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Sustentabilidade

Entrevista – John Landers, o “pai” do Sistema Plantio Direto no Cerrado – MAIS SOJA

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O agrônomo britânico John Nicholas Landers, de 87 anos, tem uma longa trajetória de disseminação das práticas de agricultura conservacionista no Brasil. Nascido em Watford, no Reino Unido, o bacharel em Agricultura pela Universidade de Reading e mestre em Irrigação pela Universidade da Califórnia chegou ao País em 1966 aos 28 anos, a serviço do IRI Research Institute dos Estados Unidos. Durante quase seis décadas, Landers vem contribuindo como pesquisador, consultor e produtor rural para o desenvolvimento da agricultura brasileira, sobretudo no Cerrado e na Amazônia. Na década de 1990, fundou a Associação do Plantio Direto no Cerrado (APDC), que contribuiu para a consolidação do Sistema Plantio Direto (SPD) no Cerrado. Os esforços em mostrar como a agricultura pode conservar os nossos solos lhe renderam diversas homenagens, como o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Goiás, em 2017, pelo pioneirismo no desenvolvimento do SPD na palha. Nesta entrevista, que teve a participação da pesquisadora Ieda Mendes, Landers fala sobre a carreira no Brasil, os desafios na disseminação do SPD, uma curiosidade surpreendente sobre a pré-história da Embrapa Cerrados, além de apontar rumos para a pesquisa agropecuária.

Como surgiu o interesse do senhor pela agricultura?
Meu avô era gerente de uma série de fazendas que se chamava State, na Inglaterra. Com 10 anos de idade, eu dirigia trator. No meu tempo livre, sempre ficava em fazendas. Então, a única escolha que eu achava que tinha e perseguia era estudar Agricultura em Reading.

O senhor veio ao Brasil em 1966 para realizar um trabalho pelo IRI Research Institute. Do que se tratava esse trabalho?
Quem me trouxe ao Brasil foi meu tio. Ele veio em 1934 plantar café no Oeste de São Paulo e depois se mudou para Matão (SP). Era um homem inteligente e que me ajudou muito na forma de pensar sobre agricultura. Fiquei um mês em Matão e, como minha especialidade era irrigação, fui enviado a Recife (PE) para começar meu trabalho com o IRI. Comecei junto com a Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), principalmente nas estações de Mandacaru e Bebedouro, que estavam desenvolvendo a irrigação para difundir na região.

E o que o fez permanecer no País até hoje?
Continuei com o IRI até 1974 e depois dois anos como especialista. Inclusive, implantei, na Estação Experimental de Brasília (atual Embrapa Cerrados), um experimento irrigado de milho com controles de umidade até 40 cm (de profundidade do solo) por tensiômetros e blocos de gesso. No início de 1968, fui transferido para a Venezuela. O IRI tinha captado um contrato para desenvolver a agricultura no delta do rio Orinoco. Fui como chefe de programa e implantei uma estação experimental na Ilha Iguana. Voltei para o Brasil em 1972, como chefe do IRI. O IRI havia perdido o contrato com a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) e era difícil buscar recursos. Então, começamos a tornar a estação experimental em comercial, vendendo abacaxi e sementes de forrageiras. Depois, em 1974, o projeto de sementes forrageiras foi comprado por uma grande empresa inglesa, a Nickerson Seeds, que me colocou em São Paulo como encarregado do projeto. Eles também investiram em sementes de soja com um programa no Rio Grande do Sul e no Paraná.

Como o senhor via a agricultura do Brasil no final da década de 1960, em especial no Bioma Cerrado? 
Obviamente, o Brasil era importador de alimentos naquela época e eu via que faltavam as últimas tecnologias para a agricultura evoluir. No Cerrado, a agricultura era mais pobre ainda, (havia) principalmente arroz de sequeiro, que era um desastre em termos econômicos (risos). Mas o IRI foi pioneiro em resolver os problemas da infertilidade dos solos do Cerrado. Eu tinha visto as soluções que o IRI preconizava para tornar os solos do Cerrado produtivos. O IRI descobriu a falta de cálcio, de fósforo e de micronutrientes, que foi a base para torná-los produtivos. Então, vi solos e topografia muito bons em termos de mecanização, mas faltava a parte técnica de adubação e correção de solo.

Naquele momento, o que o fazia acreditar que a agricultura brasileira poderia sofrer uma revolução tão profunda a ponto de transformar o País de importador, como o senhor disse, a grande exportador de alimentos algumas décadas depois?
O IRI havia publicado boletins sobre a correção dos solos do Cerrado. Eu tinha lido tudo isso e estava convicto de que havia um grande futuro para o Cerrado em termos de produtividade.

O senhor sempre demonstrou preocupação com a sustentabilidade da agricultura, o que nos dias de hoje é um discurso comum. Como os produtores e o setor agrícola lidavam com a questão no início dos seus trabalhos aqui no Brasil?
O conceito de sustentabilidade em si começou, me parece, há uns 20 anos. Naquela época, o conceito era de conservar o solo para continuar produzindo.

Quanto ao Sistema Plantio Direto (SPD), o senhor é considerado o pai dessa prática de manejo conservacionista do solo no Cerrado. Mas, no passado, foi considerado louco. Havia, de fato, uma resistência à adoção do SPD, mesmo com tantos benefícios demonstráveis?
Os agricultores de Morrinhos (GO), onde eu tinha uma fazenda, davam risadas de mim. E também havia resistência dentro da Embrapa Cerrados. Foram alguns dos pesquisadores menos preconceituosos que se aliaram a nós no início. O primeiro foi o (Eduardo) Assad (atualmente aposentado), que escreveu um capítulo sobre chuvas na publicação “Fascículo de Experiências de Plantio Direto no Cerrado”, de 1995. Foi uma das primeiras colaborações da Embrapa Cerrados com a Associação de Plantio Direto no Cerrado (APDC), porque já estávamos trabalhando com alguns Clubes Amigos da Terra (CATs) (grupos e associações de produtores voltados à difusão do SPD), que haviam sido instalados aqui por gaúchos. O conceito de CAT foi o berço. O CAT de Jataí (GO), que já estava instalado, foi o modelo. Começamos a trabalhar com eles em 1994 para desenvolver a ideia de CAT para divulgar e também para ajudar a desenvolver o SPD, porque a pesquisa em estação experimental é muito boa, mas a pesquisa em fazenda tem outras dimensões e possibilita a rápida extensão ao produtor. Quando ele vê pequenas parcelas na estação experimental, não acredita. Ele quer ver um agricultor fazendo e ganhando dinheiro. Aí ele acredita.

