Sustentabilidade
Contratação de crédito exige atenção dos produtores diante de armadilhas – MAIS SOJA

O acesso ao crédito no meio rural torna-se, a cada safra, mais desafiador. Diante de instituições financeiras cada vez mais seletivas, rigorosas e envolvidas em procedimentos burocráticos, muitos produtores rurais enfrentam dificuldades para financiar suas atividades no momento e no montante necessários. A limitação de recursos do Plano Safra agrava ainda mais esse cenário, conduzindo os agricultores às opções disponíveis no mercado que, embora aparentem ser soluções rápidas, frequentemente ocultam riscos significativos.
Entre essas alternativas, a Cédula de Crédito Bancário (CCB) tem ganhado espaço, mas pode, em determinadas circunstâncias, transformar-se em um problema grave, sobretudo quando associada a condições financeiras abusivas que comprometam a saúde econômica e até a continuidade da atividade rural.
Conforme explica o advogado Marcos Vinícius Souza de Oliveira, especialista em questões contratuais aplicadas ao agronegócio, e membro do escritório Álvaro Santos Advocacia e Consultoria no Agro, sediado em Jataí/GO, diversas instituições financeiras têm mascarado operações de crédito rural sob a forma de CCBs, em evidente violação à legislação vigente, aos princípios do bom senso e à boa-fé.
Na prática, isso significa a apresentação de contratos rotulados como CCB, mas com cláusulas que evidenciam a destinação dos recursos ao custeio ou investimento agrícola. Essa manobra impõe ao produtor juros muito acima dos limites legais, sendo comuns operações com taxas anuais entre 15% e 22%, valores substancialmente superiores aos admitidos pelo ordenamento jurídico para operações de crédito rural.
Tal conduta é frontalmente incompatível com o Decreto-Lei nº 167/67 e a Lei nº 4.829/65, normas que regulam o crédito rural e estabelecem limites claros para juros e encargos incidentes sobre essas operações. “A legislação é inequívoca: finalidade rural exige contrato rural. Contudo, bancos, cientes de sua superioridade negocial e da vulnerabilidade do produtor na busca por financiamento, impõem CCBs com taxas muito superiores ao limite de 12% ao ano, desconsiderando completamente os parâmetros legais”, destaca Oliveira.
Entretanto, no Direito, a essência contratual prevalece sobre a forma. Assim, ainda que o instrumento seja denominado CCB, caso os recursos possuam destinação rural, deve-se aplicar obrigatoriamente o regime jurídico do crédito rural. “Muitos produtores desconhecem as leis e especialmente seus direitos, e acabam submetidos a juros extorsivos. Essa prática corrói a margem de lucro, inviabiliza a adimplência e, em inúmeros casos, aprofunda o endividamento”, complementa o especialista.
O que o produtor deve avaliar antes, durante e depois de contratar crédito:
Além da cobrança de juros remuneratórios abusivos, observa-se que determinadas instituições financeiras vêm descumprindo as normas que regem o crédito rural, especialmente no que se refere à aplicação de juros moratórios e multas por inadimplemento. Diante desse cenário, recomenda-se maior cautela ao produtor rural no momento da contratação, sendo fundamental considerar a assessoria jurídica especializada para análise das cédulas já quitadas, das atualmente vigentes e daquelas eventualmente em situação de inadimplência.
Outro aspecto relevante é que aquele que contratou crédito com taxas excessivamente elevadas pode, com o devido suporte jurídico, propor ação revisional visando ao enquadramento correto da operação como crédito rural, com a consequente adequação dos juros. Importante destacar que o regime jurídico do crédito rural não constitui privilégio, mas o entendimento legal de que a produção rural tem papel essencial na economia brasileira e, por isso, deve ser protegida. Por essa razão, deve ser rigorosamente observado e respeitado por todas as instituições financeiras.
Adicionalmente, é sempre recomendável que o produtor adote um planejamento financeiro estruturado, de modo a evitar a contratação de crédito a qualquer custo e, ao mesmo tempo, proteger-se das oscilações do mercado de insumos e de eventuais quebras de safra. “A legislação vigente oferece mecanismos de proteção, mas cabe ao produtor agir com prudência para não se submeter a condições desvantajosas”, detalha Oliveira.
