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Plantio Direto restaura estoque de carbono e ajuda com soluções climáticas em MT

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O resultado de uma pesquisa realizada nos biomas Cerrado e na Mata Atlântica brasileiros apontou que o Sistema Plantio Direto (SPD) fundamentado nos seus princípios restaura o estoque de carbono orgânico do solo, contribuindo, dessa forma, para soluções das mudanças climáticas. Nesta quinta-feira (23), data em que se comemora o Dia Nacional do Plantio Direto, a Associação Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso) destaca sua trajetória de mais de duas décadas na promoção de práticas agrícolas sustentáveis, com ênfase nesse sistema de produção, que transformou a agricultura na região médio-norte mato-grossense.

Os 80 produtores rurais associados ao CAT Sorriso produzem alimentos em suas fazendas com respeito ao meio ambiente, fundamentados nos três pilares do Sistema Plantio Direto: o não revolvimento do solo (restrito à linha de semeadura, o mínimo possível para deposição das sementes), a cobertura permanente do solo ao longo de todo o ano (com plantas vivas ou palhadas) e a diversificação de espécies na rotação de cultivos.

Um estudo realizado pela Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto, sob a coordenação do prof. João Carlos de Moraes Sá, entre 2020 e 2024, em 63 áreas sob SPD do Brasil — sendo 26 no bioma Cerrado e 37 na Mata Atlântica —, revelou que o SPD, fundamentado em seus princípios, recupera o estoque de carbono do solo. E o que surpreendeu até os pesquisadores: em 16 fazendas, o estoque de carbono em SPD foi superior ao solo da vegetação nativa em até um metro de profundidade. Em outras 27 fazendas, o sistema recuperou o estoque de carbono em mais de 80%. Como o gás carbônico na atmosfera contribui para o aquecimento global, é fundamental adotar práticas que inibam essa emissão.

“Isso é um resultado fabuloso, inédito, porque nós ainda não tínhamos uma publicação mostrando essa magnitude”, comemora o pesquisador João Carlos de Moraes Sá, conhecido como “Juca Sá”, presidente da Comissão Técnico-Científica da Federação Brasileira do Sistema de Plantio Direto. Especialista na área, com dedicação de mais de 40 anos, Juca Sá coordenou o projeto pela Federação, em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária, financiado pela agência europeia Euroclima+.

Das 26 fazendas do Cerrado que fizeram parte do estudo, quatro estão localizadas em Mato Grosso, nos municípios de Sorriso, Sinop e Lucas do Rio Verde. “A capacidade de recuperação do carbono pelo SPD foi semelhante à encontrada na mata nativa. As áreas dessa região tinham entre 22 e 36 anos de SPD no momento da amostragem”, informa o pesquisador.

A pesquisa constatou que um hectare sob Sistema Plantio Direto equivale a preservação de 0,88 a 1,01 hectare de floresta em pé. “Se a gente recuperar as áreas degradadas, implementando o sistema de produção com base no SPD, poderemos duplicar ou até triplicar a produção de grãos, sem derrubar um pé de árvore, ou seja, sem expandir e sem avançar sobre novas áreas”, enfatiza Juca Sá.

Dois artigos científicos, resultado do projeto “Sistema Plantio Direto: Base para Agricultura Sustentável”, já foram publicados, e outros dois estão encaminhados em revistas internacionais de elevado fator de impacto.

Sistema de Plantio Direto em Mato Grosso

O Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso) foi criado há 23 anos por um grupo de produtores rurais comprometidos com práticas conservacionistas. Desde então, vem difundido o Sistema Plantio Direto como base para uma agricultura sustentável no Cerrado. Um dos fundadores do CAT, o produtor rural Darcy Ferrarin, proprietário da Fazenda Santa Maria da Amazônia, relembra a motivação que deu origem à associação. “Reunimos um grupo de produtores rurais e engenheiros agrônomos e criamos o Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso), cujo primeiro grande projeto foi difundir o Sistema de Plantio Direto, que, no nosso entendimento, era a melhor forma de conservar o solo”, afirma.

