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‘Produtor que cumpre a lei não pode ser responsabilizado por crimes ambientais’

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Durante o encontro promovido pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues fez um alerta contundente sobre o Plano Clima, em elaboração pelo governo federal.

“Não podemos aceitar que crimes ambientais sejam colocados na conta de quem produz dentro da lei. Isso é injusto e prejudica a imagem do Brasil no mercado internacional”, afirmou o professor e coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O ex-ministro participou nesta quinta-feira (23), de uma edição do ABMRA Ideia Café, em São Paulo. O evento reuniu lideranças e especialistas para discutir os caminhos do agronegócio brasileiro diante dos desafios globais da sustentabilidade.

Documento do setor privado será entregue na COP30

Rodrigues, que fará parte da cobertura do Canal Rural no evento em Belém, é o responsável por coordenar o documento que o setor privado brasileiro apresentará na COP30, em Belém (PA), em 2025. O material foi construído com a colaboração de entidades, pesquisadores e representantes do agronegócio nacional e apresenta uma síntese dos avanços da agricultura tropical brasileira nas últimas cinco décadas.

O texto, segundo ele, destaca ciência, tecnologia e sustentabilidade como eixos centrais do modelo produtivo desenvolvido no país.

“É uma história que deve orgulhar o povo brasileiro. A agricultura tropical é uma conquista da ciência nacional e pode ser a chave para combater a fome e promover a paz no mundo”, destacou Rodrigues.

Propostas de cooperação e comércio mais justo

O documento será entregue ao embaixador André Corrêa do Lago, responsável pela coordenação da COP30 no Brasil. Entre as principais propostas, estão a criação de uma agenda internacional de cooperação para financiamento da transição sustentável e a revisão das regras de comércio global, consideradas desiguais para países emergentes.

A iniciativa reforça o papel do Brasil como líder mundial na produção de alimentos sustentáveis e modelo de agricultura tropical adaptável a outras regiões do planeta.

Apresentação em Brasília e eventos oficiais na COP30

Antes da conferência, o texto será apresentado oficialmente em Brasília, durante reunião conjunta do Instituto Pensar Agro (IPA) e da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Na COP30, Rodrigues coordenará dois eventos oficiais: um sobre carne e carbono e outro sobre agroenergia e biocombustíveis, reforçando o protagonismo do agro brasileiro na agenda climática internacional.

ABMRA Ideia Café fortalece o diálogo e a imagem do Agro

O presidente da ABMRA, Ricardo Nicodemos, destacou que a presença de Roberto Rodrigues reforça o papel do ABMRA Ideia Café como espaço de debate e reflexão sobre o futuro do setor.

“O professor Roberto Rodrigues é uma das vozes mais respeitadas do Agro brasileiro. Tê-lo conosco em um momento tão decisivo demonstra a relevância desse fórum para o fortalecimento da imagem do setor”, afirmou Nicodemos.

O encontro foi mediado por Julio Cargnino, vice-presidente da ABMRA e presidente do Canal Rural, que ressaltou a importância de aproximar o Agro da sociedade por meio da comunicação e do conhecimento.

“A ABMRA tem a missão de construir pontes e promover um debate qualificado sobre os desafios do setor. Essa conversa com o professor Roberto Rodrigues simboliza exatamente isso”, disse Cargnino.

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Endividamento recorde no agro pressiona crédito e acende sinal vermelho no setor financeiro

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O agronegócio brasileiro passa por um período de ajuste depois de anos de expansão e rentabilidade elevada. A combinação entre custos altos, queda nos preços das commodities e aumento do endividamento tem elevado os índices de inadimplência no campo, gerando preocupação em toda a cadeia financeira, dos fornecedores de insumos aos bancos.

Segundo Eric Emiliano, sócio da L.E.K. Consulting, o cenário atual reflete uma fase de margens mais apertadas e menor capacidade de pagamento por parte dos produtores.

“O agronegócio teve anos muito bons, especialmente nas culturas de soja e milho, mas já vem há duas ou três safras com margens mais curtas. Os custos subiram, os preços das commodities caíram e isso pressiona o caixa do produtor”, explicou.

