Sustentabilidade
Entrevista: Ingo Plöger fala sobre o papel geopolítico do Brasil, agro na COP 30 e outros temas – MAIS SOJA

Por Larissa Machado / larissamachado@sna.agr.br
A SNA entrevistou Ingo Plöger, atual vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e recém-eleito como novo presidente desta entidade, devendo tomar posse em janeiro de 2026. Engenheiro mecânico, formado pela Technische Universität Darmstadt, na Alemanha, e pós-graduado em Ciências Econômicas e do Trabalho pela Technische Universität München, Ingo Plöger acumula as atividades de empresário, consultor e mentor de empresas e instituições na América Latina e na Europa. Atua como presidente do Conselho Empresarial de América Latina (CEAL) e da IP Desenvolvimento Empresarial e Institucional (IPDES). Além disso, integra conselhos de grandes empresas, como Robert Bosch GmbH e Embraer, participando também de entidades de integração econômica entre o Brasil, a Europa e a América Latina.
Ingo conversou conosco sobre o papel geopolítico do Brasil, no que se refere à segurança alimentar e as questões ambientais globais, e ainda sobre a relação do agro brasileiro com os Estados Unidos. Outro tema abordado foi a respeito das exigências da União Europeia e países asiáticos por produtos com rastreabilidade ambiental e práticas regenerativas. Em adicional, Plöger falou sobre o uso da tecnologia no agronegócio do Brasil e como está sendo a participação deste setor na COP 30.
*Confira a entrevista na íntegra.
SNA: O Brasil tem se consolidado como um dos grandes protagonistas do agronegócio mundial. Na sua visão, qual deve ser o papel geopolítico do país nos próximos anos, considerando a disputa por segurança alimentar, a pressão ambiental e a necessidade de equilibrar produtividade e soberania nacional?
INGO: O Brasil tem hoje uma oportunidade única de exercer liderança global no agronegócio, combinando algumas dimensões fundamentais: segurança alimentar, segurança energética, substituição de produtos de origem fóssil por natural e produtividade atrelada à preservação ambiental e à valorização dos aspectos socioeconômicos.
Somos um dos poucos países capazes de produzir em escala, com sustentabilidade e tecnologia tropical própria. Isso nos dá um papel estratégico na geopolítica mundial, exatamente no momento em que o mundo busca fontes confiáveis de alimentos, energia e produtos e ao mesmo tempo soluções para o clima, com inserção social.
Nos próximos anos, o desafio será fortalecer nossa posição como potência sustentável, mostrando que é possível aumentar produtividade e, ao mesmo tempo, conservar nossos biomas e garantir soberania sobre o nosso território. Por esta natureza, o Brasil se torna protagonista dabiocompetitividade.
Nosso país pode ser o grande articulador de uma nova agenda global, que una competitividade, inovação e responsabilidade socioambiental. Esse é o caminho para consolidar a liderança no agronegócio do futuro.
SNA: Diante do cenário pós-taxação dos EUA sobre produtos brasileiros, como o senhor avalia a estratégia do Brasil para proteger seu agro e, ao mesmo tempo, ampliar a presença internacional? E, caso essas tarifas venham a ser extintas, quais impactos práticos o setor deve sentir nos curto e médio prazos?
INGO: A taxação imposta pelos EUA é um sinal claro das tensões que envolvem o comércio global nessa nova ordem e da importância de o Brasil ter uma estratégia própria de inserção internacional.
Mais do que reagir pontualmente, precisamos fortalecer nossa diplomacia econômica ambiental, diversificar mercados e agregar valor aos nossos produtos, mostrando que o agro brasileiro é competitivo, sustentável e parceiro confiável. O futuro está nas agroalianças. Não só no Brasil, mas a agricultura faz parte da solução e não é a essência do problema no mundo todo. A agricultura precisa se unir neste entendimento.
Essas medidas protegem o setor não apenas de tarifas, mas também de barreiras não comerciais, que muitas vezes têm fundo político ou protecionista, e até com disfarce ambiental.
