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Mato Grosso celebra colheita histórica de milho, mas falta de espaço preocupa

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Mato Grosso está praticamente com a colheita de milho 2024/25 encerrada. A safra, que começou com atrasos no plantio, é finalizada com bons resultados e produtividades acima da média, mesmo diante de pragas, custos elevados e preços em queda. Mas o que ameaça a rentabilidade do produto agora não está na lavoura, e sim fora dela: a falta de espaço para armazenar o cereal. Um gargalo antigo que ainda tira o sono do maior estado agrícola do país.

Na última sexta-feira (15), as colheitadeiras de milho chegaram a 99,71% da área semeada nesta temporada. Conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), as regiões centro-sul, médio-norte, nordeste e noroeste já concluíram os trabalhos, enquanto no norte e oeste restavam menos de 1%. Já no sudeste mato-grossense 98,15% do cereal estava colhido.

Em várias partes do estado, a produtividade superou a média esperada. No Vale do Araguaia, Canarana deve fechar com média de 100 sacas por hectare, segundo o Sindicato Rural.

“Canarana esse ano plantou cerca de 100 mil hectares. O clima foi bom para o milho e o produtor conseguiu uma produtividade satisfatória”, conta o presidente do Sindicato Rural, Lino Costa.

Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

O clima também contribuiu com Diamantino. Por lá, destaca o presidente do Sindicato Rural, Altemar Kroling, a expectativa é de 120 sacas por hectare de média. “Um ano diferenciado. Choveu muito bem, até além do que a gente esperava. Talvez seja a melhor média da história do município”.

Milho a céu aberto e investimento em silos bolsa

A fartura observada nas lavouras, diante das produtividades, traz à tona um problema antigo em Diamantino e que se estende por todo o estado: a falta de espaço para guardar a produção de grãos. Para tentar evitar perdas e montanhas de milho a céu aberto, muitas propriedades estão investindo em silos bolsas.

“Esse ano tem soja no fundo do armazém, então não tem como pôr o milho”, diz o presidente do Sindicato Rural ao projeto Mais Milho do Canal Rural Mato Grosso. “O que cresce são unidades dentro das fazendas, mas de grandes empresas não vêm os armazéns novos que tanto necessitamos”.

Para guardar parte dos 1,3 mil hectares de milho cultivados na propriedade em Diamantino, a família Kroling investiu em cerca de 50 silos bolsa, com capacidade para até 150 mil sacas. “É uma medida eficaz, mas por outro lado mostra o grande déficit de armazenamento no município e no estado”, diz o agricultor Flávio Kroling.

Segundo ele, o problema crônico tira o sono do produtor. “Quando a gente começa a pensar, até assusta. Acho que merece uma discussão muito grande. Não é questão de produtividade, e sim de rentabilidade. O que realmente importa é quanto sobra para o agricultor. Eu acredito que quem pode esperar com o milho consegue fechar a conta, mas quem colhe e tem que vender o produto a conta não fecha”.

De acordo com o Imea, Mato Grosso deve colher quase 105 milhões de toneladas de soja e milho nesta safra. Contudo, a Conab aponta que a capacidade de armazenagem no estado é de apenas 52,3 milhões de toneladas – menos da metade do necessário.

“É uma questão de segurança alimentar. O mercado internacional sabe que o Brasil tem esse déficit, por isso eles pagam menos, porque o produtor precisa escoar rapidamente”, frisa o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja Mato Grosso), Lucas Costa Beber.

Ao Canal Rural Mato Grosso, o presidente da Associação salienta ainda que se, por exemplo, o Brasil registrasse um ataque aos seus portos, assim como ocorreu na Ucrânia, “não teríamos onde colocar a produção”. “Precisamos pensar talvez em isenção fiscal para poder importar componentes para a produção de material de armazenagem, juros mais baratos subsidiados. O governo reconhece que é um gargalo, porém, não toma atitudes de fato que tragam eficiência e resultado para ampliar a capacidade de armazenagem em nosso país, principalmente para pequenos e médios”.

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Congresso de Agronomia: produtividade com sustentabilidade

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A engenharia agrônoma e toda a cadeira produtiva do agro brasileiro volta o foco para Maceió, Alagoas, a partir deste dia 14 de outubro, para difundir conhecimento, inovação e experiências que pretendem moldar o futuro da agronomia no Brasil. Em sua trigésima quarta edição, o Congresso Brasileiro de Agronomia – CBA 2025 – tem como tema Produtividade com Sustentabilidade.

Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), através da Sociedade dos Engenheiros Agrônomos de Alagoas (Seagra) realiza o evento com 6 salas temáticas simultâneas, mais de 65 palestras e painéis, mais de 300 trabalhos científicos apresentados, 130 palestrantes especialistas entre eles, Roberto Rodrigues, ex-ministro da agricultura e embaixador da FAO para o cooperativismo, falando sobre o tema: O Engenheiro Agrônomo do Futuro, e Aldo Rebelo, ex-ministro, que falará sobre “A Importância do Engenheiro Agrônomo para a Segurança Alimentar”.

Entre os temas também figuram os debates, trabalhos e exposições do evento a nanotecnologia e robótica para agricultura sustentável, startups e inovação no campo, agronomia como protagonista da transição energética, políticas públicas, e muito mais.  

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Aprosoja-MT pede revisão na MP que renegocia dívidas rurais

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A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) cobrou do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a revisão dos critérios de acesso ao crédito rural previstos na Medida Provisória nº 1.314/2025, que renegocia dívidas rurais.

A entidade enviou ofício à pasta defendendo que os bancos possam avaliar individualmente os pedidos de produtores, com base em comprovação técnica de perdas, sem restrições territoriais impostas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Critérios territoriais e impacto no campo

Publicada em setembro, a MP 1.314/2025 criou linhas de crédito com juros subsidiados entre 2% e 6% ao ano para produtores que tiveram perdas em duas ou mais safras entre 2020 e 2025 por causa de eventos climáticos extremos. As regras do CMN, no entanto, limitam o acesso aos produtores localizados em municípios listados pelo Ministério da Agricultura, de acordo com percentuais médios de perdas apurados pelo IBGE.

Para a Aprosoja-MT, o critério desconsidera casos de perdas comprovadas fora desses recortes estatísticos. A entidade afirma que a medida acaba excluindo agricultores que enfrentaram seca, excesso de chuva e queda nos preços da soja e do milho, comprometendo a viabilidade econômica das propriedades.

“Produtores com laudos técnicos e comprovação de prejuízos deveriam ter o mesmo direito ao crédito equalizado. O objetivo é garantir fôlego financeiro para continuar produzindo”, afirmou Diego Bertuol, diretor administrativo da Aprosoja-MT.

Endividamento e burocracia

Dados do Banco Central mostram que cerca de 15% da carteira de crédito rural de Mato Grosso, o equivalente a R$ 14 bilhões, está em atraso ou renegociação. Segundo a Aprosoja, o cenário reforça a necessidade de juros acessíveis e prazos adequados, conforme previsto na MP.

Bertuol também destacou a burocracia e as exigências excessivas como entraves ao crédito rural. “A demora nos processos, a falta de recursos e as altas garantias exigidas impedem o acesso às linhas emergenciais. Em muitos casos, bastaria o alongamento das dívidas com carência e prazos adequados para evitar a falência de produtores”, afirmou.

Pedido de revisão

A entidade solicita que o Mapa reavalie as normas complementares e autorize expressamente as instituições financeiras a realizarem a análise individualizada dos pedidos de crédito, conforme a comprovação técnica das perdas. Para a Aprosoja-MT, o foco da MP deve permanecer em atender produtores em situação de vulnerabilidade, independentemente da localização geográfica.

Caso os critérios não sejam revistos, produtores afetados por secas, chuvas intensas e incêndios podem ser obrigados a renegociar suas dívidas em linhas de mercado, com juros superiores a 16% ao ano, o que, segundo a entidade, aumentaria o risco de insolvência no campo.

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Agricultura regenerativa cresce no Cerrado e melhora resultados nas lavouras

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O Cerrado brasileiro passa a ganhar protagonismo na agricultura regenerativa. O projeto Regenera Cerrado, iniciativa do Fórum do Futuro em parceria com universidades e empresas, concluiu a primeira fase em setembro, abrangendo mais de 8 mil hectares de fazendas no sudoeste de Goiás.

Durante essa etapa, foram validadas práticas que diminuíram o uso de insumos químicos, como fertilizantes (-20%), fungicidas (-30%) e inseticidas (-50%), ao mesmo tempo em que aumentaram o uso de bioinsumos e técnicas de controle biológico, mantendo a produtividade das culturas de soja e milho.

O projeto também monitorou serviços ecossistêmicos, como a preservação de polinizadores, mostrando aumento de produtividade próximo a áreas de mata nativa, e melhorias na estruturação do solo e na mitigação de gases de efeito estufa.

Agora, a segunda fase do Regenera Cerrado, iniciada em outubro, ampliará o estudo para cinco pilares: saúde do solo e da água, práticas agrícolas regenerativas, conservação da biodiversidade, produção de alimentos seguros e sustentáveis e fortalecimento do mercado regenerativo.

O objetivo é coletar dados integrados sobre solo, biodiversidade, polinização, carbono, fitossanidade e qualidade dos grãos, consolidando evidências para ampliar a adoção de práticas regenerativas em todo o país.

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