Ainda segundo o profissional, uma contabilidade mínima e bem organizada é indispensável para a gestão eficiente da propriedade, tanto sob a perspectiva financeira quanto jurídica. “Nosso trabalho consiste justamente em auxiliar os produtores rurais a evitar armadilhas contratuais, identificar cláusulas abusivas e, quando necessário, promover a renegociação ou revisão judicial dos contratos firmados”, finaliza o especialista.
O escritório Álvaro Santos Advocacia e Consultoria no Agro atua há mais de 10 anos exclusivamente com assuntos relacionados ao agronegócio. Sua equipe é composta por profissionais qualificados e multidisciplinares, capacitados para atender às demandas de pequenos, médios e grandes produtores. Com ampla experiência, entende as peculiaridades do agronegócio e acompanha o produtor em todas as fases — “antes, dentro e depois da porteira” — oferecendo suporte jurídico completo nas áreas de Planejamento Patrimonial, Meio Ambiente, Tributação Rural, Trabalhista e Previdenciário.
Fonte: Assessoria de Imprensa Álvaro Santos Advocacia e Consultoria no Agro
Sustentabilidade
Entidades comemoram retirada de tarifas pelos EUA e esperam novos avanços nas negociações – MAIS SOJA

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou comunicado sobre a remoção das tarifas ao Brasil pelos Estados Unidos. A entidade destacou o avanço na renovação da agenda bilateral, lembrou de seu papel nas negociações e mostrou sua expectativa em relação à evolução dos termos para a entradas de bens da indústria.
Confira o texto na íntegra:
“A decisão do governo americano de remover a tarifa de 40% a 238 produtos agrícolas brasileiros é avanço concreto na renovação da agenda bilateral e condiz com papel do Brasil como grande parceiro comercial dos Estados Unidos, avalia o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban.
Vemos com grande otimismo a ampliação das exceções e acreditamos que a medida restaura parte do papel que o Brasil sempre teve como um dos grandes fornecedores do mercado americano, afirmou Alban. Ele lembrou que o setor privado tem atuado de forma consistente para contribuir com o avanço nas negociações envolvendo o tarifaço. Em setembro, a CNI liderou missão a Washington com 130 empresários brasileiros.
Entre os produtos beneficiados pela atualização da lista de produtos isentos à sobretaxa de 40% aplicada ao Brasil desde agosto estão a carne bovina, café e cacau, insumos comuns da cesta de consumo da população americana. A nova medida volta a tornar os nossos produtos competitivos, uma vez que a remoção das tarifas recíprocas, de 10%, na última semana, havia deixado nossos produtores em condições menos vantajosas, complementou o presidente da CNI.
Para Alban, este é um resultado animador para novas etapas da negociação com o governo americano e a expectativa agora é avançar nos termos sobre bens industriais. A complementariedade das economias é real e agora precisamos evoluir nos termos para a entradas de bens da indústria, para a qual os EUA são nosso principal mercado, como para o setor de máquinas e equipamentos, por exemplo, relembra.
Desde o início da aplicação das tarifas por parte dos Estados Unidos, a CNI tem mobilizado o setor e contrapartes americanas para abrir caminhos de diálogo que facilitassem a interlocução entre as autoridades dos dois países.”
Amcham ressalta que 55% dos produtos exportados seguem sob tarifaço
O presidente da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), Abrão Neto, disse que a medida anunciada pelo governo americano beneficia 10% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, um pouco mais de US$ 4 bilhões por ano. Ele considera a medida ‘muito positiva’ por conta da relevância dos produtos beneficiados, como o café, mas ressaltou que 55% dos produtos exportados seguem sob o tarifaço, mostrando expectativa de novos avanços nas negociações.
