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Fecomércio vê impacto duplo com tarifaço dos EUA sobre o Brasil

“Como elo final da cadeia produtiva, o comércio deve ser duplamente impactado pela retração e mudanças na exportação para os norte-americanos, sofrendo diretamente com a redução nas vendas dessas mercadorias, mas também com a diminuição na geração de emprego e renda das famílias”, afirmou o presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, ao comentar a taxação de 50% que os EUA devem aplicar ao Brasil sobre diversos produtos brasileiros comercializados com o país norte-americano. A medida entra em vigor nesta quinta-feira (6).
Com uma política protecionista, o mandatário Donald Trump implantou tarifas comerciais em diversos países, fundamentando tal decisão na defesa da soberania econômica e na correção dos desequilíbrios da balança comercial.
O presidente da Fecomércio-MT destaca, ainda, que “a partir de sua vocação exportadora, o estado tem se beneficiado de um impulso econômico relevante, já que o comércio internacional, quando fortalecido, atua como um motor de geração de riqueza não apenas para as empresas exportadoras, mas também para os municípios onde essas atividades estão instaladas”.
No plano municipal, o Instituto de Pesquisa da Fecomércio Mato Grosso averiguou que algumas cidades apresentam maior vulnerabilidade. Chapada dos Guimarães e Vila Bela da Santíssima Trindade, por exemplo, destinaram 100% de suas exportações ao mercado norte-americano em 2024, junto a outros três municípios. Além destes, Juína exportou 71,57% de seu total para os EUA; Acorizal, 45,95%; e Peixoto de Azevedo, 44,03%.
Mesmo com a retirada de quase 700 produtos da tarifa adicional de 40%, municípios como Mirassol d’Oeste e Paranatinga seguem vulneráveis a impactos significativos. Em 2024, essas cidades foram responsáveis por 75,61% de toda a carne bovina exportada de Mato Grosso para os Estados Unidos, o que evidencia que, embora o impacto possa ser menor do que o inicialmente previsto, os efeitos ainda reverberam em maior medida, com a visão focada nos municípios.
As ações da política americana tiveram início em março, com a implementação de uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio, insumos considerados estratégicos para a indústria norte-americana. Em abril, o governo dos EUA anunciou uma tarifa universal de 10% sobre as importações provenientes de países com os quais mantém déficits comerciais — o que incluiu o Brasil entre os afetados. Agora, essa tarifa deve ser elevada para 50%, exclusivamente sobre produtos brasileiros.
Essa escalada tarifária tem gerado preocupações tanto no âmbito federal quanto entre os estados com laços comerciais relevantes com os Estados Unidos, como é o caso de Mato Grosso. Segundo análise do Instituto de Pesquisa da Fecomércio no estado (IPF-MT), embora o mercado norte-americano represente apenas 1,10% das exportações mato-grossenses, ele corresponde a 14,64% das importações do estado — o que revela sua importância estratégica em termos de abastecimento e integração de cadeias produtivas.
Ainda conforme o instituto, entre os principais produtos exportados para os EUA em 2024, destacam-se o ouro (US$ 157,73 milhões), a carne bovina (US$ 148,27 milhões), a soja (US$ 39,48 milhões), gelatinas e derivados (US$ 16,85 milhões) e a madeira (US$ 11,09 milhões). Em 2025, os ovos de aves emergem como novo destaque, impulsionados pela crise sanitária da gripe aviária nos Estados Unidos, alcançando o terceiro lugar entre os produtos mais exportados no ano, com receita de US$ 8,07 milhões.
Diante desse cenário, Wenceslau Júnior explica que “se torna evidente a urgência de uma diplomacia econômica eficaz, capaz de mitigar os efeitos adversos dessas barreiras comerciais. Isso é particularmente relevante para Mato Grosso, cuja balança comercial responde por cerca de 30% do superávit nacional. Logo, impactos sobre sua performance externa repercutem não apenas nos municípios diretamente exportadores, mas também nos indicadores macroeconômicos nacionais”.
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À espera por cotações melhores, produtores de soja focam no plantio; confira os preços do dia

