Sustentabilidade
Até quando o tratamento de sementes protege a lavoura? – MAIS SOJA

No período inicial da lavoura de milho, diversas pragas e doenças podem acometer as sementes ou plântulas, afetando estabelecimento da cultura no campo, reduzindo um dos principais e mais importantes componentes de produtividade do milho, o número de plantas por área. Esse componente primário de produtividade é diretamente afetado pela número de sementes viáveis e porcentagem de germinação e emergência dessas sementes. Sendo assim, proteger a lavoura contra pragas e doenças iniciais que possam afetar a fase inicial do desenvolvimento do milho, é crucial para a obtenção de altas produtividades do grão.
Dentre as principais pragas iniciais que acometem o milho, destacam-se o complexo de lagartas do gênero Spodoptera (lagarta-do-cartucho), o percevejo-barriga-verde (Diceraeus melacanthus e Diceraeus furcatus), a lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea), determinados corós e pulgões e a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis e Leptodelphax maculigera), principal vetor da transmissão dos enfezamentos para o milho.
Figura 1. Percevejos em plântula de milho.
Como alternativa para mitigar os danos ocasionados pelas pragas iniciais do milho, uma das medidas de manejo mais adotadas em escala comercial é o tratamento de sementes de milho com inseticidas específicos. No tratamento de sementes, esses inseticidas normalmente são acompanhados de fungicidas, nematicidas, substancias bioestimulantes e/ou micronutrientes, possibilitando uma maior sanidade da lavoura no estabelecimento da cultura.
A utilização de inseticidas no tratamento de sementes do milho é cada vez mais comum e difundida em lavouras comerciais, possibilitando um controle inicial das pragas, antes das pulverizações pré-estabelecidas no programa fitossanitário da cultura. Entretanto, determinados inseticidas com baixo efeito residual podem exercer baixa proteção contra pragas, tornando necessário antecipar as pulverizações de inseticidas no manejo da cultura.
Nesse contexto, conhecer o efeito residual dos inseticidas empregados no tratamento de sementes do milho é fundamental para estabelecer estratégias de manejo e posicionar inseticidas dentro das janelas de aplicação no controle das pragas. Analisando o efeito do tratamento de sementes de milho com inseticidas para o controle do percevejo D. melacanthus, Fernandes; Ávila; Silva (2019) observaram que o efeito residual dos inseticidas no tratamento de sementes pode variar.
Conforme resultados obtidos pelos autores, alguns inseticidas apresentam maior efeito residual em relação a outros. Fernandes; Ávila; Silva (2019) destacam que determinados princípios ativos apresentam eficácia de controle limitada a 7 dias após a emergência da cultura, enquanto outras moléculas podem apresentar boa performance mesmo aos 21 dias após a emergência do milho.
Tabela 1. Número médio de insetos mortos (N) e porcentagem (%) de controle (C) de adultos do percevejo D. melacanthus em diferentes tratamentos químicos aplicados nas sementes de milho, aos 7 dias após as infestações realizadas aos 7, 14, 21 e 28(1) dias após a emergência das plantas (DAE) em casa de vegetação.

Dentre os principais fatores relacionados a redução da residualidade dos inseticidas no tratamento de sementes, destacam-se as condições climáticas e ambientais. A umidade e a textura do solo podem influenciar diretamente a distribuição do inseticida na região da semente. Chuvas intensas tendem a acelerar a lixiviação do produto, reduzindo sua concentração na zona de ação, especialmente em solos arenosos, que apresentam menor capacidade de retenção dos ingredientes ativos e, consequentemente, menor efeito residual. Além disso, alguns inseticidas sistêmicos podem ser metabolizados mais rapidamente pelas plântulas, o que também contribui para a redução do período de residualidade associado ao tratamento de sementes.
Além desses fatores, a tecnologia empregada no tratamento de sementes pode influenciar no efeito residual dos inseticida, a exemplo do uso de polímeros que podem reduzir substancialmente a perda de ingrediente ativo por lixiviação. Estudos também demonstram que o tratamento industrial de sementes permite maior padronização na concentração de produtos por unidade de sementes em relação ao tratamento de sementes on Farm, possibilitando uma maior eficácia no controle das pragas iniciais do milho (Peske & Platzen, 2019).
Vale destacar que, assim como ocorre no manejo de percevejos, o tratamento de sementes com inseticidas específicos assegura o controle inicial de diversas pragas do milho, incluindo lagartas que atacam plântulas e a cigarrinha-do-milho, vetor dos enfezamentos. Entretanto, como a persistência dos inseticidas utilizados no tratamento de sementes pode variar conforme o ingrediente ativo, condições ambientais e características do solo, adotar intervalos seguros de residualidade é fundamental para o correto posicionamento das medidas subsequentes de controle.
Para fins de manejo, considera-se que o efeito residual dos inseticidas aplicados no tratamento de sementes do milho se estende, em média, de 10 a 15 dias após a emergência da cultura, período suficiente para garantir proteção inicial e favorecer um estabelecimento uniforme da lavoura. Além disso, é importante lembrar que, visando o manejo da resistência das pragas a inseticidas e o aumento na performance de controle, é essencial rotacionar inseticidas no programa fitossanitário da cultura, inserindo inseticidas de diferentes modos de ação, a exemplo do Fiera® para o controle da cigarrinha-do-milho, que atua como regulador de crescimento, de forma seletiva em ninfas da cigarrinha.
Referências:
FERNANDES, P. H. R.; ÁVILA, C. J.; SILVA, I. F. CONTROLE DO PERCEVEJO Dichelops melacanthus POR MEIO DE INSETICIDAS APLICADOS NAS SEMENTES DE MILHO. Embrapa, Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, n. 82, 2019. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/202048/1/BP-82-2019-CREBIO.pdf >, acesso em: 11/12/2025.
PESKE, S.T.; PLATZEN, H. TRATAMENTO DE SEMENTES: TECNOLOGIA QUE SE REINVENTA. SEED News, 2019. Disponível em:< https://seednews.com.br/artigos/3003-tratamento-de-sementes-edicao-julho-2019 >, acesso em: 11/12/2025.
SIPCAM NICHINO. INOVAÇÃO NO CONTROLE DA CIGARRINHA-DO-MILHO: NOVO INSETICIDA DEMONSTRA ALTA EFICÁCIA. Sipcam Nichino Brasil, s.d. Disponível em: < https://www.sipcamnichino.com.br/post/inova%C3%A7%C3%A3o-no-controle-da-cigarrinha-do-milho-novo-inseticida-demonstra-alta-efic%C3%A1cia >, acesso em: 11/12/2025.

