Sustentabilidade
Drones ganham espaço nas lavouras brasileiras e viram opção para agricultores e prestadores de serviço – MAIS SOJA

Comprar o próprio drone para pulverização agrícola ou contratar um prestador de serviço? Existe legislação para esta prática no Brasil? Quais as culturas agrícolas que já estão utilizando a tecnologia? Os resultados são promissores? Para responder a essas e outras perguntas, especialistas reuniram as principais informações a respeito da pulverização agrícola feita com essa tecnologia. Uso de drones agrícolas no Brasil: da pesquisa à prática, Documento 474, é de autoria de Rafael Moreira Soares, pesquisador da Embrapa Soja, (PR), e do empresário Eugênio Passos Schröder. O documento apresenta os aspectos regulatórios, o uso da tecnologia por prestadores de serviço e agricultores, analisa resultados de pesquisas nacionais e internacionais, e descreve exemplos práticos de sua aplicação em diversas culturas relevantes.
O uso dos drones na agricultura está cada vez mais presente, tanto em quantidade como em diversidade de aplicações. “Os modelos mais comuns são os multirrotores e os de asa fixa, com motorização elétrica por baterias”, explica Soares. “Eles são classificados de acordo com o seu peso e altura máxima de voo permitida, possuindo inúmeros tipos de hardware, software, câmeras e sensores, que permitem a execução de diversos processos, como, por exemplo, mapeamento georreferenciado, monitoramento, produção de imagens e, no caso dos drones agrícolas, a aplicação de produtos líquidos e sólidos de forma automatizada”, detalha o cientista.
Lançamento no Congresso Brasileiro de Soja
A publicação Uso de drones agrícolas no Brasil: da pesquisa à prática, Documento 474, será lançada durante o Congresso Brasileiro de Soja e o Mercosoja 2025, a ser realizado de 21 a 24 de julho, em Campinas (SP). No evento, o pesquisador Rafael Soares irá ministrar palestra sobre a temática da publicação no painel técnico sobre tecnologias de aplicação aérea.
O pesquisador conta que os drones agrícolas possuem características próprias no seu processo de pulverização, diferenciando-se tanto dos pulverizadores terrestres quanto dos aviões agrícolas, representando uma tecnologia intermediária entre esses sistemas. “Por isso, é essencial uma análise criteriosa antes de sua adoção, garantindo que a tecnologia agregue benefícios à atividade agrícola”, defende Soares.
Ele explica que ainda faltam dados e pesquisas para determinar, por exemplo, a taxa de aplicação de calda, a velocidade e a altura de trabalho, a faixa de pulverização, a deposição e uniformidade de gotas, a deriva, a mistura de produtos e o controle do alvo biológico. “Algumas vantagens inerentes da pulverização com drone dispensam comprovação por pesquisas, embora a mensuração de algumas dessas vantagens possa trazer informações valiosas sobre o uso da tecnologia”, declara.
O cientista frisa ainda que a área ainda precisa de muitos uma vez que os equipamentos se encontram em franca evolução e se modernizam a cada ano. “É um trabalho incessante, pois, além da atualização das máquinas, aumenta cada vez mais a diversidade de culturas, de produtos e de alvos envolvidos”, avalia Soares.
Para o pesquisador, um exemplo de mudança na tecnologia é a tendência da adoção de bicos rotativos nos principais modelos de drones utilizados no mercado, em substituição às tradicionais pontas hidráulicas. “O bico rotativo consiste numa ponta com disco giratório de alta velocidade que divide o líquido em gotas e oferece a opção de controlar o tamanho de gotas geradas, o que pode aumentar a uniformidade do espectro das gotas em comparação a pontas hidráulicas, pois elimina as gotas muito finas que causam deriva”, explica ao enfatizar que a maioria dos bicos rotativos consegue operar desde gotas finas até ultra grossas.
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Drone como negócio
O pesquisador conta que com o lançamento de modelos de drone com tanques de 40 litros ou mais, a partir de 2022, tornou possível a pulverização de mais de 100 hectares por dia com um único drone, o que ampliou sua atratividade no campo. Segundo ele, o investimento na estrutura de apoio para o uso do drone por parte do agricultor tende a ser menor que a de um prestador de serviço. “Isso porque o agricultor provavelmente já terá um veículo para transportar o drone, um funcionário ou familiar para auxiliar, um misturador de calda do pulverizador terrestre para adaptar no uso com o drone, entre outras coisas”, explica Soares.