Os CATs persistiram por muito tempo?
Eles começaram a se expandir muito rapidamente e, no auge, havia uma rede de 49 CATs e outras instituições como cooperativas no Cerrado. Eles perduraram enquanto o SPD foi uma coqueluche. Infelizmente, não vieram outras revoluções iguais para darmos seguimento. Comecei com controles biológicos com a COOPA-DF, mas fomos subvertidos pelos Correios. Estávamos usando os Correios para receber os ovos dos parasitas que estávamos utilizando e houve uma greve. Os agricultores perderam a confiança, e levou mais uns cinco a 10 anos para eles começarem a usar (o controle biológico).

O SPD é uma prática fundamental para a agricultura sustentável, permitindo a conservação do solo e da água, ganhos em produtividade, mitigação de gases de efeito estufa etc. Qual o panorama atual do SPD no Cerrado?
Estimo, por cima, 90% de aceitação do SPD. Então, em termos de expansão, a demanda não é tão grande. O que temos que olhar é a onda da agricultura regenerativa. É um termo que está sendo muito mal empregado, principalmente por empresas de insumos que querem colocar esse nome, sem critérios, aos alimentos produzidos com os seus produtos. Minha interpretação é a seguinte: sem o SPD, a agricultura regenerativa não vai funcionar! Deixando de revolver o solo, você engatilha a atividade biológica do solo, e isso é o segredo do sucesso do SPD e da agricultura regenerativa. De fato, regenerativo é o melhor adjetivo para descrever o que o SPD faz pelo solo, o resto é elucubração.

Uma crítica que é ouvida com frequência é a de que existem produtores que falam que adotam o SPD, mas que, na verdade, o fazem de forma incompleta ou equivocada. Quais lacunas do manejo o senhor observa?
O principal é a falta de uma maior rotação de plurianual, em que você não repete a mesma cultura na mesma terra no ano seguinte. Bem mais da metade (dos produtores que adotam o SPD) não faz isso. O problema é que, até recentemente, a soja era, de longe, o (cultivo) mais lucrativo. Agora, temos pesquisas que mostram os valores de se manter uma rotação plurianual por vários anos. Por exemplo, o Juca Sá (João Carlos de Moraes Sá), junto com o (Lucien) Seguy fez um estudo em Mato Grosso que é sui generis. Mostra que, a longo prazo, os princípios do SPD trazem lucros acima de coisas feitas pela metade.

E que consequências podem ocorrer para os produtores que adotam o SPD de forma equivocada?
Não gosto do termo “equivocado”. Eles estão seguindo o que eles acham mais produtivo do sistema e deixando de lado a rotação plurianual. Até pouco tempo atrás, faltavam resultados de pesquisa contundentes mostrando o benefício a longo prazo dessas rotações. O problema é que é um pouco complicado a adoção disso. O agricultor não vai plantar uma cultura que vai produzir 60% do lucro da soja. Isso é o simples fato econômico e são os fatos econômicos que dirigem a forma de tocar as lavouras. Mas temos possibilidades de ir além do SPD como ele está agora e, para isso, precisamos dirigir a pesquisa a esse ponto.

Como ir além do SPD?
Por exemplo, introduzi o SPD na propriedade de um agricultor na Inglaterra 14 anos atrás. Primeiro, ele adotou o SPD e depois ele passou à agricultura regenerativa. Uma das descobertas dele é que se você mantém o pH da seiva da planta em 6.4, os insetos não gostam da seiva, então não há problema com insetos. Esse agricultor está fazendo outros controles que o permitem produzir praticamente sem pesticidas. Esse é um pioneiro, um homem inteligente que tem uma fazenda lucrativa e dinheiro para investir em pesquisa. Acho que a pesquisa teria que ficar no pé desses agricultores pioneiros, ajudando-os a levar essas tecnologias adiante. Já desafiei vários pesquisadores a encontrar uma tecnologia em que você, com uma pulverização ou de outra forma, modifica o pH da seiva, eliminando os pesticidas. Vai levar umas duas décadas, mas temos que ter isso como alvo.

Inicialmente, pode haver uma certa resistência na pesquisa, demora um tempo até que isso seja absorvido…
Por isso (deve haver) o apoio da pesquisa aos pioneiros, que são tomadores de risco. É fundamental, porque reduz o risco dos produtores.

Em que outras áreas podemos progredir com a pesquisa?
Esse agricultor inglês que mencionei foi aos Estados Unidos e fez dois cursos. A aprendizagem dele é que o agricultor tem uma planta, e essa planta, quando falta alguma coisa, manda uma mensagem ao solo através dos exsudatos da raiz. Esses exsudatos encorajam outras entidades a produzirem o que está faltando na planta. A doutora Ieda identificou duas dessas substâncias (enzimas arilsulfatase e betaglicosidase) e as usa para caracterizar a atividade biológica do solo. Mas esse agricultor me contou que há 750 dessas substâncias no solo. Imagine a complexidade da pesquisa necessária para explorar tudo isso. Vai levar meio século.

Gostaria de comentar alguma outra questão sobre a pesquisa?
No trabalho de desenvolver um desenho de ensaio de pastoreio com coberturas (vegetais), eu me debrucei com uma série de perguntas para as quais não tinha resposta. Como vou selecionar tratamentos no experimento se não tenho essas respostas? Acho que não deve ser necessário, numa estação experimental, ter um projeto de pesquisa para fazer testes exploratórios que vão nortear o pesquisador em termos de seleção de tratamentos. Vou dar um exemplo. A Manah me financiou, em 1988, um trabalho exploratório para testar diferentes trabalhos de SPD. Selecionei 30 deles para fazer testes exploratórios sem replicação. Se tivesse optado por fazer três replicações, só teria testado 10 trabalhos. E quem iria me dizer que o melhor estava entre esses 10? Você vai colocar uns tratamentos inúteis, e a informação que vai receber será limitada.