Seu Darcy veio da região Sul do país para Mato Grosso em 1988, para cultivar uma área em Tangará da Serra. Dez anos depois, adquiriu a Fazenda Santa Maria da Amazônia, em Sorriso. “Quando eu vim para Mato Grosso, percebi que a região plantava muito no sistema convencional, usando grades e arados, com remoção do solo”, lembra o produtor. “Fomos trabalhando, avançando. Hoje, Sorriso planta por volta de 90 a 95% no Sistema Plantio Direto e uso de alta tecnologia”, disse.

O SPD melhora não só o meio ambiente, mas também a produtividade e a rentabilidade. “A terra vai ficando mais forte, mais fértil, criando muita matéria orgânica. São inúmeras as vantagens do sistema de plantio direto”, destaca Ferrarin. “Produzir alimento é muito gratificante e tem que ser feito de forma adequada, que sirva para todos. Hoje, os produtores do Brasil inteiro estão com o pensamento voltado à preservação ambiental, cuidar da natureza e garantir que, daqui a 100 ou 200 anos, ainda tenhamos nossas terras preservadas e produzindo cada vez mais”, enfatiza.

Produção de alimentos sustentável

Ao longo dos anos, o CAT Sorriso liderou diversos programas que integram práticas do SPD. Desde sua fundação, tem se dedicado a promover o uso racional do solo, da água e dos insumos agrícolas, incentivando a integração entre produção e conservação ambiental.

O CAT já realizou importantes eventos técnicos e de difusão do conhecimento como o 7º Encontro Regional de Sistemas Produtivos, em maio de 2023, que reuniu produtores, pesquisadores e instituições parceiras em torno do debate sobre a sustentabilidade e inovação nas práticas agrícolas

Para Cristina Delicato, coordenadora do CAT Sorriso, “essas parcerias consolidam o CAT como referência nacional em agricultura conservacionista, fortalecendo a integração entre produtores, pesquisa e setor público, e contribui para o avanço das tecnologias sustentáveis no campo”.

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“A ZPE é um marco para a industrialização de Mato Grosso”, afirma governador ao entregar obra

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O governador Mauro Mendes afirmou que a entrega da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Cáceres, nesta sexta-feira (24), é um “marco para o início de um novo ciclo de industrialização em Mato Grosso”.

A obra é aguardada há 35 anos, desde que foi autorizada a criação da ZPE no município. Porém, somente na atual gestão a obra foi retomada, entregue e teve a burocracia superada.

“Hoje nós estamos inaugurando oficialmente essa zona de processamento de exportação. São empresas que vão poder se instalar aqui, vocacionadas para exportar, com uma série de benefícios, e o que é melhor: isso gera emprego, cria oportunidades para Cáceres, para a região oeste e para Mato Grosso. É o início de um marco na industrialização do nosso estado. Aqui vai nascer um polo exportador, que vai transformar o perfil econômico da região e gerar oportunidades para milhares de famílias”, destacou Mauro.

Com investimento de R$ 51,3 milhões do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), a ZPE oferece regime tributário, administrativo e cambial diferenciados, que ampliam a competitividade das indústrias instaladas e estimulam a geração de empregos e renda.

De acordo com o governador, a ZPE ficou paralisada por todo esse tempo em razão de pendências legais e falta de infraestrutura.

Desde 2019, o Governo de Mato Grosso iniciou um amplo processo de regularização jurídica e administrativa, concluído em 2023, que permitiu destravar definitivamente o projeto.

A área conta com 247 hectares, divididos em cinco módulos e 341 lotes industriais, com infraestrutura completa — recinto aduaneiro, área administrativa, armazéns e sistemas de controle modernos. O alfandegamento foi aprovado pela Receita Federal em março de 2024, viabilizando o início efetivo das operações.