De acordo com o empresário Eugênio Passos Schröder, o investimento necessário para montar um negócio de drones para pulverização demanda investimento não apenas no drone, mas também na aquisição de acessórios, veículos para atendimento da operação; estrutura administrativa e o capital de giro. “Isso significa que, em um cálculo aproximado, o investimento total equivale a cerca de três vezes o valor do equipamento de drone que se pretende comprar”, calcula. “É preciso fazer um planejamento detalhado de suas necessidades e uma análise financeira cuidadosa para determinar o investimento necessário para iniciar a prestação de serviços de pulverização”, recomenda Schröder.
Segundo o autor da publicação, o custo para contratar uma aplicação de agrotóxicos com drones agrícolas varia, de acordo com o relevo, vegetação da área, complexidade da operação, tecnologia e os equipamentos utilizados, distância do local de operação e tipo de produto a ser aplicado. Em geral, os preços oscilam entre R$ 100,00 a R$ 400,00 por hectare. “Essa amplitude reflete fatores como dificuldade de acesso ou exigências técnicas específicas. Alguns prestadores cobram por hora de voo; outros, por serviço completo, incluindo o preparo da solução”, ressalta.
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Autor/fonte: Lebna Landgraf (MTb 2.903/PR) Embrapa Soja
Fotos: Rafael Soares
Sustentabilidade
Mercado brasileiro mantém ritmo lento, com produtores no campo e moinhos cautelosos – MAIS SOJA

O mercado brasileiro de trigo manteve por mais uma vez um ritmo lento de negociações ao longo da semana. Os comerciantes avaliaram a oferta restrita, o clima adverso nas lavouras e a crescente dependência externa.
Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, apesar das intempéries climáticas enfrentadas durante o plantio e o desenvolvimento, as lavouras do Paraná e do Rio Grande do Sul (responsáveis por cerca de 90% da produção nacional) continuam, em geral, em boas condições.
No Rio Grande do Sul, os preços giraram entre R$ 1.300 e R$ 1.350 por tonelada (CIF moinhos), dependendo da localidade. No interior do estado, o trigo pão tipo 1 foi negociado a R$ 1.300/tonelada (FOB), com lotes de qualidade inferior (falling number mais baixo) entre R$ 1.210 e R$ 1.220/tonelada.
No Paraná, os moinhos sinalizaram interesse de compra a R$ 1.450/tonelada para o trigo da safra velha, enquanto para a nova safra as ofertas variaram de R$ 1.350 a R$ 1.400/tonelada (CIF). Os vendedores, no entanto, buscavam até R$ 1.500/tonelada.
O comportamento dos moinhos foi de cautela, com compras pontuais e foco no consumo imediato. “O atual cenário não oferece margem para elevações significativas nas cotações até a entrada da próxima safra”, avaliou Bento. Do lado da produção, os agricultores seguem focados nos tratos culturais e demonstram pouco interesse em comercializar.
As condições climáticas continuam no centro das atenções. No Paraná, cerca de 35% das lavouras estão em estágios sensíveis ao frio, com 82% das áreas ainda em boas condições, segundo o Deral. No RS, a Emater destacou recuperação das lavouras após o excesso de chuvas no fim de junho.
A estimativa é de que, mesmo sem perdas severas, a necessidade de importações poderá atingir níveis recordes nesta temporada. Segundo levantamento de Safras & Mercado, o Brasil já importou 5,837 milhões de toneladas na safra 2024/25, um aumento de 682 mil toneladas frente ao mesmo período do ciclo anterior. São Paulo lidera os desembarques, seguido por Ceará, Bahia, Pernambuco e Paraná.
Bento destaca que o mercado segue atento ao câmbio e ao cenário internacional. A possível aplicação de tarifa de 50% pelos EUA sobre produtos brasileiros ainda não teve avanço nas negociações, o que aumenta a cautela entre os agentes. “Uma eventual desvalorização do real frente ao dólar poderia sustentar os preços internos, que seguem ancorados à paridade de importação”, concluiu.
Fonte: Ritiele Rodrigues – Safras News
Sustentabilidade
Dólar e Chicago recuam e travam mercado brasileiro de soja – MAIS SOJA

O mercado brasileiro de soja teve uma semana de preços entre estáveis e mais baixos. O ritmo dos negócios seguiu restrito, refletindo a cautela dos negociadores e a diferença entre as bases de compra e de venda. A combinação de baixa do dólar e desvalorização dos contratos futuros na Bolsa de Chicago pressionou o mercado. Os prêmios firmes evitaram uma baixa generalizada nas cotações internas.
