Agro Mato Grosso
Setor de soja tem como desafio aumentar a produção com maior proteção ambiental

Especialistas acreditam que produtores conseguirão superar produtividade de 300 sacas por hectare
A produção global de soja precisará crescer nas próximas décadas para abastecer a cadeia de proteínas animais e garantir a segurança alimentar da população. Para isso, os produtores têm dois caminhos, aumentar a área plantada ou a produtividade por hectare. Mas isso precisa ser feito aumentando também a proteção ambiental, na avaliação de Tuneo Sediyama, professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e melhorista de plantas da Soygene.
“Não tenho dúvidas de que nós vamos conseguir superar a produtividade de 300 sacas por hectare, com mudanças que vão acontecer nos próximos anos”, afirmou Sediyama, considerado um dos principais nomes da pesquisa de melhoramento de soja.
A produtividade média atualmente é de 60,5 sacas por hectare. Ele citou como mudanças que vão acontecer no mercado de soja a adoção de manejo mais adequado com práticas de agricultura regenerativa, adoção de fertilizantes alternativos e de menor custo, uso de produtos biorreguladores mais eficientes, desenvolvimento de variedades mais tolerantes a adversidades climáticas, resistentes a pragas e doenças, com melhores níveis de fotossíntese e menos uso de fertilizantes, entre outras mudanças.
O engenheiro-agrônomo Romeu Afonso de Souza Kiihl, considerado o “pai da soja tropical”, responsável por desenvolver mais de 150 variedades de soja em 60 anos dedicados à área, disse ver um futuro muito interessante para o melhoramento genético da soja.
“Tem muita coisa para se fazer em soja. A quantidade de genes disponíveis nos bancos de germoplasma é gigantesca. Se tiver gente trabalhando, vamos fazer grandes progressos, porque as ferramentas disponíveis hoje são poderosas. Onde uns veem desafios eu vejo oportunidades”, afirmou Kiihl.
Kiihl citou como um dos desafios que podem ser resolvidos em breve é a questão da queda do teor de proteína da soja à medida que a planta cresce em produtividade.
Rodolfo Rossi, presidente da Associação da Cadeia da Soja Argentina (ACSoja), disse que na Argentina não há tantos questionamentos sobre desmatamento como no Brasil e, por isso, o país vê oportunidades para expandir a área plantada com soja e também de melhorar a produtividade com o desenvolvimento de novas variedades.
Em relação aos desafios do setor, Rossi cita a carga tributária alta e o desrespeito à propriedade intelectual, com grande volume de uso de sementes pirateadas.
“Por causa dos problemas com a propriedade intelectual, temos visto uma queda dos investimentos em melhoramento genético pelas empresas. O número de lançamentos também diminuiu. Falta uma política pública que promova a produção de forma mais sustentável”, disse Rossi.
Gerardo Bartolomé, presidente do Grupo Don Mario (GDM), considerou que o futuro do melhoramento da soja passa pela adoção de novas tecnologias, como uso de inteligência artificial, edição gênica, ciência de dados.
Silvia Massruhá, presidente da Embrapa, defendeu avanços na agricultura de baixo carbono. “Em 50 anos, o Brasil cresceu a área plantada em 140% e a produção de grãos em 580%. Nossa agricultura já é sustentável, temos agora que avançar na agricultura de baixo carbono”, disse.
Os executivos participaram da cerimônia de abertura do X Congresso Brasileiro da Soja 2025, realizado pela Embrapa Soja, em Campinas (SP) entre os dias 21 e 24 de julho.
*A Embrapa forneceu a hospedagem
Agro Mato Grosso
Três trabalhadores morrem após acidente com rolo compressor em obras de duplicação da BR-163 em MT

Dois morreram ainda no local e um terceiro foi encaminhado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Causas são investigadas.
Três trabalhadores da concessionária Nova Rota do Oeste morreram nesta quarta-feira (10) após um acidente envolvendo um rolo compressor usado nas obras de duplicação da BR-163, no Km 729, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá.
Segundo informações preliminares da Polícia Rodoviária Federal, o rolo compressor teria passado sobre os trabalhadores. O acidente aconteceu fora da rodovia. (video abaixo)
Dois morreram no local e um terceiro funcionário foi encaminhado ao hospital em estado grave, mas não resistiu aos ferimentos.
VIDEO:
As vítimas foram identificadas como Iury da Silva, Francisco de Albuquerque e Jordel Freitas. Os três foram contratados a menos de um mês pela concessionária.
A Nova Rota do Oeste informou, em nota, que lamenta a morte dos funcionários e que atendeu a ocorrência assim que acionada. A concessionária disse que colabora com a investigação.
A Polícia Rodoviária Federal, Politec e Polícia Civil investigam o caso.
Agro Mato Grosso
Professores enfrentam dificuldades em políticas públicas com falta de dados oficiais sobre uso de terras em MT