O senhor é mestre em irrigação. Como vê esse tema na agricultura brasileira?
No geral, é marcar a garantia dos caudais dos rios pequenos em toda a região, porque a lei manda manter o caudal durante a época seca, em vez de secar e criar problemas para a dessedentação de animais. Outra linha de pensamento tem sido a forma de desenvolver mais a produção de hortaliças na região e, portanto, (gerar) empregos. Acho que o manejo do solo com irrigação, por causa do alto investimento, está sendo forçado a conservar o solo e a água.

Na sua trajetória profissional, o senhor testemunhou o nascimento e o crescimento da Embrapa, que em 2023 completou 50 anos. O que a Empresa, a seu ver, representa para o País?
Primeiro, ela é o esteio da atividade agro. Segundo, é uma apólice de seguro que assegura que as tecnologias sejam as mais produtivas possíveis, e sempre melhorando. Representa uma liderança mundial em termos de sustentabilidade por meio do SPD. É também uma entidade séria, muito respeitada em todo o mundo, e é imprescindível ao País a Embrapa apoiando a agropecuária.

Em 2025, é a Embrapa Cerrados que está completando 50 anos. Você participou, inclusive, da pré-história da nossa Unidade…
Antes, (a Unidade) era o Escritório Técnico de Agricultura (ETA-44) do Ministério da Agricultura. Edson Lobato (pesquisador aposentado) e outros agrônomos que haviam passado no concurso do ministério estavam trabalhando lá com dois técnicos do IRI. Isso era outro programa da USAID. Descobri, no mapa da estação experimental, que a administração de Planaltina-DF havia colocado a sua estação de tratamento de águas dentro da área do Ministério da Agricultura. Pedi uma audiência com o presidente da Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil) e mostrei a ele. Ele disse: “Bom, o que você quer?”. E eu falei: “Gostaria de aumentar a área da estação experimental para abarcar toda a área de cima, que tem solos diferentes”. No ato, ele cedeu à Embrapa um topógrafo, que ficou três meses lá, medindo tudo. Pouca gente sabe disso.

Então quer dizer que você foi um dos responsáveis pela enorme área que temos hoje na Embrapa Cerrados?
Fui O responsável (risos).

Pensando no futuro, para que direção a Unidade deve apontar as pesquisas?
Para cima! (risos). Penso que a área de agricultura regenerativa real deveria ser reforçada. Existe uma nova espécie de capim braquiária que vem da Namíbia, chamada Brachiaria negropedata. Isso tinha que ser pesquisado, porque a informação que tenho de técnicos da África do Sul é de que ela seria muito bem apropriada aqui. A área de pastagens consorciadas foi esquecida de tal forma que eu não encontro sementes de leguminosas como siratro, soja perene e tardia e centrosema no mercado. Sumiram. Acho que é preciso persistir na ideia de pastagens consorciadas, porque há varias leguminosas adaptadas à região e ao pastoreio. Soja perene e tardia e os híbridos de centrosema, feitos pelo R.H. MacArthur, um pesquisador australiano enquanto esteve aqui, são muito promissores. Estou desenhando um experimento junto com a Embrapa Cerrados para testar algumas dessas leguminosas num sistema um pouco diferente, que chamamos de tapete verde, em que usamos a leguminosa como cobertura do solo para receber culturas e o SPD. Quando esse projeto foi desenvolvido, em Morrinhos entre 1988 e 1992, não havia a safrinha. Então, terá que haver muito trabalho adaptando esse sistema à safrinha, mas é uma forma de também aumentar a oferta de forragens de boa qualidade na época seca, já que a leguminosa tem proteína. A quantidade em que você aumenta a capacidade de carga na época seca equivale ao incremento no rebanho. Isso é um ponto nevrálgico onde acho que deveria se concentrar a pesquisa.

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Sustentabilidade

Em setembro, IBGE prevê safra de 341,9 milhões de toneladas para 2025 – MAIS SOJA

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Em setembro, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2025 deve totalizar 341,9 milhões de toneladas, 16,8% maior do que a obtida em 2024 (292,7 milhões de toneladas), com aumento de 49,2 milhões de toneladas, e 0,2% acima da informada em agosto, com acréscimo de 660,9 mil toneladas. A próxima divulgação do LSPA, em 13 de novembro, trará o primeiro prognóstico para a safra 2026.

A área a ser colhida é de 81,4 milhões de hectares, crescimento de 3,0% frente à área colhida em 2024, com aumento de 2,4 milhões de hectares, e acréscimo de 0,1% (102,7 mil hectares) em relação a agosto.

O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representam 92,6% da estimativa da produção e respondem por 88,0% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimos de 4,8% na área a ser colhida do algodão herbáceo (em caroço); de 11,3% na do arroz em casca; de 3,6% na da soja; de 3,8% na do milho (declínio de 5,3% no milho 1ª safra e crescimento de 6,4% no milho 2ª safra); e de 11,4% na do sorgo; ocorrendo declínios de 5,5% na do feijão e de 18,5% na do trigo.

Em relação à produção, houve acréscimos de 10,6% para o algodão herbáceo (em caroço); de 17,2% para o arroz em casca; de 14,4% para a soja; de 20,7% para o milho (crescimento de 14,0% para o milho 1ª safra e de 22,4% para o milho 2ª safra); de 24,8% para o sorgo; de 3,6% para o trigo; e para o feijão, ocorreu decréscimo de 0,5%.

A estimativa de setembro para a soja foi de 165,9 milhões de toneladas. Quanto ao milho, a estimativa foi de 138,4 milhões de toneladas (26,1 milhões de toneladas de milho na 1ª safra e 112,3 milhões de toneladas de milho na 2ª safra). A produção do arroz (em casca) foi estimada em 12,4 milhões de toneladas; a do trigo em 7,8 milhões de toneladas; a do algodão herbáceo (em caroço) em 9,8 milhões de toneladas; e a do sorgo em 5,0 milhões de toneladas.

