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Inpe: alertas de desmatamento na Amazônia sobem 27% no 1º semestre | MT

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O acumulado de alertas de desmatamento durante os primeiros seis meses do ano na Amazônia Legal está em 2.090,38 km², segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

📉 Quando comparado com o mesmo período do ano passado, o índice representa um aumento de aproximadamente 27%, quando os alertas somaram 1.645,94 km². Os números foram divulgados na manhã desta sexta-feira (11) pelo Inpe.

🌱 A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

É a primeira vez que o índice sobe no período correspondente ao terceiro mandato do presidente Lula (PT). Os alertas são feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).

Ele produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²) – tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

Por isso, os números podem ter alteração até a finalização da análise dos dados pelo Inpe, que costuma rever a influência de fatores como a cobertura de nuvens na medição das taxas.

Ainda segundo os dados do Deter, a Amazônia teve 458 km² de área sob alerta de desmatamento em junho. É o menor número já registrado para o mês desde o início da série histórica.

☁️ Ao mesmo tempo, porém, o monitoramento enfrentou o maior índice de cobertura de nuvens para junho, o que pode esconder parte da devastação.

Mato Grosso, Pará e Amazonas lideraram o ranking de áreas mais afetadas: juntos, somaram mais de 400 km². Só o Mato Grosso respondeu por quase metade do total, com 206 km².

No acumulado dos seis primeiros meses de 2025, o Mato Grosso também encabeça a lista dos estados que mais perderam floresta: foram 1.097 km² derrubados, alta de 141% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Segundo o Deter, quase 40% do desmatamento detectado entre 1º e 27 de junho ocorreu em áreas sem definição clara de uso, como florestas públicas não destinadas (17,5%) e terras sem registro fundiário (21,4%).

Ainda assim, a maior parte da devastação ocorreu em propriedades privadas, que concentraram 43,5% dos alertas em junho.

E essa tendência se repete no semestre: até 27 de junho, donos de terras privadas foram responsáveis por 795 km² de desmatamento — 39% do total, um salto de 81% em relação aos 439 km² do mesmo intervalo em 2024.

Para Ana Clis Ferreira, porta-voz de Florestas do Greenpeace Brasil, o aumento do desmatamento na Amazônia neste primeiro semestre pode estar relacionado a uma expectativa de retrocesso nas políticas ambientais, especialmente no Mato Grosso, estado que lidera os índices de destruição neste ano.

Ela aponta que acordos importantes, como a Moratória da Soja, vêm sofrendo pressões políticas e jurídicas. Além disso, alerta para o risco de afrouxamento nas regras de licenciamento ambiental, com a possível aprovação do Projeto de Lei 2159/2021, apelidado por ambientalistas de “PL da Devastação”.

“A Moratória da Soja tem sido central para conter o avanço da destruição na cadeia da soja, mas está sendo atacada. E o PL da Devastação pode piorar ainda mais a situação, ao facilitar a expansão do desmatamento”, afirma Ferreira.

 

Queda no Cerrado

 

Já no Cerrado, o total de áreas sob alertas de desmatamento apresentou uma queda de 9.8% no mesmo período.

No ano passado, de janeiro a junho o bioma registrou 3.724,3 km² de áreas devastadas. Já este ano, foram 3.358,3 km².

Apesar da queda, na contramão da redução do desmatamento em outros biomas, o Cerrado vem perdendo historicamente vegetação e é o bioma mais desmatado no país. Muito dessa destruição, acontece com o uso do fogo, em incêndios descontrolados.

Há alguns anos especialistas apontam inclusive que o bioma sofre a com falta de atenção política e orçamentária, mesmo sendo uma região estratégica para a segurança hídrica, climática e alimentar do país.

O Cerrado, por exemplo, abriga as nascentes das principais bacias hidrográficas brasileiras, mas perde cobertura nativa mais rapidamente que a Amazônia.

Deter x Prodes

🚨 Os alertas de desmatamento são feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

Deter, contudo, não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo.

A medição oficial do desmatamento, feita pelo sistema Prodes, costuma superar os alertas sinalizados pelo Deter.

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Governo libera R$ 150 milhões do Fundo Amazônia para combater incêndios no Cerrado e Pantanal

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O governo federal aprovou na última quinta-feira (17) a liberação de R$ 150 milhões do Fundo Amazônia para ações de prevenção e combate ao fogo no Cerrado e no Pantanal.

Essa é a primeira vez que o Fundo Amazônia destina recursos diretamente relacionados contra queimadas para fora da Amazônia Legal, apesar de as regras do fundo já permitirem esse tipo de aplicação.

