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Sustentabilidade no campo: o que MT já faz e que é referência mundial

Mato Grosso, maior produtor de grãos e carne do Brasil, há anos figura como potência do agronegócio. Mas, cada vez mais, o Estado também se consolida como referência internacional em sustentabilidade no campo.
A combinação de preservação ambiental, inovação produtiva e políticas públicas pioneiras têm atraído a atenção de organismos multilaterais, investidores estrangeiros e empresas globais interessadas em associar suas cadeias à produção sustentável.
Quando representantes de organismos internacionais visitam o Estado, alguns pontos aparecem de forma recorrente como diferenciais de Mato Grosso.
A preservação dentro das fazendas é um dos mais destacados: em média, produtores rurais mantêm 60% da vegetação nativa preservada em suas propriedades, bem acima das exigências legais de vários países.
Também são reconhecidos os programas de agricultura de baixo carbono e as certificações internacionais, como a soja responsável (RTRS), que conectam produtores a mercados exigentes em rastreabilidade e compromissos socioambientais.
Hoje, o nome de Mato Grosso está fortemente ligado a programas e iniciativas que viraram referência mundial. Entre eles, o Programa Produzir, Conservar, Incluir (PCI), lançado na COP 21 em Paris em 2015, que estabeleceu metas públicas para desmatamento ilegal zero, intensificação sustentável da pecuária e inclusão de pequenos produtores.
Além disso, cooperativas e associações certificadas exportam soja e carne com padrões de sustentabilidade reconhecidos na Europa, na Ásia e na América do Norte.
O Estado também se destaca na transição energética, com liderança na produção de etanol de milho e biodiesel, além de fortalecer a economia de baixo carbono. A consolidação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) ampliou a transparência e reforçou a imagem de preservação em larga escala dentro das propriedades.
Para entender melhor o que já é considerado exemplo no cenário internacional, conversamos com Aline Locks, CEO da Produzindo Certo, organização que conecta produtores, empresas e investidores em projetos de sustentabilidade no campo.
Quais iniciativas chamam mais a atenção de organismos internacionais quando visitam Mato Grosso?
Aline Locks – O que mais impressiona é a dimensão das áreas preservadas no estado.. Mato Grosso é o maior estado produtor agrícola do Brasil e ao mesmo tempo tem 62% da sua área preservada com vegetação nativa..
Também ganham destaque os programas de agricultura de baixo carbono e as certificações que aproximam o campo de empresas globais comprometidas com cadeias de fornecimento mais sustentáveis. Outro diferencial é a crescente adoção de tecnologias digitais — monitoramento por satélite, aplicativos de campo e rastreabilidade em tempo real.
Hoje, quando falamos de Mato Grosso no cenário internacional, o que já é reconhecido como exemplo de sustentabilidade no campo?
Aline Locks – O Programa PCI é um marco, consolidando o Estado como pioneiro em metas públicas de sustentabilidade. Além disso, temos cooperativas e associações que exportam soja e carne com certificações internacionais, a produção de biocombustíveis e a preservação em larga escala. Tudo isso coloca Mato Grosso como referência global.
A liderança de Mato Grosso na produção de etanol de milho e biodiesel, destaca o estado não apenas como potência em alimentos, mas também como protagonista na transição energética. A expansão da agricultura regenerativa e dos sistemas de integração lavoura-pecuária replicados em grande escala também já começam a ser reconhecidos.
Em termos de políticas públicas e iniciativas privadas, o que o Estado tem de mais inovador nessa área?
Aline Locks – Do lado público, destaco a Plataforma PCI, que conecta metas ambientais, produtivas e sociais a investimentos internacionais, e o Programa REM Mato Grosso, que remunera o Estado por reduzir emissões de desmatamento. Já do lado privado, vemos avanços no uso de tecnologias digitais para rastreamento e finanças verdes, que ligam crédito rural ao desempenho socioambiental.
O que vem pela frente
Com políticas inovadoras, adesão crescente do setor privado e a pressão dos consumidores globais por alimentos sustentáveis, Mato Grosso tem condições de se consolidar cada vez mais como um exemplo de equilíbrio entre produção e conservação.
A experiência do Estado mostra que é possível ser potência agropecuária e, ao mesmo tempo, protagonista em sustentabilidade.
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À espera por cotações melhores, produtores de soja focam no plantio; confira os preços do dia

