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Sustentabilidade

Influência da qualidade da água na calda de pulverização – MAIS SOJA

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O manejo fitossanitário em culturas produtoras de grãos é essencial para a manutenção do potencial produtivo da lavoura. Pragas, doenças e plantas daninhas apresentam elevada habilidade competitiva e grande capacidade em reduzir a produtividade e depreciar a produção das lavouras. Nesse contexto, o controle químico em lavouras comerciais, por meio da aplicação de defensivos agrícolas torna-se indispensável para a obtenção de boas produtividades em áreas agrícolas.

Visando maximizar a eficiência operacional na lavoura e elevar a eficácia no controle de pragas, doenças e plantas daninhas em áreas comerciais, é comum associar defensivos agrícolas para a pulverização em determinados estádios do desenvolvimento da lavoura. No entanto, mesmo seguindo as orientações adequadas para o preparo da calda de pulverização, problemas relacionadas a incompatibilidade dos produtos e redução da eficiência deles, podem ser observados em algumas circunstâncias, resultando na floculação ou precipitação dos componentes da formulação do agrotóxico, e consequentemente, obstrução dos filtros, linhas e pontas de pulverização.


Veja mais: Mistura de tanque – O que fazer para reduzir as incompatibilidades físicas e químicas e como testar a calda?


Figura 1. Obstrução dos filtros de pulverização.

Além do adequado posicionamento dos defensivos no preparo da calda de pulverização quanto a ordem de mistura e compatibilidade, um dos principais fatores relacionados ao sucesso da calda de pulverização é a qualidade da água utilizada. Quando maior a concentração de Carbonato de Cálcio na água, mais dura ela é. A água pode ser classificada como muito branda, branda, semi dura, dura e muito dura. Quando maior a dureza maior a concentração de sais solúveis na água.

A maioria das águas brasileiras provenientes de açudes e rios, utilizadas na agricultura para a pulverização de defensivos agrícolas são classificadas como brandas ou muito brandas, salvo, as águas provenientes de poções artesianos que podem sofrer influência do material de origem do solo (Pereira; Moura; Pinheiro, 2015).

De modo geral, pode-se dizer que a dureza é capaz de interferir negativamente na qualidade da calda de defensivos agrícolas, uma vez que eles, nas suas formulações, utilizam adjuvantes que são responsáveis pela sua emulsificação (óleos) ou dispersão (pós) na água, denominados de tensoativos. Tais adjuvantes são sensíveis à dureza, pois atuam no equilíbrio de cargas que envolvem o ingrediente ativo, equilíbrio este que é alterado pela água dura (Queiroz; Martins; Cunha, 2008).

Assim como a dureza, o pH da calda também é fator determinante para o sucesso na aplicação dos agrotóxicos. O pH da água empregada pode influenciar a estabilidade do princípio ativo do defensivo, (sujeito à degradação por hidrólise) e a estabilidade física da calda, podendo, inclusive, impactar a eficácia e estabilidade do produto (Pereira; Moura, Pinheiro, 2015).

De modo geral, se tratando de herbicidas, inseticidas e fungicidas, o pH ideal da calda de pulverização deve se aproximar a 5, podendo haver variações (figura 3). Contudo, é importante frisar que o uso de caldas com pH inadequado pode inclusive reduzir o tempo de meia vida do produto, comprometendo sua eficácia de controle. Dessa forma, fica evidente a necessidade em analisar o pH da calda de pulverização, visando ajusta-lo sempre que necessário à faixa ideal do produto, para melhor eficiência de aplicação e eficácia de controle.

Figura 2.  pH ideal para cada tipo de aplicação de defensivos agrícolas.

Adaptado: Revista Campo & Negócio (2016)

Não menos importante, a temperatura da água exerce papel determinante no sucesso do preparo da calda. Soluções aquosas e concentrados emulsionáveis podem apresentar instabilidade em baixas temperaturas, levando à formação de cristais (Azevedo & Freire, 2006). A temperatura interfere diretamente na velocidade de dissolução e dispersão dos produtos, processos que tendem a ocorrer de forma mais eficiente em água mais quente. Durante as estações frias, especialmente na região Sul do Brasil, é comum a ocorrência de incompatibilidades e dificuldades de dissolução devido à redução da temperatura da água. Nesses casos, algumas formulações podem demandar maior tempo de agitação para se dissolverem completamente, enquanto outras, como os concentrados emulsionáveis, podem até formar géis quando expostos a temperaturas inferiores a 15 °C (Gazziero et al., 2021).

