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Sustentabilidade

Análise Ceema: Diante da guerra entre Israel e Irã, a cotação da soja subiu em Chicago – MAIS SOJA

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Por Argemiro Luís Brum

Diante da guerra entre Israel e Irã, iniciada no dia 13/06, a cotação da soja subiu em Chicago. O grão, para o primeiro mês, fechou a quarta-feira (18) em US$ 10,74/bushel, contra US$ 10,42 uma semana antes. Lembrando que dia 19/06 foi feriado nacional nos EUA. Tem-se aí um aumento de quase 3,1% em quatro dias úteis. Este aumento foi, sobretudo, puxado pela disparada do óleo de soja, o qual acompanhou as fortes altas do petróleo. Afinal, o Irã é importante produtor e exportador do chamado “ouro negro”.

O barril deste combustível subiu cerca de 16 dólares, alcançando pouco mais de US$ 80,00, neste mesmo período de cinco dias. Com isso, o óleo de soja, em Chicago, que estava cotado em 47,61 centavos de dólar por libra-peso, no dia 12/06, véspera dos ataques, subiu para 55,11 centavos no dia 16/06, registrando a mais alta cotação, para o primeiro mês, desde meados de outubro de 2023. Ou seja, uma alta de 15,7% em dois dias. Após, o preço do subproduto cedeu um pouco, fechando a quarta-feira (18) em 54,77 centavos.

Auxiliou, igualmente, para o aumento nos preços do óleo de soja as mudanças nas metas de biocombustíveis nos Estados Unidos. As mesmas ficaram em 3,35 bilhões de de galões para 2025; de 5,61 bilhões para 2026 e de 5,86 bilhões para 2027, segundo a Agrinvest Commodities.

Assim, além dos desdobramentos desta nova guerra envolvendo o Oriente Médio, o mercado segue monitorando a política energética estadunidense. No contexto da guerra, uma das grandes preocupações do mercado mundial é a possibilidade do Irã vir a fechar o Estreito de Ormuz, que é um pedaço de oceano relativamente estreito entre o Golfo de Omã, ao sudeste, e o Golfo Pérsico, ao sudoeste, sendo que na sua costa norte está o Irã, e por onde passa cerca de 20% do transporte marítimo do petróleo mundial.

Vale destacar também que no dia 30/06 teremos o anúncio da área efetivamente semeada nos EUA, assim como o relatório dos estoques trimestrais, posição 1º de junho. Isso pode mexer com o mercado caso, na área, haja mudanças (a intenção de plantio, em março, trouxe uma redução ao redor de 4% na área semeada com soja naquele país).

Dito isso, na semana encerrada em 12 de junho os EUA embarcaram 215.803 toneladas de soja, totalizando 45,4 milhões de toneladas no ano comercial 2024/25. Esse volume total se mantém em 11% acima do exportado no mesmo período do ano anterior.

Já a NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA) informou que o esmagamento de soja nos EUA, em maio, chegou a 5,25 milhões de toneladas, se constituindo em recorde para o mês, com aumento de 5% sobre o esmagado em maio de 2024. A NOPA também informou que, todavia, os estoques de óleo de soja nos EUA, em maio, são os mais baixos em 21 anos, estando 20% menores do que no mesmo período do ano passado.

Por sua vez, o clima continua transcorrendo bem para a nova safra de soja estadunidense, com o plantio da mesma praticamente encerrado. Com isso, se mantém a expectativa de uma colheita um pouco acima das 118 milhões de toneladas. Em tal quadro, o que vem preocupando o mercado nos EUA é que, apesar de estarmos em meados de junho, a China praticamente ainda não comprou nada de soja daquele país, contra 95 navios comprados no mesmo período do ano passado. Assim, as vendas antecipadas de soja estadunidense, relativas a safra 2025/26, são de apenas pouco mais de um milhão de toneladas, para um total esperado, no novo ano comercial, de 49,4 milhões de toneladas. Tem-se aí um potencial baixista importante para os meses futuros, caso a China não altere sua política de compras adotada neste momento. E como os chineses apoiam o Irã, a situação tende a ficar mais difícil diante do apoio irrestrito dos EUA a Israel, inclusive ameaçando entrar, igualmente, na guerra.

Em paralelo, aqui no Brasil, as margens de esmagamento junto às indústrias não é boa, podendo reduzir a trituração anual para um volume entre 55,5 a 56 milhões de toneladas e forçando o país a elevar as exportações para 110 milhões de toneladas sob pena de os prêmios recuarem bastante e os preços internos da oleaginosa recuarem. Estes próximos dois meses serão importantes para definir o quadro externo de compras chinesas.

