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Tecnologia consegue prever a produtividade da cana com 89% de acerto

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Um modelo em desenvolvimento pela Embrapa conseguiu estimar com assertividade a produtividade da cana-de-açúcar com base em imagens de satélite coletadas durante a fase de crescimento da lavoura.

O resultado foi obtido integrando as fotos com técnicas estatísticas, aprendizagem de máquina e tecnologia.

A pesquisa utiliza uma série temporal de imagens da PlanetScope disponibilizadas por meio do Programa Brasil Mais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

As imagens diárias permitem que os pesquisadores identifiquem os melhores momentos do desenvolvimento da planta para se obter o índice de vegetação usado na previsão.

As informações coletadas nas imagens integradas a variáveis como cultivar, ciclo de produção e precipitação acumulada durante a fase de crescimento são usadas em um modelo de predição.

No caso da cana-de-açúcar, um trabalho feito em parceria com a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) monitorou duas safras durante três anos e obteve coeficiente de determinação de 0,89.

Isso significa que quando comparadas as predições do modelo com a produtividade observada na lavoura pelos métodos agronômicos tradicionais, houve 89% de precisão, índice considerado alto para previsões.

O pesquisador da Embrapa Agricultura Digital Geraldo Magela Cançado destaca que o trabalho começou com um modelo mais simples, mas, conforme os trabalhos avançarem, novas variáveis serão inseridas, como temperatura, textura do solo e disponibilidade hídrica. Com essas variáveis espera-se melhorar a eficiência da ferramenta.

A expectativa da equipe que trabalha na pesquisa é a de gerar um modelo de predição que possa ser utilizado por produtores e indústria com dados por talhão nas propriedades rurais.

Isso possibilitaria melhor planejamento estratégico, antecipação de negociações, programação de logística e a orientação para possíveis intervenções na lavoura. Outro possível uso seria pelo poder público na previsão de safras.

“Essa metodologia permite um levantamento de safra mais objetivo. Queremos diminuir a subjetividade dessa previsão e ser mais abrangente. Considerada a imensidão deste país, só com o uso de imagens de satélites isso se torna possível”, afirma o pesquisador João Antunes.

Produtividade da soja

Foto: Divulgação

Após a primeira experiência com a cana-de-açúcar, a mesma metodologia começou a ser utilizada na cultura da soja em uma pesquisa de validação do uso do bioestimulante Hydratus, que protege plantas contra a seca e estimula o crescimento vegetal.

Três áreas foram monitoradas. Em duas delas, a equipe da pesquisa utilizou as imagens de satélite do PlanetScope e, na terceira, imagens feitas com uso de drone. Enquanto na cana foi adotado o índice vegetativo por diferença normalizada verde (GNDVI) para predição da produtividade, na soja foi usado o índice de vegetação realçado (EVI2).

Os resultados obtidos não só acusaram a diferença de produtividade entre os tratamentos com diferentes doses e testemunha do bioestimulante Hydratus, como tiveram uma correlação de 71% entre a produtividade predita e a observada. Embora menor do que a assertividade da cana-de-açúcar, o índice de predição do modelo é considerado alto.

“Cada cultura tem um comportamento diferente e é normal essa variação entre elas. No geral, assumimos como aceitáveis níveis de correlação acima de 0,6 (ou seja, o modelo é capaz de explicar acima de 60% da variação observada).

No caso da cana, como a produção está muito ligada ao próprio dossel da planta (parte da planta sobre a superfície do solo, formada por folhas e colmos), obtêm-se melhores resultados, pois é quase uma relação direta entre biomassa e produtividade de colmo (caule típico de gramíneas, como a cana).

Já no caso da soja, como o produto é o grão, a relação dossel da soja e produtividade não é tão direta”, diz Cançado. Segundo ele, os bons resultados do modelo de predição trazem otimismo para o uso em pesquisas de campo, permitindo o monitoramento preciso e não destrutivo.

“Essa estrutura de avaliação dupla, combinando métricas agronômicas com sensoriamento remoto, fornece uma estratégia inovadora e econômica para avaliação do desempenho das culturas em tempo real”, afirma o pesquisador.

De acordo com o analista da Embrapa Eduardo Speranza, devido ao volume ainda pequeno de amostras usadas para treinar o algorítmo, o modelo com cálculos estatísticos vem se mostrando mais preciso.

“Apesar de ter muitos experimentos, trabalhamos em uma publicação com 500-600 amostras para treinar um algoritmo. Essa quantidade para aprendizado de máquina é pequena. O método de aprendizagem de máquina tem potencial de ser melhor, mas necessita de milhares de amostras”, contextualiza.

Sob supervisão de Victor Faverin

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China puxa recorde nas exportações de soja em Mato Grosso

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Mato Grosso registra recorde nas exportações de soja em 2025. O estado enviou para o mercado externo 27,89 milhões de toneladas até agosto. O volume representa um aumento de 16,07% em comparação ao período analisado em 2024. A China foi responsável por 68,62% dos embarques.

Entre janeiro e agosto de 2024, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Mato Grosso havia exportado 24,03 milhões de toneladas. A quantidade supera, inclusive, o mesmo período em 2023, quando 26,14 milhões de toneladas deixaram o estado rumo aos portos.

