Agro Mato Grosso
Sararé é a Terra Indígena mais desmatada da Amazônia Legal em 2024, aponta relatório

Principal fator associado à devastação é a expansão do garimpo ilegal na região, entre 2021 e 2024.
A Terra Indígena (TI) Sararé, localizada em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá, liderou o ranking das terras indígenas mais desmatadas do país na Amazônia Legal em 2024. Entre 2021 e 2024, o desmatamento associado na TI Sararé cresceu 729%. Os dados fazem parte do relatório Cartografias da Violência na Amazônia 2025, divulgado em novembro, que analisou nove estados que compõem a região.
Segundo o levantamento, o principal fator associado à devastação é a expansão do garimpo ilegal na região. O relatório identificou a presença de garimpos ativos dentro da TI Sararé, com uso de escavadeiras hidráulicas, balsas e bombas de sucção.

Operação da PF destrói túneis, minas e maquinários na Terra Indígena Sararé (MT)
Na última semana, uma operação da Polícia Federal (PF) destruiu túneis, minas, maquinários e dezenas de acampamentos utilizados pelos garimpeiros. Durante a ação, também foram localizados 14 bunkers, com estoques de alimentos e grande quantidade de equipamentos e insumos usados nas atividades ilegais.
De acordo com o levantamento, o garimpo na TI Sararé cresceu 825% entre 2022 e 2024. A atividade passou a ser financiada e protegida por grupos armados envolvidos também com o tráfico de drogas e de armas na faixa de fronteira. “A TI Sararé dá indícios de ser o novo polo do garimpo amazônico após operações de desintrusão em outros estados”, aponta o relatório.
A pesquisa também identificou registros de cooperação entre garimpeiros e intermediários ligados ao Comando Vermelho (CV), além da atuação de células menores do Comando Classe A (CCA) e de facções bolivianas envolvidas no comércio ilegal de ouro.
Segundo o documento, essas redes criminosas utilizam os garimpos tanto para lavagem de dinheiro quanto para a aquisição de insumos químicos empregados no refino de cocaína, ampliando a interconexão entre as economias do ouro e do tráfico de drogas.
“O impacto é duplo: ambiental, com poluição e desmatamento intensos, e criminal, com aumento da violência armada e ameaças a lideranças indígenas Nambikwára”, diz o relatório.
O documento também ressalta que queimadas criminosas destruíram roçados e áreas consideradas sagradas pelos indígenas, além de apontar que a contaminação por mercúrio e óleo vem degradando rios e igarapés, afetando diretamente a saúde do povo Nambikwara.
Outros dados
Com a destruição e apreensão de maquinários durante as operações, a estimativa é de um prejuízo de R$ 237,5 milhões aos grupos criminosos. Entre os itens estão 10 caminhões, um caminhão-tanque, 16 caminhonetes, 40 veículos, 12 tratores, uma balsa de apoio com motor estacionário, 12 máquinas leves e 269 escavadeiras hidráulicas.
O levantamento identificou ainda a formalização fraudulenta da posse de terras dentro da reserva por meio da falsificação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). A análise da sobreposição de imóveis inscritos no sistema revelou 30 registros irregulares dentro da TI Sararé.
Agro Mato Grosso
Polícia Militar apreende máquinas utilizadas em extração ilegal de madeiras em zona rural

Militares se deslocaram até uma área conhecida como Rancho Fundo em Colniza
Equipes do Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental do 8º Comando Regional apreenderam dois tratores, uma escavadeira hidráulica e diversas toras de madeiras extraídas de maneira irregular, em uma propriedade rural localizada no município de Colniza (1.048 km de Cuiabá).
Durante desdobramento da Operação Flora Hot Spot 2025, as equipes, com apoio da Força Tática, receberam informações de agentes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) sobre uma possível extração irregular de madeira, em uma área conhecida como Rancho Fundo, na última segunda-feira (15).
Diante da denúncia, os policiais militares reforçaram o policiamento por toda área e identificaram o condutor de uma escavadeira, que ao perceber aproximação dos militares, correu para uma região de mata. Em buscas pelo local, os militares localizaram uma área devastada com outros dois tratores.
As equipes constataram que houve desmatamento irregular em uma área de 4,0605 hectares. Os equipamentos apreendidos foram conduzidos ao pátio da Secretaria de Infraestrutura de Colniza.
As equipes constataram que houve desmatamento ilegal em uma área de aproximadamente 4.065 hectares. Os equipamentos apreendidos foram encaminhados ao pátio da Secretaria de Infraestrutura de Colniza.
Agro Mato Grosso
INDEA conclui vazio sanitário do algodão no “Nortão” com fiscalização reforçada por drones e notificações

