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Soja avança em MT, mas depende da chuva e da estratégia do produtor

Em Mato Grosso, o plantio da soja começa sob alerta máximo: o produtor olha mais para o céu do que para o solo. Com custos altos, margens apertadas e estimativa de produtividade menor, cada decisão do produtor é um teste de paciência e estratégia para garantir a safra.
Até o dia 3 de outubro, por exemplo, o estado contava com 15% dos 13 milhões de hectares destinados para a soja nesta temporada 2025/26 semeados, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Apesar da semeadura estar à frente do observado no mesmo período da safra passada, ainda há caminho a ser percorrido diante das chuvas irregulares.
Na propriedade do agricultor Jorge Piccinin, a engrenagem do plantio começa a girar – mas de forma cautelosa. As primeiras chuvas animaram o produtor, que tenta aproveitar cada milímetro de umidade para não perder o ritmo da safra. Nesta temporada, o agricultor pretende cultivar 5,3 mil hectares de soja.
“Estamos soltando, não pode errar. Tem que plantar para nascer. A gente tem uma palhada boa, então com essa umidade nasce. Vamos plantar e aguardar a próxima chuva. Tem que colher bem, se não colher bem não paga a conta”, frisou o agricultor.
Na fazenda vizinha a de Piccinin, a família Fritsch pretende cultivar três mil hectares de soja nesta temporada. Segundo o agricultor, Murilo de Gasperi Fritsch, com 20% da área plantada os trabalhos chegaram a ser parados, visto o acumulado de chuvas ainda ser abaixo do esperado. Ele explica à reportagem do Canal Rural Mato Grosso que a semeadura caminha conforme as previsões climáticas, o que inclui a temperatura.
“O custo da lavoura está em torno de 50, 55 sacas por hectare. Então tem que fazer as coisas com cautela. Não adianta arriscar de plantar uma área e chegar a ter um replantio lá na frente, porque em um replante praticamente o teu lucro se perdeu tudo”, disse Murilo.
Solo ainda pede mais umidade
Na Grande Primavera do Leste, região no sudeste de Mato Grosso que reúne 11 municípios e deve cultivar 1,6 milhão de hectares de soja nesta safra, a atenção também é redobrada. Com o solo ainda pedindo mais umidade, o produtor segura o avanço das máquinas e monitora o céu, à espera de uma chuva mais regular para seguir com segurança no plantio.
“Quem plantou está esperando umidade nos próximos dias com essas chuvas extemporâneas aí. A região inteira não teve uma chuva equilibrada ainda para soltar realmente o plantio da região”, relatou Carlos Donim, gerente do Sindicato Rural de Primavera do Leste.
O Fábio Busanello é um deles. Até meados do dia 3 de outubro, ele havia conseguido cultivar cerca de 25% dos 4,8 mil hectares previstos para a safra 2025/26. Com altos custos e o solo ainda pedindo chuva, o produtor semeia com cautela e olho no céu.
“Deu chuva, plantamos e parou. Agora estamos aguardando as próximas chuvas. O custo agregado ao plantio está muito alto, vem se somando nos últimos anos pós pandemia, questão de juros. Tudo isso se somando vem deixando a agricultura cada vez mais curta para erros”, comentou.
Ritmo lento traz benefícios para as revendas
Conforme o tesoureiro do Conselho Estadual das Associações das Revendas de Produtos Agropecuários (Cearpa), Marcelo Cunha, na região de Primavera do Leste o início do plantio da soja ocorre de fato entre os dias 5 e 10 de outubro, o que para o setor industrial e da revenda acaba sendo um “benefício”, uma vez que o mercado ganha um tempo para organizar as entregas e ajustar a logística.
“Como choveu um pouquinho mais cedo, no dia 15 de setembro começando já a ter chuvas, no dia 20, nem todos estavam preparados. Esse prazo [ritmo mais lento] foi bom para ajustar esses entravesinhos que estavam tendo com os insumos”.
A produção estimada para a temporada 2025/26 é de 47 milhões de toneladas de soja em Mato Grosso, cerca de 7% abaixo do ciclo anterior.
“Não é ano para fazer floreios. Não é ano para gastar excessivamente. Acredito que o produtor vai trabalhar sim para manter aquela média do ano passado, fechando os custos e garantindo margens sobre a produção. É um ano desafiador”, alertou o gerente do Sindicato Rural de Primavera do Leste.
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Colheita de trigo no RS atinge 10% da área, mostra Emater

O tempo seco e ensolarado favorece a colheita do trigo no Rio Grande do Sul, que atinge 10% dos 1,141 milhão de hectares cultivados, informou a Emater. A cultura encontra-se nas fases de enchimento de grãos (50%) e maturação (40%).
“Os índices de PH dos grãos colhidos permanecem, em sua maioria, acima de 78, indicando boa qualidade industrial”, disse a empresa em nota.
As produtividades variam entre 2.400 e 4.200 kg/ha, de acordo com a região, a tecnologia empregada e a intensidade de ocorrência de doenças. Conforme a Emater, a produtividade está em 3.261 kg/ha, 8,81% superior à estimada no momento do plantio.
Plantio de milho e soja
Já o plantio de milho 2025/26 está “praticamente concluído” nas principais áreas de produção, disse a Emater. “A cultura de milho segue em ritmos distintos de semeadura no Estado e se desenvolve conforme as condições regionais de umidade e temperatura.” Na safra 2025/2026, a área deve alcançar 785.030 hectares, com produtividade estimada de 7.376 kg/ha.
Em relação à soja, a semeadura encontra-se em fase inicial no Estado, limitada a áreas com condições adequadas de umidade.
“O avanço reduzido resulta da combinação entre fatores econômicos e físicos, como a estratégia de produtores de postergar o plantio, minimizando riscos de redução da disponibilidade hídrica em novembro e dezembro; a priorização da colheita dos cereais de inverno; as baixas temperaturas e a diminuição da umidade nos solos, em parte do Estado”, destacou a empresa.
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Plantio de arroz no RS passa da metade e deve encerrar no fim do mês