O mercado brasileiro de soja começou a semana com baixa oferta e poucas indicações de negócios. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Rafael Silveira, os produtores permanecem concentrados no plantio da nova safra e mais cautelosos nas vendas, à espera de cotações mais atrativas.
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Silveira explica que não houve grandes movimentações nem no porto e nem na indústria, com prêmios praticamente estáveis. A leve alta registrada na Bolsa de Chicago (CBOT) limitou-se a ajustes técnicos, sem força para alterar o cenário doméstico. “Os preços tiveram apenas pequenas oscilações”, resume o analista.
Preços de soja no Brasil
- Passo Fundo (RS): manteve em R$ 133,00
- Santa Rosa (RS): manteve em R$ 134,00
- Cascavel (PR): caiu de R$ 135,00 para R$ 134,00
- Rondonópolis (MT): manteve em R$ 126,00
- Dourados (MS): caiu de R$ 126,00 para R$ 125,00
- Rio Verde (GO): manteve em R$ 126,00
- Paranaguá (PR): manteve em R$ 138,00
- Rio Grande (RS): manteve em R$ 139,00
Soja em Chicago
Os contratos futuros da soja fecharam em leve alta na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta sexta-feira. Após a queda expressiva do pregão anterior, o mercado reagiu a declarações mais conciliatórias do presidente Donald Trump e do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que amenizaram o tom das tensões comerciais com a China.
A recuperação, no entanto, foi limitada pelo cenário fundamental, ou seja, avanço da colheita norte-americana e boas condições para o plantio no Brasil. A paralisação parcial do governo americano segue no radar e afeta a divulgação de dados importantes de oferta, demanda e embarques.
Contratos futuros
O contrato de novembro subiu 1,00 centavo de dólar (0,09%), fechando a US$ 10,07 ¾ por bushel. A posição janeiro encerrou a US$ 10,25 ¼, com ganho de 2,00 centavos (0,19%).
Nos subprodutos, o farelo para dezembro caiu US$ 0,90 (0,32%), a US$ 274,10 por tonelada, enquanto o óleo fechou a 50,60 centavos de dólar por libra-peso, com alta de 0,63 centavo (1,26%).
Câmbio
O dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,80%, cotado a R$ 5,4593 para venda e R$ 5,4573 para compra, após oscilar entre R$ 5,4412 e R$ 5,4997.
Agro Mato Grosso
Como os pulgões vencem as defesas naturais das plantas I MT

Pesquisa revela estratégias moleculares e comportamentais para neutralizar compostos tóxicos produzidos por culturas agrícolas
Estudo detalhou como os pulgões superam os compostos tóxicos defensivos produzidos por plantas. Esses compostos, chamados metabólitos secundários (PSMs), deveriam funcionar como uma barreira natural contra pragas. Mas os pulgões desenvolvem mecanismos de resistência que reduzem a eficácia das substâncias.
Pesquisadores da Universidade de Yangzhou, na China, apresentaram revisão sobre os mecanismos fisiológicos, bioquímicos e comportamentais que permitem aos pulgões sobreviver, se multiplicar e continuar a transmitir vírus mesmo sob pressão de defesas vegetais complexas.
Enzimas contra venenos
As plantas produzem compostos químicos como terpenoides, fenóis e alcaloides que atuam como inseticidas naturais. Em resposta, os pulgões ativam enzimas de desintoxicação, como as citocromo P450, transferases de glutationa (GSTs) e UDP-glicosiltransferases (UGTs), capazes de neutralizar os efeitos tóxicos desses compostos.
O processo ocorre em três fases.
Primeiro, as toxinas sofrem transformações químicas para se tornarem mais solúveis.
Em seguida, essas substâncias são ligadas a outras moléculas que facilitam sua eliminação.
Por fim, o organismo excreta os resíduos por transportadores de membrana celular, como os ABC transporters.

