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Maior cratera criada por meteoro na América do Sul é ‘tesouro’ geológico abandonado, dizem pesquisadores | MT

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🏞️A maior cratera criada por meteoro na América do Sul é tida como um tesouro geológico, mas está abandonada, segundo pesquisadores que monitoram a área e defendem a criação de um parque geológico no local, para preservação, turismo e atividades científicas. O local é reconhecido pela Unesco como um dos principais geossítios do planeta desde 2022.

☄️ A cratera é uma “cicatriz” deixada há 245 milhões de anos, na divisa de MT e GO, por um asteroide de 4 km de diâmetro que colidiu com a Terra. Com área total de cerca de 1.300 km² e diâmetro de 40 km, a cicatriz é maior que a cidade do Rio de Janeiro, que tem 1.200 km². Ponte Branca, Araguainha e Alto Araguaia (MT) abrigam 60% da cratera, e o restante, está nos municípios goianos de Doverlândia, Mineiros e Santa Rita do Araguaia.

Entre os problemas citados pelos pesquisadores estão:

  • 🌿 Mata alta;
  • 🚧Falta de sinalização ou preservação adequada;
  • ☠️ Restos de animais mortos.

Considerada um ”tesouro’ geológico por ser uma das raras crateras com estruturas visíveis (dobras, brechas formadas pelo impacto, falhas geológicas), a área foi descoberta em 1973 por cientistas norte-americanos e confirmada em 1978 pelos estudos de Álvaro Crósta, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Crósta é um dos críticos do atual estado de conservação do lugar. (leia mais abaixo)

Os principais problemas, segundo os pesquisadores, estão no centro da cratera, em Araguainha (MT).

O Ministério Público Federal (MPF) acompanha o caso e pediu a órgãos do governo federal estudos para a transformação da cratera no parque. Segundo o MPF, as conversas sobre o projeto estão em andamento e não há previsão para a instalação do parque. (veja abaixo).

O centro da maior cratera deixada por meteoro na América do Sul se chama Domo de Araguainha — Foto: Joana Sanchez e Ruy Ojeda

O centro da maior cratera deixada por meteoro na América do Sul se chama Domo de Araguainha — Foto: Joana Sanchez e Ruy Ojeda

Nesta reportagem, você vai entender:

  1. Problemas: Mata alta, falta de sinalização ou preservação adequada e restos de animais mortos
  2. O que foi feito no Domo para criação do parque?
  3. Como será o geoparque?

1 – Problemas: Mata alta, falta de sinalização ou preservação adequada e restos de animais mortos

🌿 Mata alta

Vegetação alta nos paredões do Domo de Araguainha — Foto: Ruy Ojeda

Vegetação alta nos paredões do Domo de Araguainha — Foto: Ruy Ojeda

Na região da cratera, um dos problemas visíveis é a grande quantidade de vegetação que tomou conta da estrutura. A mata alta encobre parte do caminho, dificulta o acesso. A ausência de manutenção reforça a sensação de abandono e preocupa quem passa pela região.

🚧Falta de sinalização ou preservação adequada

Local onde a placa foi instalada mostra abandono do Domo de Araguainha — Foto: Ministério Público Federal (MPF)

Local onde a placa foi instalada mostra abandono do Domo de Araguainha — Foto: Ministério Público Federal (MPF)

O abandono do Domo de Araguainha é visível já nos primeiros passos rumo ao local. A falta de sinalização turística e de placas informativas deixa visitantes e curiosos desorientados. Não há qualquer material explicando a importância geológica e histórica da região.

☠️Restos de animais mortos

Ossadas de animais flagradas na cratera do Domo de Araguainha, considerada um dos maiores patrimônios geológicos do país — Foto: Ruy Ojeda

Ossadas de animais flagradas na cratera do Domo de Araguainha, considerada um dos maiores patrimônios geológicos do país — Foto: Ruy Ojeda

Um outro sinal preocupante de abandono são os restos de animais mortos espalhados pelo entorno (veja imagem acima). Ossadas e carcaças à vista criam um cenário de negligência.