A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou variação anual positiva para as Regiões Centro-Oeste (21,6%), Sul (9,5%), Sudeste (16,8%), Nordeste (8,3%) e Norte (22,5%). Quanto à variação mensal, apresentaram aumentos na produção a Região Norte (1,3%), a Sul (0,1%), a Centro-Oeste (0,2%) e a Sudeste (0,1%). A Região Nordeste apresentou declínio (-0,3%).

Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 32,4%, seguido pelo Paraná (13,5%), Goiás (11,3%), Rio Grande do Sul (9,4%), Mato Grosso do Sul (7,4%) e Minas Gerais (5,5%), que, somados, representaram 79,5% do total. Com relação às participações regionais, tem-se a seguinte distribuição: Centro-Oeste (51,4%), Sul (25,1%), Sudeste (8,8%), Nordeste (8,2%) e Norte (6,5%).

Destaques da estimativa de setembro de 2025 em relação ao mês anterior

Em relação a agosto, houve aumentos nas estimativas da produção do tomate (4,3% ou 189 710 t), do café canephora (4,2% ou 49 513 t), do algodão herbáceo-em caroço  (3,7% ou 351 683 t), do feijão 2ª safra (3,2% ou 40 096 t), da cevada (1,7% ou 9 600 t), da mandioca (1,2% ou 253 320 t), do trigo (1,0% ou 76 602 t), do feijão 3ª safra (0,8% ou 6 565 t), do milho 2ª safra (0,3% ou 352 880 t), do milho 1ª safra (0,2% ou 61 573 t), do sorgo (0,1% ou 4 717 t), do arroz (0,0% ou 2 151 t), bem como declínios do feijão 1ª safra (-4,6% ou -47 633 t), da aveia (-1,9% ou -25 475 t), do café arábica (-0,8% ou 17 010 t) e da soja (-0,0% ou -26 380 t).

Entre as Grandes Regiões, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 175,7 milhões de toneladas (51,4%); Sul, 85,8 milhões de toneladas (25,1%); Sudeste, 30,1 milhões de toneladas (8,8%), Nordeste, 28,0 milhões de toneladas (8,2%) e Norte, 22,3 milhões de toneladas (6,5%).

As principais variações absolutas positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Mato Grosso (258 551 t), no Tocantins (186 787 t), no Paraná (122 600 t), em Rondônia (86 757 t), em Goiás (69 470 t), em Sergipe (48 701 t), em Minas Gerais (37 130 t), em Roraima (13 253 t) e no Rio de Janeiro (134 t). As variações negativas ocorreram na Bahia (-43 325 t), no Ceará (-39 757 t), no Maranhão (-37 141 t), no Rio Grande do Sul (-28 785 t), no Acre (-4 826 t), em Pernambuco (-2 909 t), no Pará (-2 577 t), no Rio Grande do Norte (-1 563 t), no Espírito Santo (-1 353 t) e em Alagoas (-265 t).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A estimativa para a produção de algodão é de 9,8 milhões de toneladas. Em relação ao mês anterior, ocorreu um crescimento de 3,7% na estimativa da produção, devido à maior produtividade aferida com a finalização da colheita (4,0%). A estimativa da produção encontra-se 10,6% maior que a produção obtida em 2024, com aumentos de 4,9% na área plantada e de 5,5% na produtividade. Assim como em 2023 e 2024, em 2025 temos novo recorde de produção.

O Mato Grosso, maior produtor brasileiro, com 73,0% do total nacional, apresentou uma produção de 7,2 milhões de toneladas, crescimento de 6,2% em relação ao mês anterior. Bons volumes de chuvas nos primeiros meses de 2025 aumentaram o potencial produtivo das lavouras.

CAFÉ (em grão) – A produção brasileira, considerando-se as duas espécies, arábica e canephora, foi estimada em 3,4 milhões de toneladas, ou 57,3 milhões de sacas de 60 kg, acréscimo de 1,0% em relação ao mês anterior, em decorrência do crescimento de 1,4% no rendimento médio, enquanto a área a ser colhida declinou 0,4%. Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,2 milhões de toneladas ou 36,7 milhões de sacas de 60 kg, declínio de 0,8% em relação ao mês anterior, tendo o rendimento médio e a área colhida reduzido em 0,4% e 0,3%, respectivamente. Para a safra de 2025, aguarda-se uma bienalidade negativa, ou seja, um declínio natural da produção em função das características fisiológicas da espécie, que nos anos pares tende a produzir mais, sacrificando a produção do ano seguinte, em decorrência de um maior exaurimento das plantas. A safra cafeeira de 2025 também está refletindo os problemas climáticos nas principais Unidades da Federação produtoras, notadamente a falta de chuvas e o excesso de calor, durante o segundo semestre de 2024, sendo esse o motivo pelo qual partiu-se de um potencial de produção relativamente mais baixo.

O declínio da produção em setembro se deve, principalmente, à Bahia, que reduziu sua estimativa da produção do café arábica em 19,4%, em decorrência dos declínios de 3,6% na área a ser colhida e de 16,4% no rendimento médio. A produção baiana deve alcançar 88.8 mil toneladas ou 1,5 milhão de sacas de 60 kg. Os aumentos da produção foram verificados no Espírito Santo, de 1,1% ou 2,1 mil toneladas a mais; no Rio de Janeiro (9,9% ou 2,2 mil toneladas) e no Paraná, (0,4% ou 200 toneladas). Os produtores têm relatado que nas colheitas mais recentes, está havendo a necessidade de uma maior quantidade de grãos para encher uma saca de 60 kg de café, resultado de um preenchimento de grãos menos eficiente. A produção mineira deve alcançar 1,5 milhão de toneladas ou 25,7 milhões de sacas de 60 kg, declínio de 7,5% em relação ao volume colhido em 2024. A área plantada e a área a ser colhida apresentam declínios de 1,1%, enquanto o rendimento médio apresenta-se 6,5% menor. São Paulo, segundo maior produtor, com 13,4% de participação, deve colher 294,0 mil toneladas ou 4,9 milhões de sacas de 60 kg, enquanto o Espírito Santo, terceiro maior produtor brasileiro, com a participação de 8,7% do total, apresenta uma estimativa de 191,6 mil toneladas ou 3,2 milhões de sacas de 60 kg.

