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Abiove questiona relatoria no Cade sobre moratória da soja e sessão é encerrada

Uma petição da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) questionando a relatoria, no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do processo da moratória da soja, causou o encerramento tumultuado da sessão desta quarta-feira (22).
A Abiove havia apresentado embargos de declaração, nos quais apontou ilegitimidade de troca de relatoria realizada por despacho do presidente do Cade, Gustavo Augusto Freitas de Lima.
Em 30 de setembro, o Cade decidiu aplicar a medida preventiva que suspende a moratória da soja apenas a partir de 1º janeiro de 2026. Na ocasião, dos seis integrantes do Cade, apenas o relator, conselheiro Carlos Jacques, e o presidente da autoridade da concorrência defenderam a retomada da vigência da medida preventiva. Jacques acompanhou a manifestação de 18 de agosto da Superintendência-Geral (SG) do Cade, área técnica do órgão, e votou para manter a preventiva.
Em seguida, o conselheiro José Levi do Amaral Júnior abriu divergência e foi acompanhado pelos conselheiros Victor Fernandes, Diogo Thomson e Camila Cabral, formando maioria.
Em seu voto, José Levi citou a liminar da Justiça Federal e a decisão vigente do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspende até 31 de dezembro de 2025 norma estadual que veda benefícios para empresas participantes de acordos da espécie da moratória da soja. Ele frisou que a moratória da soja possui natureza privada, é integrada por diversos entes públicos e privados e vem sendo reconhecida como instrumento de fomento ao desenvolvimento sustentável.
Tumulto na sessão
Na sessão desta quarta-feira, após deliberação dos itens previstos na pauta de julgamento, o conselheiro Levi pediu a inclusão da petição da Abiove. O presidente Gustavo Augusto se negou a incluir tal item na pauta para deliberação e encerrou a sessão. A decisão gerou protesto de Levi, que contestou o encerramento e afirmou que a ata não havia sido aprovada. Mesmo diante da discordância, o presidente manteve o encerramento da sessão, registrando o protesto do conselheiro.
Com a sessão retomada minutos depois, o presidente do Cade declarou que, instaurado o conflito de competência administrativa, pediu vista do voto para melhor análise do assunto. O prazo de vista é de 60 dias; antes disso, o item só pode ser incluído por decisão do presidente.
A Abiove alegou que houve alteração unilateral da Ata da Sessão Ordinária de Julgamento já publicada (de 30 de setembro) e manutenção da relatoria de Jacques em detrimento do relator que proferiu voto divergente e que veio a se tornar majoritário. A entidade alega que os autos foram encaminhados ao gabinete do conselheiro relator José Levi, porém, esse encaminhamento veio a ser cancelado, com encaminhamento ao gabinete do conselheiro-relator originário, que foi vencido.
Moratória da soja
A moratória da soja é um pacto multissetorial firmado entre setor privado (tradings e compradores de grãos), organizações não governamentais e órgãos do governo, que prevê a não comercialização, o não financiamento ou a aquisição de soja produzida em áreas desmatadas na Amazônia após 22 de julho de 2008, data da aprovação do Código Florestal Brasileiro.
O pacto firmado em 2006 proíbe a compra de soja cultivada em áreas do bioma Amazônia desmatadas após julho de 2008. O acordo gera discordância há anos entre produtores e tradings (negociantes).
Sojicultores elevaram o tom contra o pacto no último ano, com apoio de parlamentares, pedindo a suspensão da prática pela indústria e alegando que o acordo fere o Código Florestal Brasileiro e que tem indícios de prática de cartel. As indústrias processadoras e exportadoras de soja, porém, negam tais práticas. O governo federal é apoiador da moratória.
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Preços do boi gordo seguem firmes e acima da média em parte do país

O mercado físico do boi gordo voltou a registrar negociações acima da média nesta quinta-feira (23), principalmente na região Norte e em áreas do Centro-Oeste.
Em São Paulo, o mercado encontra dificuldade para firmar novos patamares de alta, já que os frigoríficos de grande porte mantêm escalas de abate confortáveis, favorecidos pela oferta de animais de parceria. As exportações seguem em destaque e continuam sustentando os preços, segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Preços do boi gordo (arroba)
- São Paulo: R$ 313,75 (a prazo)
- Goiás: R$ 304,29
- Minas Gerais: R$ 304,41
- Mato Grosso do Sul: R$ 327,61
- Mato Grosso: R$ 299,46
Mercado atacadista
O atacado apresentou novas altas nesta quinta-feira (23). De acordo com Iglesias, o movimento de valorização deve continuar no curto prazo, impulsionado pela expectativa de maior consumo interno com o pagamento do 13º salário, criação de vagas temporárias e aumento das confraternizações de fim de ano.
- Quarto traseiro: R$ 25,00 por quilo
- Quarto dianteiro: R$ 18,20 por quilo
- Ponta de agulha: R$ 17,20 por quilo (alta de R$ 0,20)
Câmbio
O dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,21%, cotado a R$ 5,3855 para venda e R$ 5,3835 para compra, após oscilar entre R$ 5,3776 e R$ 5,4026.
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Setor produtivo investe no marketing do ‘prato feito’ para aumentar consumo de arroz e feijão no Brasil