“Olhando o conjunto, o panorama atual das exportações brasileiras, temos 45% isentos de sobretaxas, esse número incrementou consideravelmente por conta da decisão de ontem e, por consequência, 55% que têm, ainda, algum tipo de sobretaxa de até 50% e segue na expectativa de melhora das condições de acesso ao mercado americano”, disse ele, em entrevista à Globonews, na manhã desta sexta-feira.
O presidente da Amcham disse mais de US$ 20 bilhões em exportações do Brasil ainda seguem com tarifas.
“Para os demais produtos, o caminho é a continuidade das negociações entre os dois governos”, disse o presidente da Amcham.
Ele lembrou que sobretudo produtos industriais brasileiros seguem sujeitos às sobretaxas, como máquinas e equipamentos, móveis, produtos derivados de madeira, além de medidas específicas para os setores de aço e alumínio, agroindústria, pescados, entre outros. “Todos os setores têm uma necessidade e interesse no mercado americano e em buscar melhores condições para acessar esse mercado”, disse, sem mencionar prioridades para essas negociações.
O presidente da Amcham disse que a entidade e o setor empresarial brasileiro têm buscado contribuir com as negociações entre os dois governos e que espera que esse ímpeto seja mantido.
Ele avalia que podem entrar nas negociações temas importantes para o EUA como minerais críticos e terras raras, o tratamento dado pelo Brasil às empresas de tecnologia, tempo de aprovação de patentes e acesso a alguns mercados específicos.
Fonte: Cynara Escobar – Safras News
Sustentabilidade
Consumidores ampliam interesse de compra e preços do milho seguem firmes no Brasil – MAIS SOJA

O mercado brasileiro de milho registrou preços de estáveis a mais altos na semana. De acordo com a Safras Consultoria, os produtores seguem avançando na fixação de oferta, mas de maneira discreta, tentando cotações mais fortes. Já os consumidores estão buscando lotes de forma mais intensa, como em São Paulo, para atender as necessidades mais urgentes de demanda. Em outras regiões, porém, a procura se mostra mais calma nesse momento.
Analistas de Safras & Mercado sinalizam que o mercado segue atento as seguintes variáveis: movimento dos futuros do milho, volatilidade cambial e paridade de exportação.
No mercado interno, as atenções também se voltam para a evolução do clima e das lavouras no país. No cenário externo, as novas vendas semanais dos Estados Unidos é um fator a ser observado no curto prazo. Ainda nos EUA, dados de emprego e de indicadores econômicos também são esperados, o que podem trazer maior volatilidade para o dólar.
Preços internos
O valor médio da saca de milho no Brasil foi cotado a R$ 65,27 no dia 19 de novembro, alta de 0,82% frente aos R$ 64,74 registrados na semana passada. No mercado disponível ao produtor, o preço do milho em Cascavel, Paraná, foi cotado a R$ 62,00, estável frente ao final da última semana.
Em Campinas/CIF, a cotação ficou em R$ 71,00, avanço de 1,43% frente aos R$ 70,00 praticados na última semana. Na região da Mogiana paulista, a saca do cereal subiu 2,99%, de R$ 67,00 para R$ 69,00.
Em Rondonópolis, Mato Grosso, a saca foi cotada a R$ 62,00, inalterada ante a semana passada. Em Erechim, Rio Grande do Sul, o preço ficou em R$ 71,00, sem mudanças frente à semana anterior.
Em Uberlândia, Minas Gerais, o preço na venda para a saca subiu 1,65%, de R$ 64,00 para R$ 65,00 ao longo da semana. Já em Rio Verde, Goiás, a saca foi cotada em R$ 60,00, sem mudanças frente ao valor praticado na última semana.
Exportações
As exportações de milho do Brasil apresentaram receita de US$ 585,968 milhões em novembro até o momento (10 dias úteis), com média diária de US$ 58,596 milhões. A quantidade total de milho exportada pelo país ficou em 2,676 milhões de toneladas, com média de 267,624 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 219,00.