Para o café canephoraa estimativa da produção foi de 1,2 milhão de toneladas ou 20,6 milhões de sacas de 60 kg, acréscimo de 4,2% em relação ao mês anterior, e crescimento de 20,7% em relação ao volume produzido em 2024, com aumentos de 3,1% na área a ser colhida e de 17,1% no rendimento médio nesse último comparativo. A produção estimada para o café canephora, em 2025, é recorde da série histórica do IBGE.

Como os preços do conilon encontravam-se apresentando boa rentabilidade, os produtores investiram mais em tratos culturais e adubação, o que resultou na melhoria da produtividade. Há de se ressaltar também que os volumes de chuvas nos principais municípios produtores foram satisfatórios, de um modo geral, apesar da demora delas em alguns casos.

Em setembro, Rondônia assinalou um acréscimo de 2,1% em sua produção, havendo aumentos de 2,0% no rendimento médio e de 0,1% na área colhida. O Estado é o segundo maior produtor do café canephora do País, participando com 13,3% do total, havendo destaque para o cultivo do robusta. A produção deve alcançar 164,3 mil toneladas ou 2,7 milhões de sacas de 60 kg. O Espírito Santo, maior produtor brasileiro do café canephora (conilon), com participação de 69,0% no total, também reavaliou sua produção, informando um crescimento de 5,4% em relação a agosto. A produção deve alcançar 852,8 mil toneladas ou 14,2 milhões de sacas de 60 kg.

A estimativa da produção da Bahia deve alcançar 172,8 mil toneladas ou 2,9 milhões de sacas de 60 kg, aumentos de 1,1% em relação ao mês anterior e de 19,3% em relação ao volume produzido em 2024, tendo o rendimento médio crescido 21,7% e a área colhida declinado em 2,0% nesse último comparativo. O Acre informou um aumento de 9,4% em sua produção, quando comparado com agosto, tendo crescido 74,2% em relação ao volume colhido em 2024.

CEREAIS DE INVERNO (em grão) – Os principais cereais de inverno produzidos no Brasil são o trigo, a aveia branca e a cevada. Para o trigo (em grão), a produção estimada alcançou 7,8 milhões de toneladas, aumento de 1,0% em relação ao mês anterior e crescimento de 3,6% em relação a 2024. O rendimento médio, no comparativo mensal, apresenta aumento de 0,9%, enquanto a área a ser colhida apresenta crescimento de 0,1%. No comparativo com o ano anterior, a área plantada e a área a ser colhida declinam em 18,5% e o rendimento aumenta em 27,1%.

A Região Sul deve responder por 85,4% da produção tritícola brasileira. No Rio Grande do Sul, principal produtor do País, com 46,6% do total nacional, a produção deve alcançar 3,6 milhões de toneladas, declínios de 0,2% em relação a agosto e de 1,6% em relação ao volume colhido no ano anterior, em função da menor área cultivada (-13,7%), embora o rendimento médio apresente crescimento de 14,1%. No Paraná, segundo maior produtor brasileiro de trigo, com participação de 34,3% no total, a produção foi estimada em 2,7 milhões de toneladas, aumentos de 2,1% em relação a agosto e de 13,4% em relação ao volume colhido no ano anterior, quando a produção foi severamente afetada por problemas climáticos. Nesse último comparativo, a área plantada apresenta declínio de 28,0%, enquanto o rendimento médio está crescendo 57,5%. A produção de Santa Catarina deve alcançar 347,3 mil toneladas, declínio de 18,5% em relação ao ano anterior, com a área a ser colhida declinando 19,4% e o rendimento médio crescendo 1,1%.

A produção da aveia (em grão) foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, declínio de 1,9% em relação ao mês anterior, contudo, crescimento de 25,0% em relação ao volume colhido em 2024. O rendimento médio, de 2 305 kg/ha, declinou 1,8% em relação ao mês anterior, enquanto a área colhida decresceu 0,1% nesse comparativo. Em relação ao ano anterior, o rendimento médio e a área a ser colhida estão apresentando aumentos de 11,8%. Os maiores produtores do cereal são o Rio Grande do Sul, com 978,7 mil toneladas, declínio de 1,2% em relação a agosto e aumento de 21,0% em relação ao volume colhido em 2024; e Paraná, com 221,7 mil toneladas, declínio de 4,3% em relação a agosto e crescimento de 33,2% em relação a 2024, com o rendimento médio apresentando crescimento de 26,8%, em relação ao obtido no ano anterior, devendo alcançar 2 221 kg/ha. A produção catarinense deve alcançar 49,5 mil toneladas, declínio de 0,6% em relação a 2024.

Para a cevada (em grão), a produção estimada foi de 567,0 mil toneladas, aumentos de 1,7% em relação ao mês anterior e de 36,2% em relação ao volume produzido em 2024. A área plantada apresenta crescimento de 17,8%, enquanto o rendimento, aumento de 15,6% no comparativo anual. Os maiores produtores da cevada são o Paraná, com 449,4 mil toneladas, crescimentos de 2,2% em relação a agosto e de 56,5% em relação a 2024, devendo participar com 79,3% na safra brasileira em 2025; e o Rio Grande do Sul, com uma produção de 95,0 mil toneladas, declínio de 12,9% em relação ao volume produzido em 2024. A produção gaúcha deve representar 16,8% do total da cevada produzida em 2025.

