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Fungicidas aos 30 dias após emergência da soja mostram efeitos limitados

Estudo com 20 experimentos revela que, em 82% dos casos, não houve diferença significativa no rendimento da lavoura
A aplicação de fungicidas aos 30 dias após a emergência (30 DAE) da soja não garante, por si só, o aumento da produtividade. Essa foi a principal conclusão de uma rede de 20 experimentos conduzidos por diferentes instituições de pesquisa em diferentes regiões produtoras brasileiras durante a safra 2024/2025. Em 82% das comparações entre áreas com e sem aplicação precoce, não se verificou diferença estatística no rendimento.
A pesquisa envolveu 18 instituições. O objetivo consistiu em avaliar se a aplicação de fungicidas no início do ciclo da soja pode contribuir com o controle de doenças foliares iniciais e, assim, refletir positivamente na colheita. Os números foram apresentados pelo pesquisador Carlos Utiamada (na foto) durante o Congresso Brasileiro de Soja 2025. E constam em circular técnica da Embrapa.
Doenças comuns e condições favoráveis
A presença de doenças como septoriose (Septoria glycines), mancha-alvo (Corynespora cassiicola) e crestamento de Cercospora (Cercospora kikuchii) foi registrada em metade dos experimentos. A septoriose surgiu como a mais comum. O oídio e o míldio também foram citados, dependendo da altitude e da umidade. Sistemas de plantio intensivo, sem rotação de culturas e com baixa cobertura do solo, favoreceram o surgimento precoce das doenças.
Apesar disso, em dez locais nenhuma doença foi registrada entre 40 a 45 dias após a emergência, mesmo na ausência de fungicida.
As aplicações aos 30 DAE testaram diferentes formulações. Algumas com registro permanente no Ministério da Agricultura. Outras com registro temporário. Os produtos incluíram misturas de fungicidas químicos, além de uma formulação biológica com Bacillus velezensis e B. subtilis.
Além da testemunha (sem fungicida), todos os tratamentos receberam aplicações padrão a partir de 40 a 45 DAE, com intervalos regulares e uso de fungicidas multissítios ou sistêmicos.
Análise estatística
A produtividade das parcelas foi comparada por meio de modelos de análise de variância (ANOVA), com contraste entre os tratamentos e aplicação do teste de Scheffé ao nível de 5%. O software SAS/STAT executou os cálculos. A análise considerou blocos ao acaso com quatro repetições.
Resultados principais
Em 100 comparações entre tratamentos com fungicidas aplicados aos 30 DAE e o tratamento padrão, 82 não apresentaram diferenças estatísticas de produtividade. Em 15 houve aumento. Em 3, redução.
As maiores respostas positivas ocorreram em locais com doenças no início do ciclo e condições favoráveis ao desenvolvimento patogênico. No Tocantins, todos os fungicidas aplicados aos 30 DAE resultaram em aumento significativo de produtividade. Em outras regiões como Campo Verde e Passo Fundo, também foram observados ganhos.
No entanto, em locais como Londrina e Cafelândia, houve redução de produtividade com alguns produtos, possivelmente por fitotoxicidade.
Importância do contexto local
Os dados confirmam os resultados de safras anteriores. Entre 2016 e 2020, em mais de 90% dos experimentos, a aplicação precoce também não resultou em ganho de produtividade. A Embrapa Soja alerta que a resposta ao fungicida depende do histórico da área, da presença de inóculo, da cultivar e das condições climáticas.
A ausência de efeito positivo generalizado reforça a necessidade de avaliação individual. Cada lavoura deve ser analisada antes de adotar a aplicação precoce.
Conclusão técnica
A aplicação de fungicidas aos 30 dias após a emergência da soja não pode ser considerada uma prática universalmente eficaz. Sua adoção deve considerar a presença de doenças no início do ciclo, o histórico da área e os riscos de fitotoxicidade. O uso racional, com base em dados locais, continua sendo o melhor caminho para o manejo eficiente e sustentável.

Instituição, município, estado, data da semeadura dos experimentos, doenças relatadas na avaliação aos 14 dias após a aplicação (~14DAA) realizada 30 dias após a emergência (30DAE) (S – septoriose, MA – mancha-alvo e C – crestamento de Cercospora) – Circular Técnica 214, Embrapa
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Como ficaram as cotações de soja na última segunda-feira de julho?

