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Ex-ministro critica burocracia e defende menos intervenção estatal no agro

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Por trás da defesa enfática do chamado “mercado livre” está uma crítica recorrente ao peso da burocracia e da tributação no campo. Em entrevista ao Canal Rural Mato Grosso, o ex-ministro da Agricultura Antônio Cabrera aponta os entraves impostos pelo Estado como um dos principais limitadores da competitividade do agronegócio brasileiro e propõe um voto de confiança ao produtor rural. 

“O livre mercado é você poder confiar mais no agricultor, inclusive na relação com a sustentabilidade. Hoje, o excesso de burocracia ambiental chega a ser irônico, como se fosse um castigo para quem produz alimentos”, diz Cabrera, ao citar o licenciamento ambiental como um processo que, na prática, desestimula investimentos produtivos. 

A crítica vai além das papeladas. Segundo o ex-ministro, há uma percepção equivocada por parte de órgãos ambientais. “O Ibama, muitas vezes, passa uma impressão de milícia. Ninguém é contra o combate à ilegalidade, mas a forma como as autoridades ambientais têm realizado isso, precisa mudar”, destaca. 

Cabrera defende que o agro precisa de previsibilidade e menor interferência estatal para operar com eficiência. Uma das frentes para isso, segundo ele, é a simplificação tributária, sobretudo sobre exportações. “Os Estados Unidos proibiram na Constituição qualquer imposto sobre exportação desde 1776. Isso é mercado livre. Quanto maior a tributação, maior o peso do Estado. E nós, em pleno 2025, ainda estamos discutindo isso”. 

Cabrera afirma que a lógica do livre mercado passa também pela eliminação de barreiras financeiras que limitam a autonomia do produtor rural. Como exemplo, cita a possibilidade de produtores terem contas em dólar e acessarem diretamente recursos internacionais para financiar estruturas como armazéns. “Hoje o sistema financeiro é travado. Se eu vendo soja em dólar, por que não posso captar dólar lá fora para investir aqui dentro?”, questiona. 

A discussão ganha peso em meio ao debate sobre armazenagem, tema central do V Simpósio Técnico da Aprosoja-MT, do qual Cabrera participou. Conforme ele, a solução para os gargalos logísticos não necessariamente passa por investimento público direto, mas por estímulos indiretos e pelo destravamento do ambiente de negócios. 

“A Ferrogrão, por exemplo, é uma obra de R$ 20 bilhões que pode ser feita totalmente com recursos privados. O que o governo precisa fazer é abrir a janela, tirar o pé do freio”, comenta. 

Ele também cita o mecanismo da equalização da taxa de juros como forma eficiente de participação do Estado. “Não é preciso tirar R$ 15 milhões do Tesouro para construir um armazém. Basta equalizar a taxa de financiamento sobre esses R$ 15 milhões, o que pode custar R$ 100 mil. É uma alavancagem inteligente.” 

Na avaliação de Cabrera, o Brasil já deu passos rumo ao livre mercado, mas ainda enfrenta uma série de travas que os concorrentes externos não têm.

“Falta avançar mais. Tirar as dificuldades para que o produtor brasileiro possa competir em igualdade de condições com o americano, o argentino, o europeu. Hoje, quem nos trava é o nosso próprio sistema”, finaliza.


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venda da pluma da safra 2024/25 em MT atinge 70%, aponta Imea

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De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a comercialização da pluma de algodão safra 24/25, em Mato Grosso, alcançou 69,97% da produção até o fim de setembro. Os números representam um avanço de 1,58 ponto percentual em relação a agosto, embora ainda estejam 6,72 pontos abaixo do mesmo período do ciclo 2023/24, quando o número era de 76,69%.