FEIJÃO (em grão) – A estimativa para a produção de feijão, considerando-se essas três safras, deve alcançar 3,1 milhões de toneladas, declínio de 0,5% em relação ao volume produzido em 2024. Com relação ao mês anterior, a produção foi reduzida em 972,0 toneladas. Considerando-se as Regiões Geográficas, houve quedas no mês das estimativas da produção de feijão no Nordeste (-3,1%), no Sudeste (-0,3%) e no Sul (-1,9%), enquanto no Centro-Oeste (2,8%) e no Norte (9,9%) houve crescimento. Essa produção deve atender ao consumo interno brasileiro, em 2025, não havendo necessidade, em princípio, da importação do produto. O Paraná é o maior produtor nacional de feijão, prevendo uma produção de 841,0 mil toneladas ou 27,3% de participação, seguido por Minas Gerais com 474,2 mil toneladas ou 15,4% de participação e Goiás com 373,6 mil toneladas ou 12,1 % de participação. O feijão representa 0,9% de toda a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, ocupando 3,3% do total de área cultivada, aproximadamente 2,7 milhões de hectares.

  • A estimativa para a 1ª safra de feijão foi de 995,5 mil toneladas, representando 32,3% de participação nacional dentre as três safras, sendo 4,6% menor frente ao levantamento de agosto. Neste comparativo, foram verificados crescimento de 0,1% na área colhida e queda de 4,6% no rendimento médio.
  • Os principais declínios em setembro, com relação ao mês anterior, foram observados nas estimativas de produção no Pará (-1,6%), no Ceará (-13,0%), no Rio Grande do Norte (-14,9%), em Pernambuco (-13,8%), no Paraná (-11,0%) e em Rondônia (-0,1%). Os crescimentos da produção foram verificados em Roraima (18,3%), em Tocantins (39,8%), em Goiás (2,5%) e no Espírito Santo (0,1%).

A 2ª safra de feijão foi estimada em 1,3 milhão de toneladas, correspondendo a 41,7% de participação entre as três safras. No comparativo com o mês de agosto, houve aumento de 3,2% na estimativa de produção, justificada pelos crescimentos de 0,3% no rendimento médio e de 2,8% na área colhida. Em relação ao volume colhido no ano anterior, a estimativa encontra-se 7,9% menor, havendo declínios de 6,7% na estimativa da área a ser colhida e de 1,3% no rendimento médio. Na Região Sul, o Paraná é o maior produtor brasileiro de feijão dessa safra, com estimativa de 538,6 mil toneladas e participação de 41,9% no total nacional. Em relação ao mês anterior, a estimativa da produção apresenta um aumento de 3,2%, em decorrência da redução de 0,8% no rendimento médio e do crescimento de 4,1% na área colhida. Em relação ao volume colhido em 2024, a produção paranaense deve declinar 19,0%, reflexo da queda de mesmo percentual na área a ser colhida.

Na Região Centro-Oeste, o Mato Grosso aumentou sua estimativa em setembro, devendo colher uma safra de 166,0 mil toneladas, crescimento de 2,2% em relação a agosto e de 36,5% em relação ao volume colhido na mesma safra de 2024, em decorrência, principalmente, do aumento na área a ser colhida, de 35,1%. Em Goiás, a estimativa da produção também foi reavaliada, devendo alcançar 18,3 mil toneladas, crescimento de 51,4% em relação ao mês anterior, contudo um declínio de 58,2% em relação ao volume produzido na 2ª safra de 2024. Já o Mato Grosso do Sul deve produzir 9,9 mil toneladas, declínio de 9,9% em relação ao mesmo volume produzido em 2024. Na Região Sudeste, Minas Gerais também é um importante produtor de feijão dessa safra, com estimativa de 169,0 mil toneladas do produto e participação de 13,1% no total dessa safra. A produção mineira foi estimada com crescimento de 1,0% em setembro, quando comparada com o mês anterior, e aumento de 1,3% em relação ao volume produzido na safra em 2024.

Em relação à 3ª safra de feijão, a estimativa de produção de setembro foi de 803,5 mil toneladas, aumento de 0,8% em relação a agosto, contudo, declínio de 0,8% em relação a 2024. A estimativa da produção de Goiás foi 259,5 mil toneladas, crescimento de 2,1% em relação ao mês anterior e 14,7% em relação ao volume produzido nessa safra em 2024. O Mato Grosso elevou sua estimativa da produção em 2,2% em relação ao mês anterior, com 184,2 mil toneladas, crescimento de 20,9% em relação ao mesmo volume produzido na safra em 2024. Apresentaram retração nas estimativas de produção em relação ao mês anterior, Minas Gerais (-1,9%) e Espírito Santo (-0,1%).

MANDIOCA (raízes) – A produção deve alcançar 20,6 milhões de toneladas, aumento de 1,2% em relação ao mês anterior e crescimento de 7,9% em relação ao volume produzido em 2024, com aumentos de 4,8% na área a ser colhida e de 3,0% no rendimento médio. Os maiores crescimentos da produção em relação ao mês anterior foram informados por Roraima (5,4%), Pará (1,0%), Rio Grande do Norte (70,6%) e Minas Gerais (11,7%), enquanto os declínios foram verificados em Pernambuco (-0,4%) e Espírito Santo (-0,2%). O Pará é o maior produtor brasileiro de raízes de mandioca, com 4,3 milhões de toneladas e participação de 21,0% no total nacional, sendo seguido pelo Paraná, com 4,3 milhões de toneladas, participação de 20,7% no total, bem como São Paulo, com 1,5 milhão de toneladas, participação de 7,5%, e Mato Grosso do Sul, com 1,4 milhão de toneladas, participação de 6,8%.

