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Sustentabilidade

Atraso na semeadura do trigo no RS – MAIS SOJA

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As chuvas provocaram atraso na semeadura do trigo no Rio Grande do Sul. Na metade norte, onde está concentrada a produção de trigo, choveu quase três vezes a média histórica esperada para o mês de junho. Saiba os cuidados para garantir uma boa implantação da lavoura com a previsão de tempo favorável nos próximos dias.

Semeadura em contorno para reduzir perdas. Photo: Joseani Antunes

A janela de semeadura do trigo indicada pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para o Rio Grande do Sul vai até 31 de julho, mas a época preferencial nas regiões norte e noroeste vai até 10 de julho, pensando na sucessão da soja no verão. “Temos ainda uma boa janela de semeadura pela frente. O importante é semear bem, com todos os cuidados fitossanitários, e não apenas semear cedo”, alerta o pesquisador da Embrapa Trigo Osmar Conte.

Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS, menos de 40% da área prevista para o cultivo do trigo estava semeada em junho.  O atraso foi consequência das chuvas intensas, que encharcaram o solo e impediram a entrada das máquinas nas áreas de cultivo. Na estação meteorológica da Embrapa Trigo em Passo Fundo, a média histórica, com base nos registros dos últimos 30 anos, é de 158 mm de precipitação pluvial no mês de junho, mas em junho de 2025 foram registrados 425 mm. A insolação, medida através de horas de luz solar no mês, foi 36% menor, com umidade acima de 80% na maioria dos dias. Nas áreas onde a lavoura já estava implantada, as plantas em desenvolvimento vegetativo sofreram estresse com a umidade e a baixa luminosidade, limitando o crescimento, além de inviabilizar a execução de tratos culturais, como aplicação de herbicidas, fungicidas e adubação de cobertura.

De acordo com o analista do laboratório de meteorologia da Embrapa Trigo, Aldemir Pasinato, a previsão é favorável para as operações de semeadura do trigo na metade norte, com tempo seco até meados de julho. “Apesar da previsão de neutralidade do clima, sem eventos como El Niño ou La Niña, este inverno será marcado por períodos com dias consecutivos de chuva, intercalados com dias secos e ondas de frio que podem se estender até a primavera”, conta Pasinato. O Boletim Climatológico do INMET, com o prognóstico agroclimático para os meses junho, julho e agosto, indica chuvas próximas e abaixo da média histórica no Paraná e em Santa Catarina, mas estão previstas chuvas acima da média para o Rio Grande do Sul.

A média histórica de precipitação no Rio Grande do Sul é entre 1500 a 1900 mm/ano, variando entre as diferentes regiões do estado, com a chuva concentrada nos meses de inverno e primavera.

Cuidados com o solo encharcado

O encharcamento do solo aumenta o risco de incidência do mosaico comum do trigo, doença que pode ocasionar redução de 50% no rendimento de grãos.  Levantamentos da Embrapa mostram que os maiores danos por mosaico estão associados a precipitações próximas a 200 mm no mês de semeadura. A fase mais crítica é nos dias subsequentes à semeadura, quando a infecção precoce tem potencial de causar mais danos à planta, afetando o desenvolvimento dos tecidos em formação. Os sintomas do mosaico, alternando listras verdes e amarelas nas folhas, começam a aparecer cerca de um mês após a infecção, com a distribuição de plantas doentes no campo em manchas ou reboleiras, principalmente em locais onde a drenagem do solo não é boa. Atualmente, a recomendação mais segura ao produtor é o investimento em cultivares resistentes ao mosaico.

Outro problema ocasionado pelo excesso de chuvas nos últimos dias é a erosão hídrica, causada pelas enxurradas com a água da chuva que não conseguiu infiltrar no solo. “A semeadura com as linhas de plantio dispostas morro acima e morro abaixo, largamente e erroneamente adotada pelos produtores rurais, conduz o fluxo da enxurrada para o sulco de semeadura, potencializando o arraste das sementes e dos fertilizantes. Esta modalidade de semeadura é a principal causa da erosão hídrica em lavouras conduzidas sob plantio direto”, explica o pesquisador da Embrapa Trigo José Eloir Denardin. A recomendação do pesquisador é formar barreiras para conter a enxurrada, adotando a semeadura em contorno e os terraços agrícolas. “A semeadura em contorno, com as linhas de plantio dispostas transversalmente ao sentido do declive, cria barreiras ao livre escoamento da enxurrada, reduzindo a velocidade e a capacidade de remover a cobertura do solo ou mesmo transportar solo, sementes, adubo, calcário, nutrientes e matéria orgânica para fora da lavoura. Além disso, a semeadura em contorno e os terraços agrícolas, estrategicamente dimensionados, garantem a infiltração de até 100% da água das chuvas, assegurando reserva hídrica para suprir os cultivos de verão”, orienta Denardin.

