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Mato Grosso avança na colheita do algodão; milho praticamente encerrado

A colheita do algodão na última semana avançou 13,07 pontos percentuais em Mato Grosso e alcançou 40,05% da área cultivada nesta safra 2024/25. O incremento é creditado à entrada das máquinas nas áreas de segunda safra da fibra, principalmente. Enquanto isso, nas lavouras de milho as colheitadeiras já foram desligadas em quatro regiões do estado.
Apesar do avanço no algodão, conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os trabalhos seguem atrasados em relação ao ciclo 2023/24, que nesta mesma época se encontrava com 57,35% da área colhida. O mesmo vale para a média das últimas cinco temporadas, que para o período é de 63,78%.
Entre as regiões que cultivam algodão no estado, a nordeste é a mais adiantada com 63,08% da fibra colhida. Em seguida aparecem as regiões médio-norte com 44,61% e sudeste com 43,49%.
Segundo o Instituto, até o dia 15 de agosto a região noroeste havia colhido 36,71% do algodão, a centro-sul 34,01% e a oeste 31,13%.
Falta pouco para o milho
Enquanto a colheita do algodão caminha para a metade da área, no milho as máquinas já foram desligadas nas regiões médio-norte, nordeste, noroeste e norte do estado. Até sexta-feira, 99,71% do cereal cultivado estava colhido.
Ainda contavam com máquinas em campo, segundo o Imea, as regiões centro-sul (99,96%), oeste (99,81%) e sudeste (98,15%).
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Preço do arroz atinge menor nível em 14 anos e preocupa produtores

Com o plantio avançando sobre 18% da área prevista para a safra 2025/26 no Rio Grande do Sul, principal estado produtor do país, o preço do arroz em casca atingiu o menor patamar em 14 anos. Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a saca é negociada a R$ 59,17, o valor mais baixo desde setembro de 2011, uma queda de 50,3% em apenas um ano.
Em entrevista ao Rural Notícias, do Canal Rural, Evandro Oliveira, consultor da Safras & Mercado, explicou que o setor enfrenta uma crise de liquidez e rentabilidade causada pelo excesso de oferta.
“Depois de o arroz ultrapassar R$ 120 por saca, logo após a pandemia, houve estímulos e expansão de áreas em várias regiões do país. Isso resultou em uma produção nacional superior a 12,3 milhões de toneladas. Agora, o desafio é encontrar demanda para todo esse volume”, afirmou.
O especialista destaca que o escoamento da produção é um dos principais gargalos. A demanda interna está retraída e as exportações enfrentam forte concorrência com a safra norte-americana, que domina os mercados do hemisfério norte. “O Brasil segue com dificuldades, e o problema está longe de acabar”, avalia Oliveira.
De acordo com levantamento da Conab, a próxima safra ainda deve ultrapassar 11 milhões de toneladas, mesmo com a leve redução de área projetada, cerca de 920 mil hectares, queda de 5%. Para o consultor, esse volume ainda é alto e mantém o mercado pressionado. “O equilíbrio viria com uma produção nacional ajustada ao consumo, em torno de 10,5 milhões de toneladas. Só assim poderíamos ter um 2026 mais confortável”, explicou.
O mercado também sofre com novos entraves logísticos e de custos. “Nas últimas semanas tivemos o impacto do tabelamento dos fretes, o que afastou os poucos compradores que restavam. O mercado segue travado e com muita incerteza”, disse.
Oliveira reforça que a competitividade internacional do arroz brasileiro depende de avanços estruturais. “Demanda existe, mas o ‘custo Brasil’ tira a nossa vantagem. Pedágios, fretes caros, burocracia e altos custos de produção reduzem a margem e impedem o país de competir com grandes exportadores como Estados Unidos, Uruguai, Argentina e Paraguai”, destacou.
Atualmente, o preço de equilíbrio para o produtor, o ponto em que cobre os custos de produção, seria entre R$ 70 e R$ 75 por saca na fronteira oeste gaúcha, principal região produtora. No entanto, as cotações atuais estão bem abaixo desse patamar, variando entre R$ 55 e R$ 56. “É uma situação muito preocupante, que coloca em risco o planejamento de novos plantios”, concluiu o consultor.
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Setor da maçã pede que frutas importadas sofram mesmo rigor fitossanitário das nacionais