Eric lembra que a alavancagem é algo comum na atividade agrícola, com produtores recorrendo a crédito de cooperativas, revendas, tradings e bancos , mas ressalta que a estrutura de endividamento se tornou mais pesada diante do cenário de rentabilidade menor.

“Nos momentos de margens altas, muitos produtores investiram e captaram mais recursos. Agora, com receitas menores, pagar as contas e as dívidas ficou mais difícil”, pontuou.
Apesar da alta da inadimplência, o especialista avalia que o problema não deve se estender por muito tempo.

“O agricultor brasileiro é muito resiliente. Já passamos por outros ciclos de aperto e o setor sempre se adapta. A retomada vai depender de fatores como o aumento da produtividade, que é essencial para melhorar o resultado dentro da porteira”, destacou.

Modelo de financiamento em transição

Eric também chama atenção para as mudanças na estrutura de crédito do setor. A participação do governo no financiamento agrícola, segundo ele, vem diminuindo, abrindo espaço para bancos e mercado de capitais.

“A agricultura cresce mais rápido do que a capacidade do governo de ampliar recursos. Por isso, outros agentes da cadeia, como indústrias de insumos, tradings e instituições financeiras, vêm assumindo papel maior no crédito rural”, explicou.

Nos últimos anos, observa o consultor, os bancos e o mercado de capitais aumentaram sua presença no financiamento ao agro. No entanto, com a inadimplência em alta, há um movimento de cautela.

“Mesmo assim, acreditamos que uma participação maior dessas instituições é positiva, porque traz especialização financeira e deixa a cadeia de insumos e tradings focada em suas atividades principais”, afirmou.

Para o especialista, o futuro do crédito agrícola deve ser marcado por soluções financeiras mais sofisticadas e garantias estruturadas, acompanhando a maturidade do setor.
“Os modelos de financiamento vão ficar mais complexos, tanto na origem dos recursos quanto nas formas de garantia. Isso é sinal de um mercado que está evoluindo”.

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Preços do boi gordo encerram semana em alta e negócios seguem aquecidos

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O mercado físico do boi gordo manteve-se acima da referência média em várias regiões, com destaque para Rondônia, Pará, Tocantins e Goiás. Em São Paulo, as negociações se sustentam em patamares estáveis, com frigoríficos de maior porte operando com escalas confortáveis e boa presença de animais de parceria.

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As exportações seguem com desempenho acima do habitual, segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

Preços do boi gordo (arroba):

  • São Paulo: ficou em R$ 314,17 (a prazo)
  • Goiás: arroba a R$ 305,57
  • Minas Gerais: preço de R$ 304,12
  • Mato Grosso do Sul: arroba indicada para R$ 327,95
  • Mato Grosso: ficou em R$ 299,86

Mercado atacadista

O mercado atacadista segue firme, com tendência de alta no curtíssimo prazo, impulsionada pelo aumento do consumo doméstico com o fim de ano se aproximando. O décimo terceiro salário, postos temporários de emprego e confraternizações contribuem para a maior demanda.

  • Quarto traseiro: R$ 25,00
  • Quarto dianteiro: R$ 18,20
  • Ponta de agulha: R$ 17,20

Câmbio

O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,13%, cotado a R$ 5,3926 para venda e R$ 5,3906 para compra. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 5,3622 e R$ 5,4027. Na semana, o real valorizou 0,25% frente ao dólar.

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Produtores de áreas úmidas terão mais segurança ao produzir com nova lei

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A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei Complementar nº 43/2025 que atualiza e aprimora as regras sobre o uso e a proteção das áreas úmidas no estado. O texto, que altera a Lei Complementar nº 38/1995, busca garantir mais segurança jurídica aos produtores rurais e fortalecer a gestão ambiental com base em critérios técnicos e científicos.

De acordo com o projeto, a proteção, conservação e o uso sustentável das áreas úmidas passarão a ser regulamentados pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema). O órgão será responsável por definir as normas para o licenciamento ambiental de atividades potencialmente poluidoras, supressão de vegetação e obras de drenagem, observando sempre a legislação federal vigente.