Adubação Nitrogenada

Diante de um cenário ainda incerto, o produtor precisa de planejamento para garantir os melhores resultados na adubação nitrogenada no trigo. De forma geral, a quantidade de N utilizada na lavoura de trigo é de 60 a 120 kg/N/ha, aplicando de 15 a 20 kg/N/ha na semeadura e o restante em cobertura (perfilhamento e alongamento do colmo). Contudo, considerando possíveis perdas pelo excesso de chuva, a estratégia indicada pela pesquisa é fracionar as aplicações de N em três momentos: na semeadura; entre duas folhas e o início do perfilhamento; e na fase reprodutiva (entre o perfilhamento e o início do alongamento).

Ainda, em caso de acumulados elevados de chuva após a aplicação de N, ocasionando escoamento superficial no talhão, o produtor deve fazer a compensação da dose na próxima aplicação.

Geadas no trigo

Com temperaturas negativas e pouco vento, é comum a incidência de geadas ao longo do inverno. Para o trigo, o risco é a geada no espigamento, o que pode causar a morte das plantas. O atraso na semeadura do trigo pode reduzir as perdas com geadas tardias, que podem acontecer no final de agosto e começo de setembro. (Saiba mais sobre danos por geada em trigo no áudio ao final do texto)

Doenças

A umidade e baixa insolação exige atenção ao controle de doenças fúngicas, como manchas foliares, especialmente no desenvolvimento inicial do trigo. As mais frequentes são mancha marrom, mancha amarela e mancha das glumas. O controle principal é a rotação de culturas, que pode reduzir a incidência de manchas em até sete vezes, associado ao tratamento de sementes e ao uso de cultivares resistentes. Para saber mais sobre o controle de doenças, acesse as publicações da Rede de Ensaios Cooperativos em Trigo que avalia a eficiência dos fungicidas disponíveis no mercado.

Veja as orientações gerais do pesquisador da Embrapa Trigo Osmar Conte no vídeo abaixo:

Foto de capa: Joseani Antunes

Fonte: Joseani M. Antunes/Embrapa Trigo



 

FONTE

Autor:Joseani M. Antunes/Embrapa Trigo

Site: Embrapa

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Sustentabilidade

USDA reduz números de soja nos EUA e Brasil em ‘modo turbo’ na comercialização

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O ritmo dos negócios da soja no Brasil em junho apresentou boa evolução, com preços oscilando em uma margem estreita, próxima da estabilidade. Os dados divulgados pela consultoria Safras & Mercado apontam que, apesar da queda dos preços em Chicago e do dólar mais baixo, os prêmios positivos no mercado interno superaram esses efeitos, favorecendo a continuidade das negociações.

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Com a ampla oferta da commodity, o produtor brasileiro tem aproveitado o momento para avançar nas vendas, garantindo maior rentabilidade. No cenário internacional, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou uma redução na área plantada naquele país, dentro das expectativas do mercado e com impacto limitado nas cotações globais.

Conforme o relatório da consultoria, com dados até 4 de julho, a comercialização da safra brasileira 2024/25 já alcança 69,8% da produção projetada, avanço em relação aos 64% registrados em 6 de junho. No mesmo período do ano passado, o percentual era de 77,5%, enquanto a média dos últimos cinco anos para o período é de 82,1%. Considerando uma safra estimada em 172,45 milhões de toneladas, isso equivale a 120,43 milhões de toneladas comercializadas até agora.

Além disso, a comercialização antecipada, que inclui soja que ainda será colhida na safra 2025/26, representa 16,4% da produção projetada, ou 25,28 milhões de toneladas, um avanço em relação aos 10,8% registrados em 6 de junho. No ano passado, o percentual era de 18,2%, com média histórica de 23,2%.

No cenário dos Estados Unidos, o USDA estimou que a área plantada com soja em 2025 totalizará 83,4 milhões de acres, 4% menor que os 87,05 milhões de acres cultivados em 2024. O número ficou ligeiramente abaixo da expectativa do mercado, que apontava para 83,65 milhões de acres, e também inferior à estimativa do relatório de intenções de plantio divulgado em março, que indicava 83,495 milhões de acres.

A redução ou estabilidade da área ocorreu em 25 dos 29 estados produtores, refletindo ajustes regionais e tendências de mercado. Em relação aos estoques trimestrais de soja em grão dos EUA, dados de 1º de junho indicam um total de 1,008 bilhão de bushels, volume 4% superior ao do mesmo período de 2024 e acima da expectativa do mercado, que era de 971 milhões de bushels.

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Análise Ceema: Cotações do milho subiram nesta semana, fechando a quinta-feira em US$4,31 em Chicago – MAIS SOJA

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Por Argemiro Luís Brum

A cotação do milho, para o primeiro mês em Chicago, igualmente subiu nesta semana, com o bushel do cereal fechando a quinta-feira (03) em US$ 4,31, contra US$ 4,09 uma semana antes. A média de junho ficou em US$ 4,30/bushel, registrando um recuo de 4,2% sobre a média de maio.

