Sustentabilidade
Prognóstico climático para os meses de agosto, setembro e outubro no Brasil – MAIS SOJA

ANÁLISE CLIMÁTICA DE JULHO
Em julho de 2025, os maiores acumulados de chuva ocorreram no extremo-norte da Região Norte e leste da Região Nordeste, com volumes que ultrapassaram 150 mm, contribuindo para a manutenção da umidade do solo nessas áreas. Já no interior da Região Nordeste e parte central do país, menores acumulados de chuvas foram observados, reduzindo os níveis de umidade do solo.
Na Região Norte, os maiores volumes de chuva foram superiores a 200 mm sobre o noroeste do Pará, parte do Amapá e Roraima. Já na porção sul do Amazonas e do Pará, leste do Acre, Rondônia e Tocantins, apresentaram volumes abaixo de 50 mm e em algumas localidades não houve registro de chuva, reduzindo a umidade do solo nestas áreas.
Na Região Nordeste, diversas áreas do interior tiveram acumulados de chuva abaixo de 50 mm, reduzindo os níveis de umidade do solo, principalmente na parte centro-oeste da Bahia, centro-sul do Piauí, oeste de Pernambuco e Paraíba, além do sul do Ceará e do Maranhão. Volumes mais significativos ocorreram na costa leste, desde o litoral do Rio Grande do Norte até Alagoas, com volumes acima dos 200 mm, assim como no noroeste do Maranhão. De forma geral, as condições seguem favoráveis para o desenvolvimento do feijão e do milho terceira safra no Sealba.
Em grande parte da Região Centro-Oeste, os volumes de chuva ficaram abaixo de 10 mm, com exceção do sul de Mato Grosso do Sul, onde os totais ultrapassaram 20 mm. Este cenário favorece as atividades de colheita do milho segunda safra e do algodão.
Na Região Sudeste, os acumulados de chuva ficaram abaixo de 40 mm, com exceção do sudeste do Espírito Santo, extremo-sul de São Paulo e maior parte do Rio de Janeiro, onde algumas localidades apresentaram volumes acima dos 100 mm. Em decorrência disso, os níveis de umidade do solo estão mais baixos no oeste de Minas Gerais e no centro-norte de São Paulo. Estas condições podem ter afetado as lavouras de trigo de sequeiro. Porém, favoreceram as atividades de colheita.
Na Região Sul, os volumes de chuva foram acima de 40 mm, exceto no norte do Paraná, onde as chuvas não ultrapassaram os 30 mm. Estes volumes de chuva garantiram níveis de armazenamento de água no solo satisfatórios, favorecendo o desenvolvimento dos cultivos de inverno nos três estados, bem como a maturação e colheita do milho segunda safra no Paraná.
Em julho, as temperaturas máximas foram acima de 30 °C nas Região Norte e partes oeste e norte da Região Nordeste, além de Mato Grosso e oeste de Goiás. Em áreas do sul da Região Centro-Oeste, bem como nas Regiões Sul e Sudeste, os valores permaneceram abaixo de 28 °C. Quanto às temperaturas mínimas, os valores superaram os 18 °C em grande parte da Região Norte e centro-norte da Região Nordeste. Já em grande parte das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, assim como em porções do centro-sul de Tocantins e centro-oeste da Bahia, as temperaturas foram inferiores a 18 °C. Ressalta-se que, em julho, foram registradas temperaturas negativas em diversas localidades das Regiões Sul e Sudeste, bem como episódios de geadas de intensidade forte, como, por exemplo, nos municípios de Bagé (RS) e Bom Jesus (RS), nos dias 1º e 2 de julho.
CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA
Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 16 e 31 de julho de 2025.
Neste período, foram observados valores variando entre -1 °C e -0,5 °C ao longo da faixa longitudinal entre 100°W e 180°W, indicando a presença de águas mais frias, enquanto que nas proximidades da costa oeste da América do Sul, observou-se temperaturas mais elevadas de até 1 °C acima da média. No entanto, ao analisar as anomalias médias diárias da TSM exclusivamente na região do Niño 3.4 (delimitada entre 170°W e 120°W), entre o final de julho e o início de agosto de 2025, observou-se uma diminuição dos valores, passando de -0,2 °C para -0,5 °C. Esse comportamento demonstra um resfriamento da região, porém ainda é considerada uma condição de neutralidade no Pacífico Equatorial, caracterizada por desvios de TSM entre -0,5 °C e 0,5 °C.