2 – O que foi feito no Domo para criação do parque? 🤔

Em 24 de setembro de 2024, o Ministério Público Federal colheu indícios do abandono da área e solicitou ao Ministério das Minas e Energia (MME) e ao Serviço Geológico do Brasil (SGB), vinculado ao MME, estudos para a criação de um parque geológico no local.

Em nota, o Ministério de Minas e Energia (MME) disse que as atividades de campo na área do Domo de Araguainha foram realizadas no primeiro trimestre deste ano. Agora, os pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) estão na fase de conclusão do levantamento das informações, com previsão de encerramento até a segunda quinzena de julho de 2025.

“A atualização no cronograma inicial ocorreu em razão da oportunidade de trazer contribuições técnicas externas – de pesquisadores e de universidades que atuam na região – cujos insumos foram considerados relevantes para o aprimoramento do estudo”, explicou.

Ainda em 2023, o MPF realizou uma visita técnica à região para avaliar eventuais impactos causados pela falta de preservação e pela construção da rodovia MT-100, que atravessa o centro da cratera. A construção destruiu afloramentos rochosos, utilizados para pesquisas científicas e culturais, sem que houvesse qualquer ação preventiva ou de catalogação dos geossítios afetados. O inquérito que apura eventuais danos da rodovia ao Domo de Araguainha ainda não foi concluído.

Segundo especialistas e moradores, até hoje, nenhuma ação concreta foi executada pelas autoridades.

“Na verdade, nunca foi feito nada no Domo de Araguainha e sempre esteve, digamos, abandonado. O estudo foi feito há muitos anos [o primeiro estudo dele sobre a área], mas nunca houve adesão por parte do poder público, seja ele municipal, estadual ou federal”, disse o professor Álvaro Crósta.

Segundo o geólogo da UFMT, Rogério Rubert, a colocação do Marco Central no Domo de Araguainha (centro da cratera), foi feita há mais de 20 anos, mas a área nunca recebeu os cuidados necessários.

“Nós, da Faculdade de Geociências da UFMT, temos preocupação com a preservação daquele patrimônio. Estamos, de forma voluntária, dando apoio institucional informal por ora, incentivando o poder público e orientando a população”, disse.

O morador e entusiasta da região, Ruy Ojeda, que vive em Ponte Branca (GO), também denunciou a negligência com o local e contou que, durante uma visita técnica do MPF, foi definido que seria feito um corredor de acesso cercado, além de um quiosque para proteger a placa do Marco Central.

“Entretanto, nada disso foi feito até hoje: uma evidência da falta de atenção para um patrimônio geológico de relevância mundial”, lamentou.

 

Maior cratera de meteoro da América do Sul — Foto: arte/g1

Maior cratera de meteoro da América do Sul — Foto: arte/g1

🌌3 – Como será o Geoparque?

Além da importância científica, o local tem potencial turístico, com 15 sítios geológicos (geossítios), trilhas, cachoeiras, cavernas, áreas com fósseis de animais ou vegetais e atrações naturais que podem movimentar a economia local. Mas, sem infraestrutura, o Domo permanece pouco conhecido até mesmo por mato-grossenses.veja os geossítios abaixo).

Geossítios presente no Domo de Araguainha — Foto: Cnes / Spot Image (Google Earth)

Geossítios presente no Domo de Araguainha — Foto: Cnes / Spot Image (Google Earth)