A saca de 60 quilo seguiu na casa de R$ 132,00 na região de Passo Fundo (RS). Em Cascavel (PR), o preço permaneceu em R$ 131,00. Em Rondonópolis (MT), a cotação se manteve em R$ 120,00. No Porto de Paranaguá, mercado também sem alteração, com preço a R$ 138,00.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em novembro, os mais negociados, operavam na manhã da sexta, 25, a US$ 10,17 1/2 por bushel, acumulando uma desvalorização semanal de 1,76%. Apesar de importantes avanços nas negociações de tarifas entre Estados Unidos e importantes parceiros comerciais, o clima favorável ao desenvolvimento das lavouras americanas seguiu sendo um ponto de pressão sobre a soja.
Durante a semana, o presidente americano Donald Trump anunciou acordo comercial com o Japão, com tarifa recíproca de 15%. Os japoneses são importantes consumidores de produtos agrícolas americanos. No período, houve sinalização de que as conversar avançam também entre Estados Unidos, União Europeia e China.
Mas as atenções, no momento, estão voltadas para o clima. As temperaturas subiram no cinturão produtor americano, mas acompanhadas de chuvas. Até o momento, as lavouras evoluem bem e a perspectiva é de uma safra cheia, que se soma a um quadro de ampla oferta mundial. Por isso, a pressão sobre as cotações.
CBSoja
Infelizmente, o armazenamento de grãos no Brasil não acompanha a evolução da produção. A afirmação foi feita por Edenilson Carlos de Oliveira, diretor de Logísticas e Operações da Coamo Agroindustrial Cooperativa, que palestrou sobre o “Estado atual da infraestrutura de armazenamento de grãos no Brasil”, no Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja), em Campinas (SP). “No Centro Oeste a situação piora”, lamenta.
Conforme Oliveira, a região teve um grande crescimento de área plantada e de produtividade nos últimos anos, gerando uma produção gigantesca. “Mas os investimentos em armazenagem não tiveram a mesma intensidade”, pondera.
A situação é pior, segundo o palestrante, em Mato Grosso. “Em Mato Grosso do Sul, tem uma característica de produção mais diversificada”, explica, o que diminuiu o gargalo. Já no Sul do país não há tanta dificuldade em armazenar. “Mas ainda temos distorções entre os estados”, frisa.
Outro destaque trazido pelo palestrante é o principal alicerce para a evolução da produção brasileira de soja, que na sua opinião acompanha o Produto Interno Bruto (PIB) da China. “Os gráficos de aumento do PIB chinês refletem no incremento da produção do Brasil”, afirma.
Fonte: Dylan Della Pasqua e Rodrigo Ramos / Safras News
Sustentabilidade
Colheita do milho segunda safra registra atraso em MS – MAIS SOJA

A colheita do milho segunda safra 2025 segue em ritmo lento em Mato Grosso do Sul. De acordo com dados divulgados pela Aprosoja/MS, por meio do Projeto SIGA-MS, até a terceira semana de julho foram colhidos 20,1% da área total cultivada, o equivalente a 422 mil hectares. Em comparação com o mesmo período do ciclo anterior, o atraso chega a 30 pontos percentuais.
“Na fase final da safra, o excesso de chuvas em determinadas localidades elevou a umidade dos grãos e dificultou a entrada das máquinas nas lavouras. Essa situação acaba impactando diretamente no ritmo da colheita”, explicou o assessor técnico da Aprosoja/MS, Flávio Aguena.
A região Sul lidera os trabalhos no Estado, com média de 21,4%. Em seguida estão as regiões Centro, com 19,5%, e Norte, com 12,8%. A previsão do SIGA-MS é que a colheita se estenda até o final do mês de agosto. Com base no histórico das últimas cinco safras, Mato Grosso do Sul deve produzir 10,1 milhões de toneladas em uma área de 2,1 milhões de hectares, com produtividade média estimada em 80,8 sacas por hectare.
Para acessar o boletim completo, com informações sobre condições das lavouras, clima e mercado de grãos, clique aqui.
Fonte: Joélen Cavinatto/Aprosoja MS
Autor:Joélen Cavinatto/APROSOJA MS
Site: Aprosoja MS
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