Sustentabilidade
Wilson Nigri: como a flora marinha pode ajudar na agropecuária – MAIS SOJA

Por Marcelo Sá – jornalista/editor e produtor literário
O Portal SNA conversou com Wilson Nigri, engenheiro de formação com mais de 50 anos de trajetória profissional, tendo empreendido nas áreas de mercado financeiro, educação e também no agronegócio. Nome de proa quando se fala em inovações no ramo, ele dá detalhes de sua iniciativa mais recente, que envolve aproveitar a flora marinha para melhorar a fertilidade dos solos. Mais especificamente, como algas podem ajudar a prover nutrientes mais ricos, potencializar a fotossíntese, reduzir emissões de gases e a dependência de fertilizantes, entre outras soluções que impressionam.
O ambicioso projeto da AgroSea tem a colaboração de nomes como Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, e Alcides Lopes Tápias, com quem Nigri trabalhou no Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A empresa marcará presença na COP 30 em Belém, divulgando o relatório final de uma série de experimentos realizados, além de oferecer ao público uma chance de conhecer melhor as aplicações e benefícios da nova técnica. Como ele próprio gosta de enfatizar, “o futuro verde vem do mar azul”.
A seguir, a íntegra da entrevista:
SNA: A expansão territorial e produtiva do agronegócio brasileiro trouxe o desafio de adequação a solos diferentes, em especial no Cerrado. De que modo seu projeto de algicultura pode ajudar a escrever os próximos capítulos desse crescimento, sendo o Brasil um dos poucos países que ainda pode aumentar suas áreas de cultivo, além de aprimorar o trato com as terras já produtivas?
Nigri: O Brasil tem grande extensão territorial, porém seus solos são pobres. Os nutrientes e minerais contidos nas algas marinhas podem suprir essas deficiências com redução do uso de fertilizantes químicos e defensivos tóxicos A recuperação de terras degradadas podem ser aceleradas ampliando, portanto, a oferta de alimentos e de energias renováveis sem que se utilizem áreas de florestas nativas.
SNA: Um dos grandes obstáculos para o setor agropecuário é a dependência externa de fertilizantes. O senhor costuma dizer que as algas podem ajudar nesse sentido, reduzindo a necessidade de complementos químicos e ainda recuperando mais rapidamente terras degradadas. Como isso aconteceria?
Nigri: O uso de algas marinhas, ricas em Cálcio, Magnésio, Potássio entre outros oligoelementos essenciais à vida humana, vegetal e animal, recupera terras degradadas de forma acelerada, pois a atividade microbiana se dá ato contínuo à sua aplicação no solo por ser um produto natural. Complementos químicos continuam sendo necessários, visto que agricultura em clima tropical permite múltiplas safras e, consequentemente, maior quantidade de nutrientes. No entanto, em menor quantidade proporcionalmente, se comparado com a agricultura em países de clima temperado.
SNA: Um dos aspectos mais comentados no uso de algas em agricultura é a redução de emissões de gases do efeito estufa e também o sequestro de carbono. Esses temas são centrais no debate atual que tenta equilibrar produção de alimentos e preservação ambiental. O seu projeto propõe uma conciliação dessas demandas com soluções que a própria natureza oferece na flora marinha. Poderia explicar melhor?
Nigri: O processo de fotossíntese, quando realizado na água, é muito mais eficiente do que em solo, razão pela qual o cultivo de algas marinhas sequestra grandes quantidades de gás carbono. Os oceanos são os maiores sequestradores de gás carbônico do planeta Existem algas marinhas que alteram o processo digestivo dos ruminantes, reduzindo em maior ou menor grau a emissão de gás metano. A Asparagopsis taxiformis encontra-se entre as mais eficientes quando utilizada na ração animal. Assim, a própria natureza proporciona a redução de emissões de dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄), e óxido nitroso (N₂O), que são os principais gases de efeito estufa (GEE).
SNA: O senhor estará na COP 30 divulgando o relatório final sobre experimentos realizados nos últimos 18 meses. Como foi a preparação para o evento e de que forma o público poderá ter contato com os resultados, além de conhecer melhor atividades e aplicações das algas na agricultura?