A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para permanência das condições de Neutralidade durante o trimestre agosto, setembro, outubro de 2025, com probabilidade de 62%.
PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO AGOSTO, SETEMBRO E OUTUBRO DE 2025
As previsões climáticas para os próximos três meses, de acordo com o modelo do Inmet, são apresentadas na figura abaixo. O modelo indica a ocorrência de chuvas próximas ou acima da média em áreas das Regiões Norte e Nordeste, sul de Mato Grosso do Sul, centro-norte de Minas Gerais, além da Região Sul, favorecendo a manutenção da disponibilidade hídrica nessas áreas. Por outro lado, há maior probabilidade de chuvas inferiores à média em grande parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, bem como em áreas do sul da Amazônia e leste de alguns estados da Região Nordeste.
Analisando separadamente cada região do país, a previsão indica chuvas acima da média no Amapá, norte do Pará, oeste do Amazonas e parte do Tocantins, principalmente em outubro. Nas demais áreas, são previstas chuvas próximas ou abaixo da média, com destaque para o centro-sul do Pará. Embora o armazenamento de água no solo ainda se mantenha elevado na porção norte da região, em virtude das chuvas dos últimos meses, a parte sul já apresenta redução nos níveis de umidade do solo em áreas do sudeste do Pará e Tocantins, e a previsão é que haja uma ampliação da área entre agosto e setembro.
Na Região Nordeste, a previsão é de chuvas acima da média em grande parte da região, principalmente em outubro. Em agosto e setembro, há chances de chuvas irregulares no interior da região, além de redução de chuvas na costa leste. Ressalta-se que, ainda existe a possibilidade de redução dos níveis de umidade no interior da região nestes próximos dois meses.
Para as regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas próximas e abaixo da média, exceto em áreas do sul e leste de Mato Grosso do Sul, sul de São Paulo e centro-norte de Minas Gerais, onde são previstas chuvas ligeiramente acima da média. Desta forma, com a redução das chuvas ao longo do trimestre, ainda existe a uma diminuição dos níveis de umidade do solo. Não se descartam episódios de chuvas no leste da Região Sudeste, devido à passagem de frentes frias.
Em grande parte da Região Sul, são previstas chuvas próximas e acima da média, que irão manter os níveis de umidade do solo elevados nos próximos meses. Em áreas pontuais no norte do Paraná e sul do Rio Grande do Sul, são previstas chuvas ligeiramente abaixo da média histórica.
Quanto às temperaturas, devem permanecer próximas e acima da média histórica em grande parte do Brasil. Nas Regiões Norte e Nordeste, as temperaturas podem superar os 28 °C. Nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste, as temperaturas médias devem variar entre 25 °C e 28 °C, exceto no sul do Mato Grosso do Sul, leste de São Paulo, bem como no sul de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, onde as temperaturas podem ficar abaixo de 23 °C. Na Região Sul, as temperaturas podem ser mais amenas, com valores menores que 20 °C, exceto no norte do Paraná, onde podem chegar aos 25 °C. Nas áreas serranas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e São Paulo, as temperaturas podem ser inferiores a 15 °C devido à passagem de massas de ar frio que ainda podem ocorrer nos próximos meses.
Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet (https://portal.inmet.gov. br).
Confira o Acompanhamento da Safra brasileira de grãos v.12 – safra 2024/25, n°11 completo, clicando aqui!
Fonte: Conab
Sustentabilidade
Após cair por ampla oferta, Chicago segue dólar fraco e fecha em alta no milho – MAIS SOJA

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou a sessão de hoje com preços altos. O mercado chegou a cair no início do dia, em linha com o quadro fundamental de ampla oferta, mas a fraqueza do dólar frente a outras moedas reverteu este cenário. Além disso, compras por parte de fundos especuladores associadas a fatores técnicos também contribuíram para os ganhos.