Em relação a novembro de 2024, houve alta de 13,4% no valor médio diário da exportação, ganho de 7,6% na quantidade média diária exportada e valorização de 5,4% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Fonte: Arno Baasch / Safras News
Sustentabilidade
Clima seco no Matopiba reduz estimativa de produção de soja no Brasil – MAIS SOJA

A produção brasileira de soja em 2025/26 deverá totalizar 178,76 milhões de toneladas, com elevação de 4% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 171,84 milhões de toneladas. A estimativa é de Safras & Mercado. Em 5 de setembro, data da estimativa anterior, a projeção era de 180,92 milhões de toneladas.
Safras indica aumento de 1,4% na área, estimada em 48,31 milhões de hectares. Em 2024/25, o plantio ocupou 47,64 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.625 quilos por hectare para 3.719 quilos.
Grande parte dos ajustes ocorre com maior concentração no Centro-Norte do país (MATOPIBA), devido às chuvas irregulares, atraso do plantio em relação a anos anteriores e, na média, perspectiva de menor potencial produtivo. “Em conjunto com fatores como replantio, isso não significa uma safra perdida, apenas um potencial menor em algumas regiões desses estados”, aponta o analista de Safras, Rafael Silveira.
No Tocantins, o potencial produtivo foi reduzido de 3.800 kg/ha para 3.660 kg/ha, ou seja, de 63,3 sacas para 61 sacas por hectare, com a produção esperada em torno de 5,7 milhões de toneladas. Houve também redução de produtividade no Maranhão, Bahia e demais estados do Norte.
No Paraná, um dos principais estados produtores de soja do país, adversidades climáticas recentes afetaram algumas áreas de soja, com geadas e tornados, levando a ajustes na produção, cuja expectativa é de aproximadamente 21,7 milhões de toneladas – número maior que a safra passada, mas ainda abaixo do potencial primário anterior.
“De maneira geral, espera-se uma safra recorde em 2026, com boas produtividades e produção estimada em torno de 178,7 milhões de toneladas, contra 180,9 milhões da estimativa de setembro. Trata-se de um ajuste relativamente pequeno, mantendo uma produção muito robusta”, completa Silveira.
Oferta e Demanda
As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 109 milhões de toneladas em 2026, contra 107 milhões em 2025, com uma elevação de 2%. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por Safras & Mercado.
Safras projetou esmagamento de 59,5 milhões de toneladas em 2026. Para 2025 o número é de 58,5 milhões de toneladas em 2025. A consultoria não aponta importação em 2026. Para 2025, o volume importado está previsto em 800 mil toneladas.
Em relação à temporada 2026, a oferta total de soja deverá subir 6%, passando para 184,29 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por Safras em 171,4 milhões de toneladas, aumentando 2% sobre o ano anterior. Desta forma, os estoques finais deverão se elevar em 133%, passando de 5,52 milhões para 12,89 milhões de toneladas.
“As exportações brasileiras de grãos foram ajustadas para baixo, de 111 para 109 milhões de toneladas, considerando que a China pode atuar de forma mais ativa na safra americana. O ponto central é que, se a exportação brasileira não alcançar volumes recordes ou ligeiramente acima de 2025, os estoques brasileiros podem ficar extremamente elevados”, aponta o analista.
Fonte: Dylan Della Pasqua / Safras News
Sustentabilidade23 horas agoConsumidores ampliam interesse de compra e preços do milho seguem firmes no Brasil – MAIS SOJA
Sustentabilidade22 horas agoEntidades comemoram retirada de tarifas pelos EUA e esperam novos avanços nas negociações – MAIS SOJA
Sustentabilidade24 horas agoClima seco no Matopiba reduz estimativa de produção de soja no Brasil – MAIS SOJA
Business23 horas agoConfira como a alta do dólar impactou os preços da soja
Business5 horas agoEstratégia simples reduz custos e otimiza adubação em solos de alta fertilidade no Cerrado
Agro Mato Grosso22 horas agoTrabalhador é internado em estado grave após ficar com perna presa em silo de grãos em MT
Agro Mato Grosso8 horas agoGoverno de Mato Grosso aciona STF contra decreto ilegal de Lula I MT
Business9 horas agoPlantio de arroz avança no Sul e chuvas devem manter ritmo no Centro-Norte