Nigri: Estamos sim realizando provas de conceito com oleaginosas, gramíneas, florestas e frutas, porém a realização dos tratos culturais com o uso de algas marinhas requer ao menos duas safras, e existem culturas de ciclo curto (de 45 a 90 dias), ciclo médio (semiperenes) e as de ciclo longo ou culturas perenes. Assim, estaremos apresentando publicações científicas e convidando produtores rurais a realizar provas de conceito em suas propriedades. Algumas culturas já têm trabalhos em curso e os direitos autorais são de propriedade compartilhada com os produtores rurais. Os resultados finais serão publicados, porém o detalhamento depende de entendimentos com as partes interessadas. Os biólogos marinhos, parceiros AgroSea estão à disposição dos interessados e faremos o encaminhamento de todos que se cadastrarem em nosso website e se interessem em se aprofundar no assunto.
SNA: O Professor e ex-ministro Roberto Rodrigues é o enviado especial do setor agropecuário à COP 30, além de ser seu colaborador no projeto. Ele defende que produção agrícola e questões climáticas são debates complementares, e não antagônicos. De que forma as algas, aplicadas nos diversos cultivos, podem contribuir para essa discussão, e qual legado o senhor gostaria que o evento deixasse para o país, em especial a região amazônica?
Nigri: Como curador do AgroSea, a experiência que o professor emérito da FGV tem em solo se soma a dos biólogos marinhos parceiros nossos. Para nós do AgroSea não há fronteira entre os continentes e os oceanos, pois minerais e nutrientes se encontram necessários às diferentes culturas e devem ser buscados onde o investimento é menor – CAPEX (Despesas de Capital), e onde a operação é mais eficiente – OPEX (Despesas Operacionais), pois acreditamos no ROI (Ganho do Investimento) Exponencial (Ganho do Investimento x Ganho Social do Investimento). A Amazônia Azul é parceira das florestas e contribui para sua preservação, além de atuar para recuperação de áreas degradadas nos diferentes biomas. Para o AgroSea o Futuro Verde está no Mar Azul, razão pela qual estamos criando a OSCIP – AgroSea, visando aproximar o poder público da iniciativa privada no melhor interesse do desenvolvimento da economia de baixo carbono. Soluções baseadas na natureza estão em nossa essência, assim como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Fonte: SNA
Autor:Marcelo Sá – Sociedade Nacional de Agricultura
Site: SNA
Sustentabilidade
Plantio de arroz no Rio Grande do Sul chega a 38,05% – Irga – MAIS SOJA

A semeadura do arroz no Rio Grande do Sul já alcança 38,05% da área prevista para a Safra 2025/2026, segundo dados atualizados dela Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural do IRGA. Até o momento, foram semeados 350.126,4 ha dos 920.081 hectares de intenção total no Estado.
A Região que mais se aproxima do encerramento da semeadura, é a Zona Sul, que já registra 83,25% da área semeada, ou seja, 130.323,4 hectares. O avanço expressivo é resultado da eficiência dos produtores e das condições climáticas favoráveis registradas nas últimas semanas.
Outro destaque, é o avanço no desempenho da Região da Fronteira Oeste, maior área cultivada com arroz do estado, que vinha com menores índices e na última semana, evoluiu de 3,68% para 34,39%, registrando 93.477 hectares semeados. Um aumento significativo, e de grande importância para os produtores da região que vinham enfrentando longos períodos com chuvas intensas, prejudicando diretamente a qualidade do solo.
Na região da Campanha, os dados indicam 39.639 hectares semeadas, o que representa, 29,22% da intenção. Já na Região Central, são 13,99%, ou seja, 16.886 hectares. O relatório atualizado informa ainda, que na Região da Planície Costeira Interna, os hectares semeados representam 34,85% da intenção, ou seja, 48.950 ha, enquanto na Região da Planície Costeira Externa, são 20.851 hectares, representando 21,97% da intenção de semeadura de arroz.
