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trecho de chão que corta riquezas, mas multiplica prejuízos

Considerada de suma importância para o escoamento da produção agropecuária de Mato Grosso, a rodovia estadual MT-140 na região de Juscimeira enfrenta diversos problemas de trafegabilidade no trecho ainda não pavimentado. Produtores na região relatam que dos 90 quilômetros sem pavimentação, 25 quilômetros estão em pior estado.
Na época da seca bancos de areia escondem buracos na rodovia estadual, enquanto na época das chuvas o que se formam, segundo produtores e caminhoneiros, são “verdadeiros” atoleiros, causando prejuízos e transtornos para quem depende da estrada.
“Essa MT-140 hoje tem ligação com a MT-475 que vem de Jaciara, então é grãos que transporta, grãos para pecuaristas vem caminhão de Rondonópolis, Cuiabá, de frigoríficos”, relata o pecuarista Hugo Barth Fernandes de Paiva. Segundo ele, a promessa de pavimentação do trecho é antiga. “Desde menino eu ando nessa estrada. Meu avô já fala do problema desde muito antes”.
O pecuarista possui um rebanho bovino de 700 animais em uma área de 500 hectares na região. Ele pontua que a pavimentação da MT-140 “tem que sair do papel”.
“Na época da seca a está muito ruim. Os animais sofrem, a gente pensando em bem-estar animal tudo complica. Vai chegando as águas aí que é problema. Começa o embarque e o caminhão não consegue chegar na propriedade. Hoje os frigoríficos cobram da gente um animal que chega com hematomas. Então, por mais que façamos um bom manejo dentro da propriedade, no transporte ele vai bater e vai ter hematomas e acaba influenciando no nosso bolso o desconto”, frisa ao Patrulheiro Agro desta semana.
MT-140 gera prejuízos no bolso e de relógio
De acordo com o caminhoneiro Juliano Fernandes dos Santos, para percorrer um trecho de 25 quilômetros, além dos prejuízos materiais, a falta de asfalto gera atrasos. Ele comenta que o trecho que deveria ser feito em cerca de 20 minutos se estivesse pavimentado, ele acaba levando em torno de uma hora e quarenta para fazer.
“A despesa é grande de trafegar aí. Estoura pneus demais, porque tem muita ponta de pedra no meio dessa areia. É difícil, pouco infraestrutura. É uma estrada muito usada por cavaqueiro, caminhões de grãos. Sem manutenção fica difícil de transitar”, diz Juliano à reportagem do Canal Rural Mato Grosso. “Torce tudo. O caminhão anda quebrando demais. Para nós está sendo difícil, a estrada não arruma, o frete está barato e a estrada ruim. O trem está difícil de tocar”, completa Lucas Monteiro Santana, que também é caminhoneiro.

Situação aperta ainda mais as margens de lucro
Conforme produtores na região, a situação da estrada pesa no bolso. “Esperamos que os governantes deem uma atenção aqui para nós. Se não tomar uma atitude para arrumar, ninguém passa”, pontua Francisco Jesus Ferreira Júnior, subgerente da Girassol Agrícola, empresa que cultiva na região cerca de 8,2 mil hectares de lavoura e uma área de aproximadamente 7,5 mil hectares de eucalipto.
A Agrícola Irmãos Chiapinotto semeia uma área de 2.050 hectares de grãos entre soja e milho no município de Juscimeira. Alberto Chiapinotto comenta que a logística atual do trecho não pavimentado da MT-140 “deixa uma margem de 12% no valor do grão a menos do que em outras regiões”.
“Praticamente o lucro fica todo no transporte ou até mesmo na hora da colheita na perda do grão na lavoura porque o caminhão não chega a tempo”.
O produtor destaca ainda que “não é somente nós produtores, a parte social também está sendo afetada”. “É crítica a nossa situação. A gente vem pedindo socorro há muitos anos para as autoridades competentes. Não temos outros meios a não ser pedir auxílio do governo para pavimentar essa MT-140. O governo Mauro Mendes está fazendo muito por nós produtores rurais, mas pedimos que olhasse para nós com outros olhos aqui na região da MT-140”, pede Alberto.
Em nota, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) informou que firmou convênio com o Cidesasul, consórcio intermunicipal da região, para manutenção de trechos não pavimentados das MTs 140, 373, 040, 469, 460 e 454, em Juscimeira. Não há projetos de pavimentação por enquanto.
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Congresso de Agronomia: produtividade com sustentabilidade

