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Cultivo de mirtilo pode ser o destaque frutífero mato-grossense com alto valor agregado, aponta Aprofir

O cultivo de mirtilo, também conhecido como blueberry, está em plena expansão no Brasil e pode ser o novo destaque na fruticultura mato-grossense. O crescimento deste cultivo está ligado ao seu alto valor comercial e à introdução de novas variedades adaptadas ao clima tropical, que exigem menos frio e têm melhor adaptação a regiões mais quentes e secas como a de Mato Grosso.
O presidente da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Colheitas Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir-MT), Hugo Garcia, esteve em São Paulo e conheceu uma plantação desta cultura.
“Já existe mirtilo plantado na África, na Bahia e em lugares totalmente quentes, por que não em Mato Grosso? E eu sei que muitas pessoas duvidam que essa frutinha pode dar mais de R$ 1 milhão por hectare. Essa área que estou têm 6500 plantas, cada planta produz um quilo, se você multiplicar pelo valor que estão sendo vendidos aqui em São Paulo, que é em torno de R$ 90 reais, dá quase R$ 600 mil em menos de meio hectare. Então é possível levar essa fruta para a agricultura familiar, a gente vai levar ela para Mato Grosso”, disse o presidente.
A produção dessa fruta começou a se adaptar às diferentes condições climáticas do Brasil, inclusive no Cerrado e no Nordeste, abrindo espaço para pequenos e médios produtores interessados nesses nichos de alto valor agregado, podendo atingir preços entre R$8 e R$200 o quilo, dependendo da variedade, época e forma de venda (in natura, congelado ou processado).
“O blueberry pode chegar até a R$1,5 milhão por hectare e com apoio técnico de entidades como a Aprofir, o mirtilo desponta como uma alternativa rentável para agricultores familiares dispostos a investir em tecnologia, qualidade, novidade e diferenciação”, complementou Hugo.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), cerca de 52% do mirtilo comercializado no maior entreposto de hortifrúti do país, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), já é de origem nacional, enquanto o restante ainda depende de importações, principalmente do Chile, Peru e Argentina.
Antes restrita a áreas de clima frio, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, os principais estados produtores são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e São Paulo, com novas iniciativas surgindo em Goiás, Distrito Federal, Bahia e Pernambuco.
Atualmente, estima-se que o país tenha entre 250 e 500 hectares plantados com mirtilo, com uma produção anual que pode chegar a 750 toneladas. Além do mercado in natura, o mirtilo também tem sido aproveitado na produção de geleias, sucos, vinhos, cosméticos e até chope artesanal, agregando valor à cadeia produtiva e fomentando o turismo rural em regiões produtoras, como ocorre em Santa Catarina.
Agro Mato Grosso
Setor de soja tem como desafio aumentar a produção com maior proteção ambiental