Popularmente conhecida como traça da maçã, a Cydia pomonella, uma mariposa com menos de 2 cm, foi identificada em pomares de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul pela primeira vez em 1991, mas está erradicada no país desde 2013.
Para assegurar que o país continue livre da praga, um plano nacional de prevenção e vigilância, instituído pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), está em vigor desde setembro.
A iniciativa é fundamental para proteger a fruta, visto que as lagartas atacam diretamente a maçã, perfurando a polpa e retirando qualidade e valor comercial. Outro impacto direto é que os acordos comerciais firmados pelo Brasil com os compradores preveem que a identificação da Cydia pomonella no produto suspende completamente as vendas.
Por conta dos cuidados fitossanitários para manter a fruta longe da praga, a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), que representa os mais de 3.500 agricultores envolvidos no cultivo da fruta, busca sanar fragilidades do sistema, como a importação de maçãs, visto que países como Argentina, Uruguai e Chile ainda sofrem com o problema.
A entidade considera que uma fiscalização mais rígida para a fruta que vem dos países vizinhos e também de outros destinos é fundamental.
“A gente está prevendo, por exemplo, ações de monitoramento no setor produtivo aonde a praga não está – não que eu não ache isso importante – mas a gente precisa ter uma contraparte no setor produtivo de origem da fruta importada”, diz o diretor-executivo da ABPM, Moisés de Albuquerque.
Como contraponto, ele cita a dificuldade do Brasil em abrir novos mercados para exportar maçã devido ao rigor fitossanitário de alguns países, como o malaio e o peruano. “O rigor exigido para a abertura desses mercados, inclusive com controles impostos aqui no setor produtivo do Brasil, é muito grande. Então, o que nós esperamos é que o Ministério da Agricultura também faça exigências semelhantes para esses países [que exportam ao Brasil]”, destaca.
Controle nacional
Santa Catarina é o maior produtor de maçã do país com mais de 600 mil toneladas por safra. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola do estado (Cidasc) realiza o monitoramento do inseto com armadilhas, assim como é feito no Rio Grande do Sul. Feromônios são usados em mais de 100 pontos em áreas produtoras, de fronteira e em packing houses catarinenses.
O gestor do Departamento Estadual de Defesa Vegetal da Cidasc (Dedev/Cidasc), Alexandre Mess, lembra que não há obrigatoriedade normativa para os produtores monitorarem por conta própria a incidência da mariposa.
“Mas nada impede que um produtor de maçã compre armadilhas e feromônios e ajude a aumentar essa rede de monitoramento. Esse é o típico caso de quanto mais, melhor.”
Estima-se que se a praga entrasse no país, apenas o custo de controle geraria custos superiores a R$ 400 milhões por safra.
“Além da questão fitossanitária, muitos países têm restrições quanto a à aplicação de defensivos químicos. Então isso também é uma preocupação do produtor. Quanto menos aplicações ele puder fazer, ou se puder não fazer, mais mercados ele consegue atingir com o seu produto”, ressalta a chefe do Departamento de Defesa Vegetal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDV/Seapi), Deise Feltes Riffel.
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como o agro brasileiro pode se beneficiar e atrair investimentos

O conceito de taxonomia sustentável pode parecer complexo, mas é um instrumento essencial para orientar investimentos em atividades econômicas com impacto ambiental positivo.
O Comitê Interinstitucional da Taxonomia Sustentável Brasileira (CITSB) apresentou critérios que classificam essas atividades, considerando os desafios socioambientais específicos do Brasil.
Segundo o gerente de sustentabilidade da Fundação Eco+, Thiago Egídio Barreto, explica que a taxonomia funciona como um sistema de classificação para atividades econômicas, adaptado à realidade regional. “É importante equacionar os critérios de sustentabilidade que vão nortear as atividades econômicas dentro do contexto brasileiro”, afirma.
Para o produtor rural, a aplicação da taxonomia traz oportunidades práticas. Barreto destaca que, ao atender aos critérios socioambientais, o agricultor pode ter acesso a recursos financeiros mais estratégicos e com custos menores.
“Estamos conectando um direcionamento de estado para direcionar recursos, seja governamental ou privado, para atividades que conservam solo, água e florestas, e adotam boas práticas de manejo”, explica.
O instrumento vem sendo construído desde 2023, com consultas públicas e participação de especialistas de diferentes setores. “Essa base técnica e científica traz clareza para bancos e fundos de investimento, uniformizando critérios e oferecendo segurança para aportes em carteiras verdes ou sociais”, acrescenta Barreto.
Vantagens da taxonomia sustentável
Entre os principais pilares da taxonomia sustentável estão a conservação do solo e da água, o manejo responsável de pastagens, atualmente com 40 milhões de hectares degradados no país e a preservação de áreas de proteção ambiental e reservas legais.
“Uma agricultura bem manejada pode melhorar a qualidade física, química e biológica do solo, ao mesmo tempo em que conserva florestas e biodiversidade”, completa o especialista.
COP30
Com a COP30 se aproximando, a taxonomia sustentável ganha ainda mais relevância. Ela pode pautar discussões sobre regulação de emissões e mercados de carbono, conectando políticas de estado e práticas do setor produtivo. Barreto conta que a iniciativa mostra o compromisso do Brasil com metas socioambientais e oferece um caminho claro para que atividades econômicas contribuam para redução de impactos climáticos.
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