O mercado brasileiro de soja começou a semana com baixa oferta e poucas indicações de negócios. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Rafael Silveira, os produtores permanecem concentrados no plantio da nova safra e mais cautelosos nas vendas, à espera de cotações mais atrativas.
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Silveira explica que não houve grandes movimentações nem no porto e nem na indústria, com prêmios praticamente estáveis. A leve alta registrada na Bolsa de Chicago (CBOT) limitou-se a ajustes técnicos, sem força para alterar o cenário doméstico. “Os preços tiveram apenas pequenas oscilações”, resume o analista.
Preços de soja no Brasil
- Passo Fundo (RS): manteve em R$ 133,00
- Santa Rosa (RS): manteve em R$ 134,00
- Cascavel (PR): caiu de R$ 135,00 para R$ 134,00
- Rondonópolis (MT): manteve em R$ 126,00
- Dourados (MS): caiu de R$ 126,00 para R$ 125,00
- Rio Verde (GO): manteve em R$ 126,00
- Paranaguá (PR): manteve em R$ 138,00
- Rio Grande (RS): manteve em R$ 139,00
Soja em Chicago
Os contratos futuros da soja fecharam em leve alta na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta sexta-feira. Após a queda expressiva do pregão anterior, o mercado reagiu a declarações mais conciliatórias do presidente Donald Trump e do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que amenizaram o tom das tensões comerciais com a China.
A recuperação, no entanto, foi limitada pelo cenário fundamental, ou seja, avanço da colheita norte-americana e boas condições para o plantio no Brasil. A paralisação parcial do governo americano segue no radar e afeta a divulgação de dados importantes de oferta, demanda e embarques.
Contratos futuros
O contrato de novembro subiu 1,00 centavo de dólar (0,09%), fechando a US$ 10,07 ¾ por bushel. A posição janeiro encerrou a US$ 10,25 ¼, com ganho de 2,00 centavos (0,19%).
Nos subprodutos, o farelo para dezembro caiu US$ 0,90 (0,32%), a US$ 274,10 por tonelada, enquanto o óleo fechou a 50,60 centavos de dólar por libra-peso, com alta de 0,63 centavo (1,26%).
Câmbio
O dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,80%, cotado a R$ 5,4593 para venda e R$ 5,4573 para compra, após oscilar entre R$ 5,4412 e R$ 5,4997.
Agro Mato Grosso
Como os pulgões vencem as defesas naturais das plantas I MT

Pesquisa revela estratégias moleculares e comportamentais para neutralizar compostos tóxicos produzidos por culturas agrícolas
Estudo detalhou como os pulgões superam os compostos tóxicos defensivos produzidos por plantas. Esses compostos, chamados metabólitos secundários (PSMs), deveriam funcionar como uma barreira natural contra pragas. Mas os pulgões desenvolvem mecanismos de resistência que reduzem a eficácia das substâncias.
Pesquisadores da Universidade de Yangzhou, na China, apresentaram revisão sobre os mecanismos fisiológicos, bioquímicos e comportamentais que permitem aos pulgões sobreviver, se multiplicar e continuar a transmitir vírus mesmo sob pressão de defesas vegetais complexas.
Enzimas contra venenos
As plantas produzem compostos químicos como terpenoides, fenóis e alcaloides que atuam como inseticidas naturais. Em resposta, os pulgões ativam enzimas de desintoxicação, como as citocromo P450, transferases de glutationa (GSTs) e UDP-glicosiltransferases (UGTs), capazes de neutralizar os efeitos tóxicos desses compostos.
O processo ocorre em três fases.
Primeiro, as toxinas sofrem transformações químicas para se tornarem mais solúveis.
Em seguida, essas substâncias são ligadas a outras moléculas que facilitam sua eliminação.
Por fim, o organismo excreta os resíduos por transportadores de membrana celular, como os ABC transporters.