Além disso, é fundamental que a água utilizada no preparo da calda de pulverização esteja livre de materiais em suspensão, como matéria orgânica, argila e outros sedimentos, pois esses componentes podem interagir quimicamente com os produtos e até mesmo inativar determinados ingredientes ativos (Gazziero et al., 2021). Ainda assim, mesmo utilizando água de boa qualidade, é indispensável seguir rigorosamente as recomendações presentes nas bulas dos defensivos agrícolas, observando as orientações do fabricante para garantir um manejo seguro e eficiente.

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Referências:

AZEVEDO, F. R.; FREIRE, F. C. O. TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS. Embrapa Agroindústria Tropical, Documentos, n. 102, 2006. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/426350/1/Dc102.pdf >, acesso em: 04/11/2025.

CAMPO & NEGÓCIOS. pH IDEAL DE CALDA PARA PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS. Revista Campo & Negócio, 2016. Disponível em: < https://www.rigrantec.com.br/upload/produtos_artigos/f0102—ph-ideal-de-calda-para-produtos-fitossanitarios—ph-5-zn-1547742223.85.pdf >, acesso em: 04/11/2025.

GAZZIERO, D. L. P. et al. MANUAL TÉCNICA PARA SUBSIDIAR A MISTURA EM TANQUE DE AGROTÓXICOS E AFINS. Embrapa Soja, Documentos, n. 437, 2021. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1132371/1/DOCUMENTOS-437-1.pdf >, acesso em: 04/11/2025.

PEREIRA, R. B.; MOURA, A. P.; PINHEIRO, J. B. TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS EM CULTIVO PROTEGIDO DE TOMATE E PIMENTÃO. Embrapa, Circular Técnica, n. 144, 2015. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1024615/tecnologia-de-aplicacao-de-agrotoxicos-em-cultivo-protegido-de-tomate-e-pimentao >, acesso em: 04/11/2025.

QUEIROZ, A. A.; MARTINS, J. A. S.; CUNHA, J. P. A. R. ADJUVANTES E QUALIDADE DA ÁGUA NA APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS. Biosci. J., Uberlândia, v. 24, n. 4, 2008. Disponível em: < https://seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/article/download/6923/4587/0#:~:text=Geralmente%2C%20os%20adjuvantes%20hidrof%C3%ADlicos%2C%20com,HESS%3B%20FOY%2C%202000 >, acesso em: 04/11/2025.

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Sustentabilidade

Entidades comemoram retirada de tarifas pelos EUA e esperam novos avanços nas negociações – MAIS SOJA

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou comunicado sobre a remoção das tarifas ao Brasil pelos Estados Unidos. A entidade destacou o avanço na renovação da agenda bilateral, lembrou de seu papel nas negociações e mostrou sua expectativa em relação à evolução dos termos para a entradas de bens da indústria.

Confira o texto na íntegra:

“A decisão do governo americano de remover a tarifa de 40% a 238 produtos agrícolas brasileiros é avanço concreto na renovação da agenda bilateral e condiz com papel do Brasil como grande parceiro comercial dos Estados Unidos, avalia o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban.

Vemos com grande otimismo a ampliação das exceções e acreditamos que a medida restaura parte do papel que o Brasil sempre teve como um dos grandes fornecedores do mercado americano, afirmou Alban. Ele lembrou que o setor privado tem atuado de forma consistente para contribuir com o avanço nas negociações envolvendo o tarifaço. Em setembro, a CNI liderou missão a Washington com 130 empresários brasileiros.

Entre os produtos beneficiados pela atualização da lista de produtos isentos à sobretaxa de 40% aplicada ao Brasil desde agosto estão a carne bovina, café e cacau, insumos comuns da cesta de consumo da população americana. A nova medida volta a tornar os nossos produtos competitivos, uma vez que a remoção das tarifas recíprocas, de 10%, na última semana, havia deixado nossos produtores em condições menos vantajosas, complementou o presidente da CNI.

