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Tarifaço dos EUA acelera agenda brasileira de diversificação comercial

As tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil vêm gerando prejuízos não apenas para exportadores nacionais, mas também para empresas americanas. A avaliação é de Constanza Negri, gerente de Comércio e Integração Internacional da Confederação Nacional da Indústria (CNI), para quem o cenário reforça a necessidade de o Brasil diversificar seus parceiros, com destaque para a China.
“Essas medidas não estão impactando só negativamente a economia brasileira, elas já estão impactando negativamente os próprios Estados Unidos”, afirma ela em entrevista ao programa Direto ao Ponto desta semana.
De acordo com a representante da CNI, a política de Donald Trump tem surpreendido pela imprevisibilidade. Muitas vezes, os anúncios de tarifas são feitos sem detalhamento, deixando empresas sem clareza sobre prazos ou produtos afetados. “A gente muitas vezes ainda está aguardando para entender quais são os produtos que vão ser alvos dessas medidas”, diz Constanza.
Exemplos recentes reforçam a falta de lógica. O suco de laranja teve alíquota extra de 40% anunciada, mas voltou ao patamar de 10%. Já o café, mesmo com grande relevância para o consumo americano, foi taxado. “Fica difícil entender, porque se essa lógica de que eles precisam muito do produto fosse aplicada, a gente não veria o café ainda sendo tributado”.
Além disso, as tarifas garantem arrecadação imediata ao governo americano. “Essa medida tem trazido um aumento arrecadatório de curtíssimo prazo muito grande para os próprios Estados Unidos”.
Diversificação como resposta
Para reduzir riscos, a CNI organiza uma missão em setembro com o objetivo de sensibilizar o setor privado americano sobre os impactos negativos do tarifaço. Ao mesmo tempo, o Brasil busca fortalecer sua rede de parceiros.
“A nossa perspectiva é a de que o Brasil precisa diversificar os seus parceiros econômicos. O grande desafio é poder aprofundar as suas parcerias econômicas com diferentes parceiros”, avalia Constanza em entrevista ao programa do Canal Rural Mato Grosso.
Nesse movimento, a China ganha protagonismo como principal destino das exportações brasileiras, sobretudo de commodities. “O Brasil tem todos os elementos para continuar tendo uma parceria muito sólida com a China, que inclusive se solidarizou com a situação do Brasil em relação às tarifas”, destaca.
Ela lembra ainda que o país já concluiu acordos com União Europeia-Mercosul, Efta e Singapura e agora tenta acelerar negociações com o Canadá. “Enfrentar esse tipo de barreira diante de uma rede de acordos mais ampla e sólida traz mais oportunidades”.

Negociação no centro e barreiras disfarçadas
Apesar da situação com os Estados Unidos, Constanza reforça que a prioridade deve continuar sendo a mesa de diálogo. “Pode ficar muito simples falar de reciprocidade, retaliação, mas isso traz muitos desafios para a própria economia brasileira. Continuamos acreditando que a negociação precisa ser a via principal e é o que o Brasil vem tentando fazer junto aos Estados Unidos”.
Segundo ela, o ritmo das soluções não é o ideal, mas a expectativa é de avanços. “A gente entende que em algum momento essas estrelas vão se alinhar para que a gente consiga destravar mais esse tipo de medidas e que o diálogo consiga fluir mais”.
Constanza também destaca que parte das barreiras contra exportações brasileiras se apoia em justificativas ambientais e trabalhistas, usadas como forma de proteção disfarçada. “Áreas nas quais o Brasil tem um histórico muito sólido e onde são barreiras disfarçadas. Agora daí a serem implementadas é bom ter as ferramentas próximas para poder se defender, mas isso não quer dizer que seja simples colocar em prática esse tipo de medidas”.
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venda da pluma da safra 2024/25 em MT atinge 70%, aponta Imea