O Gerente da Dater, Luiz Fernando Siqueira comenta a importância dos dados atualizados, “era uma expectativa muito grande a evolução da semeadura na Fronteira Oeste, considerando a importância da região para o setor, e ficamos satisfeitos em ver que a janela permitiu o trabalho no campo. Ainda temos números a serem alcançados e que irão guiar como será o cenário da safra. Seguimos acompanhando os produtores e em seguida, veremos a conclusão de semeadura na primeira região, na Zona Sul”, pontua Luiz.
As informações são do Irga.
Fonte: Rodrigo Ramos / Agência Safras News
Sustentabilidade
Produção brasileira de trigo 25/26 é revisada para cima e deve alcançar 7,5 milhões de toneladas – MAIS SOJA

A estimativa para a produção de trigo na safra 2025/26 no Brasil foi revisada para cima e agora é projetada em 7,5 milhões de toneladas, um avanço de 2% em relação ao levantamento anterior, segundo a StoneX, empresa global de serviços financeiros.
De acordo com o consultor em Gerenciamento de Riscos da companhia, Jonathan Pinheiro, o novo número reflete uma melhora na produtividade dos estados do Sul, com destaque para o Rio Grande do Sul, onde a produção foi elevada para 3,3 milhões de toneladas. “As condições climáticas têm sido favoráveis, com boa umidade nas lavouras gaúchas, o que tem impulsionado o desempenho da safra na região”, afirma o consultor.
Na região Sudeste, embora tenha havido um pequeno corte nas projeções para o estado de São Paulo, em função de um clima mais seco, as perspectivas gerais seguem positivas para a produção no estado.
Com o avanço da colheita nas próximas semanas, a expectativa é que a safra se consolide com um volume semelhante ao registrado no ciclo 2024/25, mesmo diante de uma redução significativa da área plantada em relação ao ano anterior.
No balanço de oferta e demanda, a única alteração relevante foi o reajuste na produção, que impactou diretamente os estoques finais, agora estimados em 528,8 mil toneladas. Ainda assim, o mercado segue atento aos efeitos da taxa de câmbio sobre as operações comerciais.
“A tendência dos últimos meses foi de valorização do real, o que prejudica as exportações brasileiras de trigo. Contudo, mais recentemente, a moeda voltou a se desvalorizar frente ao dólar, o que tende a favorecer a competitividade nacional. Além disso, dependendo do ritmo das exportações, as importações também podem ser influenciadas, diante da necessidade de garantir o abastecimento interno do cereal”, conclui Pinheiro.
Sobre a StoneX
A StoneX é uma empresa global e centenária de serviços financeiros customizados, com presença em mais de 70 escritórios pelo mundo, conectando mais de 300 mil clientes em 180 países. No Brasil, é especialista em desenvolver estratégias de gestão de riscos para proteger o lucro independente da volatilidade do mercado. Também atua em banco de câmbio, inteligência de mercado, corretagem, mercado de capitais de dívida, fusões e aquisições, investimentos, trading e ESG – consultoria de soluções sustentáveis.
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Fonte: Assessoria de Imprensa StoneX
Sustentabilidade
Chicago/CBOT: A soja em estável com relatório de moagem sustentando a cotação – MAIS SOJA

Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 15/10/2025
FECHAMENTOS DO DIA 15/10
O contrato de soja para novembro fechou em estável, a $ 1.006,50. A cotação de janeiro encerrou estável, a $ 1.024,25. O contrato de farelo de soja para dezembro fechou em alta de 0,58% ou $ 1,6/ton curta, a $ 275,9. O contrato de óleo de soja para dezembro fechou em alta de 0,45% ou $ 0,23/libra-peso, a $ 50,80.