O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (INDEA) encerrou, no domingo (14), o período do vazio sanitário do algodão na Região 2, que compreende o “Nortão” mato-grossense, incluindo municípios como Sorriso, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. A ação, regulamentada pela Instrução Normativa nº 3 de 2024, mobilizou todo o corpo técnico do instituto para inspecionar as áreas que cultivaram o produto na safra 2024/25, com o objetivo de eliminar qualquer planta remanescente, considerada de alto risco fitossanitário.
Segundo o engenheiro agrônomo Leandro Oltramari, do INDEA de Lucas do Rio Verde, a fiscalização deste ano teve uma particularidade climática a superar. “As chuvas demoraram para engrenar e demorou para fechar a linha da soja. Isso propiciou o surgimento das chamadas tigueras – plantas de algodão voluntárias, oriundas de caroços de sementes que permanecem no solo”, explicou.
Tecnologia a favor da sanidade
Para uma fiscalização mais eficaz e menos invasiva, o INDEA adotou uma ferramenta de precisão: drones. “Foi bastante importante na inspeção de drenos e de lavouras próximas a áreas de mato, pois não podemos, sob hipótese alguma, danificar a lavoura de soja do produtor”, destacou Oltramari. A tecnologia permitiu identificar focos de plantas de algodão em meio à soja em desenvolvimento.
Notificação e destruição manual
Quando foram constatadas irregularidades, o procedimento padrão foi acionado: notificação ao produtor com prazo determinado para a destruição das plantas. “Demos um prazo para o produtor realizar a destruição. Como a soja estava bastante adiantada, a forma mais prática e que causa menos dano é a capina manual. O uso de herbicida, principalmente em fase de florescimento, poderia reduzir a produtividade da soja”, detalhou o agrônomo.
A eliminação dessas plantas é crucial, pois cada uma serve como fonte de inóculo para o bicudo-do-algodoeiro (a principal praga da cultura) e para outras doenças. “O objetivo é que a lavoura de soja tenha zero presença de plantas de algodão”, reforçou Oltramari.
Fiscalização retornará para verificação
O trabalho do INDEA não terminou com a notificação. As equipes retornarão a campo para verificar se a destruição foi efetuada. “Se, na volta desse prazo, constatarmos novamente a presença, pode gerar uma autuação”, alertou o profissional. A medida visa assegurar que o período de semeadura do algodão, que se inicia agora e se intensifica em janeiro, encontre o ambiente mais limpo possível. “Quanto menos presença de algodão tiguera, melhor. O produtor não é notificado e ainda economiza em defensivos na próxima safra”, completou.
Algodão: cultura de alto custo, mas de destaque mundial
Oltramari também ressaltou a importância econômica da cultura para Mato Grosso. “Em nível estadual, estamos com mais de 1,2 milhão de hectares de algodão, que gera muitos empregos. Estamos nas melhores regiões do mundo para o cultivo, com as melhores condições climáticas”, afirmou. Ele reconheceu que se trata de um cultivo de custo elevado, mas com boa rentabilidade quando realizado de forma planejada e com rigor sanitário.
O trabalho do INDEA durante o vazio sanitário é, portanto, um pilar fundamental para proteger esse patrimônio econômico, garantindo a saúde das lavouras e a sustentabilidade da cotonicultura no estado.
Agro Mato Grosso
MT Clima e Mercado registra irregularidade climática e pressão de pragas no Leste de MT