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a comercialização da pluma de algodão safra 24/25, em Mato Grosso, alcançou 69,97% da produção até o fim de setembro. Os números representam um avanço de 1,58 ponto percentual em relação a agosto, embora ainda estejam 6,72 pontos abaixo do mesmo período do ciclo 2023/24, quando o número era de 76,69%.
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Vendas antecipadas
As vendas antecipadas da safra 2025/26 atingiram 31,90% da produção projetada, incremento mensal de 4,64 pontos percentuais, mas ainda 0,68 ponto abaixo de setembro de 2024. O norte lidera as negociações da safra futura com 41,57% vendidos, seguido por nordeste (32,54%), médio-norte (30,97%), centro-sul (26,82%), oeste (24,59%), noroeste (20,41%) e sudeste (19,09%).
Caroço de algodão
No caroço de algodão, a safra 2024/25 registra 67,48% de comercialização, alta de 4,17 pontos no mês, mas ainda 6,61 pontos atrás do ritmo de setembro de 2023. O norte também lidera com 69,41% vendidos, seguido por médio-norte (69,51%), oeste (68,62%), nordeste (61,90%), centro-sul (60,78%), noroeste (56,76%) e sudeste (43,94%). Para a safra 2025/26, o caroço tem 21,11% já comercializados.
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Área colhida da safra 2025 terá aumento de 2,4 milhões de hectares, aponta IBGE

A área a ser colhida na safra agrícola de 2025 deve totalizar 81,4 milhões de hectares, 2,4 milhões de hectares a mais que o desempenho de 2024, um aumento de 3%.
Os números partem do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de setembro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (14).
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Em relação ao levantamento de agosto, houve uma alta de 102,7 mil hectares na estimativa da área colhida, elevação de 0,1%.
Principais culturas
O Brasil deve colher neste ano um volume recorde de soja, milho, algodão e sorgo, conforme o IBGE:
- Soja: alta de 14,4%, para um recorde de 165,9 milhões de toneladas;
- Milho: 20,7%, para 138,4 milhões de toneladas – milho 1ª safra: alta de 14%, para 26,1 milhões de toneladas – milho 2ª safra: aumento de 22,4%, totalizando 112,3 milhões de toneladas.
- Arroz: 17,2%, para 12,4 milhões de toneladas;
- Algodão: 10,6%, para um novo recorde de 9,8 milhões de toneladas;
- Sorgo: 24,8%, para um recorde de 5 milhões de toneladas; e
- Trigo: 3,6%, para 7,8 milhões de toneladas;
- Feijão: queda de 0,5%, para 3,1 milhões de toneladas.
A safra agrícola de 2025 deve totalizar um recorde ainda maior que o previsto, de 341,9 milhões de toneladas, 49,2 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2024, um aumento de 16,8%.
Em relação ao levantamento de agosto, houve um aumento de 0,2% na estimativa, o equivalente a 660,9 mil toneladas a mais.
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Plantio de milho verão 2025/26 atinge 90% da área no Paraná

O plantio da safra de verão de milho 2025/26 avança em praticamente todas as regiões produtoras do Paraná, com 90% da área prevista semeada até essa segunda-feira (13), segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado.
O boletim aponta que 22% das lavouras estão em fase de germinação e 78% em desenvolvimento vegetativo. Em sua maioria, as condições são boas (99%), com apenas 1% em condição média.
Segundo o Deral, as lavouras emergidas apresentam bom desenvolvimento inicial. No entanto, “há relatos de infestações pontuais de pragas, como cigarrinha e tripes, que exigem atenção”, disse o órgão, em relatório. Além disso, em áreas recém-plantadas, a adubação nitrogenada está sendo postergada em virtude do excesso de chuvas.
Colheita do trigo
Sobre a colheita da safra de trigo 2025, o Deral mostra que o cereal foi retirado de 64% da área semeada e que 85% das lavouras têm condição boa, 14% média e 1% ruim.
“A colheita está em fase final ou em andamento na maior parte das regiões”, relatou o Deral.
O órgão aponta que 66% das lavouras estão em fase de maturação, 31% em frutificação e 3% em floração. No entanto, o Deral destaca que as chuvas recorrentes na última semana têm atrasado as operações e comprometido a qualidade dos grãos.
Segundo a entidade, em parte das áreas ainda em campo, há risco de perdas adicionais se as condições climáticas adversas persistirem.
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