O relatório de plantio, divulgado no dia 30/06, confirmou um aumento de área semeada nos EUA em 5% sobre o ano anterior, enquanto os estoques, na posição de 1º de junho, somaram 117,9 milhões de toneladas, significando um recuo de 7% sobre a mesma época de 2024.

Enquanto isso, no Brasil os preços do milho cederam mais um pouco. A média gaúcha fechou em R$ 62,45/saco, enquanto nas principais praças o produto ficou em R$ 60,00. Nas demais regiões do país os valores oscilaram entre R$ 45,00 e R$ 63,00/saco.

Dito isso, a Stone X avança que a safra de verão brasileira teria ficado em 25,6 milhões de toneladas, enquanto a segunda safra seria de 108,2 milhões (em números revisados). Assim, a produção total de milho, em 2024/25, chegaria a 136,1 milhões de toneladas (incluindo pouco mais de 2 milhões de toneladas da terceira safra nacional). Diante disso, o consumo interno seria de 89,5 milhões de toneladas, sustentado pela produção de etanol. Já as exportações somariam 42 milhões de toneladas.

Por outro lado, a colheita de milho da safrinha teria chegado a 19,5% da área semeada, contra 47,1% no ano passado nesta época e 27,3% na média histórica (cf. PátriaAgroNegócios).

Já a colheita no Centro-Sul brasileiro teria alcançado a 18% da área até o dia 26/06, contra 49% no mesmo período do ano anterior (cf. AgRural). Para esta consultoria, a safrinha chegaria a 103 milhões de toneladas e a produção total nacional alcançaria a 130,6 milhões de toneladas.

E a Conab informa que, até o dia 28/06, apenas 17% das lavouras da segunda safra haviam sido colhidas no país todo, contra 47,9% no mesmo período do ano passado e 28,2% na média das últimas cinco safras. A destacar que as recentes geadas provocaram prejuízos nas lavouras do Paraná.

Neste sentido, o Deral indicou que 68% das áreas a colher estavam em boas condições, 18% regulares e 14% como ruins.

Por sua vez, o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) indicou que o preço médio do saco de milho no Mato Grosso fechou a semana anterior em R$ 39,84, deixando o produto abaixo dos R$ 39,91/saco estipulado como mínimo pela Conab. Lembrando que, quando o preço médio fica abaixo do Preço Mínimo, o governo pode intervir com políticas públicas como leilões para formação de estoque regulador, a fim de assegurar uma remuneração mínima ao produtor.

Enfim, estudos recentes indicam que, em relação a safra 2025/26, a combinação de custos elevados, oscilações cambiais e incertezas no mercado internacional tem preocupado especialistas e agricultores, especialmente nas regiões do Cerrado, Sul e Sudeste do país. Como o Brasil importa entre 70% a 75% dos feritilizantes que consome, um aumento de 10 centavos na taxa de câmbio pode significar quase R$ 5,00 a menos no preço do saco de milho (cf. Céleres). Em tal contexto, os produtores precisam de um rigoroso planejamento financeiro para fazer frente aos desafios do mercado do milho, o que vale igualmente para a soja e o trigo.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

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Sustentabilidade

Preços domésticos de algodão encerram junho em queda, acompanhando perdas em Nova York – MAIS SOJA

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O mercado de algodão encerrou junho com preços fracos no físico brasileiro, em linha com as perdas na Bolsa de Nova York. A demanda doméstica esteve mais presente no início do mês, trabalhando com preços firmes, mas foi diminuindo o ritmo ao longo dos últimos dias e, com isso, derrubou suas bases. Do lado da oferta, os vendedores mantiveram uma postura cautelosa, o que limitou o volume comercializado, informou a Safras Consultoria.

Em Rondonópolis, no Mato Grosso, os preços da pluma em junho ficaram em torno de R$ 4,23/libra-peso, caindo para R$ 3,94/libra-peso nesta quinta-feira, 3 de julho. Já na comparação com a semana passada, o recuo foi de 0,58%.

Para o algodão entregue à indústria em São Paulo, o valor alcançou R$ 4,09/libra-peso na quinta-feira (3), com desvalorização semanal de 0,49% e mensal de 6,62%, quando trocava de mãos, respectivamente, a R$ 4,11/libra-peso e a R$ 4,38/libra-peso.

USDA

A área total plantada com algodão nos Estados Unidos em 2025 deverá ocupar 10,120 milhões de acres. A previsão é do relatório de área plantada do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado nesta segunda-feira (30). O número representa um recuo na área frente a 2024, quando foram cultivados 11,183 milhões de acres.

Analistas consultados por agências internacionais apontavam de 8,8 a 9,985 milhões de acres em junho, com média de 9,735 milhões de acres.

Contando apenas o algodão upland, a área deve chegar a 9,949 milhões de acres, recuo frente a 2024, quando somou 10,976 milhões. A área do algodão pima também deve registrar queda, atingindo 171 mil acres – em 2024 foram 207 mil acres.

Fonte: Sara Lane – Safras News



 

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