MILHO (em grão) – A estimativa da produção do milho foi de 138,4 milhões de toneladas, um recorde da série histórica do IBGE, com crescimentos de 0,3% em relação ao mês anterior e de 20,7% em relação ao volume produzido em 2024. A área a ser colhida apresenta aumento de 0,2% e o rendimento médio teve crescimento de 0,1% no comparativo mensal, devendo alcançar 6 246 kg/ha. Em 2024, a produção do cereal foi afetada por problemas climáticos em diversas Unidades da Federação produtoras, recuperando-se em 2025, em decorrência do clima mais chuvoso, que beneficiou as lavouras.

milho 1ª safra apresentou uma produção de 26,1 milhões de toneladas, aumentos de 0,2% em relação a agosto e de 14,0% em relação ao volume produzido nessa mesma época em 2024. A área colhida, na safra corrente, caiu 5,3%, para 4,4 milhões de hectares, enquanto o rendimento cresceu 20,4%, para 5 898 kg/ha, em decorrência do clima, que beneficiou as lavouras na maioria das Unidades da Federação produtoras. Houve crescimento na estimativa em todas as Regiões do País: Norte (23,4%), Nordeste (10,6%), Sudeste (4,4%), Sul (21,6%) e Centro-Oeste (10,0%). Os destaques positivos em setembro foram os aumentos das estimativas de Minas Gerais (2,2%), Goiás (0,6%), Rio de Janeiro (1,6%), Rondônia (0,4%) e Paraná (0,1%). Houve declínios da produção no Tocantins (-2,1%), no Maranhão (-0,5%), no Ceará (-6,5%), no Rio Grande do Norte (-1,6%), em Pernambuco (-2,3%) e no Espírito Santo (-2,9%). O Rio Grande do Sul é o maior produtor brasileiro do milho 1ª safra, com participação de 20,3% e uma produção estimada em 5,3 milhões de toneladas, 17,3% maior que o volume produzido no ano anterior. Em Minas Gerais, segundo maior produtor de milho 1ª safra do País, a produção deve alcançar 4,4 milhões de toneladas, aumentos de 2,2% em relação ao mês anterior e de 6,0% em relação ao volume produzido em 2024, com crescimento de 3,4% na área a ser colhida e de 2,6% no rendimento médio.

Quanto à produção do milho 2ª safra, apresentou crescimentos de 0,3% em relação ao mês anterior e de 22,4% em relação ao volume produzido nessa mesma época em 2024, atingindo 112,3 milhões de toneladas, uma estimativa recorde da série histórica do IBGE. Em relação a agosto, houve aumentos de 0,2% na área a ser colhida e de 0,1% no rendimento médio. Quanto ao ano anterior, houve crescimentos de 6,4% na área a ser colhida e de 15,0% no rendimento médio. O clima beneficiou as lavouras da 2ª safra, havendo maior disponibilidade de chuvas, notadamente na Região Centro-Oeste.

O Mato Grosso é o maior produtor brasileiro do milho na 2ª safra, participando com 48,5% do total. A produção deve alcançar 54,4 milhões de toneladas, crescimentos de 0,3% em relação a agosto e de 14,6% em relação ao volume colhido em 2024. O Paraná é o segundo maior produtor brasileiro de milho 2ª safra, participando com 15,5% do total. A produção deve alcançar 17,4 milhões de toneladas, crescimentos de 0,2% em relação a agosto e de 38,3% em relação ao ano anterior. Goiás é o terceiro maior produtor do milho 2ª safra, participando com 12,9% do total nacional. A produção deve alcançar 14,5 milhões de toneladas, aumentos de 0,2% em relação a agosto e de 23,6% em relação ao ano anterior, havendo elevações de 10,8% na área a ser colhida e de 11,6% no rendimento médio. O Mato Grosso do Sul, quarto maior produtor brasileiro de milho 2ª safra, estimou uma produção de 11,1 milhões de toneladas, aumento de 42,9% em relação ao volume produzido em 2024, quando o Estado enfrentou uma das piores secas dos últimos anos e teve sua produção de milho comprometida. Houve variações positivas da produção em relação ao mês anterior também em Rondônia (3,6%), no Tocantins (1,6%), no Maranhão (0,3%), em Sergipe (4,8%) e no Paraná (0,2%), e negativas no Acre (-11,1%), em Pernambuco (-2,0%) e em Minas Gerais (-0,6%).

SOJA (em grão) – A produção nacional da oleaginosa deve alcançar novo recorde na série histórica em 2025, totalizando 165,9 milhões de toneladas, um aumento de 14,4% em comparação à quantidade obtida no ano anterior. Neste levantamento, ocorreram poucas reavaliações em relação ao mês anterior, com aumento de 0,1% na área colhida, e queda de 0,1% no rendimento médio, mantendo a quantidade produzida estável.  Destacam-se os ajustes mensais realizados em Tocantins (2,7%) e no Mato Grosso
(-0,3%). As projeções atuais indicam uma safra histórica, impulsionada por condições climáticas favoráveis na maior parte das regiões produtoras do País, e pela expansão da área plantada. Contudo, houve registro de problemas climáticos que derrubaram a produtividade das lavouras de soja no Oeste do Paraná, Sul do Mato Grosso do Sul e, principalmente, no Estado do Rio Grande do Sul, que estimou uma quebra de 25,2% na comparação com a safra passada. Mesmo havendo atraso na semeadura em setembro de 2024, nos principais estados, as precipitações regulares de outubro a dezembro permitiram o bom desenvolvimento das lavouras na maior parte das Unidades da Federação produtoras.

TOMATE – A estimativa de produção de tomates para setembro foi de 4,7 milhões de toneladas, indicando aumento de 4,3% em relação a agosto e queda de 0,4% sobre o produzido na safra 2024. No comparativo mensal, a variação se configura pela queda de áreas, plantada e colhida, em percentuais iguais a 0,2% cada uma, justificada pelos preços menos atrativos em meados de 2025. Mas, foi o ganho de rendimento médio de 4,4% o responsável por alavancar a produção. O rendimento médio do período foi de 74 977 kg/ha. No comparativo anual observaram-se quedas, tanto no rendimento médio (-0,9%), quanto de área plantada (-0,2%), apesar da certa expansão de área colhida (0,5%).

Goiás é o maior produtor nacional de tomates, com uma produção de 1,6 milhão de toneladas do fruto, ou 35,0% do total nacional. São Paulo e Minas Gerais vêm na sequência com 23,2% e 12,0%, respectivamente. A cultura do tomate é importante no cenário nacional, tanto em termos de produção, geração de emprego e renda, como de consumo, caracterizando-se por ser bastante tecnificada.

