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Soja 25/26: campo em movimento no maior produtor do país

Enquanto muitos comemoravam o 7 de Setembro neste domingo, Mato Grosso deu a largada no plantio da soja 2025/26. A previsão é semear pouco mais de 13 milhões de hectares nesta nova temporada. Apesar das boas expectativas, as primeiras áreas a receberem as sementes ainda são as com irrigação.
Em Água Boa, região do Vale do Araguaia, as plantadeiras já entraram em campo em algumas propriedades onde há irrigação. Uma delas é a Fazenda Nossa Senhora Aparecida, que deve plantar 8,2 mil hectares nesta nova safra.
“A gente sempre inicia o plantio nessa área mais cedo, respaldado pela água que é essencial para a produtividade. É uma área de alto teto produtivo, que tem tudo para produzir bem como tem produzido nos últimos anos”, diz o agricultor Vinícius Baldo.
Nas áreas de sequeiro a orientação, conforme produtores no estado, ainda é segurar as máquinas até que a chuva garanta a umidade necessária no solo para que o plantio ganhe ritmo. A cautela, salientam, visa evitar o risco de perdas com replantio.
Vinicius Baldo comenta que as primeiras chuvas no município estavam previstas para a segunda quinzena de setembro, entretanto os indicadores mudaram e começaram a marcar chuva para o final de setembro, começo de outubro. “É o período que historicamente chove por aqui. Então essas áreas temos que ter um pouco mais de cautela, não se deve arriscar tanto, uma vez que depende do clima e o clima a gente não tem o domínio”.
Cautela nos investimentos e alerta na rentabilidade
Presidente da Associação dos Agrônomos de Água Boa, José Otávio Vicentin Filho pontua que os últimos dois anos foram desafiadores, o que levou o produtor a repensar muitos pontos, principalmente quanto à questão de investimentos de insumos. “Aqui, por exemplo, tem adubo sobrando na terra. Vai diminuir essa adubação de plantio. Vai ter sim uma redução de custo por hectare esse ano sim”.
A expectativa é que Mato Grosso semeie mais de 13 milhões de hectares nesta temporada. Conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a extensão cultivada deve crescer 1,67% em relação ao ciclo passado.
De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, após os recordes de produtividade e área na safra 2024/25, a expectativa quanto ao rendimento em campo é de diminuição seguindo “um padrão médio” dos anos anterior.
Mas a projeção é de queda de quase 9% na produtividade, com média de 60 sacas por hectare, o que deve contribuir para uma produção um pouco menor. As estimativas iniciais do Instituto apontam para uma colheita de 47,18 milhões de toneladas de soja nesta safra 2025/26, recuo de 7,29% em relação ao ciclo passado. Cenário que acende o sinal de alerta do setor para a rentabilidade.
Ao Canal Rural Mato Grosso, o Lucas Beber ressalta que é preciso considerar outros fatores que podem ditar a temporada, e que preocupam, como custos e taxas de juros em alta e o cenário de endividamento do produtor mato-grossense.
“Tudo isso tem interferido nos investimentos na lavoura e também no acesso a crédito. Então fica a incógnita: “Será que o produtor vai conseguir investir como na safra anterior?”. O cenário é desfavorável. E, também o clima. Será que vai se repetir esse clima que foi positivamente acima da média, nós acreditamos que não”.

Mais um ano em que não dá para errar
O médio-norte de Mato Grosso, maior produtor de soja do país, também já registra movimentação de plantadeiras apenas nas áreas irrigadas. No restante das lavouras, a recomendação é esperar a chuva garantir condições ideais de germinação.
“Esse é mais um ano em que não dá para errar. O pessoal está esperando as chuvas, há boas previsões, mas ela ainda não veio. Levando em conta que a área que a gente replanta, praticamente você perde o lucro daquela área porque o custo de plantio é basicamente o lucro que você ia ter na lavoura. Todo mundo vai ter um pouco de cautela para evitar prejuízo e comprometer o caixa do ano que vem”, destaca Rafael Bilibio, presidente do Sindicato Rural de Vera e Feliz Natal.
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China puxa recorde nas exportações de soja em Mato Grosso