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Vendas antecipadas

As vendas antecipadas da safra 2025/26 atingiram 31,90% da produção projetada, incremento mensal de 4,64 pontos percentuais, mas ainda 0,68 ponto abaixo de setembro de 2024. O norte lidera as negociações da safra futura com 41,57% vendidos, seguido por nordeste (32,54%), médio-norte (30,97%), centro-sul (26,82%), oeste (24,59%), noroeste (20,41%) e sudeste (19,09%).

Caroço de algodão

No caroço de algodão, a safra 2024/25 registra 67,48% de comercialização, alta de 4,17 pontos no mês, mas ainda 6,61 pontos atrás do ritmo de setembro de 2023. O norte também lidera com 69,41% vendidos, seguido por médio-norte (69,51%), oeste (68,62%), nordeste (61,90%), centro-sul (60,78%), noroeste (56,76%) e sudeste (43,94%). Para a safra 2025/26, o caroço tem 21,11% já comercializados.

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Área colhida da safra 2025 terá aumento de 2,4 milhões de hectares, aponta IBGE

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A área a ser colhida na safra agrícola de 2025 deve totalizar 81,4 milhões de hectares, 2,4 milhões de hectares a mais que o desempenho de 2024, um aumento de 3%.

Os números partem do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de setembro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (14).

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Em relação ao levantamento de agosto, houve uma alta de 102,7 mil hectares na estimativa da área colhida, elevação de 0,1%.

Principais culturas

O Brasil deve colher neste ano um volume recorde de soja, milho, algodão e sorgo, conforme o IBGE:

  • Soja: alta de 14,4%, para um recorde de 165,9 milhões de toneladas;
  • Milho: 20,7%, para 138,4 milhões de toneladas – milho 1ª safra: alta de 14%, para 26,1 milhões de toneladas – milho 2ª safra: aumento de 22,4%, totalizando 112,3 milhões de toneladas.
  • Arroz: 17,2%, para 12,4 milhões de toneladas;
  • Algodão: 10,6%, para um novo recorde de 9,8 milhões de toneladas;
  • Sorgo: 24,8%, para um recorde de 5 milhões de toneladas; e
  • Trigo: 3,6%, para 7,8 milhões de toneladas;
  • Feijão: queda de 0,5%, para 3,1 milhões de toneladas.

A safra agrícola de 2025 deve totalizar um recorde ainda maior que o previsto, de 341,9 milhões de toneladas, 49,2 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2024, um aumento de 16,8%.

Em relação ao levantamento de agosto, houve um aumento de 0,2% na estimativa, o equivalente a 660,9 mil toneladas a mais.

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Plantio de milho verão 2025/26 atinge 90% da área no Paraná

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O plantio da safra de verão de milho 2025/26 avança em praticamente todas as regiões produtoras do Paraná, com 90% da área prevista semeada até essa segunda-feira (13), segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado.

O boletim aponta que 22% das lavouras estão em fase de germinação e 78% em desenvolvimento vegetativo. Em sua maioria, as condições são boas (99%), com apenas 1% em condição média.

Segundo o  Deral, as lavouras emergidas apresentam bom desenvolvimento inicial. No entanto, “há relatos de infestações pontuais de pragas, como cigarrinha e tripes, que exigem atenção”, disse o órgão, em relatório. Além disso, em áreas recém-plantadas, a adubação nitrogenada está sendo postergada em virtude do excesso de chuvas.

Colheita do trigo

Sobre a colheita da safra de trigo 2025, o Deral mostra que o cereal foi retirado de 64% da área semeada e que 85% das lavouras têm condição boa, 14% média e 1% ruim.

“A colheita está em fase final ou em andamento na maior parte das regiões”, relatou o Deral.

O órgão aponta que 66% das lavouras estão em fase de maturação, 31% em frutificação e 3% em floração. No entanto, o Deral destaca que as chuvas recorrentes na última semana têm atrasado as operações e comprometido a qualidade dos grãos.

Segundo a entidade, em parte das áreas ainda em campo, há risco de perdas adicionais se as condições climáticas adversas persistirem.

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