Somente em agosto, aponta a Secex, 1,25 milhões de toneladas de soja foram exportadas pelo estado, avanço de 118,08% em relação a agosto de 2024. O volume também é considerado recorde.

O consumo da soja mato-grossense pelo exterior é puxado pela China, que respondeu por 82,40% dos embarques do estado em agosto e por 68,62% no acumulado do ano. Entre janeiro e agosto, a gigante da Ásia adquiriu 19,14 milhões de toneladas do grão, quantidade 33,41% superior ao registrado no mesmo período em 2024.

Brasil também registra recorde na soja

O recorde observado no estado, também é verificado no país. No acumulado das exportações da soja brasileira em 2025 (até agosto), o país enviou para o exterior 86,54 milhões de toneladas, incremento de 3,72% em relação ao mesmo período de 2024.

Conforme a Secex, apesar da queda de 23,81% nos envios de agosto em relação a julho, os 9,34 milhões de toneladas embarcados pelo país representam o maior volume da série histórica para o mês e aumento de 16,13% frente a agosto de 2024.

“Esse desempenho foi impulsionado pela forte demanda da China, que, em meio à disputa comercial com os EUA, manteve o foco na soja brasileira”, explica o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) em seu boletim semanal.


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Com recordes, abate de bovinos, suínos e aves cresce no segundo semestre de 2025

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O abate de bovinos cresceu 3,9% segundo trimestre de 2025, segundo dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (10). No período, foram abatidas 10,4 milhões de cabeças de bovinos.

Maio foi o mês mais intenso, com 3,59 milhões de cabeças, crescimento de 4,9% na comparação anual. O destaque foi o abate de fêmeas, que avançou 16% em relação ao ano anterior, mantendo a tendência observada desde o início de 2025.

Entre os estados, São Paulo (+129,5 mil cabeças), Pará (+87 mil) e Rio Grande do Sul (+50,4 mil) lideraram os aumentos. Já Mato Grosso (-85,4 mil) e Minas Gerais (-53 mil) registraram as maiores quedas.

Mato Grosso segue como principal estado no abate de bovinos, com 16,7% da participação nacional, seguido por São Paulo (10,9%) e Goiás (10,1%).

Suínos

O abate de suínos chegou a 15,01 milhões de cabeças, crescimento de 2,6% em relação ao 2º trimestre de 2024 . O resultado foi o maior já registrado para o período desde o início da série histórica, em 1997.

Rio Grande do Sul (+179,2 mil cabeças) e Minas Gerais (+95,9 mil) puxaram a alta. Santa Catarina, que continua liderando o ranking nacional com 28% da participação, registrou queda de 36 mil cabeças.

Frangos

Já o abate de frangos alcançou 1,6 bilhão de cabeças, alta de 1,1% sobre o mesmo período de 2024 . Foi o maior resultado já registrado para um segundo trimestre da série histórica. Paraná lidera o ranking, com 34,1% da participação nacional, seguido por Santa Catarina (13,7%) e Rio Grande do Sul (11,4%).

Leite

A captação de leite cru somou 6,5 bilhões de litros, crescimento de 9,4% frente ao 2º trimestre de 2024 e queda de 1% em relação ao trimestre anterior. Foi o maior volume já registrado para o período.
Minas Gerais lidera a aquisição, com 23,8% do total, seguido por Paraná (15,7%) e Santa Catarina (12,7%)

Ovos

A produção de ovos atingiu 1,24 bilhão de dúzias, um aumento de 6,2% frente ao 2º trimestre de 2024 e de 2,9% sobre o trimestre anterior. São Paulo segue como o maior produtor nacional, com 25,6% do total, seguido por Minas Gerais (9,9%), Paraná (9,3%) e Espírito Santo (7,9%).

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Exportação de milho de Mato Grosso fica 20,53% abaixo da média de cinco anos

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O volume de milho exportado por Mato Grosso no acumulado de 2025 está 20,53% abaixo da média dos últimos cinco anos, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A forte retração no estado também se reflete em uma queda de 43,24% em comparação com o mesmo período de 2024. As exportações totais mato-grossenses no ano alcançaram 7,32 milhões de toneladas até agosto.

Apesar da retração anual, o mês de agosto mostrou um avanço pontual nas exportações. O Brasil enviou 6,85 milhões de toneladas de milho ao exterior, um volume 181,53% maior que em julho e 12,94% superior a agosto de 2024. Mato Grosso seguiu a tendência, exportando 3,50 milhões de toneladas no mês, com alta de 134,53% frente a julho, porém 19,07% menor ante agosto do ano passado.

Ao se olhar o acumulado do ano no Brasil, o volume total exportado pelo país em 2025, de 15,75 milhões de toneladas, é 12,25% menor do que o registrado no mesmo período de 2024.

Em seu boletim semanal, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) pontua que “a elevada oferta do cereal no Brasil, somada à expectativa de uma safra robusta nos EUA, mantém a atenção voltada para o mercado internacional, já que esse cenário pode pressionar os preços e limitar os volumes exportados nos próximos meses”.


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