Levantamento não é atualizado há cinco anos pelo IBGE, o que obriga especialistas a cruzarem informações de diferentes instituições. Com isso, país chega à COP30 sem informações oficiais sobre avanço do agro e do tecido urbano.
Professores que estudam o uso da terra em Mato Grosso enfrentam dificuldades ao terem que cruzar informações de diferentes instituições para acompanhar o avanço do agronegócio e do tecido urbano. Isso porque os dados oficiais deste tipo de estudo não são atualizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) há cinco anos.
🔍Essas informações são usadas para planejar e subsidiar a formulação de políticas públicas em diversas áreas nas cidades, tanto por especialistas quanto por autoridades. E são utilizadas sobretudo em escolas.
Na última atualização do estudo do IBGE, Mato Grosso lidera o ranking de estado em que houve avanço de áreas agrícolas com (18,1%), seguido por São Paulo (14,9%), Rio Grande do Sul (14,3%) e Paraná (10,5%) com os maiores percentuais de terras nessa classe, em relação ao total do país.
O estudo também mostrou, que entre 2018 e 2020, o uso da terra no país foi alterado em área equivalente à de Alagoas e do Rio de Janeiro. Desde então, os dados não foram mais atualizados.
Com isso, o país chega às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que acontece em novembro em Belém (PA), sem dados oficiais sobre o manejo da terra.
O IBGE foi procurado para entender o motivo da descontinuidade do estudo, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Para contornar esse problema, especialistas e professores recorrem ao cruzamento de dados de diferentes instituições, como Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). (veja imagem abaixo).
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Especialistas precisam cruzar dados de diferentes instituições para monitorar uso da terra — Foto: Imea
Os dados, porém, geralmente são feitos por imagens automáticas de satélites, conforme metodologia do MapBiomas. Mas fotos de satélites não contam toda a história por trás de um desmatamento, por exemplo. É o que aponta Camila de Faria, professora do departamento de Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
“Tem uma área que está aumentado a extração de madeira seletiva, porque a imagem do MapBiomas não aparece, porque não gera um hectare de desmatamento, e sim gera uma imagem de estrada e isso não aparece na leitura. Então, tem que fazer mais um cruzamento de informação para ter certeza do que se está vendo”, afirmou.
Ela também menciona os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Chegamos sem dados oficiais na COP 30. Claro que temos dados do Inpe sobre desmatamento, mas não sabemos para que se está sendo desmatado. Temos que pensar tudo isso articulado, porque falta política de articulação entre dados.”
Impactos
A falta de dados oficiais produzidos pelo IBGE sobre o uso e monitoramento da terra também traz efeitos econômicos, segundo a professora de pós-graduação em Geografia da Universidade do Estado de Mato Grosso (PPGGeo Unemat), Sandra Mara Alves da Silva Neves.
“Esses dados implicam ainda em defasagem no planejamento dos setores econômicos, que dependem de avaliações sistematizadas para a organização de suas cadeias produtivas”, afirmou.
A economia do estado gira em torno da terra. Para se ter uma ideia, Mato Grosso deve bater um novo recorde de produção com 101,5 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/2025, e superar as 100 milhões de toneladas na temporada de 2023, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Outro aumento visto no estado é da área plantada, que saiu de 12,3 milhões de hectares para 12,7 milhões, alta de 2,9%.
Tecido urbano
A área agrícola não é a única que avança. O número de habitantes também cresce e já coloca Mato Grosso como 16º maior estado do país, com 3,84 milhões de pessoas.
“As cidades cresceram, com expansão do tecido urbano. Se for pensar com o último censo, elas cresceram em número de pessoas e em tecido urbano. Por exemplo, Sinop dobrou de tamanho nos dois sentidos, e isso promove outra dinâmica no território”, destacou Faria.
🔍Tecido urbano: termo usado para descrever uma cidade que cresce tanto populacionalmente quanto em área urbanizada.
A falta dos dados oficiais atinge até mesmo a prevenção de impactos ambientais, segundo Neves.
“É fundamental, pois subsidia os planejamentos e as tomadas de decisões, que, muitas vezes, implicam na necessidade de ações de prevenção de impactos ambientais, como os climáticos, perda de biodiversidade, na poluição do ar, da água e dos solos, na desertificação. Medidas mitigadoras dos impactos que atingem de forma acentuada nas condições de vida dos povos indígenas, as comunidades tradicionais, ribeirinhas, morroquianas, quilombolas, entre outras”, afirmou.
O que aconteceu com o IBGE?
No começo deste ano, o IBGE foi marcado por uma crise interna entre os servidores e o atual presidente, Marcio Pochmann. A insatisfação teve origem na criação do IBGE+, que logo foi suspenso por causa da repercussão negativa.
Outro ponto de desgaste foi a criação de um mapa-múndi invertido, que também desagradou os servidores, dizendo que o mapa mais distorce do que informa.
Além disso, mais de 600 servidores, incluindo diretores, assinaram uma carta aberta pedindo a destituição de Pochmann. Eles alegam sofrerem autoritarismo dentro da instituição.
Agro Mato Grosso
Piloto foge após pouso forçado de avião carregado com droga em MT; vídeo

Foram encontrados ainda, galões de combustível, que seriam utilizados para o abastecimento da aeronave.
Um avião de pequeno porte que carregava fardos de cocaína foi apreendido pela Polícia Militar, após informações de que a aeronave teria pousado próximo a uma fazenda na região de Toriqueje, na zona rural de Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá, nesta terça-feira (9). O piloto fugiu.
No local, a equipe encontrou o avião danificado e sem carga aparente. No entanto, durante buscas realizadas na área, os policiais encontraram diversos fardos com a droga (assista abaixo).
Segundo a polícia, produtores rurais relataram que o piloto realizou um pouso forçado e fugiu em direção à região de mata, com apoio de um carro. Foram encontrados ainda, galões de combustível, que seriam utilizados para o abastecimento da aeronave.
VIDEO:
A Polícia Civil também esteve no local e acionou a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) para investigar tanto a aeronave quanto a substância encontrada.
Um guincho foi providenciado para a apreensão do avião, que foi encaminhado, junto com a carga, para as autoridades.
Além da Polícia Civil, o caso será investigado pela Polícia Federal como tráfico internacional de drogas.
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Avião de pequeno porte carregava fardos de cocaína — Foto: Polícia Militar
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