O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) divulgou o mais recente relatório da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater), apontando que o Rio Grande do Sul já semeou 528.518 hectares de arroz, o que representa 57,44% da área total prevista para a safra 2025/2026.
A Zona Sul segue em destaque como a região mais adiantada do estado, com 92,84% da área de arroz já implantada — o equivalente a 145.342 hectares.
Logo em seguida, vem a região da Campanha, com 78.034 hectares, correspondendo a 57,53% da intenção de plantio.
Na Planície Costeira Interna, os produtores semearam 59,54% da área prevista, somando 83.642 hectares, enquanto a Planície Costeira Externa contabiliza 35.742 hectares, cerca de 37,67% do total projetado.
Fronteira e Centro ainda avançam no ritmo do clima
Na região da Fronteira, uma das principais áreas produtoras de arroz do Estado, o avanço foi significativo nos últimos dias. As boas janelas climáticas permitiram chegar a 157.744 hectares semeados, o que equivale a 58,03% da intenção total.
Já a região Central apresenta o menor índice até o momento, com 28.014 hectares plantados, ou 23,21% da meta de semeadura.
Expectativa é de conclusão até o fim do mês
Segundo o gerente da Dater, Luiz Fernando Siqueira, o momento de semeadura é decisivo para o sucesso da lavoura.
“Sabemos que há uma apreensão muito grande em relação ao setor orizícola. Acompanhar os índices de semeadura nos permite entender melhor o cenário. A expectativa agora é pela chuva do final de semana, que deve favorecer o bom estabelecimento das lavouras”, disse Siqueira.
O técnico destaca ainda que a previsão é de que todas as regiões concluam o plantio até o fim do mês.
Menor área plantada em relação à safra anterior
A nova safra do arroz gaúcho deve apresentar redução de 5,17% na área total cultivada. O número deve cair de 970.216 hectares, registrados na safra 2024/2025, para 920.081 hectares em 2025/2026.
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‘Produtor que cumpre a lei não pode ser responsabilizado por crimes ambientais’

Durante o encontro promovido pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues fez um alerta contundente sobre o Plano Clima, em elaboração pelo governo federal.
“Não podemos aceitar que crimes ambientais sejam colocados na conta de quem produz dentro da lei. Isso é injusto e prejudica a imagem do Brasil no mercado internacional”, afirmou o professor e coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O ex-ministro participou nesta quinta-feira (23), de uma edição do ABMRA Ideia Café, em São Paulo. O evento reuniu lideranças e especialistas para discutir os caminhos do agronegócio brasileiro diante dos desafios globais da sustentabilidade.
Documento do setor privado será entregue na COP30
Rodrigues, que fará parte da cobertura do Canal Rural no evento em Belém, é o responsável por coordenar o documento que o setor privado brasileiro apresentará na COP30, em Belém (PA), em 2025. O material foi construído com a colaboração de entidades, pesquisadores e representantes do agronegócio nacional e apresenta uma síntese dos avanços da agricultura tropical brasileira nas últimas cinco décadas.
O texto, segundo ele, destaca ciência, tecnologia e sustentabilidade como eixos centrais do modelo produtivo desenvolvido no país.
“É uma história que deve orgulhar o povo brasileiro. A agricultura tropical é uma conquista da ciência nacional e pode ser a chave para combater a fome e promover a paz no mundo”, destacou Rodrigues.
Propostas de cooperação e comércio mais justo
O documento será entregue ao embaixador André Corrêa do Lago, responsável pela coordenação da COP30 no Brasil. Entre as principais propostas, estão a criação de uma agenda internacional de cooperação para financiamento da transição sustentável e a revisão das regras de comércio global, consideradas desiguais para países emergentes.
A iniciativa reforça o papel do Brasil como líder mundial na produção de alimentos sustentáveis e modelo de agricultura tropical adaptável a outras regiões do planeta.
Apresentação em Brasília e eventos oficiais na COP30
Antes da conferência, o texto será apresentado oficialmente em Brasília, durante reunião conjunta do Instituto Pensar Agro (IPA) e da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Na COP30, Rodrigues coordenará dois eventos oficiais: um sobre carne e carbono e outro sobre agroenergia e biocombustíveis, reforçando o protagonismo do agro brasileiro na agenda climática internacional.
ABMRA Ideia Café fortalece o diálogo e a imagem do Agro
O presidente da ABMRA, Ricardo Nicodemos, destacou que a presença de Roberto Rodrigues reforça o papel do ABMRA Ideia Café como espaço de debate e reflexão sobre o futuro do setor.
“O professor Roberto Rodrigues é uma das vozes mais respeitadas do Agro brasileiro. Tê-lo conosco em um momento tão decisivo demonstra a relevância desse fórum para o fortalecimento da imagem do setor”, afirmou Nicodemos.
O encontro foi mediado por Julio Cargnino, vice-presidente da ABMRA e presidente do Canal Rural, que ressaltou a importância de aproximar o Agro da sociedade por meio da comunicação e do conhecimento.
“A ABMRA tem a missão de construir pontes e promover um debate qualificado sobre os desafios do setor. Essa conversa com o professor Roberto Rodrigues simboliza exatamente isso”, disse Cargnino.
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