No comparativo mensal, houve aumentos das produções no Centro-Oeste, sendo de 12,8% e no Nordeste, atingindo 0,6%. No Centro-Oeste, o aumento deveu-se ao ganho de rendimento médio de 13,6%, ocorrido basicamente em Goiás, que expandiu a produção em 13,1%, apesar da leve redução de área colhida (-0,7%). Mato Grosso registrou aumento de produção de 0,4%, devido também ao melhor rendimento médio. No Nordeste, as variações positivas de produção ocorreram em Pernambuco (2,3%), em Alagoas (0,1%) e Ceará (0,3%), devido à expansão da área colhida (0,6%). No Norte e no Sudeste, houve redução das produções, respectivamente de 1,2 % e 0,1%. No Norte, o que puxou a queda foi o menor rendimento médio (-2,8%), enquanto no Sudeste, a menor área influenciou o resultado (-0,2%). No Sul, todas as variáveis investigadas mostraram estabilidade no comparativo.

Fonte: Agência IBGE Notícias



 

FONTE

Autor:Agência IBGE Notícias

Site: IBGE

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Sustentabilidade

Calice e CIMMYT e firmam parceria para impulsionar o uso de dados e a agricultura computacional – MAIS SOJA

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O Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT) e a Calice, empresa pioneira em agricultura computacional, anunciaram uma parceria estratégica para transformar a forma como os dados agrícolas são integrados e aplicados no enfrentamento dos desafios climáticos.

A iniciativa combinará as tecnologias de modelagem baseadas em enviromics da Calice com a expertise científica do CIMMYT, unificando diversos tipos de dados, desde experimentos de campo e práticas de manejo até informações ambientais e observações de agricultores, em uma estrutura única. Essa integração permitirá que pesquisadores e profissionais obtenham insights mais profundos e aplicáveis, acelerando o desenvolvimento de cultivos mais produtivos e sustentáveis.

Entre os principais objetivos da parceria, pode-se destacar o desenvolvimento de novas variedades de milho e trigo mais tolerantes à seca e ao calor, e a otimização do uso de variedades existentes, direcionando-as para ambientes onde apresentam melhor desempenho. Além disso, a meta é identificar práticas agronômicas sustentáveis que ajudem os agricultores a manter e ampliar a produtividade diante das mudanças climáticas.

Segundo Esteban Hernando, diretor científico da Calice, trata-se de conectar múltiplos universos de dados em um só. “Ao usar os ambientes como ponto comum, podemos acelerar o uso da genética e das práticas agrícolas onde elas realmente importam”, destacou.

Para Andrea Gardeazabal Monsalve, líder global de Inovação Digital no CIMMYT, “a capacidade de transformar diferentes conjuntos de dados em informações aplicáveis é um avanço significativo. Isso nos permite acelerar a ciência, garantindo que produtividade e sustentabilidade caminhem juntas”, completou.

Ganhos múltiplos

A parceria marca um passo importante na transformação da pesquisa agrícola global, ao mostrar como a integração de dados e a agricultura computacional podem converter a complexidade dos sistemas agrícolas em soluções reais para os produtores.

Para o mercado brasileiro, essa aliança também será muito importante, pois o país é uma das geografias prioritárias para a Calice, tanto pela escala do agronegócio quanto pelo avanço científico nas áreas de genética e redes de ensaios.

Atualmente, a Calice já atua com empresas do setor no Brasil e conta com um time comercial dedicado no país, o que permite implementar soluções localmente e acompanhar de perto os parceiros. Por fim, esse anúncio também fortalece o posicionamento da agtech como referência regional em agricultura computacional, ampliando sua presença e credibilidade no ecossistema AgTech brasileiro.

Sobre a Calice

A Calice é uma empresa pioneira em agricultura computacional, com mais de 15 anos de experiência combinada em agronomia, ciência de dados e física. Sua equipe multidisciplinar desenvolve soluções inovadoras baseadas em Enviromics, uma abordagem que integra diferentes conjuntos de dados ambientais para acelerar o melhoramento de cultivos e promover práticas agrícolas sustentáveis. Ao transformar informações complexas em insights acionáveis, a Calice apoia instituições de pesquisa e empresas do agronegócio na construção de sistemas agrícolas mais produtivos, resilientes e sustentáveis.

Mais informações: https://calice.ai/eng/

Fonte: Assessoria de Imprensa Calice



 

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Sustentabilidade

Previsão do tempo de 13/out a 28/out de 2025 para a Metade Sul do RS – MAIS SOJA

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Segunda (13/10): O ciclone está se afastando do RS, mas ainda mantém sol entre nuvens em parte da Metade Sul e rajadas de vento ainda mais fortes, principalmente na Metade Sul. Há baixo risco para chuva fraca no Sul do Estado. As temperaturas máximas devem oscilar entre 22 e 24°C.

Terça (14/10) e quarta (15/10): Predomínio do tempo seco e ensolarado em todas as regiões. As temperaturas terão gradual elevação, devendo as máximas ficar na faixa dos 23 a 26°C na terça e dos 25 a 29°C na quarta.

Quinta (16/10)sexta (17/10) sábado (18/10): Ao longo da quinta, áreas de instabilidade começam a avançar pelo Norte/Noroeste do Estado, trazendo o retorno da chuva. Pelo atual prognóstico, a chuva não deverá avançar muito para a Metade Sul, o que é uma ótima notícia para os orizicultores.

A partir de domingo, dia 19 de outubro, o tempo seco predominará sobre todo o Estado. Na maior parte da Metade Sul, essa condição se estenderá até dia 28. A exceção será em parte da Zona Sul, onde deverá chover a partir do dia 26, devido à uma frente fria que estará com lento deslocamento sobre o Uruguai.

A partir do dia 22 de outubro, as temperaturas deverão ter expressivo aumento, ultrapassando os 30°C. Com a condição de tempo mais seco, o solo secará mais rápido. Logo é um ponto de atenção para quem está, ou estará, semeando arroz.

O acumulado de chuva para 15 dias é baixo na Metade Sul, entre 5 e 20 mm. Já para a Metade Norte, os acumulados são mais elevados e estão variando entre 30 e 60 mm.

Fonte: IRGA



 

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