Sustentabilidade
A nova métrica da Agricultura – MAIS SOJA

Por Silvia Masshurá, Pedro Abel Vieira, Antônio Marcio Buainain, José Garcia Gasques*
A produtividade agrícola brasileira é, historicamente, um dos pilares do desenvolvimento do setor agropecuário nacional. Nas últimas décadas, o crescimento da produção no campo não se deu por expansão desenfreada da área cultivada, mas por ganhos expressivos de eficiência. E a medição deste indicado possui uma metodologia específica, aceita mundialmente: a Produtividade Total dos Fatores (PTF) — que relaciona o volume total produzido ao conjunto de insumos utilizados. Entre 1975 e 2023, enquanto os insumos cresceram 1,35 vezes, o produto agrícola brasileiro aumentou 5,7 vezes. A diferença é explicada por inovação, conhecimento, políticas públicas e tecnologia. É um feito notável da pesquisa agrícola e do esforço dos agricultores.
Mas esse modelo de aferição, eficaz para avaliar desempenho técnico e econômico, precisa ser atualizado – segundo um consenso entre os especialistas. Afinal, em tempos de emergência climática, compromissos globais e cobrança por justiça social, a produtividade não pode mais ser medida apenas pela lógica da maximização da produção com uso eficiente de insumos. É necessário incorporar outras dimensões fundamentais — entre elas, os impactos ambientais e sociais do processo produtivo.
A PTF tradicional, ao mesmo tempo que faz uma boa aferição da qualidade de nossa produção agrícola, ignora variáveis como desmatamento, perda de biodiversidade, contaminação de solos e águas, ou emissões de gases de efeito estufa. Isso implica que um sistema agrícola pode registrar elevados ganhos de produtividade, gerando mais alimentos, mas causando degradação ambiental. Esse paradoxo não é mais aceitável.
Em resposta a esse desafio, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) criou em 2022 um grupo de trabalho dedicado a revisar o conceito de produtividade à luz da sustentabilidade. A proposta é clara: reconhecer que ganhos de eficiência devem vir acompanhados de responsabilidade ambiental. Reduções no uso de recursos naturais e queda nas emissões e conservação ambiental, por exemplo, devem ser incorporada como indicadores de produtividade — e não vistas como custos externos ou desvios de rota.
No caso brasileiro, esse debate ganha ainda mais relevância. A agricultura nacional multiplicou sua produção sem ampliar na mesma proporção as emissões de gases de efeito estufa. Entre 1990 e 2023, a produção agropecuária aumentou 3,5 vezes, enquanto as emissões cresceram menos de duas vezes — de 100 para 188. A inovação fez a diferença: se a intensidade de emissões tivesse permanecido nos níveis de 1990, o setor teria hoje quase o dobro de emissões. Isso mostra que eficiência ambiental e econômica podem andar juntas — desde que haja esforço, objetivo e ciência por trás das decisões.
Esse descolamento entre produção e emissões é resultado direto da elevação da produtividade, captada pela PTF, e do avanço tecnológico no campo. Se a intensidade das emissões tivesse se mantido nos níveis de 1990, as emissões da agropecuária em 2023 seriam da ordem de 356 — quase o dobro do valor real. A inovação, portanto, não apenas ampliou a produção, como também contribuiu para mitigar os impactos ambientais do setor.
Mas há outro ponto crítico: a PTF tampouco distingue entre realidades produtivas distintas. Grandes produtores com acesso a tecnologia e crédito não podem ser comparados, sob o mesmo indicador, a agricultores familiares em condições de vulnerabilidade. O risco é mascarar desigualdades e induzir políticas que aprofundam as assimetrias. Uma agricultura verdadeiramente eficiente é aquela que também promove inclusão, qualidade de vida e justiça social.
Nesse novo cenário, a inovação deixa de ser apenas um vetor de produtividade e se torna a principal ferramenta para resolver a equação mais exigente do nosso tempo: como produzir mais, com menos impacto ambiental, mais inclusão social e rentabilidade econômica sustentável. Trata-se de um salto conceitual. A agricultura deve ser julgada não apenas por quanto produz, mas por como e para quem produz.
Por isso, é urgente desenvolver mecanismos complementares de avaliação que revelem o que a PTF tradicional não enxerga. Métricas que considerem geração de empregos de qualidade, respeito aos direitos sociais e preservação ambiental. Instrumentos que orientem políticas públicas, premiem boas práticas e valorizem quem concilia produtividade com responsabilidade.