O setor produtivo de arroz e feijão está apostando em novas estratégias de comunicação e marketing para tentar reverter a queda no consumo desses dois alimentos tão tradicionais na mesa dos brasileiros. A preocupação vai além da perda de identidade cultural: a redução da demanda também impacta diretamente a renda no campo e o equilíbrio da cadeia produtiva.
De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Lüders, o desafio começa ainda nas lavouras, com a necessidade de reduzir custos e tornar o produto mais competitivo.
“O feijão traz em si muito imposto. Mesmo com o consumo desonerado, a produção ainda carrega uma carga tributária elevada, desde a embalagem até os insumos. É algo que precisa ser discutido pela sociedade e pelo setor produtivo para garantir preços mais acessíveis ao consumidor e rentabilidade ao produtor”, afirmou Lüders.
Para resgatar o consumo, o Ibrafe deve lançar em fevereiro de 2026 a campanha “Viva Feijão”, que pretende valorizar o prato feito e reforçar os benefícios nutricionais e culturais do alimento. A iniciativa busca reconectar o consumidor urbano ao hábito de uma refeição completa e balanceada, que une o feijão com o arroz.
O cereal, por sua vez, também será foco de novas ações de comunicação. No Rio Grande do Sul, um dos principais estados produtores do país, o arroz é considerado essencial para a economia e para a geração de emprego e renda.
“O arroz é uma fonte de energia saudável e muito importante para o setor rural gaúcho. Já temos campanhas em andamento, como a do Instituto Rio Grandense do Arroz, com o slogan ‘O arroz, a energia que move o Brasil’”, destacou Denis Dias Nunes, presidente da Federarroz.
Além das ações de marketing, especialistas reforçam que o incentivo ao consumo deve começar nas escolas. A nutricionista Fabiana Borrego defende que campanhas educativas e políticas públicas sejam implementadas para manter o arroz e o feijão no cardápio das crianças.
“Não se trata de incluir, mas de não excluir o arroz e o feijão das refeições escolares. São alimentos que garantem energia e equilíbrio nutricional, e precisam estar presentes tanto nas escolas públicas quanto nas particulares”, explicou Fabiana.
Mais do que uma questão de tradição, o arroz com feijão é símbolo de saúde, equilíbrio e identidade nacional. Resgatar o consumo do “prato feito” é, segundo o setor, um passo essencial para fortalecer a cadeia produtiva e manter viva uma das combinações mais marcantes da culinária brasileira.
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Mariangela Hungria, da Embrapa Soja, recebe ‘Nobel’ da agricultura

A pesquisadora da Embrapa Soja, Mariangela Hungria, será homenageada com o Prêmio Mundial da Alimentação (World Food Prize – WFP), conhecido como o “Nobel da agricultura”. O reconhecimento celebra sua trajetória de mais de 40 anos dedicada à pesquisa de biológicos e à sustentabilidade na produção agrícola.
Mariangela Hungria recebeu a notícia do prêmio em fevereiro, mas só agora pôde compartilhar a emoção de ser reconhecida internacionalmente.
“Foi um período de muita emoção, entrando em um evento com mais de mil pessoas, fotos, homenagens e, principalmente, a oportunidade de falar sobre a sustentabilidade da agricultura brasileira”, conta.
Ao longo de quatro décadas, Mariangela Hungria se manteve fiel à sua convicção de que os biológicos teriam papel importante em uma agricultura altamente produtiva, mesmo em uma época dominada pelo uso intensivo de químicos. Para ela, o prêmio é individual, mas também representa um reconhecimento coletivo do Brasil e do trabalho de sua equipe na Embrapa.
A pesquisadora destaca ainda a importância do agricultor brasileiro. “Se não fosse o agricultor brasileiro que acredita e usa biológicos, não teríamos liderança mundial neste setor”.
Premiação
A premiação será realizada nesta quinta-feira às 21h (horário de Brasília), no Capitólio de Iowa, em Des Moines (EUA), e poderá ser acompanhado pelo site da Fundação WFP.
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