Para Alban, este é um resultado animador para novas etapas da negociação com o governo americano e a expectativa agora é avançar nos termos sobre bens industriais. A complementariedade das economias é real e agora precisamos evoluir nos termos para a entradas de bens da indústria, para a qual os EUA são nosso principal mercado, como para o setor de máquinas e equipamentos, por exemplo, relembra.

Desde o início da aplicação das tarifas por parte dos Estados Unidos, a CNI tem mobilizado o setor e contrapartes americanas para abrir caminhos de diálogo que facilitassem a interlocução entre as autoridades dos dois países.”

Amcham ressalta que 55% dos produtos exportados seguem sob tarifaço 

O presidente da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), Abrão Neto, disse que a medida anunciada pelo governo americano beneficia 10% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, um pouco mais de US$ 4 bilhões por ano. Ele considera a medida ‘muito positiva’ por conta da relevância dos produtos beneficiados, como o café, mas ressaltou que 55% dos produtos exportados seguem sob o tarifaço, mostrando expectativa de novos avanços nas negociações.

“Olhando o conjunto, o panorama atual das exportações brasileiras, temos 45% isentos de sobretaxas, esse número incrementou consideravelmente por conta da decisão de ontem e, por consequência, 55% que têm, ainda, algum tipo de sobretaxa de até 50% e segue na expectativa de melhora das condições de acesso ao mercado americano”, disse ele, em entrevista à Globonews, na manhã desta sexta-feira.

O presidente da Amcham disse mais de US$ 20 bilhões em exportações do Brasil ainda seguem com tarifas.

“Para os demais produtos, o caminho é a continuidade das negociações entre os dois governos”, disse o presidente da Amcham.

Ele lembrou que sobretudo produtos industriais brasileiros seguem sujeitos às sobretaxas, como máquinas e equipamentos, móveis, produtos derivados de madeira, além de medidas específicas para os setores de aço e alumínio, agroindústria, pescados, entre outros. “Todos os setores têm uma necessidade e interesse no mercado americano e em buscar melhores condições para acessar esse mercado”, disse, sem mencionar prioridades para essas negociações.

O presidente da Amcham disse que a entidade e o setor empresarial brasileiro têm buscado contribuir com as negociações entre os dois governos e que espera que esse ímpeto seja mantido.

Ele avalia que podem entrar nas negociações temas importantes para o EUA como minerais críticos e terras raras, o tratamento dado pelo Brasil às empresas de tecnologia, tempo de aprovação de patentes e acesso a alguns mercados específicos.

Fonte: Cynara Escobar – Safras News



 

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Consumidores ampliam interesse de compra e preços do milho seguem firmes no Brasil – MAIS SOJA

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O mercado brasileiro de milho registrou preços de estáveis a mais altos na semana. De acordo com a Safras Consultoria, os produtores seguem avançando na fixação de oferta, mas de maneira discreta, tentando cotações mais fortes. Já os consumidores estão buscando lotes de forma mais intensa, como em São Paulo, para atender as necessidades mais urgentes de demanda. Em outras regiões, porém, a procura se mostra mais calma nesse momento.

Analistas de Safras & Mercado sinalizam que o mercado segue atento as seguintes variáveis: movimento dos futuros do milho, volatilidade cambial e paridade de exportação.

No mercado interno, as atenções também se voltam para a evolução do clima e das lavouras no país. No cenário externo, as novas vendas semanais dos Estados Unidos é um fator a ser observado no curto prazo. Ainda nos EUA, dados de emprego e de indicadores econômicos também são esperados, o que podem trazer maior volatilidade para o dólar.

Preços internos

O valor médio da saca de milho no Brasil foi cotado a R$ 65,27 no dia 19 de novembro, alta de 0,82% frente aos R$ 64,74 registrados na semana passada. No mercado disponível ao produtor, o preço do milho em Cascavel, Paraná, foi cotado a R$ 62,00, estável frente ao final da última semana.

Em Campinas/CIF, a cotação ficou em R$ 71,00, avanço de 1,43% frente aos R$ 70,00 praticados na última semana. Na região da Mogiana paulista, a saca do cereal subiu 2,99%, de R$ 67,00 para R$ 69,00.