O 12º episódio da série segue percorrendo a região e acompanhando o andamento da safra 2025/26
O 12º episódio da quarta temporada da série Mato Grosso Clima e Mercado, da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), segue percorrendo a região leste do estado e, nesta terça-feira (16.12), acompanhou o andamento da safra 2025/26 nos municípios de São José do Xingu e Porto Alegre do Norte. Ao longo do trajeto, produtores rurais relataram plantio irregular, incidência antecipada de pragas e preocupação com a armazenagem e a logística da produção.
No município de Porto Alegre do Norte, o produtor rural Guilherme Resende Cruvinel avaliou que, embora o plantio tenha iniciado em setembro, a ocorrência de veranicos nas primeiras semanas comprometeu o desenvolvimento das lavouras. Segundo ele, mesmo com o esforço para aproveitar os períodos de umidade, as chuvas irregulares afetaram o potencial produtivo da soja.
“Nós tivemos bastante chuvas irregulares no início. Então logo depois a gente ficou muitos dias sem chuva e sem umidade. Quando tínhamos as condições de umidade ideais para plantio, plantamos praticamente 24 horas seguidas. Tivemos veranicos, principalmente nessas primeiras semanas de plantio. Nas primeiras sojas a gente não consegue determinar a perda produtiva, apenas durante a colheita. Mas com certeza interferiu um pouco”, avaliou Guilherme.
Além dos impactos climáticos, o Guilherme Cruvinel também destacou a preocupação dos produtores da região com a estrutura de armazenagem e o escoamento da produção. “A nossa realidade não diverge muitos dos produtores aqui da nossa região. Tivemos um plantio rápido para aproveitar a umidade e com certeza teremos problemas na colheita. Nós estamos à mercê também do clima, porque vai ter muito volume para ser colhido. É um risco, pois a nossa fábrica fica a céu aberto. A região ainda tem um gargalo de armazéns, o que vai dificultar e será uma preocupação na hora da colheita”, pontuou.
O delegado coordenador e produtor rural do Núcleo Araguaia Xingu, Reginaldo Brunetta, observou que o clima mais seco tem favorecido o surgimento precoce de pragas, principalmente em áreas plantadas mais cedo. “Tivemos incidência de pragas, nós estamos tendo uma incidência mais cedo esse ano de mosca-branca e percevejo, principalmente nessas áreas plantadas mais cedo na propriedade. Nos outros talhões há regularidade, apenas a entrada de moscas-brancas um pouco mais cedo”, observou.
Já no município de São José do Xingu, o produtor rural Douglas Michels explicou que a irregularidade das chuvas no início da cultura refletiu diretamente no estande das lavouras, exigindo replantio em parte da área. “Esse ano as chuvas foram bem irregulares. Até hoje ainda estão meio instáveis, então tem talhão que tem duzentos milímetros a mais que o outro, então são chuvas bem desparelhas e isso refletiu no plantio. Foi um clima bem incerto, tivemos algumas áreas de replantio e alguns problemas de estande também. Em torno de 400 hectares de replantio foi realizado em minha propriedade”, relatou.
O produtor também também ressaltou a incidência de pragas como um dos principais desafios em sua propriedade ao longo da safra. “Tivemos problema com o pé de galinha, que é um problema que vem aumentando cada dia mais. E hoje a nossa maior preocupação é em relação à mosca-branca. Está aparecendo bastante e a tendência é que a partir de agora, com o começo da colheita, ela vai se concentrar nas sojas plantadas posteriormente. Então vamos ter problemas com cerca de 50% da área com a mosca branca e percevejo”, destacou.
A série MT Clima e Mercado segue acompanhando a safra 2025/26 na região leste de Mato Grosso, passando nesta quarta-feira (17.12) pelos municípios de Querência, Água Boa e Nova Xavantina para registrar as condições das lavouras e os principais desafios enfrentados pelos produtores em diferentes regiões do estado.
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