O anúncio foi feito nesta sexta-feira (18) pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que coordena a gestão do fundo.

Os recursos não reembolsáveis fazem parte do projeto “Manejo Integrado do Fogo”, elaborado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e aprovado pelo Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA).

A proposta prevê a compra de caminhonetesdronesbombastanques de água e outros equipamentos para reforçar a atuação dos Corpos de Bombeiros, brigadas comunitárias e da Força Nacional.

A verba será destinada aos estados de PiauíBahiaMinas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, regiões com áreas significativas dos biomas Cerrado e Pantanal. As ações devem ocorrer em três escalas:

  • Local, com fortalecimento de brigadas formadas por moradores;
  • Estadual, com estruturação dos Corpos de Bombeiros;
  • Interestadual, com apoio da Força Nacional em operações integradas.

“O avanço dos incêndios florestais e das queimadas não autorizadas em biomas como o Cerrado e o Pantanal tem exigido uma resposta emergencial e integrada do Estado brasileiro”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

📝MEDIDA LEGAL: Embora o nome sugira foco exclusivo na Amazônia, o regulamento do Fundo Amazônia permite que até 20% dos recursos sejam aplicados em outros biomas, principalmente quando se trata de emergências ambientais.

O próprio fundo já havia financiado projetos de Cadastro Ambiental Rural (CAR) em estados como Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Apesar disso, a decisão só veio depois do colapso ambiental de 2024, quando o Cerrado perdeu 9,7 milhões de hectares e o Pantanal teve 1,9 milhão de hectares consumidos pelo fogo, segundo o governo federal.

Apesar do reforço, o próprio governo reconhece que a verba não substitui os investimentos voltados à Amazônia.

Desde 2023, o fundo já aprovou R$ 405 milhões para ações nos nove estados da Amazônia Legal, sendo R$ 370 milhões já contratados.O bioma é essencial para a segurança hídrica do país, por abrigar as nascentes das principais bacias hidrográficas brasileiras, mas segue sem prioridade política compatível com sua importância ecológica.

No caso do Pantanal, o cenário é ainda mais crítico: 62% do bioma já foi atingido pelo fogo desde 1985, segundo o MapBiomas.

Para que o Brasil tenha uma governança do fogo à altura dos desafios impostos pela mudança do clima, é crucial que todos os entes federativos estejam fortalecidos em suas capacidades para cumprir com suas atribuições, de acordo com a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo.
— Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

Criado em 2008 e coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e da Mudança Climática, o Fudno é considerado uma iniciativa pioneira na área. — Foto: Fundo Amazônia/Divulgação

Criado em 2008 e coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e da Mudança Climática, o Fudno é considerado uma iniciativa pioneira na área. — Foto: Fundo Amazônia/Divulgação

Entenda o que é o Fundo Amazônia

Fundo Amazônia é uma iniciativa do governo brasileiro que tem como objetivo captar doações para financiar ações voltadas à prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, além de promover a conservação e o uso sustentável principalmente da Amazônia Legal.

Criado em 2008 e coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e da Mudança Climática, é considerado uma iniciativa pioneira na área pois:

  • Reúne doações internacionais para financiar ações de redução de emissões provenientes da degradação florestal e do desmatamento;
  • Apoia comunidades tradicionais e ONGs que atuam na região;
  • fornece recursos diretamente para estados e municípios para ações de combate ao desmatamento e a incêndios.

Um dos projetos apoiados, o Sentinelas da Floresta, fortalece a produção da castanha no Mato Grosso. Beneficiou 300 famílias na primeira etapa, mas em 2019 não recebeu nenhuma verba do BNDES, que administra os recursos e aprovou o projeto em 2018.

Outro projeto apoiado é o Origens Brasil. A iniciativa apoia ribeirinhos da Reserva Extrativista Rio Iriri, no Pará, que conseguem renda com a extração do látex do seringal, do óleo de babaçu ou de copaíba, da castanha do Pará e do artesanato. Da região, os produtos são encaminhados para várias partes do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo.

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Área de preservação é incendiada duas vezes em menos de 24h em MT

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Uma área de preservação ambiental localizada no bairro Vertente das Águas, em Primavera do Leste, a 240 km de Cuiabá, foi atingida por dois incêndios consecutivos em menos de 24 horas. A suspeita é de que as ocorrências tenham sido causadas de forma criminosa, segundo o Corpo de Bombeiros.