Especialistas acreditam que produtores conseguirão superar produtividade de 300 sacas por hectare
A produção global de soja precisará crescer nas próximas décadas para abastecer a cadeia de proteínas animais e garantir a segurança alimentar da população. Para isso, os produtores têm dois caminhos, aumentar a área plantada ou a produtividade por hectare. Mas isso precisa ser feito aumentando também a proteção ambiental, na avaliação de Tuneo Sediyama, professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e melhorista de plantas da Soygene.
“Não tenho dúvidas de que nós vamos conseguir superar a produtividade de 300 sacas por hectare, com mudanças que vão acontecer nos próximos anos”, afirmou Sediyama, considerado um dos principais nomes da pesquisa de melhoramento de soja.
A produtividade média atualmente é de 60,5 sacas por hectare. Ele citou como mudanças que vão acontecer no mercado de soja a adoção de manejo mais adequado com práticas de agricultura regenerativa, adoção de fertilizantes alternativos e de menor custo, uso de produtos biorreguladores mais eficientes, desenvolvimento de variedades mais tolerantes a adversidades climáticas, resistentes a pragas e doenças, com melhores níveis de fotossíntese e menos uso de fertilizantes, entre outras mudanças.
O engenheiro-agrônomo Romeu Afonso de Souza Kiihl, considerado o “pai da soja tropical”, responsável por desenvolver mais de 150 variedades de soja em 60 anos dedicados à área, disse ver um futuro muito interessante para o melhoramento genético da soja.
“Tem muita coisa para se fazer em soja. A quantidade de genes disponíveis nos bancos de germoplasma é gigantesca. Se tiver gente trabalhando, vamos fazer grandes progressos, porque as ferramentas disponíveis hoje são poderosas. Onde uns veem desafios eu vejo oportunidades”, afirmou Kiihl.
Kiihl citou como um dos desafios que podem ser resolvidos em breve é a questão da queda do teor de proteína da soja à medida que a planta cresce em produtividade.
Rodolfo Rossi, presidente da Associação da Cadeia da Soja Argentina (ACSoja), disse que na Argentina não há tantos questionamentos sobre desmatamento como no Brasil e, por isso, o país vê oportunidades para expandir a área plantada com soja e também de melhorar a produtividade com o desenvolvimento de novas variedades.
Em relação aos desafios do setor, Rossi cita a carga tributária alta e o desrespeito à propriedade intelectual, com grande volume de uso de sementes pirateadas.
“Por causa dos problemas com a propriedade intelectual, temos visto uma queda dos investimentos em melhoramento genético pelas empresas. O número de lançamentos também diminuiu. Falta uma política pública que promova a produção de forma mais sustentável”, disse Rossi.
Gerardo Bartolomé, presidente do Grupo Don Mario (GDM), considerou que o futuro do melhoramento da soja passa pela adoção de novas tecnologias, como uso de inteligência artificial, edição gênica, ciência de dados.
Silvia Massruhá, presidente da Embrapa, defendeu avanços na agricultura de baixo carbono. “Em 50 anos, o Brasil cresceu a área plantada em 140% e a produção de grãos em 580%. Nossa agricultura já é sustentável, temos agora que avançar na agricultura de baixo carbono”, disse.
Os executivos participaram da cerimônia de abertura do X Congresso Brasileiro da Soja 2025, realizado pela Embrapa Soja, em Campinas (SP) entre os dias 21 e 24 de julho.
*A Embrapa forneceu a hospedagem
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Brasil conseguirá salvar a soja do tarifaço de Trump?

O tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deve entrar em vigor no início de agosto, pode aplicar taxas de até 50% sobre as exportações brasileiras de soja e outros produtos. A grande questão é se o Brasil conseguirá reverter essa medida a tempo.
A avaliação é do coordenador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Guilherme Bastos, feita durante o Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja), que começou nesta segunda-feira (21), em Campinas (SP). Segundo ele, embora haja rumores sobre uma possível prorrogação do tarifaço, não existem sinais concretos de recuo por parte da Casa Branca. “A tática é de guerra, pois os Estados Unidos são mais fortes que nós”, destacou Bastos.
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“A disputa vai ser dolorida”, afirmou Bastos à Safras News, após sua participação na conferência ‘A geopolítica da cultura da soja’. O especialista mostrou preocupação especial com as exportações de produtos perecíveis, que já estariam sendo afetadas. “Já há embarques de produtos agropecuários que não estão acontecendo, pois não há garantias de que serão recebidos nos Estados Unidos”, relatou.
Para o coordenador da FGV, o episódio reflete um momento global de instabilidade. “Estamos em mares revoltos em termos mundiais”, comentou. Ele chamou a atenção para o enfraquecimento das instituições multilaterais, como ONU, FAO e OMC, entidades criadas sob liderança dos Estados Unidos e da Europa, mas que hoje enfrentam perda de influência frente ao novo cenário geopolítico.
Evento aborda o protagonismo da soja brasileira
Começou o X Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja) e Mercosoja 2025, no Centro de Exposições e Convenções Expo Dom Pedro, em Campinas (SP). A programação técnica iniciou na terça-feira (22), com painéis que discutiram temas estratégicos, como os impactos das mudanças climáticas, produção irrigada e qualidade de sementes.
Com os 100 anos da soja no Brasil e os 50 anos da Embrapa Soja, o evento, que vai até o dia 24, reunirá cerca de 2 mil participantes, entre pesquisadores, técnicos, produtores e representantes da indústria. A programação inclui quatro conferências, 15 painéis temáticos e mais de 50 palestras nacionais e internacionais, além do espaço Mãos à Obra, que aborda desafios práticos e o workshop internacional Soybean2035.
Agro Mato Grosso
EUA estão entre os menores importadores de produtos do agronegócio de MT, apenas 1% I MT