Na sessão, os contratos com entrega em dezembro de 2025 fecharam com alta de 0,54%, ou 2,25 centavos, cotados a US$ 4,13 por bushel. Os contratos com entrega em março de 2026 fecharam com avanço de 2,00 centavos, ou 0,46%, cotados a US$ 4,29 1/4 por bushel.
Fonte: Pedro Diniz Carneiro – Safras News
Sustentabilidade
Intervalo entre a dessecação e a semeadura: qual o tempo ideal? – MAIS SOJA

O controle das plantas daninhas na pré-semeadura das culturas agrícolas é crucial para reduzir a matocompetição inicial, e assim reduzir a interferência das espécies daninhas no desenvolvimento inicial das lavouras. Dentre as estratégias de manejo disponíveis para isso, destacam-se a dessecação pré-semeadura, por meio do emprego de herbicidas químicos.
A dessecação pré-semeadura, ou dessecação antecipada, pode ser compreendida como a aplicação de herbicidas químicos com o objetivo de eliminar plantas daninhas antes da instalação da cultura principal. Além do controle de plantas espontâneas, essa prática também é amplamente utilizada no manejo de culturas de cobertura, favorecendo a formação de um ambiente mais limpo e uniforme para a semeadura e o estabelecimento da cultura sucessora.
Em situações mais complexas, caracterizadas por altas infestações de plantas daninhas e/ou por populações em estádios mais avançados de desenvolvimento, pode ser necessário realizar aplicações sequenciais de herbicidas na pré-semeadura para alcançar um controle eficaz. A escolha do produto deve considerar as espécies presentes, já que diferentes herbicidas apresentam espectros de controle distintos. Além disso, é fundamental avaliar o efeito residual da molécula utilizada, garantindo que não haja interferência negativa na germinação e no desenvolvimento inicial da cultura sucessora.
Figura 1. Plantas de buva remanescentes da dessecação pré-semeadura.
Determinados herbicidas utilizados na dessecação pré-semeadura da soja podem exercer influência negativa sobre o desenvolvimento das plântulas, caso as recomendações de manejo quanto ao intervalo entre pulverização e semeadura não sejam respeitadas. Esse efeito é oriundo da residualidade do herbicida no solo, fato popularmente conhecido como carryover. O carryover é o efeito residual prolongado no solo, que consiste na persistência do produto em níveis que podem prejudicar o desenvolvimento de culturas subsequentes.
O herbicida 2,4-D por exemplo, apresenta elevado potencial em causar danos á soja, caso seja indevidamente manejado na dessecação pré-semeadura (figura 2). Para mitigar os danos, recomenda-se que o intervalo entre a aplicação do 2,4-D e a semeadura da soja não seja inferior a 7-10 dias. Tais recomendações são importantes, para proporcionar um controle eficiente das plantas daninhas, sem causar danos a cultura da soja (Martin et al., 2022).
Figura 2. Injuria durante a emergência da cultura da soja. Sintomas de fitotoxidade por mimetizadores de auxina 2,4-D, Dicamba, Garlon, Tordon, etc. (Folhas deformadas).

de fitotoxicidade em soja. Para evitar esse efeito, deve-se seguir as orientações quanto a dose, condições climáticas e ambientais para pulverização e época de aplicação, especialmente no sistema plante-aplique, em que esses herbicidas são aplicados após a semeadura da soja.
Embora o intervalo entre a dessecação pré-semeadura e a semeadura varie conforme o herbicida utilizado e a dose aplicada, de acordo com Hermani (2021), recomenda-se realizar a dessecação pré-semeadura da soja pelo menos de 15 a 20 dias antes da semeadura. Esse período permite que as plantas daninhas alcancem o estágio ideal para um controle eficiente, potencializando a eficácia do herbicida e reduzindo a competição inicial com a cultura.
Contudo, é fundamental destacar que cada herbicida possui um intervalo de segurança específico que deve ser rigorosamente respeitado entre a aplicação e a semeadura. Para algumas moléculas, como Mesotrione, Atrazina e Iodosulfuron, esse intervalo pode ser significativamente maior, chegando a até 90 dias, a fim de evitar fitotoxicidade e garantir o estabelecimento adequado da soja. Logo, o tempo ideal entre a dessecação e a semeadura varia de acordo com o(s) herbicida(s) utilizado(s).