Mato Grosso registra recorde nas exportações de soja em 2025. O estado enviou para o mercado externo 27,89 milhões de toneladas até agosto. O volume representa um aumento de 16,07% em comparação ao período analisado em 2024. A China foi responsável por 68,62% dos embarques.
Entre janeiro e agosto de 2024, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Mato Grosso havia exportado 24,03 milhões de toneladas. A quantidade supera, inclusive, o mesmo período em 2023, quando 26,14 milhões de toneladas deixaram o estado rumo aos portos.
Somente em agosto, aponta a Secex, 1,25 milhões de toneladas de soja foram exportadas pelo estado, avanço de 118,08% em relação a agosto de 2024. O volume também é considerado recorde.
O consumo da soja mato-grossense pelo exterior é puxado pela China, que respondeu por 82,40% dos embarques do estado em agosto e por 68,62% no acumulado do ano. Entre janeiro e agosto, a gigante da Ásia adquiriu 19,14 milhões de toneladas do grão, quantidade 33,41% superior ao registrado no mesmo período em 2024.
Brasil também registra recorde na soja
O recorde observado no estado, também é verificado no país. No acumulado das exportações da soja brasileira em 2025 (até agosto), o país enviou para o exterior 86,54 milhões de toneladas, incremento de 3,72% em relação ao mesmo período de 2024.
Conforme a Secex, apesar da queda de 23,81% nos envios de agosto em relação a julho, os 9,34 milhões de toneladas embarcados pelo país representam o maior volume da série histórica para o mês e aumento de 16,13% frente a agosto de 2024.
“Esse desempenho foi impulsionado pela forte demanda da China, que, em meio à disputa comercial com os EUA, manteve o foco na soja brasileira”, explica o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) em seu boletim semanal.
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Com recordes, abate de bovinos, suínos e aves cresce no segundo semestre de 2025

O abate de bovinos cresceu 3,9% segundo trimestre de 2025, segundo dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (10). No período, foram abatidas 10,4 milhões de cabeças de bovinos.
Maio foi o mês mais intenso, com 3,59 milhões de cabeças, crescimento de 4,9% na comparação anual. O destaque foi o abate de fêmeas, que avançou 16% em relação ao ano anterior, mantendo a tendência observada desde o início de 2025.
Entre os estados, São Paulo (+129,5 mil cabeças), Pará (+87 mil) e Rio Grande do Sul (+50,4 mil) lideraram os aumentos. Já Mato Grosso (-85,4 mil) e Minas Gerais (-53 mil) registraram as maiores quedas.
Mato Grosso segue como principal estado no abate de bovinos, com 16,7% da participação nacional, seguido por São Paulo (10,9%) e Goiás (10,1%).
Suínos
O abate de suínos chegou a 15,01 milhões de cabeças, crescimento de 2,6% em relação ao 2º trimestre de 2024 . O resultado foi o maior já registrado para o período desde o início da série histórica, em 1997.
Rio Grande do Sul (+179,2 mil cabeças) e Minas Gerais (+95,9 mil) puxaram a alta. Santa Catarina, que continua liderando o ranking nacional com 28% da participação, registrou queda de 36 mil cabeças.
Frangos
Já o abate de frangos alcançou 1,6 bilhão de cabeças, alta de 1,1% sobre o mesmo período de 2024 . Foi o maior resultado já registrado para um segundo trimestre da série histórica. Paraná lidera o ranking, com 34,1% da participação nacional, seguido por Santa Catarina (13,7%) e Rio Grande do Sul (11,4%).
Leite
A captação de leite cru somou 6,5 bilhões de litros, crescimento de 9,4% frente ao 2º trimestre de 2024 e queda de 1% em relação ao trimestre anterior. Foi o maior volume já registrado para o período.
Minas Gerais lidera a aquisição, com 23,8% do total, seguido por Paraná (15,7%) e Santa Catarina (12,7%)
Ovos
A produção de ovos atingiu 1,24 bilhão de dúzias, um aumento de 6,2% frente ao 2º trimestre de 2024 e de 2,9% sobre o trimestre anterior. São Paulo segue como o maior produtor nacional, com 25,6% do total, seguido por Minas Gerais (9,9%), Paraná (9,3%) e Espírito Santo (7,9%).
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Exportação de milho de Mato Grosso fica 20,53% abaixo da média de cinco anos

O volume de milho exportado por Mato Grosso no acumulado de 2025 está 20,53% abaixo da média dos últimos cinco anos, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A forte retração no estado também se reflete em uma queda de 43,24% em comparação com o mesmo período de 2024. As exportações totais mato-grossenses no ano alcançaram 7,32 milhões de toneladas até agosto.
Apesar da retração anual, o mês de agosto mostrou um avanço pontual nas exportações. O Brasil enviou 6,85 milhões de toneladas de milho ao exterior, um volume 181,53% maior que em julho e 12,94% superior a agosto de 2024. Mato Grosso seguiu a tendência, exportando 3,50 milhões de toneladas no mês, com alta de 134,53% frente a julho, porém 19,07% menor ante agosto do ano passado.
Ao se olhar o acumulado do ano no Brasil, o volume total exportado pelo país em 2025, de 15,75 milhões de toneladas, é 12,25% menor do que o registrado no mesmo período de 2024.
Em seu boletim semanal, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) pontua que “a elevada oferta do cereal no Brasil, somada à expectativa de uma safra robusta nos EUA, mantém a atenção voltada para o mercado internacional, já que esse cenário pode pressionar os preços e limitar os volumes exportados nos próximos meses”.
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