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Chuvas irregulares preocupam sojicultor; USDA aponta lavouras em boas condições nos EUA

O plantio da safra 25/26 de soja no Brasil avançou nos últimos dias, porém, em ritmo lento. Segundo a plataforma Grão Direto, os trabalhos seguem abaixo da média histórica dos últimos cinco anos. Em Mato Grosso, por exemplo, a escassez de chuvas retardou o início das atividades, enquanto no Rio Grande do Sul o excesso de umidade atrasou o plantio em algumas áreas.
Em relação à semeadura, nos estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo, o cultivo ocorre principalmente em áreas irrigadas, garantindo melhores condições para o desenvolvimento das lavouras. No Norte e Nordeste, o retorno das chuvas, especialmente em Tocantins e Pará, tem acelerado o plantio ao melhorar a umidade do solo.
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Além dos trabalhos em campo, o mercado foca o olhar, também, para o ‘tarifaço’, já que Brasil e Estados se reuniram para discutir sobre o tema. Até o momento, nenhuma atualização foi divulgada.
Shutdown
Por falar em Estados Unidos, o shutdown do país se estendeu ao longo da semana, interrompendo a divulgação de dados essenciais sobre as safras e trazendo cautela e incertezas ao mercado internacional.
Em Chicago, os contratos de soja apresentaram comportamentos distintos. O vencimento para agosto de 2025 encerrou a semana cotado a US$ 10,21 por bushel, registrando alta de 1,39%, enquanto o contrato para março de 2026 recuou 1,33%, fechando a US$ 10,38 por bushel. O dólar também teve queda de 1,64%, terminando a semana a R$ 5,41.
No mercado físico brasileiro, a tendência foi de valorização, sustentada principalmente pelos prêmios portuários ainda em patamares elevados, refletindo a firme demanda externa pela soja nacional.
O que esperar do mercado?
As projeções climáticas para os próximos dias indicam continuidade de um padrão irregular de chuvas no Brasil. Parte do Centro-Oeste e do Sul deve receber novas precipitações, beneficiando o plantio e o desenvolvimento inicial das lavouras.
Por outro lado, Norte, Nordeste e áreas do Sudeste ainda podem registrar volumes abaixo da média, com destaque para o leste de Mato Grosso, onde a umidade permanece insuficiente para o avanço das semeaduras.
Cenário internacional
O cenário internacional apresenta oportunidades para o Brasil. Na China, as margens de esmagamento de soja seguem positivas e as indústrias operam com alta ocupação. Os estoques atingiram níveis recordes devido ao forte volume de soja exportado pelo país em curto período, superando a capacidade de processamento e logística dos portos chineses.
Embora esse desequilíbrio seja temporário, as projeções para 2025 indicam estoques médios mais baixos, o que pode levar à ampliação das importações chinesas e beneficiar os preços internos, contratos futuros e prêmios de exportação brasileiros. No entanto, essa tendência depende da manutenção da ausência dos Estados Unidos no mercado chinês, já que um eventual acordo comercial poderia reverter a situação e pressionar os prêmios.
Soja nos EUA
Nos Estados Unidos, as condições das lavouras de soja permanecem atrativas. Segundo o USDA, 62% das áreas estão classificadas como boas ou excelentes, indicando bom potencial produtivo. A colheita avança rapidamente, podendo atingir cerca de 30% da área projetada, acelerando em relação aos 9% da semana anterior. O clima seco e quente previsto para os próximos dias deve facilitar o trabalho das máquinas e ampliar a oferta inicial.
Com a evolução da semeadura no Brasil e a continuidade da colheita nos Estados Unidos, a expectativa é que os preços da soja permaneçam pressionados, especialmente se a demanda externa não se intensificar. Nos próximos dias, a atenção do mercado estará voltada à evolução climática nas regiões produtoras, que pode influenciar diretamente as cotações e estratégias comerciais.
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Candidato a diretor do IICA, ex-ministro do Uruguai defende papel de liderança do Brasil no agro

Os ministros da Agricultura das Américas se reúnem em Brasília, entre os dias 3 e 5 de novembro, para escolher o novo diretor-geral do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA), órgão que reúne 34 países do continente e atua há mais de 80 anos na formulação de políticas e projetos voltados ao desenvolvimento sustentável do setor.
Um dos candidatos ao cargo é Fernando Matos, ex-ministro da Agricultura e ex-presidente da Associação Rural do Uruguai. Em entrevista ao Rural Notícias, do Canal Rural, Matos destacou a importância da integração entre os países das Américas e o papel de liderança do Brasil no avanço tecnológico do agronegócio.
“O IICA é uma organização multilateral especializada na cooperação para a agricultura, assistência técnica e financiamento de projetos. É um órgão com 83 anos de existência e um papel estratégico na segurança alimentar global”, afirmou.
Potencial das Américas e papel do Brasil
Segundo Matos, o continente americano é o que mais reúne condições para expandir de forma sustentável a produção de alimentos no mundo.
“Temos solo fértil, água doce em abundância, clima favorável e produtores qualificados. O hemisfério ocidental tem um papel central na segurança alimentar global”, destacou.
O candidato uruguaio também ressaltou que o Brasil é peça-chave nesse processo, principalmente pela expertise desenvolvida na agricultura tropical e pelos avanços da Embrapa.
“O Brasil é exemplo de sucesso, com evolução tecnológica que o colocou entre os principais produtores e exportadores do mundo. A cooperação brasileira, especialmente em pesquisa e inovação, pode transformar a agricultura em outros países das Américas”, afirmou.
Desafios globais e foco em tecnologia
Matos lembrou que o mundo enfrentará um grande desafio nas próximas décadas: produzir mais com menos recursos.
“A população global deve passar de 8 para 10 bilhões de pessoas, o que exigirá entre 50% e 60% mais alimentos, biocombustíveis e fibras. Isso só será possível com tecnologia, pesquisa e sustentabilidade”, avaliou.
O ex-ministro também defendeu a necessidade de reduzir desigualdades regionais e fortalecer a cooperação diante dos efeitos das mudanças climáticas e dos riscos sanitários.
“A paz do mundo dependerá do que fizermos para fortalecer as cadeias produtivas e garantir o abastecimento de alimentos”, concluiu.
A eleição do novo diretor do IICA ocorre durante a Conferência de Ministros da Agricultura das Américas, em Brasília. Dos 34 países membros, 32 terão direito a voto, já que Venezuela e Nicarágua estão temporariamente impedidas de participar do processo.
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Endividamento recorde no agro pressiona crédito e acende sinal vermelho no setor financeiro