15 geossítios que podem fazer parte do futuro parque

Morro do FilitoMostra camadas de rochas em posições invertidas, resultado da força do meteoro
Colar de ArenitoAnel de pedras que se formou ao redor da cratera com o impacto, criando um efeito visual impressionante
Brecha PolimíticaMistura de pedaços de várias rochas que se fundiram com o choque do meteoro
Morro da AntenaMorro formado por essas rochas quebradas (as brechas), símbolo da violência do impacto
Shatter Cone do ÁlvaroCones de pedra com marcas únicas, considerados “assinatura” de impacto de meteoro
Córrego SecoLocal onde aparece o granito do centro da cratera, com cristais que brilham no sol
Borda do NúcleoÁrea onde o granito se encontra com outras rochas, mostrando claramente a deformação causada
Serrinha do AbrigoFormação rochosa onde já foram achados pedaços de cerâmica antiga, possível ponto arqueológico
Caverna da Gota SantaGruta natural em rocha arenosa, usada por moradores para banhos com suposto poder medicinal
Gráben da MatinhaÁrea onde aparecem rochas com fósseis muito antigos, formadas antes mesmo dos dinossauros
Córrego ArameRiacho com pedras que mostram ondulações e dobras provocadas pela batida do meteoro
Cânion da PonteVale profundo escavado pelo rio Araguaia, com pedras marcadas pela colisão
Corredeiras do RuiÁguas agitadas que passam por pedras inclinadas com a força do impacto
Barranco do AraguainhaParedões de terra onde se veem camadas de lama petrificada viradas por causa do meteoro
Foz do AraguainhaEncontro do rio Araguainha com o Araguaia, mostrando sedimentos inclinados e empilhados
Asteróide atingiu a Terra há cerca de 254 milhões de anos

Asteróide atingiu a Terra há cerca de 254 milhões de anos

Meteoro x Asteroide

Um asteroide é definido pelos astrônomos como um pequeno pedaço de rocha orbitando o sol. Em geral, eles estão no cinturão de asteroides, entre Marte e Júpiter, mas podem ser achados em outras regiões do Sistema Solar.

Quando asteroides colidem uns com os outros, alguns pedaços deles se soltam, formando o que os cientistas chamam de meteoroides. Ao entrarem na atmosfera terrestre, essas rochas são incendiadas pelo atrito com o ar e se tornam meteoros, rastros luminosos que conseguimos ver no céu, também conhecidos como estrelas cadentes.

*Sob supervisão de Kessillen Lopes

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Contas de luz permanecem com bandeira tarifária vermelha no mês de julho

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Agência Brasil – A bandeira tarifária para o mês de julho permanece vermelha patamar 1, a mesma sinalização que ocorreu em junho. Com isso, as contas de energia elétrica continuarão recebendo adicional de R$ 4,46 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a continuidade do cenário de chuvas abaixo da média em todo o país reduz a geração de energia por hidrelétricas. 

“Esse quadro tende a elevar os custos de geração de energia, devido à necessidade de acionamento de fontes mais onerosas para geração, como as usinas termelétricas”, explicou a Agência, em nota.
Bandeiras.

Bandeiras tarifárias

Criado em 2015 pela Aneel, o sistema de bandeiras tarifárias reflete os custos variáveis da geração de energia elétrica. Divididas em níveis, as bandeiras indicam quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional (SIN) gerar a energia usada nas residências, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias. 

Quando a conta de luz é calculada pela bandeira verde, não há nenhum acréscimo. Quando são aplicadas as bandeiras vermelha ou amarela, a conta sofre acréscimos a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

“Com o acionamento da bandeira vermelha patamar 1, a Aneel reforça a importância da conscientização e do uso responsável da energia elétrica. A economia de energia também contribui para a preservação dos recursos naturais e para a sustentabilidade do setor elétrico como um todo”, diz a Aneel. 

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MT está entre os 5 estados que mais ganharam moradores, aponta IBGE I MT

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Mato Grosso é 4º estado que mais registrou entrada de moradores vindos de outros estados, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27). O saldo positivo de 103.938 pessoas representa uma taxa de migração de 2,84% — a segunda maior do Brasil, atrás apenas de Santa Catarina.

Os cinco estados que mais ganharam moradores no saldo migratório interno entre 2017 e 2022 foram:

  • Santa Catarina (+354.350 pessoas);
  • Goiás (+186.827);
  • Minas Gerais (+106.499);
  • Mato Grosso (+103.938) e;
  • Paraná (+85.045).