O Brasil tem um enorme potencial para liderar essa transformação. Dispõe de instituições científicas consolidadas, como a Embrapa, de agricultores experientes e de uma base de conhecimento tropical única no mundo. Cabe agora construir uma nova régua de avaliação do desempenho agrícola — uma régua mais justa, ampla e coerente com os desafios contemporâneos.
Silvia Mashurrá é presidente da Embrapa; Pedro Abel Vieira é pesquisador da Embrapa; Antônio Marcio Buainain é professor da Unicamp; José Garcia Gasques é pesquisador do Ipea
Fonte: Embrapa
Sustentabilidade
Especialistas em segurança no uso de agroquímicos da companhia Syngenta visitaram CEA-IAC, em Jundiaí-SP – MAIS SOJA

Os executivos Marco Reitz e Roberto Castro, da companhia Syngenta, estiveram na sede do Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), na cidade de Jundiaí (SP). Especialistas na área de ‘Product Stewardship’ – segurança de produtos e meio ambiente -, eles foram recebidos pelo pesquisador científico Hamilton Ramos e trataram dos programas IAC-Quepia, Adjuvantes da Pulverização e de outras iniciativas de pesquisa na área de tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas.
Órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, o CEA-IAC é considerado uma referência na América Latina em estudos e pesquisas avançados relacionados ao uso seguro de defensivos agrícolas. Pelo menos cinco projetos na área são conduzidos, com recursos privados, no local, que mantém ainda laboratórios de última geração e abriga especialistas de renome da pesquisa agrícola brasileira.
Uma dessas iniciativas, o programa IAC-Quepia é voltado ao aprimoramento da qualidade de vestimentas protetivas agrícolas ou EPI agrícolas. Empregados por trabalhadores nas aplicações de defensivos agrícolas, os EPI contam, globalmente, com a incorporação de cada vez mais recursos tecnológicos, segundo Ramos destacou na reunião. Ele estuda, em parceria com especialistas de outros dez países, mudanças em normas específicas da ISO, como a 18889 e a 27065, para luvas e vestimentas protetivas agrícolas.
Ramos também deu detalhes sobre a iniciativa Adjuvantes da Pulverização, que com 17 anos de atividades auxilia a indústria brasileira de adjuvantes agrícolas a respaldar a qualidade de produtos, por meio da concessão do Selo IAC de Funcionalidade. “Ao contrário dos defensivos agrícolas, adjuvantes não são submetidos a registro oficial. Essa brecha implica riscos ao agricultor no tocante à qualidade dos adjuvantes que ele adquire, daí a criação do selo, para produtos que atendam aos padrões de qualidade da pesquisa”, ele resume.
O pesquisador também trouxe à luz uma série de inovações em andamento, inclusive o uso de drones no campo. Recentemente, o centro de pesquisas de Jundiaí firmou uma parceria com a Fundação Coopercitrus Credicitrus. Conforme Ramos, o modelo de ação constitui uma mobilização para promover o uso correto de drones nas aplicações de defensivos agrícolas. Chamado Drones SP, o programa quer intensificar a transferência dessa tecnologia a cultivos de pequeno porte e às chamadas culturas de valor agregado.
Fonte: Assessoria de Imprensa Syngenta
Sustentabilidade
Deficiência de micronutrientes no milho verão preocupa produtores em regiões estratégicas – MAIS SOJA

Produtores de milho primeira safra em estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná estão atentos aos desafios da nutrição equilibrada do solo. Embora o fornecimento de macronutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio seja prática consolidada, a deficiência de micronutrientes tem gerado impactos negativos nas lavouras.
Com o objetivo de prevenir essas perdas e garantir o máximo potencial produtivo da cultura, cresce o uso do fertilizante SulfaBor, da catarinense MaxiSolo. O produto é um fertilizante mineral misto que oferece boro, cálcio e enxofre, com tecnologia de liberação em duas fases: uma imediata e outra gradual, assegurando nutrição contínua ao longo do ciclo do milho.
“A deficiência de boro nem sempre é visível no início do ciclo, mas com o avanço da lavoura, surgem sintomas como folhas jovens deformadas, crescimento limitado e má formação de espigas. Isso compromete diretamente a produtividade”, explica Caio Kolling, engenheiro agrônomo e gerente de marketing da MaxiSolo. Ele destaca que onde os solos são exigentes e há ocorrência de estresse hídrico, a aplicação correta de micronutrientes faz toda a diferença.