O mercado de soja iniciou a semana com poucas negociações e preços oscilando de forma mista nas principais praças do país. Segundo o analista Rafael Silveira, da consultoria Safras & Mercado, nesta segunda-feira (28), a nova baixa registrada em Chicago foi compensada por prêmios firmes e pela alta do dólar, o que ajudou a sustentar as cotações internas.
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Apesar da melhora pontual nos preços em algumas regiões, o ritmo de comercialização permaneceu lento. A indústria demonstrou interesse na compra, mas o spread entre comprador e vendedor continuou elevado, o que manteve o mercado com pouca oferta.
Preços de soja por região
- Passo Fundo (RS): subiu de R$ 132,00 para R$ 133,00
- Santa Rosa (RS): subiu de R$ 133,00 para R$ 134,00
- Rio Grande (RS): subiu de R$ 139,00 para R$ 140,00
- Cascavel (PR): subiu de R$ 131,00 para R$ 132,00
- Paranaguá (PR): subiu de R$ 138,00 para R$ 139,00
- Rondonópolis (MT): subiu de R$ 120,00 para R$ 121,00
- Dourados (MS): caiu de R$ 122,00 para R$ 121,00
- Rio Verde (GO): manteve em R$ 122,00
Soja em Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a segunda-feira com preços mais baixos. O mercado foi pressionado pela combinação de ampla oferta mundial, a fraca demanda pelo produto norte-americano e a força do dólar frente a outras moedas.
EUA
A previsão de clima favorável às lavouras dos Estados Unidos, com diminuição do calor e ocorrência de chuvas, cria uma expectativa de grande safra no país, também influenciando de forma baixista.
As inspeções de exportação norte-americana de soja chegaram a 409.714 toneladas na semana encerrada no dia 24 de julho, conforme relatório semanal divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Na semana anterior, as inspeções de exportação haviam atingido 377.020 toneladas. Em igual período do ano passado, o total foi de 408.582 toneladas. No acumulado do ano-safra, iniciado em 1º de setembro, as inspeções somam 47.203.279 toneladas, contra 42.770.645 toneladas no mesmo intervalo da temporada anterior.
Contratos futuros de soja
Os contratos da soja em grão com entrega em agosto fecharam com baixa de 10,00 centavos de dólar ou 1%, a US$ 9,88 3/4 por bushel. A posição novembro teve cotação de US$ 10,11 1/2 por bushel, perda de 9,50 centavos ou 0,93%.
Nos subprodutos, a posição setembro do farelo fechou com baixa de US$ 2,80, ou 1,02%, a US$ 269,40 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em agosto fecharam a 56,55 centavos de dólar, com ganho de 0,06 centavo ou 0,1%.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,54%, sendo negociado a R$ 5,5921 para venda e a R$ 5,5901 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,5688 e a máxima de R$ 5,6063.
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Em Cuiabá, Brasil recebe líderes globais para debater o futuro da carne

Cuiabá sediará, de 28 a 30 de outubro, o World Meat Congress, uma das principais conferências internacionais sobre proteína animal. Pela primeira vez no Brasil, o evento deve reunir delegações de mais de 20 países para discutir temas como sustentabilidade, rastreabilidade, geopolítica alimentar e inovação tecnológica na cadeia da carne.
A realização do congresso em território brasileiro reforça o papel estratégico do país no mercado global. Mato Grosso, estado anfitrião, lidera a produção nacional e exportou, apenas no primeiro semestre de 2025, cerca de 368,8 mil toneladas de carne bovina, movimentando mais de US$ 1 bilhão.
Além de painéis e palestras, a programação contará com mesas de negócios e participação de representantes de entidades da China, Canadá, Reino Unido, Dinamarca e outros mercados-chave. Entre os destaques da agenda, estão nomes como Juan José Grigera Naón, presidente do IMS, e David Hughes, do Imperial College London.
“Preparamos uma programação diversificada, que oferece aos participantes uma vitrine global de tecnologias, práticas sustentáveis e inovações”, afirma Caio Penido, presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), organizador do evento ao lado do Secretariado Internacional da Carne.
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Plano safra deve impulsionar crescimento do setor de máquinas e implementos agrícolas

Após um ano de retração, o setor de máquinas e implementos agrícolas começa a mostrar sinais de recuperação. Em maio, as vendas somaram R$ 6,5 bilhões, um crescimento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Com o novo Plano Safra já em vigor, a expectativa é que os financiamentos ajudem a impulsionar ainda mais o setor.
Para Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas Agrícolas da Abimaq, o bom desempenho é reflexo direto da safra mais favorável em 2024.
“No ano passado, tivemos uma seca muito severa, que comprometeu a safra em praticamente todo o país. A produtividade caiu e, com isso, a rentabilidade dos agricultores também. Este ano, o cenário é o oposto: a safra está indo muito bem, a produtividade aumentou e estamos conseguindo recuperar mercado”, afirma.
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Outro fator que deve contribuir para o crescimento do setor é o avanço da mecanização da agricultura brasileira, especialmente na agricultura familiar.
“Firmamos uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário para incentivar a mecanização entre os pequenos produtores. Propusemos a criação de um catálogo com as máquinas disponíveis no mercado, facilitando o acesso à informação. Sabemos que o agricultor familiar ainda enfrenta dificuldades nesse sentido”, explica Estevão.
Quanto ao impacto do tarifaço anunciado pelos Estados Unidos, o presidente da câmara setorial minimiza os efeitos diretos sobre as exportações brasileiras de máquinas agrícolas, mas alerta para impactos indiretos no setor.
“Apenas 10% das exportações brasileiras de máquinas agrícolas têm como destino os EUA, o que representa cerca de 1,3% do nosso volume total de vendas. O maior impacto será sobre o agricultor brasileiro, caso a medida se prolongue. Com uma oferta maior de produtos como café, laranja e carne bovina no mercado interno, pode haver queda nos preços. Isso reduz a rentabilidade do produtor e, consequentemente, sua capacidade de investir em máquinas”, conclui.
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