A engenharia agrônoma e toda a cadeira produtiva do agro brasileiro volta o foco para Maceió, Alagoas, a partir deste dia 14 de outubro, para difundir conhecimento, inovação e experiências que pretendem moldar o futuro da agronomia no Brasil. Em sua trigésima quarta edição, o Congresso Brasileiro de Agronomia – CBA 2025 – tem como tema Produtividade com Sustentabilidade.
Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), através da Sociedade dos Engenheiros Agrônomos de Alagoas (Seagra) realiza o evento com 6 salas temáticas simultâneas, mais de 65 palestras e painéis, mais de 300 trabalhos científicos apresentados, 130 palestrantes especialistas entre eles, Roberto Rodrigues, ex-ministro da agricultura e embaixador da FAO para o cooperativismo, falando sobre o tema: O Engenheiro Agrônomo do Futuro, e Aldo Rebelo, ex-ministro, que falará sobre “A Importância do Engenheiro Agrônomo para a Segurança Alimentar”.
Entre os temas também figuram os debates, trabalhos e exposições do evento a nanotecnologia e robótica para agricultura sustentável, startups e inovação no campo, agronomia como protagonista da transição energética, políticas públicas, e muito mais.
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Aprosoja-MT pede revisão na MP que renegocia dívidas rurais

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) cobrou do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a revisão dos critérios de acesso ao crédito rural previstos na Medida Provisória nº 1.314/2025, que renegocia dívidas rurais.
A entidade enviou ofício à pasta defendendo que os bancos possam avaliar individualmente os pedidos de produtores, com base em comprovação técnica de perdas, sem restrições territoriais impostas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Critérios territoriais e impacto no campo
Publicada em setembro, a MP 1.314/2025 criou linhas de crédito com juros subsidiados entre 2% e 6% ao ano para produtores que tiveram perdas em duas ou mais safras entre 2020 e 2025 por causa de eventos climáticos extremos. As regras do CMN, no entanto, limitam o acesso aos produtores localizados em municípios listados pelo Ministério da Agricultura, de acordo com percentuais médios de perdas apurados pelo IBGE.
Para a Aprosoja-MT, o critério desconsidera casos de perdas comprovadas fora desses recortes estatísticos. A entidade afirma que a medida acaba excluindo agricultores que enfrentaram seca, excesso de chuva e queda nos preços da soja e do milho, comprometendo a viabilidade econômica das propriedades.
“Produtores com laudos técnicos e comprovação de prejuízos deveriam ter o mesmo direito ao crédito equalizado. O objetivo é garantir fôlego financeiro para continuar produzindo”, afirmou Diego Bertuol, diretor administrativo da Aprosoja-MT.
Endividamento e burocracia
Dados do Banco Central mostram que cerca de 15% da carteira de crédito rural de Mato Grosso, o equivalente a R$ 14 bilhões, está em atraso ou renegociação. Segundo a Aprosoja, o cenário reforça a necessidade de juros acessíveis e prazos adequados, conforme previsto na MP.
Bertuol também destacou a burocracia e as exigências excessivas como entraves ao crédito rural. “A demora nos processos, a falta de recursos e as altas garantias exigidas impedem o acesso às linhas emergenciais. Em muitos casos, bastaria o alongamento das dívidas com carência e prazos adequados para evitar a falência de produtores”, afirmou.
Pedido de revisão
A entidade solicita que o Mapa reavalie as normas complementares e autorize expressamente as instituições financeiras a realizarem a análise individualizada dos pedidos de crédito, conforme a comprovação técnica das perdas. Para a Aprosoja-MT, o foco da MP deve permanecer em atender produtores em situação de vulnerabilidade, independentemente da localização geográfica.
Caso os critérios não sejam revistos, produtores afetados por secas, chuvas intensas e incêndios podem ser obrigados a renegociar suas dívidas em linhas de mercado, com juros superiores a 16% ao ano, o que, segundo a entidade, aumentaria o risco de insolvência no campo.
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Agricultura regenerativa cresce no Cerrado e melhora resultados nas lavouras

O Cerrado brasileiro passa a ganhar protagonismo na agricultura regenerativa. O projeto Regenera Cerrado, iniciativa do Fórum do Futuro em parceria com universidades e empresas, concluiu a primeira fase em setembro, abrangendo mais de 8 mil hectares de fazendas no sudoeste de Goiás.
Durante essa etapa, foram validadas práticas que diminuíram o uso de insumos químicos, como fertilizantes (-20%), fungicidas (-30%) e inseticidas (-50%), ao mesmo tempo em que aumentaram o uso de bioinsumos e técnicas de controle biológico, mantendo a produtividade das culturas de soja e milho.
O projeto também monitorou serviços ecossistêmicos, como a preservação de polinizadores, mostrando aumento de produtividade próximo a áreas de mata nativa, e melhorias na estruturação do solo e na mitigação de gases de efeito estufa.
Agora, a segunda fase do Regenera Cerrado, iniciada em outubro, ampliará o estudo para cinco pilares: saúde do solo e da água, práticas agrícolas regenerativas, conservação da biodiversidade, produção de alimentos seguros e sustentáveis e fortalecimento do mercado regenerativo.
O objetivo é coletar dados integrados sobre solo, biodiversidade, polinização, carbono, fitossanidade e qualidade dos grãos, consolidando evidências para ampliar a adoção de práticas regenerativas em todo o país.
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