Em relação ao esmagamento de nossas indústrias de soja, a margem menor obtida vem do fato de que os preços do grão se mantêm ao redor de R$ 107,00 a R$ 121,00/saco junto aos produtores do país (média de R$ 122,26/saco no RS, porém, com as principais praças locais praticando R$ 120,00), enquanto o valor do farelo de soja recua. O óleo, que recuava igualmente, talvez reaja a partir de agora, em função dos reflexos da disparada de sua cotação em Chicago, devido ao conflito Israel x Irã. Lembrando que, de cada grão de soja moído, saem 78% de farelo e 18,5% de óleo.

Ainda sobre as margens das indústrias esmagadoras brasileiras, entre os dias 5 e 12 de junho as mesmas haviam recuado 8,4%, ficando em R$ 370,24/tonelada. Com isso, o retorno financeiro, em relação ao custo da soja, ficou em 18,3% em 12/06, contra 24,7% na mesma época do ano passado, a partir de valores praticados em São Paulo. Lembrando que o mercado interno brasileiro do óleo está muito mais fraco do que o esperado, pois o governo não autorizou o aumento da mistura do biodiesel de 14% para 15% ao diesel fóssil (cf. Cepea). Além disso, o impacto dos aumentos do óleo no exterior são pequenos já que o Brasil exporta apenas cerca de um milhão de toneladas de óleo de soja por ano nestes últimos tempos (1,4 milhão de toneladas estimadas para 2025/26, segundo o último relatório de oferta e demanda do USDA, do dia 12/06).

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

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Sustentabilidade

Chicago/CBOT: A soja fechou de forma mista poucas notícias sobre compras da Chin – MAIS SOJA

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Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 11/11/2025
FECHAMENTOS DO DIA 11/11

O contrato de soja para novembro fechou em baixa de 0,25% ou $ -2,75 cents/bushel, a $1113,25. A cotação de janeiro encerrou em baixa de 0,24% ou $ -2,75 cents/bushel, a $1127,25. O contrato de farelo de soja para dezembro fechou em baixa de 0,97% ou $ -3,1/ton curta, a $ 316,9. O contrato de óleo de soja para dezembro fechou em alta de 1,03% ou $ 0,52/libra-peso, a $ 51,10.

ANÁLISE DO MIX

A soja negociada em Chicago fechou de forma mista nesta terça-feira. Após um começo de sessão em forte baixa, as cotações da oleaginosa conseguiram se recuperar em fecharam perto da estabilidade, com perdas nos contratos mais curtos e pequenos ganhos nos mais longos. A ausência de notícias de compras Chinesas de soja americana, enquanto o mercado permanece aquecido no Brasil preocupa os produtores e exportadores nos EUA.

O fato é que com a recente alta, a soja americana ficou cara para a exportação, onde países que já não buscavam soja no Brasil retornaram aos nossos portos. Apenas o produtor americano está vendendo grandes volumes de soja, liberando seus armazéns. O mercado está começando a se ajustar esperando o relatório WASDE desta sexta-feira.

NOTÍCIAS IMPORTANTES
FALTA DE CONFIRMAÇÃO DA CHINA COMEÇA A PRESSIONAR COTAÇÕES (baixista)

A falta de notícias sobre as compras de soja americana pela China pode começar a pressionar o mercado, já que atingir a meta de vendas de 12 milhões de toneladas até o final de 2025 pode se tornar difícil.

CHINA COMPRA VÁRIOS PRODUTOS BRASILEIROS E NADA DOS EUA (altista para o Brasil, baixista para CBOT)

A Reuters informou que a estatal chinesa Cofco assinou contratos para a compra de soja, óleo de soja, óleo de palma e outros produtos agrícolas brasileiros, totalizando um volume de quase 20 milhões de toneladas e um valor superior a US$ 10 bilhões. “Contratos com empresas como ADM, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus foram assinados na semana passada na Exposição Internacional de Importação da China, em Xangai, informou a Cofco Oils & Oilseeds em um comunicado em sua conta oficial no WeChat. O comunicado não mencionou produtos agrícolas dos EUA”, detalhou a Reuters.

CHINA REDUZ PRODUÇÃO DE SOJA (altista)

O relatório CASDE, da China, reduziu a produção de soja para 20,9 milhões de toneladas, mantendo as importações em 95,8 milhões de toneladas, refletindo a menor demanda do setor suíno.