Sustentabilidade
Investimento agrícola cresce 26% em Mato Grosso do Sul – MAIS SOJA

A modalidade de investimento agropecuário movimentou R$ 234,5 milhões no mês de novembro, em Mato Grosso do Sul. O montante de R$ 136,8 milhões tomados para atividade agrícola representou um crescimento de 26% na comparação com o mesmo período de 2024, conforme dados do Banco Central disponibilizados no Boletim de Crédito Rural da Aprosoja/MS, divulgado nesta semana.
A maior parte dos recursos, cerca de R$ 138,4 milhões foi contratada sem fomento de programas oficiais de crédito rural. “O aumento do volume de crédito para investimento fora dos programas oficiais está relacionado, principalmente, à limitação de recursos e às dificuldades de acesso às linhas equalizadas do Plano Safra. Diante da necessidade de manter os investimentos, muitos produtores acabam recorrendo ao crédito livre, que oferece mais agilidade, mas também expõe o tomador a taxas de juros mais elevadas, refletindo um ambiente de crédito mais restritivo e seletivo”, explicou o economista da Aprosoja/MS, Mateus Fernandes.
Entre as linhas programadas, o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) concentrou aproximadamente R$ 36,3 milhões. Os programas ABC/RenovAgro, Pronaf Investimento e Pronamp também foram utilizados em novembro. Os números refletiram a estratégia dos produtores para mitigar gargalos logísticos, reduzir a dependência de terceiros e fortalecer o poder de negociação na comercialização da safra
O avanço na captação de recursos para a modalidade de investimento contrastou com a retração registrada nas operações de custeio e comercialização, que, no comparativo anual, apresentaram quedas de 29% e 43%, respectivamente.
Para consultar o boletim completo, clique aqui.
Fonte: Joélen Cavinatto – Aprosoja MS
Autor:Joélen Cavinatto/APROSOJA MS
Site: Aprosoja MS
Sustentabilidade
Aprosoja PI sinaliza melhora nas lavouras de soja do estado

O plantio da safra 2025/26 de soja no Piauí ganhou ritmo com a regularização das chuvas no estado após o dia 20 de novembro. Segundo a Associação dos Produtores de Soja do Piauí (Aprosoja PI), os trabalhos já atingem 95% da área estimada em 1,148 milhão de hectares, número projetado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A expectativa é de que a área cultivada avance 4,6% em relação à temporada anterior.
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Segundo a Safras & Mercado, o diretor executivo da Aprosoja PI, Rafael Maschio, avalia que a maioria das lavouras apresentou melhora no aspecto após as precipitações e se encontra, em sua maior parte, na fase de crescimento vegetativo, com exceção das áreas irrigadas.
De acordo com a Conab, a produção de soja no Piauí pode alcançar 4,081 milhões de toneladas na safra 2025/26, o que representa um crescimento de 8% frente ao ciclo anterior. A produtividade média também deve avançar, com alta estimada de 3,3%, chegando a 3.554 quilos por hectare.
Com informações da consultoria Safras & Mercado.
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Sustentabilidade
Plantio da safra 2025/26 de soja atinge 95% da área no Piauí – Aprosoja – MAIS SOJA

O plantio da safra 2025/26 de soja no Piauí evoluiu melhor com o retorno das chuvas no estado após 20 de novembro e atingiu 95% da área estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de 1,148 milhão de hectares, segundo informações da Associação dos Produtores de Soja do Piauí (Aprosoja PI). Há uma expectativa de que a área possa avançar 4,6% frente à temporada anterior.
O diretor-executivo da Aprosoja PI, Rafael Maschio, sinaliza que a maioria das lavouras de soja melhoraram bastante de aspecto com as precipitações e estão na fase de crescimento vegetativo, com exceção das áreas irrigadas.
Conforme a Conab, a expectativa é de que a produção de soja no Piauí possa atingir 4,081 milhões de toneladas na safra 2025/26, com alta de 8% frente à safra anterior. A produtividade média deve avançar 3,3% em 2025/26, chegando a 3.554 quilos por hectare.
Veja também: Plantio da safra 2025/26 de soja segue lento e atinge 90% da área em Goiatuba (GO)
Fonte: Arno Baasch – Safras News
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