Um caso que se destaca é o do produtor André Wolf, de Santo Cristo, no noroeste gaúcho, onde os resultados do fertilizante mineral foram constatados na produção da silagem para o gado. “No nosso caso, que trabalhamos com gado leiteiro e fazemos silagem, o uso do SulfaBor no milho resultou em uma maior duração do alimento em ponto de silagem. O milho normal sem SulfaBor, em 3 ou 4 dias já passava do ponto. A partir do uso da tecnologia consegui levar o milho a três semanas mantendo o ponto de silagem. Em época de chuvas, não precisa entrar na lavoura causando a compactação do solo, eu consigo estender esse período”, conta o produtor.
Mais recentemente, a empresa agregou ao portfólio o SZMaxi, que apresenta em sua composição além do cálcio e enxofre, zinco, micronutriente essencial no cultivo do milho.
Baseado em combinações de sulfatos, o SZmaxi tem como principais benefícios a multifuncionalidade, atuando como fertilizante e condicionador do solo. Ele contribui na formação de grãos e melhora a qualidade e o rendimento da produção, além de aumentar a tolerância ao estresse. Composto por duplo sulfato e formulado para ser solúvel em água, o fertilizante garante disponibilidade imediata dos nutrientes para as plantas, contribuindo significativamente para o aumento da rentabilidade agrícola.
Segundo Kolling, as tecnologias da MaxiSolo vão além do fornecimento de nutrientes. “O produto entrega cálcio e enxofre na forma de sulfato, o que contribui para melhorar a estrutura do solo e combater o alumínio tóxico em camadas mais profundas. Isso cria um ambiente radicular mais favorável, estimulando o crescimento das raízes e a absorção de água e nutrientes, especialmente em anos de clima adverso”, explica.
Com raízes mais profundas e um solo mais equilibrado, as plantas resistem melhor ao estresse hídrico e expressam maior vigor, com reflexo direto na produtividade e na qualidade dos grãos.
A MaxiSolo reforça que o uso dos fertilizantes deve ser sempre baseado em análise de solo e recomendação técnica especializada, garantindo que os nutrientes sejam aplicados nas doses e momentos corretos.
Sobre a MaxiSolo
Empresa catarinense especializada em nutrição vegetal e correção de solo, com foco em tecnologias sustentáveis e de alta performance para a agricultura moderna. O SulfaBor é uma das soluções da empresa para o aumento da produtividade e da qualidade nas principais regiões produtoras do Brasil.
Site: https://www.maxisolo.com/
Facebook: maxisolo.agro
Instagram: maxisolo.agro
Fonte: Assessoria de Imprensa MaxiSolo
Sustentabilidade
Soja fecha em baixa em Chicago, por clima favorável nos EUA e alta do dólar – MAIS SOJA

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a segunda-feira com preços mais baixos. O mercado foi pressionado pela combinação de ampla oferta mundial, a fraca demanda pelo produto norte-americano e a força do dólar frente a outras moedas.
A previsão de clima favorável às lavouras dos Estados Unidos, com diminuição do calor e ocorrência de chuvas, cria uma expectativa de grande safra no país, também influenciando de forma baixista.
As inspeções de exportação norte-americana de soja chegaram a 409.714 toneladas na semana encerrada no dia 24 de julho, conforme relatório semanal divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Na semana anterior, as inspeções de exportação de soja haviam atingido 377.020 toneladas. Em igual período do ano passado, o total inspecionado fora de 408.582 toneladas. No acumulado do ano-safra, iniciado em 1o de setembro, as inspeções somam 47.203.279 toneladas, contra 42.770.645 toneladas no acumulado do ano-safra anterior.
Os contratos da soja em grão com entrega em agosto fecharam com baixa de 10,00 centavos de dólar ou 1% a US$ 9,88 3/4 por bushel. A posição novembro teve cotação de US$ 10,11 1/2 por bushel, perda de 9,50 centavos ou 0,93%.
Nos subprodutos, a posição setembro do farelo fechou com baixa de US$ 2,80, ou 1,02%, a US$ 269,40 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em agosto fecharam a 56,55 centavos de dólar, com ganho de 0,06 centavo ou 0,1%.
Fonte: Dylan Della Pasqua / Safras News
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