Em Rondonópolis, Mato Grosso, a saca foi cotada a R$ 62,00, inalterada ante a semana passada. Em Erechim, Rio Grande do Sul, o preço ficou em R$ 71,00, sem mudanças frente à semana anterior.

Em Uberlândia, Minas Gerais, o preço na venda para a saca subiu 1,65%, de R$ 64,00 para R$ 65,00 ao longo da semana. Já em Rio Verde, Goiás, a saca foi cotada em R$ 60,00, sem mudanças frente ao valor praticado na última semana.

Exportações

As exportações de milho do Brasil apresentaram receita de US$ 585,968 milhões em novembro até o momento (10 dias úteis), com média diária de US$ 58,596 milhões. A quantidade total de milho exportada pelo país ficou em 2,676 milhões de toneladas, com média de 267,624 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 219,00.

Em relação a novembro de 2024, houve alta de 13,4% no valor médio diário da exportação, ganho de 7,6% na quantidade média diária exportada e valorização de 5,4% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Fonte: Arno Baasch / Safras News



 

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Clima seco no Matopiba reduz estimativa de produção de soja no Brasil – MAIS SOJA

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A produção brasileira de soja em 2025/26 deverá totalizar 178,76 milhões de toneladas, com elevação de 4% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 171,84 milhões de toneladas. A estimativa é de Safras & Mercado. Em 5 de setembro, data da estimativa anterior, a projeção era de 180,92 milhões de toneladas.

Safras indica aumento de 1,4% na área, estimada em 48,31 milhões de hectares. Em 2024/25, o plantio ocupou 47,64 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.625 quilos por hectare para 3.719 quilos.

Grande parte dos ajustes ocorre com maior concentração no Centro-Norte do país (MATOPIBA), devido às chuvas irregulares, atraso do plantio em relação a anos anteriores e, na média, perspectiva de menor potencial produtivo. “Em conjunto com fatores como replantio, isso não significa uma safra perdida, apenas um potencial menor em algumas regiões desses estados”, aponta o analista de Safras, Rafael Silveira.

No Tocantins, o potencial produtivo foi reduzido de 3.800 kg/ha para 3.660 kg/ha, ou seja, de 63,3 sacas para 61 sacas por hectare, com a produção esperada em torno de 5,7 milhões de toneladas. Houve também redução de produtividade no Maranhão, Bahia e demais estados do Norte.

No Paraná, um dos principais estados produtores de soja do país, adversidades climáticas recentes afetaram algumas áreas de soja, com geadas e tornados, levando a ajustes na produção, cuja expectativa é de aproximadamente 21,7 milhões de toneladas – número maior que a safra passada, mas ainda abaixo do potencial primário anterior.

“De maneira geral, espera-se uma safra recorde em 2026, com boas produtividades e produção estimada em torno de 178,7 milhões de toneladas, contra 180,9 milhões da estimativa de setembro. Trata-se de um ajuste relativamente pequeno, mantendo uma produção muito robusta”, completa Silveira.

Oferta e Demanda
As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 109 milhões de toneladas em 2026, contra 107 milhões em 2025, com uma elevação de 2%. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por Safras & Mercado.

Safras projetou esmagamento de 59,5 milhões de toneladas em 2026. Para 2025 o número é de 58,5 milhões de toneladas em 2025. A consultoria não aponta importação em 2026. Para 2025, o volume importado está previsto em 800 mil toneladas.

Em relação à temporada 2026, a oferta total de soja deverá subir 6%, passando para 184,29 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por Safras em 171,4 milhões de toneladas, aumentando 2% sobre o ano anterior. Desta forma, os estoques finais deverão se elevar em 133%, passando de 5,52 milhões para 12,89 milhões de toneladas.

“As exportações brasileiras de grãos foram ajustadas para baixo, de 111 para 109 milhões de toneladas, considerando que a China pode atuar de forma mais ativa na safra americana. O ponto central é que, se a exportação brasileira não alcançar volumes recordes ou ligeiramente acima de 2025, os estoques brasileiros podem ficar extremamente elevados”, aponta o analista.

Fonte: Dylan Della Pasqua / Safras News



 

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