No primeiro semestre deste ano, 1,1% da produção do estado foi enviada aos EUA. A China segue como o principal destino dos produtos mato-grossenses.
As exportações de Mato Grosso para os Estados Unidos representaram 1,1% do total registrado no primeiro semestre de 2025, segundo dados da Comex Stat, do Governo Federal. A China segue como o principal destino dos produtos mato-grossenses, respondendo por 46% das exportações no mesmo período.
O agronegócio lidera a pauta de exportações de Mato Grosso. Os principais produtos enviados ao exterior, neste ano, foram:
- 🌱 Soja: 58%
- 🧶Algodão bruto: 12%
- 🐄 Carne bovina: 10%
- 🌽 Milho não moído: 3,5%
Em 2024, o estado foi o segundo que menos exportou produtos ao mercado norte-americano, enviando 1,5% da produção total (veja ranking abaixo). Já os estados que mais forneceram insumos para os EUA foram São Paulo (19%), Maranhão (13%), Minas Gerais (11%) e Rio Grande do Sul (8,5%).
Os maiores importadores de produtos mato-grossenses em 2024
PAÍS | QUANTIDADE IMPORTADA DE MT |
China | 33% |
Vietnã | 5,8% |
Tailândia | 4,6% |
Turquia | 4% |
Indonésia | 4% |
Nesta quarta-feira (16), o governador Mauro Mendes (União) se manifestou sobre o anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da taxação de 50% sobre produtos brasileiros, com vigência a partir de 1º de agosto. A medida, segundo Mendes, deve ter impacto limitado sobre Mato Grosso, já que os EUA não estão entre os maiores compradores dos insumos do estado.
“O ‘tarifaço’ é um problema grave que vai afetar a todos, mas nosso agronegócio é competitivo e, com o nosso apoio, sem dúvidas, vai encontrar outros mercados para compensar as perdas”, escreveu Mendes.
Em contrapartida, os EUA são o quarto país que mais fornecem produtos para MT, em 2024 11% das importações feitas pelo estado vieram dos Estados Unidos, ficando atrás apenas de China, Rússia e Canadá.

Trump diz que prazo de 1º de agosto para novas tarifas não muda mais
Frigoríficos em alerta
Os frigoríficos representaram 10% das exportações totais do estado em 2024. Segundo o presidente do Sindifrigo, Paulo Belincanta, as empresas começaram a reduzir a produção, diante da incerteza sobre a abrangência da nova tarifa.
Ele explicou que ainda não está claro se a taxação incidirá apenas sobre novos embarques a partir de agosto ou também sobre mercadorias já enviadas, mas ainda em trânsito.
“É antes ou depois do BL [o documento de embarque] Até que saibam, é difícil carregarem porque está sujeito à oscilação de preço absurda. O impasse é grande e, para se prevenirem, estão preferindo ou cancelar a produção ou deixar a produção em estoque”, explicou Belincanta.
Em 2024, Mato Grosso exportou o equivalente a US$ 148,5 milhões em carne para os Estados Unidos. Já no primeiro semestre de 2025, o estado embarcou cerca de 37 mil toneladas, com faturamento de aproximadamente US$ 119 milhões. A maior parte corresponde a carnes desossadas de bovinos, frescas, refrigeradas ou congeladas.
Potencial de MT
Mato Grosso representa uma potência agrícola mundial. O estado é líder na produção de soja, milho, algodão e rebanho bovino do país e um dos principais exportadores dos insumos no mundo.
Em pouco mais de duas décadas, o PIB estadual passou de R$ 14,8 milhões (2000) para R$ 233,390 milhões (2021), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Um crescimento motivado, principalmente, pela agricultura, a principal atividade econômica do estado, que é responsável por mais de 50% do PIB mato-grossense.
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