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Exportação de soja em junho cai 3,9% em volume e 12,5% em receita

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O Brasil exportou 13,42 milhões de toneladas de soja em grão em junho, queda de 3,9% em relação ao volume do mesmo mês de 2024, quando os embarques somaram 13,96 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) com base em 20 dias úteis de movimentação em ambos os anos.

A receita com os embarques de junho foi de US$ 5,37 bilhões, recuo de 12,5% frente aos US$ 6,14 bilhões registrados em igual mês do ano passado. Em maio, a receita havia sido de US$ 6,13 bilhões. O preço médio pago pela tonelada de soja no mês passado foi de US$ 400,10, abaixo dos US$ 439,70 praticados em junho de 2024, o que representa retração de 9% no comparativo anual.

No acumulado de janeiro a junho de 2025, o país exportou 64,95 milhões de toneladas de soja em grão, com receita de US$ 25,45 bilhões. O volume representa queda de 13,4% ante os 74,99 milhões de toneladas embarcadas no primeiro semestre de 2024.

Em valor, a retração foi ainda mais acentuada, de 21,8% em relação aos US$ 32,54 bilhões obtidos no mesmo período do ano passado, segundo dados consolidados do Agrostat e da Secex.

A média diária de exportações em junho foi de 671 mil toneladas, abaixo das 698 mil toneladas embarcadas por dia útil no mesmo mês de 2024. A redução acompanha a desaceleração sazonal dos embarques, que costumam atingir o pico entre abril e maio, com recuo natural a partir de junho.

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Tecnologia da Embrapa usa satélites para medir capim no pasto e ajudar a produzir mais

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Uma nova metodologia desenvolvida pela Embrapa está transformando a forma de monitorar as pastagens brasileiras e estimar a quantidade de forragem disponível para o gado. A inovação alia modelagem agrometeorológica e sensoriamento remoto, utilizando dados climáticos e imagens de satélite para orientar o manejo e apoiar a intensificação sustentável da pecuária, indicando o capim disponível no pasto.

O método foi testado em três sistemas produtivos diferentes – extensivo, intensivo rotacionado e integração lavoura-pecuária (ILP) – na Fazenda Canchim, unidade da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). O modelo aplicado explicou mais de 67% da variação observada na massa de forragem disponível, com destaque para o sistema extensivo, onde a acurácia chegou a 86%, animando os pesquisadores.

“Os resultados são promissores e demonstram a eficácia da metodologia em diferentes contextos”, afirma Gustavo Bayma, analista da Embrapa Meio Ambiente.

O estudo utilizou o modelo Safer (Simple Algorithm for Evapotranspiration Retrieving, ou algoritmo simples para recuperação de evapotranspiração), tradicionalmente aplicado para estimar demanda hídrica, mas que teve pouca aplicação em pastagens até agora.

O modelo Safer integra dados climáticos como radiação solar, temperatura, umidade e vento com imagens do produto HLS (Harmonized Landsat Sentinel-2), que reúne registros dos satélites Landsat-8, da Nasa, e Sentinel-2, da Agência Espacial Europeia (ESA). Segundo Bayma, o grupo é pioneiro em usar essa abordagem para estimar forragem, com potencial de ampliar a eficiência produtiva da pecuária.

Foto: Sandra Furlan/Embrapa

Diferencial no monitoramento

Um dos diferenciais do estudo foi aplicar a metodologia simultaneamente nos três sistemas de produção, além de diferenciar matéria seca total (MST) e matéria verde (MV) da forragem. Essa distinção aumentou a precisão das estimativas.

“Enquanto a matéria seca total inclui material de baixa qualidade, a matéria verde está diretamente relacionada à produtividade e ao consumo pelos animais”, conta a pesquisadora Sandra Nogueira, coautora do estudo.

As medições de campo foram feitas durante dois anos, com amostragens destrutivas alinhadas aos pixels das imagens de satélite (30 x 30 metros), permitindo validar os resultados com dados reais. A maior eficácia foi observada no sistema extensivo, devido à estabilidade do manejo. No ILP, a alternância entre milho e pastagem trouxe maior complexidade, mas os resultados permaneceram satisfatórios. Já no intensivo rotacionado, a precisão foi ligeiramente menor, reflexo da dinâmica acelerada do manejo.

Sensoriamento remoto avança na agropecuária

Para Marcos Adami, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a evolução de satélites, sensores hiperespectrais, drones e inteligência artificial tende a ampliar as possibilidades de monitoramento forrageiro. “Essas tecnologias poderão prever variações nas pastagens com maior antecipação e acurácia”, diz. Ele destaca que o avanço pode ser incorporado a programas estratégicos como o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD).

Patrícia Santos, pesquisadora da Embrapa, ressalta que o sensoriamento remoto representa um avanço significativo na gestão pecuária. “Permite identificar variações na quantidade de forragem ao longo do tempo, favorecendo decisões assertivas no planejamento e manejo sustentável.”

Segundo ela, os dados podem orientar políticas públicas e iniciativas privadas para recuperação de áreas produtivas, contribuindo para a meta do PNCPD de reduzir pastagens degradadas.

Intensificação sustentável como meta

O Brasil possui hoje 113,2 milhões de hectares de pastagens com manejo, segundo o IBGE. Entre 2000 e 2020, essas áreas cresceram 27,9%, um aumento de 24,7 milhões de hectares. Apesar disso, ainda existem 28 milhões de hectares de pastagens degradadas com potencial para recuperação e expansão agrícola, conforme dados da Embrapa.