SOJA BRASILEIRA É MAIS COMPETITIVA (altista para o Brasil, baixista para CBOT)

Os processadores chineses continuam a preferir a soja brasileira, que é mais competitiva em termos de preço e tarifas. A diferença tributária — 13% para a soja americana e 3% para a soja brasileira — mantém o Brasil como o principal fornecedor.

EUA DEPENDEM DA CHINA (baixista)

Analistas do setor privado alertam que os EUA dependerão do retorno da China como compradora, embora, por ora, a demanda permaneça focada na soja brasileira, que oferece preços FOB consideravelmente mais baixos até julho.

À ESPERA DO WASDE (altista)

O mercado aguarda o relatório WASDE do USDA na sexta-feira, que pode incluir uma redução na produtividade da soja.

Fonte: T&F Agroeconômica



 

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Sustentabilidade

Algodão/Cepea: Exportações brasileiras da pluma seguem intensas – MAIS SOJA

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As exportações brasileiras de algodão estão intensas. Em outubro, o volume embarcado foi o maior para o mês e o segundo maior de 2025 (abaixo apenas do de janeiro). Segundo pesquisadores do Cepea, as vendas externas têm sido favorecidas pelos avanços do beneficiamento e do escoamento do amplo excedente interno e pelo preço mais atrativo que o praticado no spot nacional.

Na parcial de 2025 (até a primeira semana de novembro), a quantidade exportada pelo Brasil (de 2,326 milhões de toneladas) já está acima do volume escoado nos 12 meses de anos anteriores, com exceção de 2024, quando chegou em 2,77 milhões de toneladas foram embarcadas – dados da Secex. No entanto, pesquisadores do Cepea indicam que, considerando-se o intenso ritmo diário das exportações nacionais neste mês de novembro, é muito provável que o volume total a ser escoado em 2025 supere o do ano passado, se configurando como um novo recorde anual.

Fonte: Cepea



 

FONTE

Autor:Cepea

Site: CEPEA

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Produtores rurais têm direito à suspensão de dívidas em caso de perda de safra, reafirma decisão judicial do TJRS – MAIS SOJA

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Produtores rurais que enfrentam frustração de safra ou prejuízos climáticos comprovados têm respaldo legal para suspender as cobranças, a apreensão de maquinário agrícola e manter o nome limpo do produtor até a análise definitiva do processo judicial. A interpretação foi reafirmada pela Justiça em uma decisão concedida recentemente (04/11), que determinou a suspensão imediata da cobrança de um financiamento agrícola e a exclusão do produtor dos cadastros de inadimplentes, evitando apreensões ou penhoras durante o processo.

Para o advogado Rafael Caferati, especialista em Direito Agrário e do Agronegócio, Direito Bancário e Direito Securitário, o caso é emblemático e traz um retorno da segurança jurídica para todo o setor: “A decisão reconhece que o produtor não pode ser penalizado quando há perdas comprovadas na produção. A lei garante o direito de prorrogar a dívida rural nesses casos e os bancos têm a obrigação de respeitar esse direito, mas é importante que alguns requisitos sejam preenchidos”, explica Caferati.

No processo em questão, o produtor apresentou laudos agronômicos que comprovaram as perdas e havia feito pedido administrativo de prorrogação, negado pelo banco antes do ajuizamento da ação. A Justiça acolheu os argumentos do produtor rural e garantiu a tranquilidade para continuar a produção enquanto o mérito é analisado.

Segundo Caferati, decisões como essa representam um importante recado para o sistema financeiro e um alento para quem vive do agro: “O produtor precisa de estabilidade para produzir e honrar seus compromissos. Quando as instituições financeiras e cooperativas deixam de considerar as condições climáticas e produtivas, a Justiça se torna o único caminho para restabelecer o equilíbrio contratual”, afirma.

O advogado reforça que cada caso deve ser analisado individualmente, com base em documentos técnicos e na legislação rural vigente.“Nosso escritório segue à disposição para avaliar situações semelhantes e garantir que os direitos dos produtores estejam bem informados e sejam respeitados, especialmente diante das instabilidades climáticas que afetam o agronegócio brasileiro”, conclui Caferati.

Nota: Rafael Caferati é advogado especialista em  Direito Agrário, Bancário, Securitário e Consumidor, com atuação no escritório Jobim Advogados.

Fonte: Assessoria de Imprensa



 

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