A pesquisa destaca que as enzimas antioxidantes também ajudam os pulgões a suportar o estresse oxidativo causado pelos metabólitos das plantas. Essa combinação bioquímica contribui para a sobrevivência e reprodução dos insetos, mesmo em ambientes hostis.
Bactérias aliadas
Os pulgões também contam com bactérias simbióticas que potencializam suas defesas. Algumas dessas bactérias, como Hamiltonella defensa e Regiella insecticola, interferem nas defesas hormonais das plantas, reduzindo a produção de compostos tóxicos ou neutralizando a resposta do sistema vegetal.
Em experimentos, pulgões com determinadas bactérias simbióticas demonstraram maior sobrevivência em cultivares naturalmente tóxicos. Em casos mais extremos, essas bactérias são capazes de metabolizar inseticidas sintéticos e compostos naturais presentes em folhas e caules.
Efeito viral
Além das enzimas e das bactérias, os pulgões também se beneficiam da ação de vírus que transmitem às plantas.
Muitos desses vírus enfraquecem as defesas vegetais ao suprimir vias hormonais importantes, como as de ácido jasmônico e ácido salicílico.
O resultado é duplo: plantas menos resistentes e maior atratividade para novos pulgões. Em testes com plantas infectadas por vírus como o Turnip mosaic virus ou o Potato leafroll virus, os insetos apresentaram aumento na fecundidade e maior tempo de permanência sobre a planta.
Comportamento estratégico
O comportamento dos pulgões também contribui para o sucesso da infestação. Eles evitam tecidos vegetais ricos em compostos tóxicos e preferem variedades com menor teor de PSMs. Essa seleção ocorre durante a alimentação, quando os insetos sondam os tecidos com seus estiletes e recuam diante de sinais químicos indesejáveis.

Certas linhagens ou haplótipos de pulgões mostram preferência por cultivares específicas. Essa seleção reflete não apenas adaptação fisiológica, mas também uma capacidade comportamental refinada para escapar de defesas vegetais mais eficazes.
Sequestro químico
Em algumas espécies, os pulgões acumulam compostos tóxicos das plantas sem sofrer efeitos adversos. O sequestro de metabólitos secundários, como glucosinolatos e alcaloides, pode inclusive servir como mecanismo de defesa contra predadores.
O pulgão Brevicoryne brassicae, por exemplo, armazena compostos de mostarda em seu corpo e libera substâncias tóxicas quando atacado.
Esse comportamento transforma o inseto em uma espécie de “bomba química ambulante”.
Em outras espécies, como Acyrthosiphon pisum, o sequestro de compostos como L-DOPA mostrou efeitos antioxidantes e até reparação tecidual.
Outras informações em doi.org/10.1093/hr/uhaf267
Agro Mato Grosso
Sistema CNA/Senar lança cartilha para tirar dúvidas sobre segurança e saúde no trabalho rural

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) lançaram uma cartilha com respostas às perguntas frequentes (FAQ) dos produtores e trabalhadores rurais sobre os principais pontos da Norma Regulamentadora (NR) nº 31.
A norma traz as regras sobre segurança e saúde no trabalho da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura.
O documento elaborado pela CNA está disponível no portal Senar Play, com informações que explicam o que são as NR’s, para que servem, e responde dúvidas mais complexas sobre obrigações do empregador e do trabalhador rural.
A cartilha traz ainda detalhes sobre o Programa de Gerenciamento de Riscos no Trabalho Rural, o Serviço Especializado em Segurança no Trabalho Rural e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio do Trabalho Rural (Cipatr), além de esmiuçar o uso correto do Equipamento de Proteção Individual (EPI) e as condições sanitárias e de conforto no trabalho rural.
É necessário fazer o cadastro no portal Senar Play para acessar a cartilha. Além do FAQ, o portal traz cursos de curta e média duração e outros materiais sobre a temática. Saiba mais em senarplay.org.br .
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