O agronegócio brasileiro passa por um período de ajuste depois de anos de expansão e rentabilidade elevada. A combinação entre custos altos, queda nos preços das commodities e aumento do endividamento tem elevado os índices de inadimplência no campo, gerando preocupação em toda a cadeia financeira, dos fornecedores de insumos aos bancos.
Segundo Eric Emiliano, sócio da L.E.K. Consulting, o cenário atual reflete uma fase de margens mais apertadas e menor capacidade de pagamento por parte dos produtores.
“O agronegócio teve anos muito bons, especialmente nas culturas de soja e milho, mas já vem há duas ou três safras com margens mais curtas. Os custos subiram, os preços das commodities caíram e isso pressiona o caixa do produtor”, explicou.
Eric lembra que a alavancagem é algo comum na atividade agrícola, com produtores recorrendo a crédito de cooperativas, revendas, tradings e bancos , mas ressalta que a estrutura de endividamento se tornou mais pesada diante do cenário de rentabilidade menor.
“Nos momentos de margens altas, muitos produtores investiram e captaram mais recursos. Agora, com receitas menores, pagar as contas e as dívidas ficou mais difícil”, pontuou.
Apesar da alta da inadimplência, o especialista avalia que o problema não deve se estender por muito tempo.
“O agricultor brasileiro é muito resiliente. Já passamos por outros ciclos de aperto e o setor sempre se adapta. A retomada vai depender de fatores como o aumento da produtividade, que é essencial para melhorar o resultado dentro da porteira”, destacou.
Modelo de financiamento em transição
Eric também chama atenção para as mudanças na estrutura de crédito do setor. A participação do governo no financiamento agrícola, segundo ele, vem diminuindo, abrindo espaço para bancos e mercado de capitais.
“A agricultura cresce mais rápido do que a capacidade do governo de ampliar recursos. Por isso, outros agentes da cadeia, como indústrias de insumos, tradings e instituições financeiras, vêm assumindo papel maior no crédito rural”, explicou.
Nos últimos anos, observa o consultor, os bancos e o mercado de capitais aumentaram sua presença no financiamento ao agro. No entanto, com a inadimplência em alta, há um movimento de cautela.
“Mesmo assim, acreditamos que uma participação maior dessas instituições é positiva, porque traz especialização financeira e deixa a cadeia de insumos e tradings focada em suas atividades principais”, afirmou.
Para o especialista, o futuro do crédito agrícola deve ser marcado por soluções financeiras mais sofisticadas e garantias estruturadas, acompanhando a maturidade do setor.
“Os modelos de financiamento vão ficar mais complexos, tanto na origem dos recursos quanto nas formas de garantia. Isso é sinal de um mercado que está evoluindo”.
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Preços do boi gordo encerram semana em alta e negócios seguem aquecidos

O mercado físico do boi gordo manteve-se acima da referência média em várias regiões, com destaque para Rondônia, Pará, Tocantins e Goiás. Em São Paulo, as negociações se sustentam em patamares estáveis, com frigoríficos de maior porte operando com escalas confortáveis e boa presença de animais de parceria.
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As exportações seguem com desempenho acima do habitual, segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Preços do boi gordo (arroba):
- São Paulo: ficou em R$ 314,17 (a prazo)
- Goiás: arroba a R$ 305,57
- Minas Gerais: preço de R$ 304,12
- Mato Grosso do Sul: arroba indicada para R$ 327,95
- Mato Grosso: ficou em R$ 299,86
Mercado atacadista
O mercado atacadista segue firme, com tendência de alta no curtíssimo prazo, impulsionada pelo aumento do consumo doméstico com o fim de ano se aproximando. O décimo terceiro salário, postos temporários de emprego e confraternizações contribuem para a maior demanda.
- Quarto traseiro: R$ 25,00
- Quarto dianteiro: R$ 18,20
- Ponta de agulha: R$ 17,20
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,13%, cotado a R$ 5,3926 para venda e R$ 5,3906 para compra. Durante o dia, a moeda oscilou entre R$ 5,3622 e R$ 5,4027. Na semana, o real valorizou 0,25% frente ao dólar.
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