Na outra ponta, os que mais perderam população para outros estados foram:

  • Rio de Janeiro (-165.360 pessoas),
  • Maranhão (-129.228),
  • Distrito Federal (-99.593);
  • Pará (-94.097) e;
  • São Paulo (-89.578).

 

Quem ganhou e quem perdeu população entre os estados — Foto: Artes/g1

Quem ganhou e quem perdeu população entre os estados — Foto: Artes/g1

De acordo com a pesquisa, os principais estados de origem dos novos moradores de Mato Grosso foram Maranhão (17,7%), Pará (11,2%) e Goiás (10,4%), além de contribuições significativas de São Paulo.

“Essa tendência pode ser explicada por fatores estruturais como a expansão agrícola, investimentos em infraestrutura e o fortalecimento dos polos urbanos da região”, explicam os pesquisadores.

Centro-Oeste ganha força na migração interna — Foto: Arte g1

Centro-Oeste ganha força na migração interna — Foto: Arte g1

Imigrantes estrangeiros

Mato Grosso é o 10º estado com maior percentual da população formada por estrangeiros. A pesquisa aponta que o número de imigrantes saltou desde o Censo 2010, de 5.935 para 19.342.

Número de imigrantes estrangeiros por estado — Foto: Arte g1

Número de imigrantes estrangeiros por estado — Foto: Arte g1

No Brasil, o número de habitantes venezuelanos ultrapassou o de portugueses e fez da Venezuela a principal origem de estrangeiros no país.

Em 2010, havia 2.869 venezuelanos no Brasil. Em 2022, o número saltou para 271.514 – quase 94 vezes mais do que o registrado 12 anos antes. No mesmo período, o total de portugueses caiu de 137.972 para 104.345, uma redução de 24%.

É a primeira vez que os portugueses deixam de liderar o ranking de imigrantes no país.

Venezuelanos superam portugueses e passam a ser a maioria entre estrangeiros no Brasil

Venezuelanos superam portugueses e passam a ser a maioria entre estrangeiros no Brasil

Único estado sem redução de população até 2070

Em uma projeção divulgada no ano passado, o IBGE apontou que Mato Grosso é o único estado que não terá a população encolhida nos próximos anos. No Brasil, a população vai começar a reduzir em 2042, mas o estado se mantém estável até, pelo menos, 2070 – último ano para o qual a projeção foi feita.

  • O último Censo (2022) aponta que o estado tinha 3.658.813 habitantes
  • Em 2070, esse número deve saltar para 5.265.603 habitantes (+43.91%)

Com esse aumento, Mato Grosso passará de 16º para 13º estado mais populoso do país.

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Festival de balonismo é cancelado em Chapada dos Guimarães (MT) após acidente em SC

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4º Festival de Balonismo, que faria parte da programação do 38º Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá, foi cancelado oficialmente, devido ao acidente em que um balão em chamas com 21 pessoas despencou e deixou oito mortos, em Praia Grande (SC). O anúncio foi feito pela Prefeitura do município nesta sexta-feira (27).

A decisão foi tomada como medida protetiva, em razão da segurança do público e dos participantes. Segundo a prefeitura, a organização do evento optou por seguir uma postura de máxima cautela e responsabilidade, para priorizar a integridade física e o bem-estar de todos.

O Festival de Inverno 2025 será realizado de 25 de julho a 3 de agosto, com entrada gratuita, e contará com nove atrações nacionais (veja abaixo a programação).

  • 25 de julho – Sorriso Maroto
  • 26 de julho – Roupa Nova
  • 27 de julho – Detonaustas / Raiumundos
  • 31 de julho – Jads e Jadson
  • 1 de agosto – Thiaguinho
  • 2 de agosto – Lauana Prado
  • 3 de agosto – Banda Eva / João Neto e Frederico

A última edição da festa reuniu aproximadamente 265 mil pessoas, durante todo o evento, quando bateu recorde de público. Na edição do ano passado, o festival contou com 89 shows, sendo 15 de artistas regionais. Além disso, foram 59 atividades culturais, três dias de balonismo e mais de 320 saltos de paraquedismo

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