“Ao longo de todos esses anos, muitos sonharam e defenderam essa obra. Faltava um governo que tivesse condição e coragem de fazer o investimento necessário. Graças a Deus e ao equilíbrio das contas públicas que conquistamos, hoje isso virou realidade. E é isso que muda a vida das pessoas”, registrou.

O governador também reforçou que Mato Grosso é hoje o estado que mais investe proporcionalmente à sua arrecadação no Brasil, chegando a 20% das receitas aplicadas em obras, infraestrutura e diversas ações, sem contrair novas dívidas.

“Tudo isso é feito com recursos próprios e com responsabilidade fiscal. Porque não se faz educação, saúde, estrada ou ZPE sem dinheiro. E para ter dinheiro, é preciso gestão séria e eficiente. E foi isso que nós fizemos em Mato Grosso”, concluiu.

Também participaram da entrega: o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin; o ministro da Agricultura em exercício, Irajá Lacerda; os senadores Jayme Campos, Wellington Fagundes e José Lacerda; a prefeita de Cáceres, Eliene Liberato; o presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi; os deputados estaduais Valmir Moretto, Beto Dois a Um, Carlos Avallone e Chico Guarnieri; os secretários de Estado Fabio Garcia (Casa Civil), Cesar Miranda (Desenvolvimento Econômico), Marcelo de Oliveira (Infraestrutura) e Cesar Roveri (Segurança); o presidente da Fiemt, Silvio Rangel; o presidente da Associação da Zona de Processamento de Exportação (AZPE) de Cáceres, Aécio Rodrigues; entre outros prefeitos e lideranças locais.

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Sema realiza operação de combate à extração ilegal de minérios e aplica cerca de R$ 300 mil em multas

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Ação da Operação Amazônia identificou danos em áreas de preservação permanente em cinco municípios

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), por meio da Coordenadoria de Fiscalização de Empreendimentos, em parceria com o Batalhão de Operações Especiais (Bope), deflagrou uma operação de combate à extração mineral ilegal nos municípios de Terra Nova do Norte, Peixoto de Azevedo, Novo Mundo, Carlinda e Apiacás. As penalidades aplicadas somam cerca de R$ 300 mil em multas.

Realizada entre os dias 14 e 17 de outubro, a ação integrou uma etapa da Operação Amazônia e foi focada no atendimento a denúncias formalizadas junto à Ouvidoria Setorial da Sema.

As equipes fiscalizaram empreendimentos, tanto os que atuavam sem licença ambiental quanto os licenciados que operavam em desacordo com a legislação vigente.

Ao todo, foram apreendidos e inutilizados 24 equipamentos, sendo 13 motores, 10 bombas d’água e uma bica de aço. Foram aplicados sete termos de embargo, oito autos de infração, quatro termos de apreensão e quatro de inutilização.

Além da ausência de licenciamento ambiental, os fiscais constataram danos graves em Áreas de Preservação Permanente (APP) e intensa degradação dos recursos hídricos nas áreas fiscalizadas. A área embargada ainda está sendo calculada.

A Operação Amazônia, que integra órgãos estaduais e federais, sob a coordenação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT), tem como instrumentos o monitoramento em tempo real por satélite de todo o território de Mato Grosso, fiscalização contínua no local onde é identificado o crime ambiental, embargo de áreas, apreensão e remoção de máquinas flagradas em uso para o crime e a responsabilização de infratores.

Denúncia

Crimes ambientais devem ser denunciados à Ouvidoria Setorial da Secretaria de Estado de Meio Ambiente pelo número 3613-7398 e 98153-0255 (por telefone ou WhatsApp), pelo email [email protected], pelo aplicativo MT Cidadão, pelo Fale Cidadão da CGE ou em uma das regionais da Sema.

Quem se deparar com um crime ambiental também pode denunciar à Polícia Militar, pelo 190.

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MT é o estado com maior número de registros de violência no campo, aponta CPT

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