O novo texto também inclui o Artigo 65-A, que especifica quais regiões do estado serão consideradas de uso restrito:

  • O Pantanal Mato-grossense, dentro dos limites da planície alagável da Bacia do Alto Paraguai;
  • A Planície Alagável do Guaporé, formada pelo rio Guaporé e seus afluentes;
  • A Planície Alagável do Araguaia, formada pelo rio Araguaia e seus afluentes.

Essas áreas passam a ser reconhecidas como zonas de uso restrito apenas quando forem comprovadamente afetadas por inundações ou apresentarem características típicas de áreas úmidas, como solos hidromórficos, identificados por sua saturação constante de água. Assim, ficam excluídas da restrição as terras localizadas nessas planícies, mas que não sofrem influência direta do pulso das cheias.

Além disso, o projeto deixa claro que as vedações não se aplicam a áreas urbanas ou de expansão urbana, reconhecendo que essas regiões possuem funções e dinâmicas distintas das áreas rurais.

Foto: Israel Baumann

Estudo minucioso embasou a proposta aprovada

Segundo a justificativa do texto, a proposta foi elaborada com base em um estudo técnico conduzido pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em convênio com a ALMT e com participação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT). A pesquisa indicou a necessidade de ajustar a legislação à realidade geográfica e ecológica dos vales do Araguaia e do Guaporé, evitando classificações genéricas que poderiam restringir atividades produtivas em áreas sem características de alagamento.

Na prática, a aprovação da proposta deve trazer mais clareza e segurança jurídica para os produtores rurais que atuam nas planícies do Araguaia e do Guaporé. Eles poderão solicitar licenças e planejar o uso produtivo das terras com base em critérios técnicos, respeitando as normas ambientais e promovendo o desenvolvimento sustentável.

O deputado estadual Valmir Moretto, coautor do projeto, explica que a nova legislação corrige distorções e reconhece as particularidades dessas regiões.

Com essa aprovação, o produtor poderá saber exatamente o que é área úmida e o que é área seca, podendo utilizar sua propriedade de forma adequada e sustentável. Essa diferenciação dá tranquilidade para obter crédito, licenças e investir com segurança, sem prejuízo ao meio ambiente. (…) Os estudos comprovaram que as áreas dos vales do Araguaia e do Guaporé não têm as mesmas características do Pantanal, nem em fauna, flora ou tipo de solo. Ou seja, são ecossistemas distintos”, explica em entrevista ao Canal Rural MT.

Com a nova lei, Mato Grosso avança na harmonização entre produção e preservação ambiental, fortalecendo o papel da ciência e da técnica na definição de políticas públicas e consolidando o compromisso do estado com o desenvolvimento sustentável. O texto aprovado segue agora para sanção do governador Mauro Mendes.

Setor produtivo acompanha andamento do ZSEE-MT

A nova determinação foi debatida nesta semana durante a reunião do Fórum Agro MT, realizada no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato). O evento reuniu autoridades e representantes de entidades ligadas ao setor produtivo para debater diversos temas que impactam o setor. Entre as pautas, o destaque foi para a revisão do Zoneamento Socioeconômico Ecológico de Mato Grosso (ZSEE-MT).

O professor da UFMT, Emílio Azevedo, destaca a importância de basear o zoneamento em levantamentos científicos e precisos.

O zoneamento é importante porque ele integra a potencialidade dos recursos naturais com a condição socioeconômica das regiões. Para isso, é essencial que os levantamentos sejam feitos com precisão e validados em campo, garantindo que as definições reflitam a realidade local.

A equipe técnica da Famato está acompanhando o processo de revisão do ZSEE-MT, que está sendo elaborado pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), como a atualização das bases de dados socioeconômicos ambientais, revisão dos critérios de categorização das zonas e subzonas e a elaboração de mapas de recategorização em escala de 1:250.000.

O zoneamento completo de Mato Grosso deve ser finalizado antes das eleições estaduais de 2026, após a realização de audiências públicas.


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