A pesquisa destaca que as enzimas antioxidantes também ajudam os pulgões a suportar o estresse oxidativo causado pelos metabólitos das plantas. Essa combinação bioquímica contribui para a sobrevivência e reprodução dos insetos, mesmo em ambientes hostis.
Bactérias aliadas
Os pulgões também contam com bactérias simbióticas que potencializam suas defesas. Algumas dessas bactérias, como Hamiltonella defensa e Regiella insecticola, interferem nas defesas hormonais das plantas, reduzindo a produção de compostos tóxicos ou neutralizando a resposta do sistema vegetal.
Em experimentos, pulgões com determinadas bactérias simbióticas demonstraram maior sobrevivência em cultivares naturalmente tóxicos. Em casos mais extremos, essas bactérias são capazes de metabolizar inseticidas sintéticos e compostos naturais presentes em folhas e caules.
Efeito viral
Além das enzimas e das bactérias, os pulgões também se beneficiam da ação de vírus que transmitem às plantas.
Muitos desses vírus enfraquecem as defesas vegetais ao suprimir vias hormonais importantes, como as de ácido jasmônico e ácido salicílico.
O resultado é duplo: plantas menos resistentes e maior atratividade para novos pulgões. Em testes com plantas infectadas por vírus como o Turnip mosaic virus ou o Potato leafroll virus, os insetos apresentaram aumento na fecundidade e maior tempo de permanência sobre a planta.
Comportamento estratégico
O comportamento dos pulgões também contribui para o sucesso da infestação. Eles evitam tecidos vegetais ricos em compostos tóxicos e preferem variedades com menor teor de PSMs. Essa seleção ocorre durante a alimentação, quando os insetos sondam os tecidos com seus estiletes e recuam diante de sinais químicos indesejáveis.

Certas linhagens ou haplótipos de pulgões mostram preferência por cultivares específicas. Essa seleção reflete não apenas adaptação fisiológica, mas também uma capacidade comportamental refinada para escapar de defesas vegetais mais eficazes.
Sequestro químico
Em algumas espécies, os pulgões acumulam compostos tóxicos das plantas sem sofrer efeitos adversos. O sequestro de metabólitos secundários, como glucosinolatos e alcaloides, pode inclusive servir como mecanismo de defesa contra predadores.
O pulgão Brevicoryne brassicae, por exemplo, armazena compostos de mostarda em seu corpo e libera substâncias tóxicas quando atacado.
Esse comportamento transforma o inseto em uma espécie de “bomba química ambulante”.
Em outras espécies, como Acyrthosiphon pisum, o sequestro de compostos como L-DOPA mostrou efeitos antioxidantes e até reparação tecidual.
Outras informações em doi.org/10.1093/hr/uhaf267
Agro Mato Grosso
Sistema CNA/Senar lança cartilha para tirar dúvidas sobre segurança e saúde no trabalho rural

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) lançaram uma cartilha com respostas às perguntas frequentes (FAQ) dos produtores e trabalhadores rurais sobre os principais pontos da Norma Regulamentadora (NR) nº 31.
A norma traz as regras sobre segurança e saúde no trabalho da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura.
O documento elaborado pela CNA está disponível no portal Senar Play, com informações que explicam o que são as NR’s, para que servem, e responde dúvidas mais complexas sobre obrigações do empregador e do trabalhador rural.
A cartilha traz ainda detalhes sobre o Programa de Gerenciamento de Riscos no Trabalho Rural, o Serviço Especializado em Segurança no Trabalho Rural e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio do Trabalho Rural (Cipatr), além de esmiuçar o uso correto do Equipamento de Proteção Individual (EPI) e as condições sanitárias e de conforto no trabalho rural.
É necessário fazer o cadastro no portal Senar Play para acessar a cartilha. Além do FAQ, o portal traz cursos de curta e média duração e outros materiais sobre a temática. Saiba mais em senarplay.org.br .
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