Tabela 1. Intervalo entre a aplicação de herbicidas e a semeadura das culturas do milho, trigo, soja e feijão.
Tabela 2. Intervalo entre a aplicação de herbicidas e a semeadura das culturas do milho, trigo, soja e feijão.
Nesse contexto, posicionar adequadamente os herbicidas no manejo pré-semeadura é determinante não só para um controle eficiente das plantas daninhas, como também para evitar a fitotoxicidade oriunda dos herbicidas. Além disso, deve-se atentar para o histórico de aplicações de herbicidas nas áreas agrícolas, considerando a residualidade dos herbicidas utilizados no programa de manejo e as culturas sucessoras, evitando o cultivo de culturas sensíveis após a aplicação de herbicidas de longa residualidade. Sendo assim, deve-se sempre seguir as orientações técnicas presente na bula do herbicida e as orientações de manejo para a cultura.
Referências:
HERMANI, L. C. SISTEMA PLANTIO DIRETO: SUBSISTEMA SOJA. Embrapa, 2021. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/agencia-de-informacao-tecnologica/tematicas/sistema-plantio-direto/agrossistemas/sistema-santanna/producao/subsistema-soja?_ga=2.52221152.813319080.1701776449-1900144807.1687386007 >, acesso em: 13/10/2025.
MARTIN, T. N. et al. INDICAÇÕES TÉCNICAS PARA A CULTURA DA SOJA NO RIO GRANDE DO SUL E EM SANTA CATARINA, SAFRAS 2022/2023 E 2023/2024. 43° Reunião de Pesquisa de Soja da Região Sul. Editora GR, Santa Maria – RS, 2022. Disponível em: < https://drive.google.com/file/d/1lKQ3TVyZpKwIuWd9VbFHAyhDRKn0itT0/view >, acesso em: 13/10/2025.
WERLE, R.; OLIVEIRA, M. C. Chave para Identificação de Injúrias Causadas por Herbicidas. University of Wisconsin-Madison UW-Extension, WiscWeeds, 2018. Disponível em: < https://maxweeds.rbind.io/pt/post/chave_id-herbicida/2018-herb-pt.pdf >, acesso em: 13/10/2025.
Sustentabilidade
Chuvas em MT? Sojicultores aguardam precipitações para avançar no plantio

Os produtores de Querência, no leste de Mato Grosso, iniciaram, nesta semana, o plantio da safra 2025/26 de soja. Agora, a expectativa é que o ritmo dos trabalhos avance rapidamente na região.
Segundo o Sindicato Rural do município, cerca de 10% da área estimada em 450 mil hectares já foi plantada após o retorno das chuvas irregulares.
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De acordo com o presidente do Sindicato, Osmar Frizo, o plantio de soja está com um atraso de cinco dias em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, com a previsão de novas precipitações a partir do dia 20, a expectativa é de que os produtores consigam compensar a lentidão.
Se as condições climáticas permanecerem favoráveis, Frizo acredita que a região poderá registrar um rendimento médio próximo ao obtido em 2024/25, de 3.900 quilos por hectare.
Plantio de soja em MT
Um levantamento da consultoria Safras & Mercado indica que o plantio da safra 2025/26 em Mato Grosso deve alcançar 12,83 milhões de hectares, um aumento de 1,7% frente aos 12,62 milhões de hectares cultivados na temporada passada.
Até sexta-feira (19), o avanço era de 1% da área no estado. No mesmo período do ano passado, o plantio ainda não havia começado, enquanto a média dos últimos cinco anos para a data é de 1,3%.
Produção esperada
A produção esperada de soja no estado é de 49,787 milhões de toneladas em 2025/26, uma queda de 2,1% em relação às 50,855 milhões de toneladas da safra 2024/25. O rendimento médio projetado é de 3.900 quilos por hectare, abaixo dos 4.050 quilos por hectare colhidos na temporada anterior.
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