O primeiro chamado ocorreu por volta das 19h30 de quinta-feira (17). De acordo com os bombeiros, o fogo se espalhou rapidamente e consumiu cerca de cinco hectares de mata. Foi necessário o uso de cinco mil litros de água, além de equipamentos como soprador e mangotinho para conter as chamas.

Mesmo após o combate, a equipe realizou rondas e rescaldo em toda a área. No entanto, menos de 24 horas depois, na noite de sexta-feira (18), os militares foram novamente acionados, dessa vez para outra parte da mesma área verde. No segundo incêndio, mais três hectares foram destruídos.

Os bombeiros usaram o canhão da viatura de combate e, novamente, mais cinco mil litros de água para conter as chamas. O local voltou a ser monitorado após o combate, e a ocorrência foi encerrada sem novos focos.

As duas ocorrências aconteceram em uma área de preservação permanente da cidade. Os bombeiros informaram que não encontraram causas naturais que justificassem os dois incêndios em sequência, o que reforça a suspeita de ação criminosa. O caso deve ser encaminhado para investigação.

Bombeiros foram acionados para combater o incêndio em Primavera do Leste (MT) — Foto: Corpo de Bombeiros

Bombeiros foram acionados para combater o incêndio em Primavera do Leste (MT) — Foto: Corpo de Bombeiros

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Batalhão Ambiental aplica cerca de R$ 69 milhões em multas no primeiro semestre de 2025

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As equipes realizaram operações de fiscalização próprias e de apoio às outras instituições, nos 142 municípios, dos 15 Comandos Regionais

O Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental de Mato Grosso (BPMPA) aplicou cerca de R$ 69 milhões em multas e apreendeu 35 máquinas em ações de combate e enfrentamento ao desmate ilegal no primeiro semestre deste ano em todo o Estado. As equipes realizaram operações de fiscalização próprias e de apoio às outras instituições, nos 142 municípios, dos 15 Comandos Regionais.

Somente nos seis primeiros meses de 2025, os policiais militares recuperaram 1.595m³ de madeira extraída de maneira irregular, apreenderam 22 caminhões, cinco motosserras e 16 caminhões reboques/semi reboques. As equipes registraram 670 boletim de ocorrência, 23 Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), 79 termos de embargo, 59 de apreensão, 13 de destruição e outros cinco de doação.

O comandante do Batalhão Ambiental da PM, tenente coronel Fagner Augusto do Nascimento, afirmou que as ações de enfrentamento e combate aos crimes ambientais foram intensificadas a partir do Programa Tolerância Zero, criado pelo Governo de Mato Grosso, e das diversas entregas de viaturas, armamentos, equipamentos de proteção e recursos tecnológicos, que proporcionam melhores condições de trabalhos aos policiais militares, principalmente em locais de difícil acesso e distantes de zonas urbanas.

As equipes da unidade especializada atuam em operações próprias e em apoio à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outras instituições para proteger a fauna e a flora em Mato Grosso.

“Essas ações têm sido bastante exitosas para preservação do meio ambiente, fauna e flora do nosso Estado. Além disso, os importantes investimentos por parte do governador Mauro Mendes reforçam as forças de segurança e contribuem para uma patrulhamento tático e ostensivo mais preciso, principalmente em áreas de difícil acesso. Nossas equipes realizam diversas ações para enfrentamento e prevenção de crimes ambientes em Mato Grosso”, afirmou o tenente-coronel Fagner Augusto do Nascimento.

Ainda nos seis primeiros meses do ano, os policiais militares registraram 125 Autos de Infração, apreenderam outros 13 veículos, 85 quilos de iscas, 126 quilos de pescados irregular e 265 apetrechos utilizados em pescas. Os militares recolheram 52 redes, 13 tarrafas, três pinhéis e sete quilos de entorpecentes. Além disso, equipes do BPMPA resgataram 665 animais.

[Foto – Lenine Martins/Sesp]

Em junho, a Polícia Militar de Mato Grosso recebeu a entrega do segundo lugar do Prêmio Brasil+, concedido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em reconhecimento às ações desenvolvidas pelo Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental no combate aos crimes contra o meio ambiente. A honraria foi entregue pela secretária estadual de Meio Ambiente, Mauren Lazzareti.

“Esse reconhecimento demonstra total empenho e dedicação dos policiais militares de Mato Grosso. A unidade é, ainda, referência no país para outras instituições com Curso de Operações Fluviais, que já formou agentes da segurança de vários estados brasileiros”, ressaltou o tenente-coronel Fagner Augusto do Nascimento.

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