O Brasil e os EUA têm mais a oferecer em conjunto. Necessitamos exercer a nossa capacidade visionaria de aumentar os negócios com este importante parceiro. Se imaginarmos na cooperação entre os dois países na evolução da biomassa estratégica para combustíveis de aviação, navegação marítima e mobilidade urbana, as duas nações poderão aumentar o seu comercio em mais de 50% em poucos anos. Essa relação não se dá somente pela exportação e importação, mas pela cooperação em investimentos tecnologias e conhecimento que envolve muito mais, resultando em renda e emprego. Precisamos ter audácia nestas negociações para oferecer mais e receber mais, aí a questão das tarifas se resolvem automaticamente.
Mas o verdadeiro ganho virá logo, pois estas expectativas resultam em uma pareceria no curto, médioe longo prazo, com a consolidação de uma imagem internacional sólida do agro brasileiro, como um ator estratégico e responsável na segurança alimentar e energética, de produtos e serviços.
SNA: Com as novas exigências da União Europeia e de mercados asiáticos por produtos com rastreabilidade ambiental e práticas regenerativas, como o senhor avalia o preparo do agro brasileiro para atender a esses padrões sem perder competitividade?
INGO: O agro brasileiro já está mais preparado do que muitas vezes se imagina para atender às novas exigências internacionais.Quando o Brasil exporta proteínas animais para mercados com cortes especiais como para Israel, PaísesÁrabes, Europa, Japão e EUA somente para citar alguns muito diferenciados, já o faz nas solicitações fitossanitárias e exigências especificas dentro de um ambiente altamente sofisticado e competitivo. A proteína animal é na cadeia alimentar secularmente a mais exigente pelo seu enorme poder de deterioração e quando o Brasil alcança esta qualificação é por uma razão de dominar a cadeia toda da criação ao abate e processamento até o prato do consumidor.
O Brasil, em razão de sua biocompetitividade,induz preços nestes mercados que são atrativos, fazendo com que os mercados locais tenham que investir muito mais ou subvencionar. Os dois temas recebem reações adversas tanto pelos competidores quanto pelos governos.
O Brasil continuará a trabalhar intensamente os seus temas, melhorando na qualidade, confiabilidade e informação. Não há como parar esta evolução. Empresas brasileiras iniciam o próximo passo de investir nestes mercados e expandir seus negócios. Este será o caminho inexorável, aliás, como foi com a industrialização no Brasil quando empresas internacionais deslocaram empresas nacionais menos competitivas. O que precisamos realçar é que a democracia verdadeira é aquela que oferece opções, e está intimamente ligadaà economia de mercado que vive da competição saudável. A única coisa que o agro brasileiro quer é poder competir bem, pois quem se favorece é o consumidor por acesso aos produtos por preços melhores e a qualidade de seus anseios.
Na questão ambiental, temos o Código Florestal mais avançado do mundo, sistemas de rastreabilidade digital entre outros, em expansão e uma base tecnológica que permite produzir com baixa emissão e alta eficiência.
O desafio agora é transformar essa vantagem em valor, mostrando aos mercados que sustentabilidade e competitividade andam juntas no Brasil. A nossa famosa biocompetitividade.
As práticas regenerativas, o uso de bioinsumos, a integração lavoura-pecuária-floresta e a digitalização do campo são exemplos de como o produtor brasileiro já está evoluindo nesse caminho.
O que precisamos é alinhar políticas públicas, certificações e comunicação internacional para garantir reconhecimento a esses avanços.Assim, o Brasil se posiciona como referência global em agricultura sustentável e regenerativa.
SNA: O agronegócio brasileiro tem sido referência em produtividade e inovação tecnológica. Quais áreas o senhor acredita que devem receber maior atenção — biotecnologia, agricultura digital, bioinsumos, ou outra — para que o país mantenha sua liderança global e avance em sustentabilidade?
INGO: O Brasil já é líder em várias áreas de inovação no agro, mas o grande diferencial daqui para frente será integrar trabalho, tecnologia, biologia e sustentabilidade. A biotecnologia continuará sendo essencial para aumentar produtividade e resiliência das culturas, especialmente frente às mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, a agricultura digital permite decisões cada vez mais precisas, otimizando recursos e reduzindo impactos ambientais.
Os bioinsumos e a bioeconomia representam a nova fronteira: transformar conhecimento biológico em soluções de baixo carbono e alto valor agregado. Mas o ponto central é a convergência entre essas áreas — ciência, dados e práticas regenerativas trabalhando juntas.É isso que vai manter o Brasil na liderança global: produzir mais, com menos impacto, e com inovação genuinamente tropical e sustentável.