Os sistemas integrados de produção ocupavam 17,4 milhões de hectares em 2020 e a meta é alcançar 30 milhões até 2030. Para Bayma, o novo método de monitoramento contínuo em larga escala pode ser estratégico para atender à crescente demanda global por alimentos, sem comprometer os recursos naturais. “É uma contribuição concreta para a intensificação sustentável da pecuária brasileira”, conclui.

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Do ringue ao campo: atletas que cultivam raízes no agro

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Quando pensamos em atletas de elite, logo vêm à mente estádios lotados, câmeras e medalhas. Mas o que poucos sabem é que alguns desses nomes também têm uma forte conexão com o agro — seja por raízes familiares, paixão pelos animais ou vontade de viver de forma mais sustentável.

Veja 5 atletas que mantêm (ou mantiveram) o pezinho na terra — no melhor estilo agro:

  1. Ronda Rousey — do UFC ao rancho orgânico
    Primeira mulher a lutar no UFC e ícone do MMA, Ronda Rousey fez história no octógono e em Hollywood. Mas fora dos holofotes, vive uma vida simples e sustentável.

Ela e o marido vivem em um rancho nos Estados Unidos, onde criam galinhas, cabras e cultivam alimentos orgânicos. O local é exemplo de agricultura regenerativa, e a conexão com a terra se tornou parte do estilo de vida do casal.

  1. Nikola Jokić — o MVP que ama cavalos
    Tricampeão MVP ( jogador mais valioso) da NBA, Nikola Jokić é astro do Denver Nuggets — e também um apaixonado por cavalos de corrida.

Na Sérvia, administra um haras e participa ativamente de competições equestres. Mesmo no auge da carreira no basquete, mantém sua rotina rural sempre que pode. Por lá, é conhecido com orgulho como “o fazendeiro”.

  1. Rogério Ceni — entre o campo de futebol e o campo de soja
    Antes de se tornar ídolo do São Paulo e técnico do Bahia, Rogério Ceni já conhecia o mundo agro. Nascido em uma família que cultiva soja no Mato Grosso, aprendeu desde cedo a dirigir trator e acompanhar o ritmo da lavoura.

Mesmo com a agenda cheia no futebol, sempre que pode ele volta às origens para recarregar as energias no campo.

  1. Jota — dos gramados ao agronegócio de precisão
    O espanhol Jota, ex-jogador de futebol, se reinventou após a aposentadoria. Criou uma agrotech que fornece dados sobre irrigação, fertilização e produtividade agrícola por meio de monitoramento remoto.

Sua empresa já projeta lucros na casa de 1 bilhão de libras, e mostra como tecnologia e agro podem caminhar juntos — e rápido.

  1. Fabrizio Bartoli — do esporte de elite à gastronomia do campo
    Na Itália, o ex-triatleta Fabrizio Bartoli deixou o esporte de alto rendimento para dedicar-se à agricultura orgânica e à gastronomia de origem.

Em sua propriedade de 8 hectares na Toscana, cultiva alimentos e prepara refeições com ingredientes frescos, colhidos a poucos metros da cozinha. O projeto une tradição rural, sustentabilidade e experiência sensorial.



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‘Precisamos parar de ter vergonha do agro’, diz novo secretário-executivo da Agricultura de SP

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O engenheiro agrônomo e produtor rural Alberto Amorim assumiu como secretário-executivo da Secretaria de Agricultura de São Paulo com um recado claro: o agronegócio precisa parar de ter vergonha de ser bom e deve buscar se tornar cada vez mais agroindustrial.

Amorim, que estava há mais de dez anos na secretaria e ocupava a coordenação da assessoria técnica, foi escolhido pelo secretário Guilherme Piai e pelo governador Tarcísio de Freitas para ocupar o novo cargo.

“Foi uma honra muito grande, porque mostra o viés técnico que o governador e o secretário querem dar à pasta. Não é só discurso, é estratégia de verdade”, destacou, em entrevista à editora-executiva do telejornal Luiza Cardoso Costa. Segundo ele, a escolha de técnicos para cargos de liderança reforça o compromisso de avançar em programas estruturantes para o agro paulista.

Sobre o Plano Safra 2024/25, Amorim considera positivo haver recursos destinados ao agro, mas acredita que o montante ainda seja insuficiente. “Sempre falam que o agro é subsidiado demais, mas, se compararmos com o resto do mundo, é muito menos. Mesmo assim, o Plano Safra é pouco para o que a gente precisa, principalmente para o pequeno e médio produtor”, disse.

Amorim afirma que esses produtores não conseguem modernizar sua produção nem implementar inovações. “Eles continuam fazendo o mesmo. Precisamos de dinheiro aliado a planos realmente estruturantes para fazer mudança”, disse. Ele defende que próximos planos safras tenham mais diálogo com estados como São Paulo, que já desenvolvem políticas públicas voltadas a melhorar a qualidade e a produtividade no campo.

Entre as mudanças promovidas no estado está o novo modelo de financiamento do Feap com juros subsidiados, alcançando mais produtores de forma mais barata, além de ajustes nos seguros rurais. “Ainda é pouco, mas deve crescer”, disse.

Para Amorim, o Brasil precisa entender sua vocação agrícola e fortalecer a agroindústria. “Tem lugar no Brasil que tira três safras por ano com irrigação. Por que a gente tem vergonha disso? O Plano Safra deveria ser o programa mais importante da federação, porque o agro trabalha sete dias por semana, 24 horas por dia, sem telhado e, em muitos casos, sem energia elétrica.”

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