ANÁLISE DA ESTABILIDADE
A soja negociada em Chicago fechou o dia de forma estável. As cotações da oleaginosa captaram pequenos ganhos em alguns meses, ou zeram a variação. A NOPA divulgou um relatório positivo para a moagem de soja nos EUA, mostrando volume recorde para setembro, sendo um volume 11,6% superior ao de 2024. Os estoques de óleo de soja são os menores registrados em nove meses. Isso em um contexto em que o presidente Trump publicou que poderiam “facilmente produzir óleo de cozinha por conta própria, sem precisar comprá-lo da China”. A tensão entre EUA e China está aquecida nos últimos dias, o que pressiona diretamente o produtor de soja americano.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
VAI E VEM DE TRUMP (baixista)
Enquanto a colheita avança sem problemas, os preços da soja estão passando por um dia volátil em Chicago, impulsionados pelas idas e vindas do governo Trump sobre a relação comercial EUA-China. A situação variou desde o cancelamento quase certo da cúpula Trump-Xi na sexta-feira, quando o presidente disse não havia motivos para a reunião após acusar a China de se tornar hostil a “todos os países do mundo” em relação aos controles sobre as exportações de terras raras, até as declarações do secretário do Tesouro, Scott Bessent, hoje de que Trump “está pronto” para se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul ainda este mês. Nesse sentido, não houve informações do lado chinês sobre se a reunião realmente ocorrerá.
MAIS AMEAÇAS DE TRUMP-CORTAR IMPORTAÇÃO DE ÓLEO DE COZINHA (baixista)
Para aumentar a confusão — e tornar um acordo que colocaria o gigante asiático de volta na lista de destinos da soja americana ainda mais imprevisível — ontem, Trump ameaçou a China com a interrupção da compra de óleo de cozinha usado (OAU) chinês devido à decisão de Pequim de não importar soja americana.
“Acredito que o fato de a China propositalmente não comprar nossa soja e causar dificuldades aos nossos produtores de soja constitui um ato economicamente hostil. Estamos considerando encerrar negócios com a China em óleo de cozinha e outros itens comerciais em retaliação. Por exemplo, podemos facilmente produzir óleo de cozinha nós mesmos; não precisamos comprá-lo da China”, escreveu Trump ontem no Truth Social. Além do fato de serem negócios incomparáveis devido à sua escala econômica, as compras americanas de OAU chinês são mínimas até o momento em 2025, após o Congresso decidir remover os incentivos fiscais para o uso desse produto importado na produção de biodiesel, a fim de beneficiar o maior uso do óleo de soja local.
OS NÚMEROS DAS COMPRAS CHINESAS DE SOJA NOS EUA (baixista)
Mas para entender melhor a desleixo da comparação feita por Trump entre as vendas de soja dos EUA para a China e as compras de soja chinesa pelos EUA, os dados são os melhores: com as vendas de soja para a China, os Estados Unidos arrecadaram quase US$ 18 bilhões em 2022, valor que caiu para pouco mais de US$ 15 bilhões em 2023 e US$ 12,6 bilhões em 2024, quando compraram pouco mais de 22 milhões de toneladas de soja. Até agora, em 2025, o comércio da oleaginosa rendeu aos cofres americanos apenas US$ 2,463 bilhões, com as vendas de grãos de 2024/2025 encerradas antes da entrada em vigor das tarifas. Em contraste, nesses mesmos anos, a China embolsou US$ 117 milhões em 2022, US$ 762 milhões em 2023 e US$ 12,6 bilhões em 2024. 1,175 bilhão em 2024 e 389 milhões até agora neste ano.
SEM VENCEDORES (baixista)
“Guerras comerciais e tarifárias não têm vencedores, nem beneficiam ninguém. Ambos os lados devem resolver suas diferenças por meio do diálogo e da consulta, com base na igualdade, no respeito e no benefício mútuo”, disse hoje o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, em uma declaração que tem sido repetida como um mantra desde o início das hostilidades comerciais. “A posição da China tem sido consistente e cristalina”, acrescentou a autoridade.
EUA-RELUTÂNCIA DOS AGRICULTORES (altista)
Além de tudo isso, um dos fatores que sustentam os preços da soja — o mesmo se aplica ao milho — é a relutância dos produtores americanos em aceitar os níveis de preços atuais,
que consideram muito deprimidos.
Fonte: T&F Agroeconômica
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