No campo a integração dos trabalhos cada vez mais qualificados aumentando renda e bem-estar, traz à liderança cada vez mais desafios incríveis, que são exercidas por diversidade geracional e de gênero, algo que no mundo desenvolvido está em crise.
SNA: Como o senhor enxerga o papel da ABAG na articulação com o governo federal e com os estados para construir uma agenda de longo prazo que garanta previsibilidade, competitividade e segurança jurídica ao agronegócio brasileiro?
INGO: A ABAG tem um papel central de articulação entre o setor produtivo, o governo e a sociedade. Nosso foco é construir pontes, levar informação técnica, promover diálogo e contribuir para políticas públicas baseadas em evidências e em visão de longo prazo.
O agronegócio precisa de previsibilidade, segurança jurídica e competitividade. E isso só se alcança com uma agenda estruturada, construída de forma coletiva e integrada entre União, estados e setor privado.
A ABAG atua exatamente nesse ponto: como uma voz institucional, que representa o agro de forma ampla e propositiva, conectando produção, sustentabilidade e desenvolvimento.Nosso objetivo é contribuir para que o Brasil siga como referência global, com um agronegócio inovador, responsável e preparado para os desafios do futuro.
Nós da ABAG acreditamos que não existe uma só voz do agro, embora seja muitas vezes citado. A nossa diversidade de origens, biomas, tecnologias e mercados é tamanha, que melhor do que uma só voz são muitas e muitas vozes que serão ouvidas em um coral tão diverso e competente, seguindo uma partitura comum. Então estamos sim tentando organizar esta obra, de tantas boas vozes.
SNA: Com a COP30 sendo sediada no Brasil, quais contribuições concretas o agronegócio nacional pode apresentar ao debate climático global, tanto em termos de práticas sustentáveis e redução de emissões, quanto na valorização do papel do produtor rural na agenda ambiental?
INGO: A COP30 está sendo uma oportunidade histórica para o Brasil mostrar ao mundo que o agronegócio é parte da solução de muitos problemas. A agro no mundo inteiro precisa se unir neste proposito, daí a necessidade de nós formarmos cada vez mais ALIANÇAS. Na nossa realidade tropical temos a grande chance de mostrar o que temos de diferente e potencialmente interessante sendo uma grande parte da solução climática.
O setor já vem adotando práticas concretas de mitigação e adaptação, como a integração lavoura-pecuária-floresta, o plantio direto, o uso de bioinsumos e a recuperação de áreas degradadas, o que reduze emissões e aumenta a captura de carbono.
Além disso, o produtor rural brasileiro é um agente essencial da conservação: mais de 30% do território nacional está dentro de propriedades privadas com vegetação nativa preservada.
Na COP30, o agro pode apresentar resultados, propor parcerias e demonstrar que sustentabilidade e produtividade caminham juntas.
É hora de valorizar o papel do produtor e posicionar o Brasil como líder em uma agricultura de baixo carbono, regenerativa e baseada em ciência.
Fonte: SNA
Sustentabilidade
Entidades comemoram retirada de tarifas pelos EUA e esperam novos avanços nas negociações – MAIS SOJA

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou comunicado sobre a remoção das tarifas ao Brasil pelos Estados Unidos. A entidade destacou o avanço na renovação da agenda bilateral, lembrou de seu papel nas negociações e mostrou sua expectativa em relação à evolução dos termos para a entradas de bens da indústria.
Confira o texto na íntegra:
“A decisão do governo americano de remover a tarifa de 40% a 238 produtos agrícolas brasileiros é avanço concreto na renovação da agenda bilateral e condiz com papel do Brasil como grande parceiro comercial dos Estados Unidos, avalia o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban.
Vemos com grande otimismo a ampliação das exceções e acreditamos que a medida restaura parte do papel que o Brasil sempre teve como um dos grandes fornecedores do mercado americano, afirmou Alban. Ele lembrou que o setor privado tem atuado de forma consistente para contribuir com o avanço nas negociações envolvendo o tarifaço. Em setembro, a CNI liderou missão a Washington com 130 empresários brasileiros.
Entre os produtos beneficiados pela atualização da lista de produtos isentos à sobretaxa de 40% aplicada ao Brasil desde agosto estão a carne bovina, café e cacau, insumos comuns da cesta de consumo da população americana. A nova medida volta a tornar os nossos produtos competitivos, uma vez que a remoção das tarifas recíprocas, de 10%, na última semana, havia deixado nossos produtores em condições menos vantajosas, complementou o presidente da CNI.
