setor agrícola, contribuindo para que o Vale do Araguaia deixasse de ser o Vale dos Esquecidos. Entre tantas lidas, foi presidente do sindicato rural do município e 2º diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT). “Em tantos anos de Canarana eu fui uma pessoa que quis agradecer aquilo que eu conquistei aqui. Então, em todas essas coisas, aprendi e troquei muitas ideias com pessoas de outros locais. Isso foi motivando, abre a cabeça, dá força para continuar e por isso nós estamos aqui. Eu pensava que, após sair das entidades, eu iria arrendar a minha terra, mas nós arrendamos a do Piero e ficamos aqui. Eu não quis arrendar porque eu preferi ficar, exatamente por ter a família junto ajudando”, conta.
Para Arlindo uma de suas maiores alegrias é saber que construiu um legado junto à família que permanecerá para as próximas gerações. “Minha esposa, meu filho e minha filha são meus braços direitos. Isso me deixa feliz e orgulhoso por saber que vai ter continuidade. Tem tanta coisa que marca a vida da gente, mas o que mais me marcou foi ter vindo para um local onde a gente não sabia o que iria encontrar e o que fazer, pois eu mexia com madeireira. Essas coisas vão deixando a gente chegar a encarar e tem que encarar, porque ou você encara ou volta para aquilo que você saiu, mas eu quero crescer. Então, o que mais me marcou é a família ter ficado unida e a gente ter, graças a Deus, vencido. Acredito que isso é o mais importante, a persistência”, finaliza.
Aos 70 anos, o produtor Arlindo Cancian é um dos exemplos de que o desenvolvimento se constrói com o suor, a humildade e as raízes firmes no campo, com a missão de contribuir com a sociedade através da produção de alimentos.
Vitória Kehl Araujo
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