Para Alban, este é um resultado animador para novas etapas da negociação com o governo americano e a expectativa agora é avançar nos termos sobre bens industriais. A complementariedade das economias é real e agora precisamos evoluir nos termos para a entradas de bens da indústria, para a qual os EUA são nosso principal mercado, como para o setor de máquinas e equipamentos, por exemplo, relembra.
Desde o início da aplicação das tarifas por parte dos Estados Unidos, a CNI tem mobilizado o setor e contrapartes americanas para abrir caminhos de diálogo que facilitassem a interlocução entre as autoridades dos dois países.”
Amcham ressalta que 55% dos produtos exportados seguem sob tarifaço
O presidente da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), Abrão Neto, disse que a medida anunciada pelo governo americano beneficia 10% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, um pouco mais de US$ 4 bilhões por ano. Ele considera a medida ‘muito positiva’ por conta da relevância dos produtos beneficiados, como o café, mas ressaltou que 55% dos produtos exportados seguem sob o tarifaço, mostrando expectativa de novos avanços nas negociações.
“Olhando o conjunto, o panorama atual das exportações brasileiras, temos 45% isentos de sobretaxas, esse número incrementou consideravelmente por conta da decisão de ontem e, por consequência, 55% que têm, ainda, algum tipo de sobretaxa de até 50% e segue na expectativa de melhora das condições de acesso ao mercado americano”, disse ele, em entrevista à Globonews, na manhã desta sexta-feira.
O presidente da Amcham disse mais de US$ 20 bilhões em exportações do Brasil ainda seguem com tarifas.
“Para os demais produtos, o caminho é a continuidade das negociações entre os dois governos”, disse o presidente da Amcham.
Ele lembrou que sobretudo produtos industriais brasileiros seguem sujeitos às sobretaxas, como máquinas e equipamentos, móveis, produtos derivados de madeira, além de medidas específicas para os setores de aço e alumínio, agroindústria, pescados, entre outros. “Todos os setores têm uma necessidade e interesse no mercado americano e em buscar melhores condições para acessar esse mercado”, disse, sem mencionar prioridades para essas negociações.
O presidente da Amcham disse que a entidade e o setor empresarial brasileiro têm buscado contribuir com as negociações entre os dois governos e que espera que esse ímpeto seja mantido.
Ele avalia que podem entrar nas negociações temas importantes para o EUA como minerais críticos e terras raras, o tratamento dado pelo Brasil às empresas de tecnologia, tempo de aprovação de patentes e acesso a alguns mercados específicos.
Fonte: Cynara Escobar – Safras News
Sustentabilidade
Consumidores ampliam interesse de compra e preços do milho seguem firmes no Brasil – MAIS SOJA

O mercado brasileiro de milho registrou preços de estáveis a mais altos na semana. De acordo com a Safras Consultoria, os produtores seguem avançando na fixação de oferta, mas de maneira discreta, tentando cotações mais fortes. Já os consumidores estão buscando lotes de forma mais intensa, como em São Paulo, para atender as necessidades mais urgentes de demanda. Em outras regiões, porém, a procura se mostra mais calma nesse momento.
Analistas de Safras & Mercado sinalizam que o mercado segue atento as seguintes variáveis: movimento dos futuros do milho, volatilidade cambial e paridade de exportação.
No mercado interno, as atenções também se voltam para a evolução do clima e das lavouras no país. No cenário externo, as novas vendas semanais dos Estados Unidos é um fator a ser observado no curto prazo. Ainda nos EUA, dados de emprego e de indicadores econômicos também são esperados, o que podem trazer maior volatilidade para o dólar.
Preços internos
O valor médio da saca de milho no Brasil foi cotado a R$ 65,27 no dia 19 de novembro, alta de 0,82% frente aos R$ 64,74 registrados na semana passada. No mercado disponível ao produtor, o preço do milho em Cascavel, Paraná, foi cotado a R$ 62,00, estável frente ao final da última semana.
Em Campinas/CIF, a cotação ficou em R$ 71,00, avanço de 1,43% frente aos R$ 70,00 praticados na última semana. Na região da Mogiana paulista, a saca do cereal subiu 2,99%, de R$ 67,00 para R$ 69,00.
Em Rondonópolis, Mato Grosso, a saca foi cotada a R$ 62,00, inalterada ante a semana passada. Em Erechim, Rio Grande do Sul, o preço ficou em R$ 71,00, sem mudanças frente à semana anterior.
Em Uberlândia, Minas Gerais, o preço na venda para a saca subiu 1,65%, de R$ 64,00 para R$ 65,00 ao longo da semana. Já em Rio Verde, Goiás, a saca foi cotada em R$ 60,00, sem mudanças frente ao valor praticado na última semana.
Exportações
As exportações de milho do Brasil apresentaram receita de US$ 585,968 milhões em novembro até o momento (10 dias úteis), com média diária de US$ 58,596 milhões. A quantidade total de milho exportada pelo país ficou em 2,676 milhões de toneladas, com média de 267,624 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 219,00.
Em relação a novembro de 2024, houve alta de 13,4% no valor médio diário da exportação, ganho de 7,6% na quantidade média diária exportada e valorização de 5,4% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Fonte: Arno Baasch / Safras News
Sustentabilidade
Clima seco no Matopiba reduz estimativa de produção de soja no Brasil – MAIS SOJA

A produção brasileira de soja em 2025/26 deverá totalizar 178,76 milhões de toneladas, com elevação de 4% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 171,84 milhões de toneladas. A estimativa é de Safras & Mercado. Em 5 de setembro, data da estimativa anterior, a projeção era de 180,92 milhões de toneladas.
Safras indica aumento de 1,4% na área, estimada em 48,31 milhões de hectares. Em 2024/25, o plantio ocupou 47,64 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.625 quilos por hectare para 3.719 quilos.
Grande parte dos ajustes ocorre com maior concentração no Centro-Norte do país (MATOPIBA), devido às chuvas irregulares, atraso do plantio em relação a anos anteriores e, na média, perspectiva de menor potencial produtivo. “Em conjunto com fatores como replantio, isso não significa uma safra perdida, apenas um potencial menor em algumas regiões desses estados”, aponta o analista de Safras, Rafael Silveira.
No Tocantins, o potencial produtivo foi reduzido de 3.800 kg/ha para 3.660 kg/ha, ou seja, de 63,3 sacas para 61 sacas por hectare, com a produção esperada em torno de 5,7 milhões de toneladas. Houve também redução de produtividade no Maranhão, Bahia e demais estados do Norte.
No Paraná, um dos principais estados produtores de soja do país, adversidades climáticas recentes afetaram algumas áreas de soja, com geadas e tornados, levando a ajustes na produção, cuja expectativa é de aproximadamente 21,7 milhões de toneladas – número maior que a safra passada, mas ainda abaixo do potencial primário anterior.
“De maneira geral, espera-se uma safra recorde em 2026, com boas produtividades e produção estimada em torno de 178,7 milhões de toneladas, contra 180,9 milhões da estimativa de setembro. Trata-se de um ajuste relativamente pequeno, mantendo uma produção muito robusta”, completa Silveira.
Oferta e Demanda
As exportações de soja do Brasil deverão totalizar 109 milhões de toneladas em 2026, contra 107 milhões em 2025, com uma elevação de 2%. A previsão faz parte do quadro de oferta e demanda brasileiro, divulgado por Safras & Mercado.
Safras projetou esmagamento de 59,5 milhões de toneladas em 2026. Para 2025 o número é de 58,5 milhões de toneladas em 2025. A consultoria não aponta importação em 2026. Para 2025, o volume importado está previsto em 800 mil toneladas.
Em relação à temporada 2026, a oferta total de soja deverá subir 6%, passando para 184,29 milhões de toneladas. A demanda total está projetada por Safras em 171,4 milhões de toneladas, aumentando 2% sobre o ano anterior. Desta forma, os estoques finais deverão se elevar em 133%, passando de 5,52 milhões para 12,89 milhões de toneladas.
“As exportações brasileiras de grãos foram ajustadas para baixo, de 111 para 109 milhões de toneladas, considerando que a China pode atuar de forma mais ativa na safra americana. O ponto central é que, se a exportação brasileira não alcançar volumes recordes ou ligeiramente acima de 2025, os estoques brasileiros podem ficar extremamente elevados”, aponta o analista.
Fonte: Dylan Della Pasqua / Safras News
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